Teologia

sábado, 23 de julho de 2016

EXPERIÊNCIAS DE QUASE MORTE PROVAM QUE HÁ VIDA APÓS A MORTE?



Ricardo André

A Revista Galileu de 2013 publicou uma impressionante matéria a respeito de Eben, um respeitado neurocirurgião e professor de Harvard, que em 2008 ficou em coma causado por um surto de meningite bacteriana. Após uma semana nesse estado, diz com convicção que, mesmo com o cérebro desligado e quase sem chances de sobrevivência, esteve esse tempo em um reino espiritual, no Paraíso.

Ele relata que lá esteve sempre acompanhado por “uma mulher de olhos azuis que não falava nada, e nem precisava: ‘Se ela te olhasse daquele jeito por 5 segundos, sua vida inteira até aquele momento já teria valido a pena.’ As cores de tudo à sua volta tinham um aspecto “avassalador e super vívido” – ele ficou um tempo com a mulher em cima de uma asa de borboleta, enquanto outras incontáveis borboletas voavam em volta deles.

“O olhar arrebatador da mulher não era de amizade, nem de sedução ou amor: era algo muito além, muito acima e inédito para olhos mundanos – expressão bastante recorrente em seu relato. Sem falar nada, ela disse pra ele:

- “Você é amado e querido para sempre”

- “Você não tem nada para temer”

- “Não tem nada que você pode fazer de errado”

“E depois ainda emendou ‘Iremos mostrar muita coisa pra você aqui. Mas, eventualmente você vai voltar’. Tudo isso apenas olhando para Eben, que se perguntava “Voltar pra onde?”. As respostas para suas perguntas existencialistas vinham ‘como uma explosão de cor, luz, amor e beleza que explodia em mim como uma onda quebrando’ (http://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/0,,EMI321174-17770,00-NEUROCIRURGIAO+ESCREVE+LIVRO+SOBRE+SUA+EXPERIENCIA+DE+QUASE+MORTE+E+GARANTE.html).

Como o Professor Eben, milhares de outras pessoas no mundo já passaram por experiência simular denominada de “experiência de quase morte (EQM)”. Essas pessoas afirmam que tiveram uma experiência fora do corpo, em que viram algum tipo de luz deslumbrante, um lugar extremamente belo, ou um ser de luz, que lhes deu as boas-vindas a uma eternidade feliz. Não importa se elas creem em Jesus ou não, o destino é o mesmo – a luz da presença de Deus.

De acordo com a Wikipedia, o termo EQM “refere-se a um conjunto de visões e sensações frequentemente associadas a situações de morte iminente, sendo as mais divulgadas a projeção da consciência (também chamada de "projeção astral", "experiência fora do corpo", "desdobramento espiritual", "emancipação da alma", etc.), a "sensação de serenidade" e a "experiência do túnel". Esses fenômenos são normalmente relatados após o indivíduo ter sido pronunciado clinicamente morto ou muito perto da morte, daí a denominação ‘EQM’” (https://pt.wikipedia.org/wiki/Experi%C3%AAncia_de_quase-morte)

Tais fenômenos têm despertado a curiosidade de milhões de pessoas crentes e incrédulas, e motivado dezenas de cientistas a pesquisarem profundamente assunto. Muitos as utilizam com o fim de provar a crença popular na existência após a morte, de que a morte é a passagem para alguma existência sobrenatural. Hoje, uma infinidade de artigos, de livros, filmes, e documentários para programas de TV enfatizam essa crença. Devemos crer nessas experiências de quase morte? É possível a alma sair do corpo e ir a algum lugar? Existe vida após a morte? O que há além-túmulo? O que diz as Sagradas Escrituras? Os cristãos devem buscar a verdade somente na Palavra de Deus, como Jesus ora em João 17:17: "Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade." Embora a Bíblia não mencione as experiências de quase morte, ela contém uma verdade básica que mostra que essas experiências não são visões de outra vida.

Como cristãos, não devemos acreditar nos testemunhos daqueles que “voltam” dessas experiências pelas seguintes razões:

1) Os seres humanos não possuem alma imortal

Quando Deus criou Adão e Eva, eles foram criados seres mortais, isso é, sujeitos à morte. Se tivessem permanecido obedientes à vontade de Deus, eles nunca teriam morrido. Mas quando pecaram, eles abriram mão de seu direito à vida. Pela desobediência, eles ficaram sujeitos à morte. O apóstolo Paulo esclarece que “o salário do pecado é a morte” (Rm 6:23) e que pelo pecado de Adão entrou a morte no mundo. Logo todos somos mortais, sujeitos à morte (Rm 5:12). E não há numa pista na Bíblia de que a alma humana possa existir como uma entidade consciente após a morte.

