Peter
P. Goldschmidt
Na Bíblia, o primeiro
dia da semana, ao qual chamamos de Domingo, é mencionado somente oito vezes.
As quatro primeiras
são:
Mateus 28:1, Marcos
16:1-2, Lucas 24:1, João 20:1.
Estas passagens dizem a
mesma coisa sobre o mesmo assunto: que as mulheres foram ao sepulcro, no
primeiro dia da semana para ungir o corpo de Jesus. Em nenhuma delas há qualquer referência à
santidade do Domingo ou a santidade do dia da ressurreição de Cristo.
Jesus guardou o Sábado
até na morte. Morreu na Sexta, descansou no Sábado, e ressuscitou no Domingo.
As outras passagens são
as seguintes:
Marcos 16:9
Fala que Cristo
ressuscitou no primeiro dia da semana e que apareceu para Maria Madalena. Neste
texto também, nada há referente à santidade desse dia.
João
20:19
Diz que os discípulos
estavam trancados em casa, com MEDO dos Judeus.
Vale acrescentar que
eles estavam reunidos desde Sexta-feira. Eles também temiam ser presos e
julgados. Não era uma reunião religiosa.
Atos
20:7
Esta é a primeira
passagem que menciona uma reunião religiosa no primeiro dia da semana, o
Domingo. Paulo estava em Trôade há sete dias e iria partir para continuar sua
viagem no dia seguinte, a fim de dar as últimas mensagens.
Por isso, convocou a
reunião com os Cristãos. Não existe nada neste verso sobre a santidade do
Domingo ou coisa que se assemelhe a isso.
Era uma reunião
religiosa, como a que hoje fazemos aos Domingos à noite, às Terças ou
Quartas-feiras. O fato de nos reunirmos nesse dia não o torna mais ou menos
santo.
1
Coríntios 16:2
Este verso diz que o
primeiro dia da semana era o dia destinado à separação das coisas que iriam ser
doadas aos necessitados. Note que o apóstolo ia de casa em casa fazer a coleta.
Não era um dia de reunião, nem era considerado sagrado.
Então, como vemos, não
há nada nessas oito citações bíblicas que contenha algum mandamento indicando a
guarda do primeiro dia no lugar do Sábado.
Não há nada que fale da
santidade do dia da ressurreição ou que deveríamos guardar o Domingo de alguma
forma. E também não há nada que anule qualquer um dos Dez Mandamentos.
Então, repito a
pergunta: Se Jesus tivesse a intenção de mudar algum dos mandamentos, será que
Ele não teria dito isso claramente?
Teria ele se
“esquecido” de um assunto desta importância e deixado a ordem apenas nas
entrelinhas?
Se acreditamos na
Bíblia como fonte de toda verdade sobre Deus e Sua vontade, chegamos à
conclusão de que nada foi dito ou escrito no sentido de provocar uma mudança do
dia de guarda do sétimo dia, O SÁBADO, para o primeiro dia, O DOMINGO.
Além do mais, Cristo
afirmou que sua Lei não mudaria, e que Ele veio cumpri-la mas não revogá-la.
“Não penseis que vim
revogar a Lei ou os profetas; não vim para revogar, vim para cumprir. Porque em
verdade vos digo: até que o céu e a terra passem, nem um i ou um til jamais
passará da Lei, até que tudo se cumpra.” (Mateus 5:17, 18)
Então, chegamos a uma
pergunta crucial: Quem, quando, como, e com que autoridade mudou o Santo Dia do
Senhor DO Sábado PARA o Domingo?
A
Mudança
O primeiro dia da
semana era considerado, pelos antigos Babilônicos, como dia de culto ao Sol.
No ano de 274 depois de
Cristo, o Imperador romano Aureliano adotou o culto ao Sol como religião
oficial. O imperador instituiu o primeiro dia da semana, o Domingo, como o venerável
dia do Sol, ou DIES SOLIS no Latim.
Ainda hoje, em algumas
línguas, o Domingo mostra suas origens: SUNDAY (em Inglês) e SOONTAG (em Alemão)
querem dizer “Dia do Sol”. Sábado em Hebraico quer dizer “descanso”.
Em 321 D.C, o Imperador
Constantino, baixou um decreto obrigando a todos os que viviam sob seus
domínios a honrar o dia do Sol:
“Que os juízes e o povo
das cidades, bem como os comerciantes, repousem no venerável dia do Sol. Aos
moradores dos campos, porém, conceda-se atender, livre e desembaraçadamente,
aos cuidados da lavoura”
Convém lembrar que,
desde aproximadamente o ano 100 D.C, a religião Cristã era veementemente
perseguida por Roma, e que centenas de milhares perderam suas vidas defendendo
e provando sua fé diante dos leões e das labaredas de fogo.
