Ricardo André
O presente
estudo pretende identificar, com base nas Escrituras Sagradas e na História,
quem é o anticristo. O objetivo não é condenar ou difamar alguma pessoa ou
organização religiosa. Antes, o objetivo é chamar a atenção de todos para a
importância de descobrir a verdade, e de submeter-se ao Senhor Jesus.
Precisamos estar certos de que os nosso nomes se encontrem no “livro da vida”.
Nossa fé tem de ser suficientemente forte para evitarmos a blasfêmia contra
Deus e o sistema de tirania que logo encherá a Terra.
Muita especulação tem-se feito ao longo dos séculos
em relação a identidade da besta. Cada vez que
se levanta algum personagem mal de influência mundial, como sucedeu com Benito
Mussolini ou Adolf Hitler, muita gente tem proclamado: "o anticristo veio
e com ele o fim do mundo". Supostamente, já sabemos em que terminaram tais
afirmações.
Por outro lado, escritores e produtores de cinema
têm materializado suas fantásticas teorias em filmes de terror onde apresentam
a besta como um monstro terrível que perseguirá aos habitantes da terra para
marcá-los com o 666 na fronte ou na mão "O Despertar" por exemplo,
apresenta a artimanha do demônio, Damián, como o anticristo.
O mundo religioso, do qual se esperaria maior
unidade a respeito, não pôde estar de acordo quanto à identidade da besta: uns
ensinam que a besta já veio na pessoa de Nero, Diocleciano ou Epífanes. Outros
afirmam que a besta ainda não veio e quando se manifestar se apresentará como
um governante de êxito, o qual, de repente, mudará e subjugará despoticamente o
mundo instaurando seu trono em Israel. Curiosamente ambos, os preteristas como
os futuristas dizem basear suas conclusões na Palavra de Deus. Afinal de
contas, quem é a besta de número 666? Quem tem razão? Como estarmos seguros?
Não podemos esqueçer "que nenhuma profecia da Escritura é de
interpretação privada", (I Pd 1:21) e que, é necessário que
permitamos que ela mesma seja quem nos revele passo a passo o significado de
seus símbolos.
A priori, deve-se dizer que a identificação desse
poder não pode ser feita de maneira arbitrária. A besta que emerge do mar deve
ser interpretada sobre o pano de fundo das profecias de Daniel, as quais
apresentam uma sequência das grandes potências mundiais desde a Babilônia até a
manifestação do anticristo. Em segundo lugar, deve-se ter em mente que a
profecia não está falando de pessoas, pois animais são símbolos de reinos e a
besta é um animal. Então o anticristo não é um indivíduo e sim um poder que
está em oposição a Cristo e a Seu povo. Ver Daniel 7:17 e 23.
O ANTICRISTO SERIA UM PERSONAGEM
DE ORIGEM CRISTÃ
Comecemos nossa análise com uma relevante
declaração do apóstolo Paulo concernente ao anticristo: "Ninguém de nenhum
modo vos engane, porque isto não acontecerá sem que primeiro venha a apostasia,
e seja revelado o homem da iniqüidade, o filho da perdição, o qual se opõe e se
levanta contra tudo que se chama Deus, ou objeto de culto, “a ponto de assentar-se no santuário de Deus,
ostentando-se como se fosse o próprio Deus." II Tessalonicenses 2:3 e
4. "Isto não acontecerá sem que primeiro venha a apostasia". A
que se refere o apóstolo? Mediante a leitura dos dois versos precedentes, observa-se que a referência é à
volta de Jesus; isto é, Cristo não virá sem que antes ocorra a apostasia, cujo
resultado é o aparecimento do poder denominado de "homem da
iniqüidade" e "filho da perdição". Apostasia é o afastamento da
verdade; portanto, a Igreja de Cristo deveria experimentar um declínio
espiritual. Isso resultaria no surgimento do anticristo que se estabeleceria no
santuário de Deus. Paulo não está falando aqui de um templo literal, mas do próprio
Cristianismo.
Vejamos o que ele mesmo escreveu em Efésios 2:20 e
21: "Edificados
sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo Ele mesmo, Cristo Jesus, a
pedra angular; no qual todo edifício, bem ajustado, cresce para santuário dedicado ao Senhor." Assim, Paulo
estava prevendo que uma apostasia generalizada promoveria o advento de um poder
que se estabeleceria dentro da própria Igreja Cristã, querendo ocupar a posição
de Deus na terra. Com essas informações em mente, debrucemo-nos sobre o livro
de Apocalipse e vejamos o que mais é dito acerca desse poder.