A Bíblia nenhuma vez descreve a alma como sendo imortal, isso é, não sujeita à morte. As palavras gregas e hebraicas para “alma”, “espírito” e “fôlego” aparecem 1.700 vezes na Bíblia. Mas nem mesmo uma vez a alma, o espírito ou o fôlego humano é chamado de imortal. A Bíblia afirma que Deus é “o único que possui imortalidade” inerente em Si mesmo (1Tm 6:15, 16).

Para entender a verdade sobre a morte na Bíblia, precisamos começar do princípio e ver de que maneira fomos feitos por Deus.

A Bíblia afirma: E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou-lhe nas narinas o fôlego da vida; e o homem tornou-se alma vivente” (Gênesis 2:7).

Na Criação, Deus formou Adão do “pó da terra”. Ele tinha um cérebro em sua cabeça pronto para pensar; sangue em suas veias pronto para correr. Então, Deus soprou em suas narinas o “fôlego de vida”, e Adão se tornou “alma vivente” ou “ser vivente” como traduz a Nova Versão Internacional da Bíblia. Note cuidadosamente que a Bíblia não diz que Adão recebeu uma alma independentemente do corpo; ao invés, diz que “o homem se tornou uma alma vivente”. Portanto, não temos uma alma, somos almas, como resultado da união harmoniosa do pó da terra mais o fôlego de vida.

Em nenhum lugar a Bíblia se refere à alma como uma entidade imortal, capaz de viver independentemente de nosso corpo. Nem fala do espírito como uma entidade que possa existir à parte de nossa natureza física. Não fomos criados com parte independentes temporariamente interligadas, mas como uma unidade composta de corpo, alma e espírito em um todo indivisível. Quando uma pessoa morre, toda a unidade morre (ver Sl 115:17; 146:4; Ec 9:5 e 10).

Quando Deus deu o fôlego de vida a Adão, a vida começou a fluir de Deus. A junção do corpo com o “fôlego de vida” tornou Adão “um ser vivente”, “uma alma vivente”. Por essa razão, poderíamos escrever a equação fundamental do ser humano da seguinte maneira:

“Pó da Terra” + “Fôlego de Vida” = “Alma Vivente”
Corpo sem Vida + Fôlego de Deus = Ser Vivente

Cada um de nós tem um corpo e uma mente racional. Enquanto continuarmos a respirar, seremos seres vivos, alma vivente.

Na morte reverte-se do processo criativo descrito em Gênesis 2:7: “O PÓ volte à terra de onde veio, e o ESPÍRITO volte a Deus, que o deu” (Eclesiastes 12:7).

A palavra usada aqui para ‘espírito’ (rucha) significa ‘fôlego’. Ruach é usada 379 vezes no Antigo Testamento. Em nenhuma dessas ocasiões ela se refere a alguma forma mais elevada de vida, capaz de sobreviver separada o corpo físico. Ademais, devemos lembrar-nos de que a Bíblia considera uma pessoa sob o ponto de vista holístico, uma unidade indivisível. Como, então, pode haver uma alma consciente vivendo no Céu, à parte do corpo, depois da morte?

A Bíblia frequentemente usa as palavras hebraicas para “fôlego” e “espírito” alternadamente. Quando as pessoas morrem, o corpo se torna “pó”, e o “espírito” (o “fôlego de vida”, não uma entidade consciente) retorna para Deus, que foi a sua fonte. Mas o que acontece com a alma? Ezequiel escreve: “Tão certo como eu vivo, diz o Senhor Deus, (…) todas as ALMAS são minhas; (…) a alma que pecar, essa morrerá”. Ezequiel 18:3, 4.

A alma morre! Ela simplesmente deixa de existir, pois ainda não é imortal; ela pode perecer. A equação derivada de Gênesis 2:7, ao sermos feitos por Deus, faz o caminho reverso na morte.

