RESPOSTA A UM PASTOR SOBRE SÁBADOS E DOMINGOS, SEGUNDO AS ESCRITURAS
Waldecy Antonio Simões
“A guarda do sábado foi substituída pela guarda do domingo, pois
foi no domingo que Cristo ressuscitou, e os seus discípulos a partir dali
passaram a guardar o domingo como dia de adoração”.
Escrevi, retrucando a ele que
se houvesse um só preceito no Evangelho que nos ensinasse que o sábado foi
abolido dos Dez Mandamentos, em Êxodo, 20, que me mostrasse, pois eu não
encontrei nada igual. Além disso, o dia
da ressurreição de Jesus foi bem menos importante que a Morte. Pela morte e
pelo sangue de Jesus fomos redimidos, e não por sua ressurreição. Isso está
bastante repetido tanto no Evangelho e até em Isaías, 53.5. Eis a resposta do
pastor Daniel:
“Prezado irmão, a história da igreja revela o fato de os
cristãos terem adotado o domingo, que era chamado de "primeiro dia da
semana" para se congregarem para cultuar a Deus. Veja o preceito abaixo:
“E no primeiro dia da semana,
ajuntando-se os discípulos para partir o pão, Paulo, que havia de partir no dia
seguinte, falava com eles; e prolongou a prática até à meia-noite”. Atos, 20.7.
Respondi a ele que o partir do
pão ali, não significava um tipo de missa que temos hoje, por vários motivos:
Primeiro temos de considerar que
se fosse uma reunião de relembrar o sacrifício de Jesus, Paulo teria citado o
vinho, pois não pode haver pão sem o vinho. O próprio Paulo, em I Coríntios,
11.28, quando descreve uma reunião, esta sim, para relembrar o sacrifício de
Jesus, se refere, também ao vinho.
Segundo, temos de considerar
que não era somente aos domingos que os cristãos partiam o pão. Eles partiam o
pão todos os dias e de casa em casa, segundo o preceito colocado mais abaixo.
Partir o pão naquela época significava a distribuição entre de bens dos que
tinham mais aos que tinham menos. Tratava-se de reuniões da caridade.
Perseveraram na doutrina dos apóstolos, nas
reuniões comuns, na fração do pão e nas orações. Toda gente estava com temor. Atos dos Apóstolos, 2. 42.
Vejamos Paulo se comunicando
com a Igreja:
“No primeiro dia da semana, cada um de vos
ponha de parte, em casa, conforme a
sua prosperidade, e vá juntando para que não se faça coleta quando eu tiver
chegado. Enviarei, por carta, para que sejam levadas as vossas dádivas à
Jerusalém, aos que necessitam”. I Carta aos Coríntios, 16.1 a 3.
Principalmente
os padres veem aqui, em conjunto com Atos, 20.7, um tipo de missa, mas não se
tratava do recolhimento de ofertas num tipo de missa, pois Paulo avisa: “Ponham
de parte, em casa”. Cada um teria de
separar, em casa, as coletas, e não
numa reunião de culto.
O
exemplo acima é usado pelos que defendem o domingo, mas esse exemplo lhe sai
pela culatra, pois partir o pão na Igreja Primitiva NÃO significava a distribuição do pão como a atual missa ou a
Eucaristia, pois o apóstolo pede para ajuntarem bens para repartir, no primeiro
dia da semana, pois no sétimo dia não é um dia indicado para ações que requerem
trabalhos que podem ser adiados para o dia seguinte: Além do mais, revela que os cristãos da
Igreja Primitiva partiam o pão de casa
em casa, todos os dias.
Os
cristãos da Igreja Primitiva partiam o pão de casa em casa e não só aos
domingos ou aos sábados, mas em todos os dias.
“Perseveravam
unânimes em oração no templo, PARTIAM O PÃO DE CASA EM CASA e tomavam as suas
refeições com alegria”. Atos, 2.46.
Não era
só no primeiro dia da semana que Paulo recolhia as dádivas:
“Portanto, julguei conveniente recomendar aos
irmãos que me precedessem entre vós e preparassem, de antemão, as vossas
dádivas já anunciadas (...)” II aos Coríntios, 9.5.