R E S U M O
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Vinda de Cristo: Após a apostasia.
|
Apostasia: Afastamento da
verdade.
|
Santuário: Igreja Cristã.
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Conclusão: O afastamento do verdadeiro
ensino da palavra de Deus, promoveria o advento de um poder que se
estabeleceria dentro da própria Igreja Cristã.
|
A BESTA QUE EMERGE DO MAR E O
ANTICRISTO.
"Vi
emergir do mar uma besta, que tinha dez chifres e sete
cabeças e, sobre os chifres, dez diademas e, sobre as cabeças, nomes
de blasfêmia. A besta que vi era semelhante a leopardo, com pés como de
urso, e boca como boca de leão. E deu-lhe o dragão o seu poder, o seu trono
e grande autoridade." Apocalipse 13:1 e 2.
Esse verso possui uma
abundância de detalhes que muito pode nos auxiliar na identificação do
anticristo. Tentemos decodificá-lo:
a) Em linguagem
profética, “besta” é símbolo de um poder ou reino. Por exemplo: Daniel
7:17 e 23 fala de quatro bestas que são símbolos dos impérios de Babilônia,
Medo-Pérsia, Grécia e Roma. Outro exemplo: Daniel 8:20 e 21, onde o carneiro de
dois chifres representa os reis dos medos e dos persas, e o bode, a Grécia.
b) Mar representa
multidões (Apocalipse 17:15) e parece ser um símbolo do velho mundo
euro-asiático (Daniel 7:2).
c) As dez pontas
são os reinos bárbaros que surgiram da eclosão do Império Romano, em 476.
(Daniel 7:24; Apocalipse 17:12).
d) Os diademas (ou
coroas) sobre os chifres, parecem significar que o enfoque da profecia é o
mundo pós-romano, ou seja, posterior a 476 A.D..
e) As referências ao leopardo,
ao urso e ao leão nos remetem para a visão de Daniel 7. Ali é
dado um esboço da História Mundial desde a Babilônia (leão), passando
pela Medo-Pérsia (urso), pela Grécia (leopardo), até chegar ao animal
terrível e espantoso (símbolo de Roma), com seus dez chifres (os países
europeus). Depois aparece uma ponta pequena, cujas características são
impressionantemente semelhantes às da besta de Apocalipse 13. Em Daniel 7,
aparece ainda a seguinte declaração: "Quanto aos
outros animais, foi-lhe tirado domínio; todavia foi-lhes dada prolongação de
vida por um prazo e um tempo." Daniel 7:12. O texto diz que
seria dada prolongação de vida ao leão, ao urso e ao leopardo. É por isso que
elementos desses três animais constam na besta de Apocalipse, o que parece
indicar que certas características da religião e da cultura dessas antigas
civilizações seriam transmitidas de uma para a outra até desembocar no poderio
representado pela besta. Como foi que isso se deu?
A primeira manifestação
de espírito rebelde a Deus no mundo pós-diluviano foi a construção da Torre de
Babel. Ali, por intervenção divina, surgiu a diversidade de línguas na terra e
os homens se espalharam pelos vários continentes. Ver Gênesis 11:1-9. Em torno
das ruínas dessa torre, foi edificada a cidade de Babilônia, que em pouco tempo
se transformou numa das maiores cidades da época, centro econômico, religioso e
cultural. Foi grandemente embelezada ao tempo do reinado de Nabucodonosor
(Daniel 4:29 e 30). Foi a capital do mundo durante o apogeu do Segundo Império
Caldeu (605 A.C. – 539 A.C.) e mesmo durante os domínios persa (539 A.C. – 331
A.C.) e macedônico, neste último enquanto Alexandre esteve à frente da Grécia,
não deixou de ser a rainha da terra.