“Pó da Terra” – “Fôlego de Vida” = “Uma Alma Morta”
Corpo Sem Vida – Fôlego de Deus = Um Ser Morto

A morte é a cessação da vida. É o inverso do ato da criação: o pó retorna à terra, de onde proveio, e o fôlego de vida retorna a Deus, que o deu. O corpo se desintegra e se torna pó, e o fôlego, ou espírito, volta para Deus. Somos uma alma com vida, mas na morte, nos tornamos apenas um cadáver, uma alma morta, um ser morto. Logo, os mortos não estão conscientes. É o que ensina a Bíblia: “Pois os vivos sabem que morrerão, mas os mortos nada sabem; para eles não haverá mais recompensa, e já não se tem lembrança deles. Para eles o amor, o ódio e a inveja há muito desapareceram; nunca mais terão parte em nada do que acontece debaixo do sol” (Eclesiastes 9:5,6, NVI).

Quando Deus toma para si o fôlego de vida que Ele nos deu, nossa alma morre. Depois da morte, o cérebro se desintegra; ele não tem capacidade de saber ou relembrar de coisa alguma. Todas as emoções humanas cessam.

“Para eles, o amor, o ódio e a inveja há muito desapareceram (…)”. (Eclesiastes 9:6, NVI).

Uma pessoa morta não fica consciente, por isso não percebe nada do que está acontecendo. Eles simplesmente não têm contato algum com os vivos: “Pois os vivos sabem que morrerão, mas OS MORTOS NADA SABEM”. (Eclesiastes 9:5)

A morte é como um sono sem sonho; na verdade, a Bíblia chama a morte de “sono” em 54 vezes. Jesus ensinou que a morte é como um sono. Ele comparou a morte de Lázaro ao sono, ao dizer aos Seus discípulos:

“‘Nosso amigo LÁZARO ADORMECEU, mas vou até lá para acordá-lo’. Seus discípulos responderam: ‘Senhor, se ele dorme, vai melhorar’. Jesus tinha falado da sua morte, mas os seus discípulos pensaram que ele estava falando simplesmente do sono. Então lhes disse claramente: ‘LÁZARO MORREU’” (João 11:11-14, NVI).

O relato bíblico mostra que Lázaro realmente morreu e foi ressuscitado por Jesus depois de quatro dias. (João 11:38-44) Se Lázaro estivesse num lugar melhor, Jesus estaria sendo cruel por trazê-lo de volta à vida na Terra. Mas a Bíblia não registra nenhum comentário de Lázaro sobre outra vida. Se ele tivesse vivido em outro plano, com certeza ele teria dito alguma coisa. Mas, não foi o que houve. Ademais, ao Jesus comparar a morte de Lázaro ao sono, sugere a ideia de que enquanto Lázaro estava morto ele não tinha consciência de absolutamente nada.

Marta não acreditava que seu irmão estava no Céu, pois disse que não esperava vê-lo até à ressurreição do último dia, Jesus lhe disse que Ele é a ressurreição e a vida. Então, Ele ressuscitou Lázaro entre os mortos. Em lugar algum das Escrituras Sagradas, existe algum registro de conversa entre Jesus e Lázaro, entre Lázaro e seus irmãos, a respeito de onde ele esteve e o que havia visto, nem com os discípulos ou alguém na multidão que o viu ser ressuscitado (Jo 11:17). Este é um forte argumento do silêncio, de que os mortos não vão a parte alguma e nada sabem.

Em face do que a Bíblia Sagrada ensina a respeito da natureza do homem e do estado deste na morte, que é de absoluta inconsciência, não podemos crer que a “alma” possa ter uma experiência fora do corpo ou de que possa existir vida consciente após a morte do corpo. Isso é impossível.

2) O Céu é para os que creem e aceitam a Jesus como Salvador pessoal

Uma leitura cuidadosa, por qualquer professo cristão, deve mostrar-lhes a incoerência entre os testemunhos daqueles que supostamente “voltam” das experiências e a clara afirmação bíblica de que a salvação pertence apenas àqueles que foram cobertos pelo sangue de Cristo, que creram nEle e O aceitaram como Salvador pessoal de sua vida (Jo 3:16; Atos 16:31). Somente eles serão aceitos em uma terra de luz. Eles obtêm dEle, já nesta vida, a garantia da vida eterna (1Jo 5:12), mas só receberão o dom da imortalidade, por ocasião da segunda vinda de Cristo (1Co 15:51-54).

Portanto, qualquer assim chamada experiência sobrenatural que recebesse um cético ou incrédulo na glória deve ter sua origem no diabo, que se transforma em um anjo de luz. Diz a Bíblia: “Isto não é de admirar, pois o próprio Satanás se disfarça de anjo de luz” (2 Coríntios 11:14).