“(...) como também aceitastes, com alegria,
dividir o espólio de vossos bens (...)”. Hebreus, 10.34. Partir o pão
dos cristãos da Igreja Primitiva, também era dividir tudo.
Aqui
está bem claro que partir o pão na Igreja primitiva não significava realizar
missas com a atual Eucaristia, mas, sim, obedecer fielmente os preceitos de
Jesus quanto à caridades real, no qual os menos favorecidos eram beneficiados.
Por isso, a alegação de que os apóstolos guardavam o domingo, pois “nesse dia
partiam o pão” é pura enganação para tentar justificar esse erro grave do
catecismo.
Atos,
5, inteiro, há notáveis exemplos, contundentes e esclarecedores, sobre a
divisão do pão entre os primeiros cristãos.
Na
verdade, Paulo pregava todos os dias
e, por isso, as reuniões não tinham de ser necessariamente realizadas aos
sábados ou aos domingos. Mas as inserções em Atos dos Apóstolos 13.14 e 41,
sim, nos revelam claramente que os
cristãos praticavam o culto de
adoração aos sábados, e não apenas reuniões de divisões de bens ou de
partilhas de pão. Todo o exposto, aliado, principalmente, ao preceito em
Mateus, 5.17, invalida qualquer argumento contrário. Disse ao meu pastor que
quem tentar argumentar tal Verdade invocando qualquer tradição não estará
praticando a honestidade.
O
pastor Daniel, então, escreveu-me dizendo que não há um só preceito direto no
Evangelho que repita o Mandamento do sábado. Respondi a ele:
Não só o mandamento do sábado
não está explicito colocado de modo direto no Evangelho, mas também,
mandamentos como “Não farás estátuas e ídolos e nem lhes prestará culto”, mas
esses dois mandamentos eram tão obrigatórios, que tanto os cristãos quanto os judeus
os observavam com tanto apego e ênfase que não foi necessário “martelar” sobre
os dois, tal como foram repetidos os preceitos não adulterar, amar o irmão e
assim por diante. No mais, o Mandamento do santo sábado está intrínseco no
Evangelho, pois revela claramente que Jesus guardou o sábado e também toda a
Igreja Primitiva, cujos preceitos afins estão colocados mais abaixo. Pra
completar, para o cristão não há só o Evangelho, de outra forma a nossa Bíblia seria
impressa sem o Antigo Testamento, e Jesus não teria, por tantas vezes citado os
antigos profetas e não teria aparecido no monte junto com dois dos maiores
profetas do Antigo Testamento: Elias e Moisés, o mesmo profeta dos Dez Mandamentos
(Lucas, 9.30).
Meu amado pastor Daniel. Muito
obrigado sempre por me atender. Tenho, por todos esses dias desse novembro,
buscado e rebuscado as Escrituras, tanto a Nova quanto a Antiga, para tentar
entender o que aconteceu com o sábado do Senhor e se existe alguma
possibilidade de eu encontrar pelo menos um preceito direto e esclarecedor que
possa indicar, com segurança, que Jesus trocou o sábado pelo domingo. Mas está
muito difícil. Jamais isso será possível, percebi.
Bem, o amado pastor Daniel deve
concordar Senhor Deus, segundo Gênesis, estabeleceu o Sétimo Dia como dia universal
de descanso e como um dia santo e abençoado. Não é isso?
“E, havendo Deus terminado a sua obra no sétimo dia, que fizera,
descansou nesse dia de toda a obra que tinha feito. E
abençoou Deus o sétimo dia, porque nele descansou de toda a obra que, como
Criador, fizera”. Gênesis, 2.1.
O Criador, dando o exemplo ao
descansar, instituiu um dia de descanso aos homens entre os sete dias da
semana. O Criador construiu esse dia para que o homem pudesse descansar, mas ao
mesmo tempo santificou esse dia como sendo um Sinal entre ele e o homem.