"A Macedônia tornou-se, então, o centro
de um vasto Império, o maior até então formado, e somente superado em extensão
pelo Império Romano, séculos mais tarde. A capital foi localizada em
Babilônia." (AQUINO, DENIZE e OSCAR, op. cit., pág. 217). Com o
desmembramento do Império Grego (Daniel 7:6; 8:8 e 22; 11:4), a importância de
Babilônia decaiu e no tocante ao culto, outra cidade tomou-lhe o lugar,
Pérgamo. Na verdade, foram os elementos da cultura e religião mesopotâmicas que
foram transportados para Pérgamo. A impiedade da terra, antes retratada como
residindo em Babilônia (Zacarias 5:5-11), passa a ser focalizada em conexão com
Pérgamo. Na carta dirigida aos cristãos de Pérgamo, é dito: "Conheço o
lugar que habitas, onde está o trono de Satanás, e que conservas o Meu
nome, e não negaste a Minha fé, ainda nos dias de Antipas, Minha testemunha,
Meu fiel, o qual foi morto entre vós, onde Satanás habita." Apocalipse
2:13. Em Pérgamo, estava localizado o grandioso altar de Zeus Olímpico, o
principal dos deuses greco-romanos e isso parece ter inspirado essa afirmação
quanto ao trono de Satanás. De fato, Pérgamo se tornou a substituta de
Babilônia. Por fim, com a expansão romana, as idéias religiosas do Oriente se
introduziram no Império e Roma tomou o lugar de Pérgamo, tornando-se o centro
da falsa religião (Apocalipse 13:1 e 2; 17:9). Não é à toa que muitos vêem na
Babilônia de I Pedro 5:13, um pseudônimo de Roma. Observe também que Babilônia
é novamente enfocada em Apocalipse: capítulos 14:8; 16:19; 17:5; 18:2, 10 e 21.
Há um detalhe na
descrição da besta que nos permite identificar a sede deste poder. O verso 1,
nos diz que besta tinha sete cabeças, que segundo o cap. 17:9 de Apocalipse
significam sete montes.
Os comentários católicos
das Bíblias do Pontifício Instituto Bíblico de Roma e a Bíblia de Jerusalém
sobre Ap 12:1,2; 17:1,3 informam que os sete montes identificam a cidade de
Roma. Portanto, o anticristo deve ser um poderio sediado em Roma, que emergiria
no cenário europeu depois da queda do Império Romano e subsequente invasão das
tribos bárbaras. Deveria ser uma estrutura que acomodaria dentro de si
elementos babilônicos, persas e gregos. Já consegue distinguir a identidade
desse poder? Se não, continuemos a nossa investigação.
A profecia diz também que
a besta recebeu do Dragão de Apocalipse 12 “o seu poder, o seu trono e grande poderio (Ap 13:2). Visto ser
o dragão um símbolo tanto de Satanás quanto do Império Romano, a besta deve ser
um poderio que recebe daqueles seu trono: receber o trono de Satanás parece
indicar a recepção do suposto domínio daquele que ainda se diz "príncipe
deste mundo". Devemos ter em mente que a Bíblia diz que o mundo jaz no
Maligno. Ver I João 5:19. Receber o trono do Império Romano parece significar a
recepção de sua sede, ROMA. Historicamente há um só poder que recebeu a sede e
a autoridade da Roma dos césares, tal como havia sido profetizado, e este é
ROMA PAPAL. Roma era de longe a maior cidade do Ocidente. Reverenciada como a
“Cidade Eterna”, pulsava com tremendo poder e mistério. A maior parte de seu
formidável prestígio secular foi herdada pelo papa romano. O simples fato de
ser o papa de Roma, provia-lhe enorme influência.
Adicionalmente, o
imperador Constantino contribuiu vigorosamente para o prestígio papal ao deixar
a Itália em 330 e fundar Constantinopla (hoje Istambul), estabelecendo-a como a
nova capital do Império. Constantinopla distava c. de 1 300 km a leste. Segundo
a expressão frequentemente mencionada do exuberante cardeal britânico do século
XIX Henry Edward Manning, O abandono de Roma representou a “liberação” dos pontífices. Acrescenta o cardeal
Manning que, com o passar do tempo,
“os pontífices encontravam-se sozinhos; eram a fonte de ordem, paz, lei e
segurança” na Europa Ocidental.
Muitos outros
imperadores, além de Constantino, também concederam ou ofereceram poder ao
papado. Passo a passo, o Império Romano (o dragão) efetivamente deu o seu
poder, trono e grande autoridade à Igreja Católica (a besta Semelhante ao
leopardo). O clímax ocorreu em 538, quando os exércitos do Império expulsaram
os arianos ostrogodos de Roma.