Esta perseguição só
teve fim com a “conversão” do imperador Constantino ao Cristianismo.
Esta “conversão”
política tinha o claro objetivo de apaziguar as perseguições, bem como o de
conceder poder à ascendente e poderosa religião Cristã.
Nessa ocasião, muitos
dos costumes da religião oficial de Roma, o culto ao Sol, foram mescladas ao
Cristianismo com o objetivo de atingir mais facilmente os pagãos.
Um desses costumes foi
a guarda do Domingo junto com a do Sábado, ou seja, a criação do nosso final de
semana.
Tiveram origem, a
partir dessa data, várias festas religiosas, que utilizaram motivos e datas
pagãos, para converter os incrédulos, mais facilmente, como por exemplo:
A Páscoa Cristã no
lugar do ritual de fertilidade
O Natal de Jesus no
lugar do sostício de outono.
Cerca de 40 anos mais
tarde, a Igreja Cristã, já mais poderosa e organizada, através de seus Bispos,
realizou o Concílio de Laodicéia, onde, oficialmente e sem nenhuma intervenção
Divina, mudou o Santo dia de guarda do Sábado para o Domingo:
“Os cristãos não devem
judaizar, ou estar ociosos no Sábado, mas trabalharão nesse dia; o dia do
Senhor (Domingo), entretanto, honrarão especialmente, e, como Cristãos, não
devem, se possível, fazer qualquer trabalho nele. Se, porém, forem achados
judaizando, serão separados de Cristo.” (Cânon 29, do Concílio de Laodicéia, em
364 d.C.).
Este surpreendente
decreto nos apresenta duas verdades:
A primeira é que, ao
contrário do que muitos afirmam, o Sábado era observado e honrado pelos
Cristãos até o quarto século depois de Cristo. Se não fosse o caso, não haveria
necessidade de um decreto para desobrigá-lo.
A segunda verdade é que
não houve qualquer base bíblica para a mudança do dia de adoração. O objetivo
aqui era que os Cristãos não fizessem nada que lembrasse o Judaísmo, ou seja, o
povo que matou o Senhor Jesus Cristo.
Este ato revela o
grande sentimento antissemita vigente na época, e a ânsia, a qualquer preço, de
distinguir os Cristãos desse povo. Notem que a ordem do concílio é guardar o
Domingo “se possível”, enquanto é bem enérgico em dizer que quem guardar o
Sábado “será separado de Cristo”.
Como vemos, a mudança
foi gradativa do Sábado verdadeiro para o Domingo. Foi também forçada e sem
qualquer base nas Escrituras.
Veja o que disse o
Cardeal Gibbons, arcebispo de Baltimore e primaz da Igreja Católica nos Estados
Unidos:
“Podereis ler a Bíblia
de Gênesis ao Apocalipse, e não encontrareis uma única linha que autorize a
santificação do Domingo. As escrituras ordenam a observância religiosa do
Sábado, dia que nós nunca observamos.”
Faith of our fathers, Pg. 89, 1896.
Nunca foi da vontade de
Deus que sua Santa Lei fosse revogada e reescrita, embora esses atos humanos já
fossem previstos tanto no Novo, como no Velho Testamento:
“Eu sei que, depois da
minha partida, entre vós penetrarão lobos vorazes, que não pouparão o rebanho.
E que, dentre vós mesmos, se levantarão homens falando coisas pervertidas para
arrastar os discípulos atrás deles.” (Atos 20.29-30)
“Todo aquele que nega o
Filho, esse não tem o Pai; aquele que confessa o Filho tem igualmente o Pai.
Permaneça em vós o que ouvistes desde o princípio. Se em vós permanecer o que
desde o princípio ouvistes, também permanecereis vós no Filho e no Pai.” (I
João 2.23-24)
“Proferirá palavras
contra o Altíssimo, magoará os santos do Altíssimo, e cuidará em mudar os
tempos e a Lei; e os santos lhe serão entregues por um tempo, dois tempos e
metade de um tempo.” (Daniel 7.25)
“O exército lhe foi
entregue, com o sacrifício diário, por causa das transgressões; e deitou por
terra a verdade; e o que fez prosperou.” (Daniel 8:12).
Fonte: Sábado, o Selo
de Deus (5º Capítulo)
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