Como explicar as EQMs?

Sendo que de acordo com as Sagradas Escrituras é impossível que o espírito exista à parte do corpo, que exista vida consciente após a morte, como explicar as experiências que as pessoas passam à beira da morte?

Muitos pesquisadores, como a psicóloga Susan Blackmore e o anestesiologista Lakhmir Chawla, acreditam na teoria de que as EQMs são alucinações complexas causadas pela falta de oxigênio no cérebro durante a etapa final do processo de morte (Bassham, Gregory (2004). Critical Thinking: A Student's Introduction. McGraw-Hill, p. 485. ISBN 0-07-287959-9

De acordo com esses pesquisadores, o cérebro, ao perder oxigênio, está sujeito a todos os tipos de ilusões óticas. Portanto, as experiências vividas pelas pessoas à beira da morte não são visões de outro mundo, nem experiências fora do corpo, mas de alucinações ou ilusões óticas, decorrentes da falta de oxigênio no cérebro após um acidente ou de um de uma doença.

Li recentemente um interessante e esclarecedor artigo escrito por um médico chamado Alex Likerman, publicado originalmente no Happiness in this World e traduzido para o português pelo site Ceticismo Aberto aborda exatamente sobre as EQM e contradita a tese de que elas sejam uma prova cabal da sobrevivência ou mesmo existência da alma. Transcrevemos abaixo seu texto:

“Eu nunca tive um paciente que confessasse ter tido uma experiência de quase morte (EQM), mas recentemente me deparei com um livro fascinante chamado O Portal Espiritual no Cérebro (The Spiritual Doorway in the Brain) de Kevin Nelson, que relata que cerca de 18 milhões de americanos podem ter tido uma. Se for verdade, é provável não apenas que alguns dos meus pacientes estejam entre eles, mas também alguns dos meus amigos. O que me levou a pensar: o que exatamente a ciência tem a nos dizer sobre a sua causa?

“Que EQMs acontecem não está em disputa. A sequência e os tipos de eventos dos quais elas são compostas são suficientemente similares entre as pessoas que as relatam de tal forma que EQMs poderiam ser consideradas como algum tipo de síndrome, semelhante a uma doença sem causa conhecida. Mas apenas porque milhões de pessoas já viveram EQMs, isso não significa que a explicação mais comumente aceita para elas – que almas deixam os corpos e encontram deus ou alguma outra evidência de vida após a morte – esteja correta.

“Afinal de contas, as pessoas interpretam erroneamente as suas experiências o tempo todo (uma ilusão ótica representando o exemplo mais básico). Sem dúvida, muitas pessoas que relatam EQMs são profundamente afetadas por elas, mas, geralmente, mais como um resultado de suas interpretações das experiências (i.e., “a vida após a morte é real”) do que como resultado da experiência em si. Acontece que um número de observações reproduzíveis combinado com uma pitada de conjecturas gerou uma explicação neurológica inteiramente plausível para todos os casos de experiências que incluam EQM.

“Em seu livro, Nelson comenta que normalmente 20% do fluxo sanguíneo é direcionado para o cérebro, mas que este fluxo pode abaixar para 6% antes de ficarmos inconscientes (e mesmo nesse nível, nenhum dano permanente será causado). Nelson ainda observa que quando nossa pressão sanguínea diminui demais e desmaiamos, o nervo vago (um longo nervo que se conecta com o coração) desloca a consciência para o sono REM – mas não totalmente em algumas pessoas. Um número de sujeitos parece ser suscetível ao que ele chama de “intromissão REM”.

“A intromissão REM ocorre tipicamente, quando ocorre, na transição da vigília para o sono. Nelson descobriu em sua pesquisa que o funcionamento do mecanismo que alterna as pessoas entre o sono REM e a vigília tendeu a ser diferente naquelas que relataram EQMs. Nessas pessoas, ele descobriu que a mudança era mais propensa a “fragmentar e misturar” esses dois estados de consciência (o controle do nosso estado de consciência é localizado no nosso tronco cerebral e é precisamente regulado), fazendo com que essas pessoas exibam simultaneamente características de ambos. Durante a intromissão REM, as pessoas se viram paralisadas (“paralisia do sono”), totalmente despertas, mas experimentando luzes, sensações fora do corpo e narrativas surpreendentemente vívidas. Durante o sono REM, muitos dos centros de prazer do cérebro são estimulados também (animais que tiveram suas regiões REM danificadas perderam todo o interesse em comida e até em morfina), o que pode explicar os sentimentos de paz e unicidade também relatados durante EQMs.