Sobre esse processo de
formação do poder papal, a escritora Ellen G. White, comenta:
“No sexto século tornou-se o
papado firmemente estabelecido. Fixou-se a sede de seu poderio na cidade
imperial e declarou-se ser o bispo de Roma a cabeça de toda a Igreja. O
paganismo cedera lugar ao papado. O dragão dera à besta o seu poder, e o trono,
e grande poderio”. (O Grande Conflito, p. 52).
PODER PERSEGUIDOR E BLASFEMO
"Foi-lhe dada uma boca que proferia arrogâncias
e blasfêmias, e autoridade para agir quarenta e dois meses; e abriu
a sua boca em blasfêmias contra Deus, para Lhe difamar o nome e difamar o
tabernáculo, a saber, os que habitam no céu." Apocalipse 13:5 e 6.
Esses quarenta e dois meses são idênticos a um
tempo, dois tempos e metade de um tempo (Daniel 7:25; 12:7; Apocalipse 12:14) e
aos mil duzentos e sessenta dias (Apocalipse 11:3; 12:6) e representam mil
duzentos e sessenta anos, pois em profecias um dia vale um ano:
"Segundo o número dos dias em que
espiastes a terra, quarenta dias, cada
dia representando um ano, levareis sobre vós as vossas iniqüidades
quarenta anos, e tereis experiência do Meu desagrado." Números 14:34.
"Quando tiveres cumprido
estes dias, deitar-te-ás sobre o teu lado direito, e levarás sobre ti a
iniqüidade da casa de Judá. Quarenta dias te dei, cada dia por um ano. Voltarás, pois, o teu rosto para o cerco de
Jerusalém com o teu braço descoberto, e profetizarás contra ela". Ezequiel
4:6 e 7.
A transformação dos
quarenta e dois meses para os mil duzentos e sessenta dias é fácil, desde que
se tome um mês composto de exatamente trinta dias. A História demonstra que
esses 42 meses proféticos ou 1260 dias proféticos (1 260 anos literais)
começaram em 538 e termina em 1798. Isso se dá pelos seguintes motivos:
LOCALIZAÇÃO DOS 1.260 ANOS NA
HISTÓRIA MUNDIAL
|
1º) A ponta pequena de Daniel
7 só poderia atuar depois do aparecimento dos dez chifres e da
subseqüente queda de três deles (Daniel 7:8, 20 e 24). Roma Imperial caiu
definitivamente em 476 A.D. (isso no que diz respeito à parte ocidental, pois
a parte oriental ainda sobreviveu por cerca de mil anos). Dos reinos bárbaros
que emergiram da desintegração de Roma, um (o dos hérulos) desapareceu ainda
no quinto século e os outros dois (os vândalos e os ostrogodos) desapareceram
no século seguinte. Portanto, a atuação da ponta pequena, bem como da besta,
deveria se estender do sexto século ao décimo oitavo.
|
2º) A profecia faz referência a um possível
cativeiro da besta em Apocalipse 13: 9 e 10: "Se alguém tem ouvidos ouça. Se alguém leva para cativeiro, para cativeiro vai, Se alguém
matar à espada, necessário é que seja morto à espada. Aqui está a perseverança
e a fidelidade dos santos". É evidente que a profecia parece
estar fazendo referência à derrota final da besta, descrita em Apocalipse
19:20 e 21, mas isso não descarta um possível juízo parcial de Deus, visto
que a profecia faz menção a uma ferida mortal que seria curada (Apocalipse
13:3). No século dezoito, mais precisamente em 1798 A.D., o Papa Pio VI foi
aprisionado pelo general francês Berthier. Voltando mil duzentos e sessenta anos
no tempo, chegamos ao ano 538, quando, segundo se informa, os ostrogodos
foram derrotados pelos exércitos bizantinos. A partir desse ano, o bispado de
Roma ficou livre de entraves para atuar e pôde exercer sua supremacia de mil
duzentos e sessenta anos.
|
3º) Foi no século sexto que a França passou a
proteger o bispado romano e isso perdurou em maior ou menor grau até os
derradeiros anos do século dezoito, quando a França retirou o seu apoio ao
Catolicismo. Tendo em vista essas considerações, a interpretação que coloca
esse período de tempo profético entre 538 A.D. e 1798 A.D. se afigura como a
mais acertada.
|
A história
registra abundantes atos sanguinários produzidos pelo poder papal durante os 1
260 anos em que legalmente teve poder de perseguir. Por exemplo, os ciclos de
perseguições contra os valdenses, nos vales dos Piemonte.