“Dei-lhes meus estatutos e lhes fiz
conhecer os meus juízos, os quais, cumprindo-os, o homem viverá por eles. Também lhes dei os meus sábados, para
servir de sinal entre mim e eles, para que soubessem que eu, o Senhor, os
santifica”. (santifica os sábados)
Ezequiel, 20. 11 e 12.
Ora, no
Evangelho do Espírito Santo de Deus está legitimado, repetidamente, o preceito
de que o Senhor não faz distinção de pessoas, então, se não faz, esse preceito
não foi instituído somente para os judeus, pois se fosse “coisa de judeus”, nós
teríamos de passar a abominar os Salmos, Isaías, Gênesis, Malaquias, pois
seriam, também, “coisas de judeus” e Jesus não poderia ter citado tantas vezes
os profetas antigos. Então, esse preceito é Universal: o santo e abençoado
sábado AINDA é um Sinal entre o Senhor e a Humanidade, queiram ou não!
Não encontrei registros
bíblicos que mostrassem que as primeiras gerações, em Gênesis, santificavam os
sábados, mas entende-se que os que amavam ao Senhor, se espelhassem nele, pois
pelo menos no deserto, antes de Moisés receber as tábuas da Lei, vê-se,
claramente, que os israelitas já santificavam os sábados (não se sabe havia
quanto tempo), preceito que deve ter si observado quando ainda se chamavam
hebreus:
“Seis dias colhereis (maná), mas no sétimo
dia é sábado, nele não haverá”. Êxodo, 15.26. Isso foi antes
do evento Monte Sinai.
Veja um detalhe importante a que cheguei meditando, amado pastor Daniel: Como o Senhor Deus santificou o sábado e o legou aos homens como um Sinal entre ele e o homem, logo, não havia escravismo algum em o homem santificar os sábados, antes e depois do Monte Sinai. Por que hoje, os domingueiros atentam contra o santo e solene sábado afirmando que esse dia escraviza? Não tem lógica alguma. Não tem fundamento bíblico algum, pois quando Paulo citava as leis que escravizavam, que matavam se referia às leis das ordenanças judias, sendo uma delas a dolorosa circuncisão que os Gálatas tentavam impor aos pagãos recém-convertidos, como veremos abaixo, no assunto Gálatas. Vejamos um exemplo claríssimo disto:
As leis que escravizavam, conforme Paulo, nesse caso aqui, a lei
que escravizava era a lei da circuncisão,
dolorosa, se praticada em adultos:
“Para a
liberdade foi que Cristo vos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos
submetais, de novo, ao jugo da escravidão. Eu Paulo, vos digo, que, se vos deixardes circundar, de
Cristo nada se aproveitará”. Gálatas, 5. 1 e 2.
Meu amado pastor Daniel, o senhor não poder negar que aqui está mais que provado que, quando Paulo se referia às leis que escravizavam, que submetia o homem à escravidão eram, mesmo as leis judias das ordenanças das tradições antigas. Está bem claro que JESUS LIVROU os cristãos emergentes desse tipo de escravidão, que nada tem a ver com os Dez Mandamentos! Ora, como poderia qualquer um dos Dez Mandamentos escravizar o homem? Não poder matar a outro escraviza o homem? Ou a partir de Jesus o Cristão o homem “livre do jugo da escravidão” pode matar? Ou será que essa escravidão da qual Jesus nos libertou se dá apenas com o sábado? Ora, por que o sábado escravizaria, se foi criado para ser um Sinal entre o homem e o seu Criador? Como poderia o sábado escravizar, se Paulo se referia ÁS LEIS, e não há uma só lei?
Concluí que se Jesus pregou na cruz os Dez Mandamentos a favor
da liberdade, eu pergunto? Ora, agora eu posso roubar, posso adulterar, posso
tomar o santo Nome do Senhor em falso testemunho; posso construir imagens e
venerá-las? Como poderia Jesus ter excluído o santo e solene sábado a favor da
“liberdade” se ele mesmo o guardou e até toda a Igreja Primitiva, cujos
preceitos claríssimos a respeito dessa verdade estão abaixo colocados?