“A neurofisiologia também pode explicar o sentimento de estar se movendo através de um túnel, tão regularmente mencionado em EQMs. É bem sabido que pessoas experimentam uma “visão de túnel” imediatamente antes de desmaiar. Experimentos com pilotos girados em centrífugas gigantes têm reproduzido o fenômeno de visão de túnel, aumentando as forças G e diminuindo o fluxo sanguineo em suas retinas (a periferia da retina é mais suscetível a quedas na pressão sanguínea do que o seu centro, de tal forma que o campo de visão parece comprimido, fazendo cenas parecerem vistas dentro de um túnel). Quando óculos especiais que geram sucção foram colocados nos olhos dos pilotos para neutralizar o efeito de queda da pressão sanguínea da centrífuga, os pilotos perderam a consciência sem desenvolver o efeito da visão de túnel – provando que a experiência da visão de túnel é causada por uma redução no fluxo sanguíneo dos olhos.

“Talvez o aspecto mais intrigante das EQMs seja o quão costumeiramente elas estão associadas com experiências fora do corpo. Isso também, entretanto, trata-se de uma ilusão. Evidências de que experiências fora do corpo nada têm a ver com almas deixando corpos podem ser encontradas na observação de que elas também têm sido relatadas por pessoas acordando do sono, recuperando-se de anestesia, enquanto estão desmaiando, durante convulsões, durante enxaquecas e quando estão em altas altitudes (não há razão para pensar que as almas das pessoas estão deixando seus corpos durante nenhuma dessas situações não ameaçadoras para a vida).

“Mas as evidências mais fascinantes de que experiências fora do corpo são fenômenos neurológicos vêm dos estudos feitos inicialmente na década de 1950 por um neurocirurgião chamado Penfield. Ele estava interessado em compreender como poderia distinguir tecidos cerebrais normais de tumores cerebrais ou “cicatrizes” que eram responsáveis por causar convulsões. Ele estimulou os cérebros de centenas de pacientes conscientes no esforço de mapear o córtex cerebral e entender aonde em nossos cérebros nosso corpo físico é representado.

“Um paciente sofria de danos no lobo temporal e quando Penfield estimulou a região temporoparietal do seu cérebro, ele relatou ter deixado o seu corpo. Quando a estimulação parou, ele “voltou”, e quando Penfield estimulou a região temporoparietal de novo, ele deixou o seu corpo mais uma vez. Penfield também descobriu quando variava a corrente e a localização do estímulo, podia fazer os membros do seu paciente parecerem encurtados ou produzir uma cópia de seu corpo que existia ao seu lado!

“Em o Cérebro Contador de Histórias (The Tell-tale Brain), V. S. Ramachandran descreve um paciente que teve um tumor removido da sua região frontoparietal direita e desenvolveu um “gêmeo fantasma” ligado ao lado esquerdo do seu corpo. Quando Ramachandran colocou água fria no seu ouvido (um procedimento conhecido como teste calórico de água fria, o qual estimula o sistema de equilíbrio do cérebro, conhecido por ter conexões com a região frontoparietal), o gêmeo do paciente se afogou, movimentou-se e mudou de posições.

“Neurologistas têm reconhecido desde então que a região temporoparietal do cérebro é responsável por manter a representação de nossos esquemas corporais. Quando uma corrente externa é aplicada nessa região, ela para de funcionar normalmente e nossa representação do corpo “flutua”. Outras evidências de que esse fenômeno é uma ilusão vêm de experimentos nos quais as pessoas que tiveram experiências fora do corpo enquanto passavam do sono para a vigília eram incapazes de identificar objetos colocados no quarto depois que adormeciam, sugerindo fortemente que a imagem que viram deles mesmos dormindo nas suas camas era reconstruída em sua memória. Embora não exista ainda nenhuma evidência de que níveis baixos de oxigênio no sangue causem disfunção da região temperoparietal da mesma forma que uma corrente aplicada, esta permanece como uma hipótese testável e a explicação mais provável.

“Em suma, embora longe de estar provada como uma explicação para o que realmente explica as EQMs, a hipótese da intromissão REM tem mais evidências para corroborá-la do que a ideia de que nós realmente deixamos nossos corpos quando a morte está à espreita”

Como se vê, a ciência já é capaz de explicar cientificamente as EQM sem apelar para a resposta fácil de que “é uma alma saindo do corpo”. E mesmo que ainda não tenhamos todas as respostas para tudo, isso não significa que tenhamos que apelar para a “alma” como a resposta. As evidências apontam exatamente para as ilusões óticas.