“O mais negro, porém,
do negro catálogo de crimes, a mais horrível entre as ações diabólicas de todos
os hediondos séculos, foi o massacre de São Bartolomeu. O mundo ainda se
recorda com estremecimento de horror das cenas daquele assalto covardíssimo e
cruel. O rei da França, com quem sacerdotes e prelados romanos insistiram,
sancionou a hedionda obra. Um sino, badalando à noite dobres fúnebres, foi o
sinal para o morticínio. Milhares de protestantes que dormiam tranquilamente em
suas casas, confiando na honra empenhada de seu rei, eram assaltados sem aviso
prévio e assassinados a sangue frio” (Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 272).
BLASFÊMIA CONTRA DEUS.
João predisse que a
natureza desse poder seria blasfemar das coisas santas, de Deus, de Seu nome,
de Seu tabernáculo e dos seres no Céu."E abriu
a sua boca em blasfêmias contra Deus." (Ap 13:5, 6). A que se refere a profecia? Existem muitas
doutrinas que são divulgadas pelo poder em consideração que são consideradas
blasfêmias pelo Senhor. Vejamos algumas:
1) Sua pretensão de perdoar pecados.
O Concílio de Trento (1545-1563) decidiu: “Nosso Senhor Jesus Cristo, quando estava
para ascender da Terra ao céu, deixou os sacerdotes como seus próprios vigários
como governantes e juízes, a quem deviam ser trazidos todos os pecados mortais
em que tenham caído os fiéis de Cristo, para que eles, em virtude do poder das
chaves, possam pronunciar a sentença de remissão ou retenção dos pecados Ele
também ensina que mesmo os sacerdotes envolvidos em pecado mortal exercem como ministros de Cristo a função de
perdoar pecados, em virtude do Espírito Santo concedido na ordenação. E que a
opinião de que esse poder não existe nos maus sacerdotes, é errônea”. – Henry
Denzinger, The Sausos of Catholic Dogma, pp. 275 e 277.
“Não existe ofensa, por mais
grave que seja, que a Igreja não possa perdoar”. – Catecismo da Igreja
Católica, p. 982, 1463.
Depois da ascensão de N. Sr. Jesus, Pedro deixou
bem claro que ele (Pedro) não tinha poder para perdoar pecados, que essa é uma
atribuição de Deus (At 8:20-23). Evidentemente ele conhecia o princípio bíblico
de que só Deus tem poder de perdoar pecados e que quem pretende fazê-lo,
blasfema (Mc 2:7).
2) Nomeou-se “cabeça da igreja”. Cristo é o Cabeça do
corpo da Igreja (Efésios 5:23).
3) Permite que se
ajoelhe diante dele que na Santa Bíblia são um ato de adoração que
corresponde só a Deus. (Atos 10:25 e 26; Apocalipse 19:10; 22:8 e 9).
4) O Papa Leão XIII
escreveu em 20 de junho de 1894: “Nós
(os papas) ocupamos na Terra o lugar do Deus Onipotente”. - A Reunião
da Cristandade, The Great Encyclical Letters of Pop Leo XIII ( Nova Iorque,
Benziger, 1903), p. 304
Agora entendemos melhor o
que quis dizer Paulo quando escreveu na Santa Bíblia que “o homem da
iniquidade, o filho da perdição, “(...) a ponto de assentar-se no Santuário de
Deus, ostentando-se como se fosse o próprio Deus” (2Ts 2:3, 4). Por
isso ele é o anticristo (Anticristo, quer dizer que se põe no lugar de Cristo e
também se opõe a Cristo).
5) O dogma da Infalibilidade
Papal. O Concílio do Vaticano, realizado em 1869 e 1870,
estabeleceu o dogma da infalibilidade papal: significa que quando ele fala
"ex-cathedra", isto é, em função de seu ofício apostólico, o Papa não
erra quando delibera e define solenemente algo em matéria de fé, costume ou
moral. Os dogmas proferidos pelos papas devem ser ser acatadas sem questionamentos,
permanecendo inalteráveis.
6) Dogma da Transubstanciação. Blasfêmia
e arrogância também se unem na prática romana da invocação da bênção sobre a
hóstia, que segundo a Igreja, ela transforma-se literalmente no corpo de
Cristo. Tal crença coloca o sacerdote em plano superior ao do próprio Deus.