A respeito disso, li em
pesquisas pela Internet, a colocação do pastor evangélico Orlando Spencer
Boyer, da Assembleia de Deus, comentarista, escritor, pastor, professor e autor
de alguns livros, quando registrou as palavras abaixo sobre os Dez Mandamentos:
"Não se deve pensar que
não existia nada destes mandamentos antes de Moisés. Foram escritos nas mentes e nas consciências dos homens, desde o
princípio”. Pequena Enciclopédia Bíblica, pág. 198
.
No fim desse escrito há várias
colocações de personagens da História sobre o sábado.
Bem, meu amado irmão Daniel,
note que o sábado foi o único dia em que o Senhor abençoou. Não abençoou o
primeiro dia, mas o sétimo dia, e o que o Senhor abençoa essa bênção tem de
permanecer para sempre, pois ele não muda. Esse preceito está bem claro no
Evangelho:
“Toda dádiva e todo dom perfeito vem lá do alto, do Pai das
Luzes, em quem não pode haver variação,
ou sombra de mudanças”. Epístola de Paulo a Tiago,
1.17.
“Porque eu, o SENHOR, não
mudo”. O Senhor Deus imutável, em Malaquias, 3.6.
Portanto, o que o Senhor
realiza está realizado, pois como dizem: Palavra de rei não volta atrás. Com
exemplos disso, quando o Senhor determinou que as dores do parto das mulheres
seriam aumentadas, hoje, depois de todos os séculos passados, isso não mudou,
mesmo tendo Jesus demonstrado muito amor às mulheres. Da mesma fora, hoje, as
pessoas honestas ainda têm de ganhar a vida no suor, mesmo Jesus tendo
demonstrado imensa compaixão por homens e mulheres.
Somente por isso, meu amado
pastor Daniel, se fosse possível concretizar a teoria do afastamento do sétimo
dia abençoado pelo Senhor, teria de estar absolutamente Escrito de modo claro e
repetitivo por vários livros do Evangelho e Jesus não poderia ter dado exemplo
à sua Igreja ao guardar o sábado, pois ao guardá-lo a Igreja Primitiva
continuou a guardá-lo antes e depois da ressurreição de Jesus, como está
absolutamente claro e sem dupla interpretação, em Lucas, 4.16 – Lucas, 23.55 –
Atos 16.13 e Atos, 13.41.
Outro dia, um bispo católico,
se não me engano dom Jayme, quando eu disse a ele que todas as perseguições que
sofreram os apóstolos de Jesus foram todas relatadas no Evangelho, com detalhes,
e se os fariseus fizeram escândalo apenas pelo fato de os apóstolos comerem sem
lavar as mãos, imagine o escândalo que não seria e a revolta com mortes que
poderia acontecer se um só dos apóstolos desrespeitasse os sábados e ensinasse assim
ao povo cristão. Disse então eu ao
bispo, também, que algumas colocações de Paulo foram reprimidas com alto rigor,
desde as cinco vezes em que foi chicoteado até o apedrejamento quase com óbito,
mas que em nenhuma dessas vezes a ira farisaica deu-se pelo fato de Paulo
desrespeitar ou pregar uma só frase contra o sábado. Mas esse bispo, o mesmo das
Apologéticas Católicas (um montão de erros que dá dó, por sinal) numa cara de
pau sem par, respondeu-me que os apóstolos guardavam o domingo em surdina,
exatamente por causa dos fariseus judeus.
Respondi ao bispo até um tanto
irado com tal farisaísmo: “Quando foi que um só dos apóstolos teve medo dos
homens depois de receber as línguas de fogo da iluminação? Ao contrário, os
Atos dos Apóstolos nos mostram, absolutamente claro, que em defesa da Verdade
enfrentavam os reis como realmente enfrentaram. No mais, se a sua teoria
pudesse ter um cunho de verdade, a religião de Jesus teria sido propagada na mentira
e vivida na mentira. Pode?”