Esperança para os que morreram em Cristo

A ressurreição é a esperança dos mortos justos. Como Jesus disse a Marta: “"Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que morra, viverá” (João 11:25-25). Nas Escrituras Sagradas também aprendemos que haverá duas ressurreição: a ressurreição da vida” e a ressurreição da condenação” (Jo 5:28, 29). E o apóstolo Paulo escreveu que na Segunda Vinda, “os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro” (I Ts 4:16). E os ímpios mortos, somente depois dos “mil anos” (Ap 20:4, 5). Portanto, aqueles que morrem “em Cristo” dormem na sepultura, mas ainda têm um futuro brilhante. Aquele que conta até mesmo os cabelos de nossa cabeça e que nos guarda na palma de Sua mão não se esquecerá de nós. Poderemos morrer e voltar ao pó, mas o registro de nossa individualidade permanece claro na mente de Deus. E quando Jesus vier, Ele acordará os justos mortos do sono da morte, da mesma forma que fez com Lázaro.

“Não queremos que vocês sejam ignorantes quanto AOS QUE DORMEM, PARA QUE NÃO SE ENTRISTEÇAM COMO OS OUTROS QUE NÃO TÊM ESPERANÇA… Pois dada a ordem, com a voz do arcanjo e o ressoar da trombeta de Deus, o próprio Senhor descerá dos céus, E OS MORTOS EM CRISTO RESSUSCITARÃO PRIMEIRO. Depois NÓS, OS QUE ESTIVERMOS VIVOS, SEREMOS ARREBATADOS COM ELES nas nuvens, para o encontro com o Senhor nos ares. E assim estaremos com o Senhor para sempre. CONSOLEM-SE UNS AOS OUTROS COM ESSAS PALAVRAS” (I Tessalonicenses 4:13, 16-18, NVI).

No dia da ressurreição, o túnel da morte se parecerá mais com um breve descanso. Os mortos não têm consciência do que está acontecendo. Aqueles que aceitaram a Cristo como seu Salvador, serão despertados do sono pela Sua maravilhosa voz vinda dos céus.

E a esperança da ressurreição não é a única: temos também a esperança de um lar celestial no qual Deus “enxugará dos seus olhos toda lágrima. Não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor” (Apocalipse 21:4). Aqueles que amam a Deus não precisam ter medo da morte. Além da morte está uma eternidade de vida plena com Deus. Jesus tem “as chaves da morte” (Apocalipse 1:18). Sem Cristo, a morte seria uma estrada de mão única que terminaria num estado total de esquecimento. Mas em Cristo há uma esperança gloriosa e radiante. Os salvos não vão ficar doentes, não vão envelhecer nem ter problemas de saúde. Nunca mais viverão sob a sombra da morte, por terão vida eterna. Eles serão glorificados física e espiritualmente. Até lá, dormem em um descanso pacífico.

Embora Paulo esteja falando esteja falando da riqueza da vida cristã, quando diz: “Olho nenhum viu, ouvido nenhum ouviu, mente nenhuma imaginou o que Deus preparou para aqueles que o amam"(1 Coríntios 2:9, NVI), também é verdade que não podemos imaginar o que Deus tem em mente para nós quando estivermos no lar eterno.

“Ali conheceremos como também somos conhecidos. Ali,, o amor e a simpatia que Deus plantou na alma encontrarão o mais verdadeiro e suave exercício. A pura comunhão com seres santos, a vida social harmoniosa com os santos anjos e com os fiéis de todos os tempos, a santa associação que reúne ‘toda a família no Céu e na Terra’, tudo fará parte da experiência do além.

“Haverá ali música e cânticos; música e cânticos que ouvidos mortais jamais ouviram nem o espírito humano concebeu, com exceção do que em visão de Deus se tem revelado. (...)

Todos os tesouros do Universo estarão abertos ao estudo dos filhos de Deus. Com indizível deleite unir-nos-emos na alegria e sabedoria dos seres não caídos” (Ellen G. White, Educação, p. 306 e 307).

Caro amigo leitor, você já descobriu em sua vida a realidade dessa grande esperança que pode nos ajudar a enfrentar os momentos mais difíceis? Se você nunca aceitou a Jesus como seu Senhor e Salvador, por que você não faz isso agora mesmo?









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