“Mas a nossa admiração devia ser
muito maior quando verificamos que, em obediência às palavras de Seus
sacerdotes – Hoc est Corpus Meum (Este é o Meu corpo) – Deus mesmo desce sobre
o altar, e vem onde quer e tantas vezes que eles O invocam e Se coloca em suas
mãos, mesmo que sejam Seus inimigos. E, depois de ter vindo, Ele permanece inteiramente
à disposição deles; [pois] o movem de um lugar para o outro, como lhe apraz.
Assim o sacerdote pode, de certo modo, ser chamado de seu Criador. [...]” (Eugene
Grimm, ed., Dignity and Duties of the Priest (Brooklyn: Redemptorist Fathers,
1927), pp. 26, 27, 32) Citado em Intimidade com Deus. 5º SEE – Comunhão e
Profecia.
Esses são apenas alguns
exemplos de doutrinas anti-escriturísticas que o poder bestial disseminou e nas
quais vasta porção da população mundial crê ainda hoje.
O NÚMERO 666.
Outro
elemento identificador do anticristo aparece em Apocalipse 13:18: "Aqui está a sabedoria. Aquele que tem entendimento,
calcule o número da besta, pois é número de homem. Ora, esse número é seiscentos
e sessenta e seis.". Esse versículo têm causado muito debate
entre os comentaristas. Grande é o número dos que propõem que sua interpretação
esteja relacionada ao título VICARIVS FILII DEI.
Desde que Apocalipse informa que esse é o "número do seu nome" (capítulo
15 verso 2), afigura-se que o valor numérico desse título, atribuído aos
lideres religiosos de Roma, seja a intenção da profecia. Em latim, os números
são letras e a soma dos valores de cada uma das letras desse nome dá 666.
V
|
I
|
C
|
A
|
R
|
I
|
V
|
S
|
|
F
|
I
|
L
|
I
|
I
|
|
D
|
E
|
I
|
|
5
|
1
|
100
|
---
|
---
|
1
|
5
|
---
|
|
---
|
1
|
50
|
1
|
1
|
|
500
|
---
|
1
|
666
|
Por outro lado, uma
possível interpretação, que de modo algum exclui necessariamente a primeira,
está baseada no pano de fundo das profecias de Daniel e Apocalipse, bem como de
toda a Bíblia. É dito que 666 é número de homem, o que encontra eco em outras
declarações proféticas com respeito à figura humana. Ver Daniel 2 (a
estátua tem forma humana); 4 (a exaltação de Nabucodonosor); 7:4 e 8.
O número 7 está associado à perfeição, pois a obra criadora de Deus só pôde ser
declarada perfeita após sua conclusão. Esse número está relacionado a Deus e
sua repetição tríplice parece indicar a suprema perfeição. Já o número 6 parece
indicar algo incompleto e humano, pois o homem foi criado no sexto dia. Assim,
666 pode ser uma alusão ao sistema de coisas da terra se contrapondo ao plano
divino, especialmente no aspecto religioso.
A FERIDA MORTAL E A SUA CURA
"Então
vi uma de suas cabeças como golpeada de morte, mas essa ferida mortal foi
curada; e toda a terra se maravilhou, seguindo a besta; e adoraram o dragão
porque deu a sua autoridade à besta; também adoraram a besta, dizendo: Quem é
semelhante à besta? Quem pode pelejar contra ela?" "E adorá-la-ão
todos os que habitam sobre a terra, aqueles cujo nome não foram escritos no
livro da vida do Cordeiro que foi morto, desde a fundação do mundo."
Apocalipse 13:3, 4 e 8.
Esses versos descrevem o
evento ocorrido em 1798 e os turbulentos anos subseqüentes que a instituição
romana enfrentou. Neste ano, ao terminarem os 1 260 anos de poder perseguidor
(538 + 1260 = 1798), como já mencionamos anteriormente, o Papa Pio VI foi
arrastado ao cativeiro e à Igreja Católica foi imposta uma ferida mortal.
Ocorreu exatamente conforme predissera o Apocalipse, cumprindo-se rigorosamente
até mesmo os detalhes.
Durante a Revolução
Francesa, e sob as ordens do revolucionário governo francês, o general
Alexander Berthier proclamou em Roma, aos 15 dias de fevereiro de 1798, que o
Papa supracitado não deveria mais “exercer qualquer função” a partir dessa
data. A despeito da avançada idade do papa e de sua saúde precária (ele já
tinha em torno de 80 anos), foi ele empurrado de um lugar para outro na Itália
e no sul da França, pelos soldados franceses. Morreu na prisão, na
cidade-fortaleza de Valença, em 29 de agosto de 1799.