Lendo, estudando e meditando,
concluí que se nós pudéssemos honrar aos ídolos e prestar-lhe culto depois de
Jesus Cristo, essa modificação das Dez Leis teria de estar repetidamente
colocada nas escrituras, REVOGANDO as explícitas proibições quanto a isso, da
mesma forma temos de ver o sábado.
Veja, meu amado pastor Daniel, não
existe uma Antiga Lei, primeiro por que Jesus as legitimou no Evangelho, a
começar de Mateus, 5.17 e seguintes (não há como interpretar diferente),
segundo por que a cerimônia da entrega aos homens dos Dez Mandamentos foi
antecedida de diversos aspectos que fizeram dessa entrega divina um evento de
grandiosidade sem par, pois foi o próprio Criador o Personagem Maior desse
evento e o resultado desse ato santo por certo é válido para sempre, pelo menos
até a Consumação dos Séculos. O Senhor nos outorgou, pessoalmente, a Dez Leis. O
Senhor Grandioso se apresentou ao homem, sua Criação, e COMO O FOGO DE SEU
OLHAR, ESCREVEU OS DEZ MANDAMENTOS na rocha e entregou-os aos homens POR DUAS
VEZES.
Veja, meu amado pastor, isso
não parece e nem pode ser, de modo algum, coisa provisória, pois o resultado do
Monte Sinai foi depositado na Arca da Aliança, que de tão importante para o
Senhor Deus foi enfeitada com dois grandes querubins de ouro como se fossem os
guardiões divinos dela, e ela e vai surgir no Céu no dia da Volta de Jesus,
como está abaixo colocado. Para
recebê-las, Moisés teve de jejuar por 40 dias, em oração. Depois de quebrar as
tábuas, teve novamente de jejuar por 40 dias antes de recebê-las, novamente,
das mãos de Deus. Por isso tudo, não há como as Dez Leis “ficarem velhas”,
“obsoletas” ou “caducas”, ou mesmo “pregadas na cruz com Jesus”, a maior das
asneiras que já ouvi neste nosso mundo, senão os Salmos estariam velhos e
caducos; Isaías estaria velho, assim como Daniel, Gênesis e Malaquias estariam velhos
e ultrapassados.
Prezado irmão Waldecy, Mt.5:17 diz que JESUS é quem veio cumprir a
lei, e na seqüência do texto Jesus não menciona o sábado. Jesus realmente
cumpriu toda a lei, estabelecendo o fim da Velha Aliança...
Depois de muito meditar sobre
esse preceito acima, creio que posso dizer: Cuidado meu amado pastor. Creio que
não deve escrever ou ensinar coisas que não têm certeza e coisas que afetem a
legitimidade do que o Senhor Deus nos repassou por Jesus. Se o senhor ler Mateus,
5.17 e seguintes, que constituiu um dos primeiros recados que Jesus, vai ver
que está errado. Ali, no recado de
Cristo a todos, Jesus NÃO estava
estabelecendo o fim da Velha Aliança, mas estava CONFIRMANDO esse Legado de Deus, com todas as palavras, com todas
as letras e com todas as vírgulas, ainda o Único Mandamento abençoado e nomeado
de Santo e Solene e ainda o Mandamento mais extenso em Palavras.
Simão Pedro, que falava pelo
Espírito Santo de Deus, após receber as línguas de fogo da sabedoria,
discursava ao povo em geral, revelando que TODOS nós somos herdeiros das
obrigações e das promessas do Senhor:
“E todos os profetas, a começar por Samuel, assim como todos os
que depois falaram, também anunciaram estes dias. Vós sois os filhos dos profetas
e da aliança que Deus estabeleceu com vossos pais, dizendo a Abraão:
Na tua descendência serão abençoadas
todas as nações da Terra”. Atos dos Apóstolos, 3.24 e 25.
“(...) Assim,
já não sois estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos, e sois da
família de Deus (...)”.
Efésios, 2.19.