Cerca de um século mais
tarde, Joseph Rickaby, sacerdote jesuíta, observou que, quando o Papa Pio VI
faleceu como prisioneiro dos franceses em agosto de 1799, “a metade da Europa
pensou... que, junto com o papa morrera também o papado”. O poder temporal do
papa chegou ao fim. Contudo, falando da atuação do anticristo, aquele que
pretende exercer funções exclusivas de Cristo, como perdoar pecados, o apóstolo
Paulo declara que tal personagem permanecerá até ao segundo advento de Cristo (
2 Ts 2:8), o que sugere que a ferida de morte não desfaria o poder dessa
instituição. Ela apenas o deixaria inerte por um tempo.
Na sequência das visões
proféticas, João afirma que a sua “ferida mortal fora
curada; e toda a Terra se maravilhou seguindo a besta” (Ap 13:3). Isso indica que, que quando a “besta”
voltar a ter o apoio dos poderes constituídos e voltar a ser seguida e adorada
em toda a Terra, sua ferida estará restaurada. Se você está conseguindo
visualizar a quem se refere a profecia, por certo enxergará também a gradativa
restauração da influência desse poder. Essa
cabeça é que tem formulado as doutrinas anteriormente mencionadas e que as tem
promovido pelo mundo afora. Foi ela que experimentou uma queda abrupta de sua
influência e que está hoje pouco a pouco a restaurá-la.
A cura da ferida mortal
começou a sua cura em 1929 quando Benito Mussolini assinou a célebre concordata
com o papado, dando-lhe os 44 hectares que hoje constituem a Cidade-Estado do
Vaticano encravado na cidade de Roma, recuperando parcialmente o poder temporal
dos papas. Dessa ocasião em diante, o papado se transformou em um poder
internacional, reconhecido em toda parte como a preeminente força moral na
sociedade moderna.
As reformas processuais
votadas no Concílio Vaticano II, em 1966, muito contribuíram para restaurar a
influência católica no mundo. Alterou a liturgia, abriu a guarda para o
ecumenismo e a renovação carismática. Começou a tomar fôlego. Mas as mudanças
que lhe devolveriam a posição de centro no mundo seriam tomadas pelo papa
polonês João Paulo II.
Desde o início de seu
pontificado o Papa João Paulo II viajou mais de 100 países, andou mais de um
milhão de quilômetro e sendo aclamado por multidões, inclusive em países
protestantes como o EUA, e em outros países do então bloco socialista. Conseguiu
aproximar da Igreja muitos de seus inimigos históricos. Por meio de documentos
assinados por seu punho, encíclicas e missas especiais, ele tratou feridas
milenares e rompeu barreiras que separavam os católicos dos protestantes,
judeus, islâmicos, ortodoxos e anglicanos.
O profeta João reitera: “E adoraram-na todos
os que habitam sobre a terra, esses cujos nomes não estão escritos no livro da
vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo” (Apocalipse 13:8). Nisso
ele está falando de um grupo de pessoas que prefere seguir os ensinos da “besta”
a seguir as orientações da Palavra de Deus. Essa cura da ferida, portanto, é um
fato previsto para os últimos dias. Como vimos, essa cura já começou, mas a
cura completa ainda está no futuro. Essa cura significa a retomada de seu
culto, a restauração de seu prestígio e autoridade sobre as nações.
Caro amigo, a nossa
oração é para que você enxergue o mais rápido possível o cumprimento dessa
importante profecia e rompa todo laço com esse poder apóstata. Lembre-se: quem
adora a besta também adora o dragão e rejeita o Cordeiro. Que Deus o ajude a se
desligar de qualquer relação com o homem da iniquidade e assim se preparar
melhor para o encontro com Jesus! Que Deus o abençoe!
Referências Bibliográficas:
MAXWELL, C. Mervyn. Uma Nova Era Segundo as
Profecias do Apocalipse. 3ª ed. Tatuí, São Paulo, CPB, 2002.
GONZALEZ, Vilmar Emílio. Comentário sobre os Livros
de DANIEL e APOCALIPSE. 3ª Ed. Salvador, BA, Gráfica Monte Sinai, 1998.
Intimidade com Deus. 5º SEE – Comunhão e Profecia.
Seminário e Jornada Juntos, 2014.
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