Então, amado pastor, por esse
verso acima podemos entender, facilmente, que nesse momento Simão Pedro pregava
ao povo, e faziam parte desse povo os filhos de várias nações da Terra, tal
como os partos, os medos, os judeus, os egípcios, os homens da Mesopotâmia, da
Capadócia, da Frigia, da Líbia, de Cirene, de Creta, da Arábia e de Roma, aos
quais os discípulos de Jesus tentavam converter à Nova Religião de Jesus. Ver Atos dos Apóstolos, 2.9, no qual nos
revela que quando Pedro falava, se dirigia a todos, a todo o mundo, e não só
aos israelitas, por isso mesmo, sendo nós os herdeiros dos israelitas, herdamos
as bênçãos com também as obrigações, no caso mais específico os Dez
Mandamentos, no qual se insere, solenemente, o sábado tão insistido por Deus na
santificação desse dia. Mesmo porque, para Deus, somos todos iguais:
Pedro, então, tomou a palavra e disse: “Em
verdade Deus não faz distinção das pessoas (...)”. Promessas do Senhor Deus, em
Atos dos Apóstolos, 10.34.
Veja, meu amado pastor Daniel,
o último dos livros do Antigo Testamento, o profeta Malaquias, falando por
Deus, MISTURA ou LIGA os Dez Mandamentos com o dia da Volta de Jesus,
inviabilizando qualquer tentativa de inventar que Jesus acabou com as Dez Leis:
“Lembrai-vos da Lei de Moisés, meu servo, a
qual prescrevi a Israel, a saber, os estatutos e juízos. Eis que vos enviarei o
profeta Elias, antes que venha o
terrível Dia do Senhor”.
Malaquias, 4.4 e 5. Portanto, se
Gálatas, 3.29 está revelado que somos os legítimos herdeiros dos israelitas,
por conseqüência somos também os herdeiros dos Dez Mandamentos, onde está
intrínseco o santo sábado. Afinal, quem pode julgar que o antes que venha o terrível Dia do
Senhor será executado apenas aos judeus?
Também Paulo se referia aos Dez
Mandamentos com o maior carinho:
“Porque, no tocante ao
homem interior, tenho prazer na Lei de
Deus”. Romanos, 7.22.
Não foram as 613 leis de Levítico
que Moisés recebeu, nem poderia, como também Jesus, no Sermão do Monte NÃO
legitimou as 613 leis de Levítico, mas apenas 10 delas, as do Monte Sinai. As
demais leis de Levítico, essas sim, foram alvos da recriminação de Paulo,
principalmente por todos os cinco livros de Gálatas. Não podemos confundir ou misturar as leis das
ordenanças judias, tais como a da circuncisão, do sacrifício de animais no
templo, do apedrejamento, da segregação racial, do amor aos amigos e ódio aos
inimigos, todas elas anteriormente praticadas pelo apóstolo Paulo antes da sua
conversão, e depois abominadas pelo mesmo Paulo por todos os livros de Gálatas. Paulo também legitimou as Dez Leis, por
várias vezes, como veremos abaixo.
Quanto ao fato de Jesus não
mencionar o sábado quando legitimou os Dez Mandamentos, no Sermão da Montanha, não
mencionou, também, outras sete das Dez Leis, e nem por isso elas perderam a
Validade. Jesus citou somente as leis
que queria que fossem agravadas, mais ainda, em seu conteúdo, em sua observação,
a partir da Nova Mensagem. Jesus legitimou os Dez Mandamentos no Sermão do
Monte e ainda dificultou, mas ainda, a observância de três deles. Exemplo: Não
adulterarás: Não bastaria, a partir dali, não só manter as proibições quanto às
relações sexuais fora do casamento, pois na defesa do pudor, hoje não se pode manipular
revistas de mulheres nuas ou nas páginas da Internet; não se pode mais manter
desejos de conquistas ilegítimas e nem dar uma de lobo fora do casamento ou mesmo
manter ávidos desejos por qualquer mulher e por aí afora, pois vai longe. Da mesma forma, assim Jesus se referiu ao
“Não Matarás”.
Quanto ao sábado, não havia
necessidade de aumentar a carga da observância do Mandamento santo e solene,
pois o sábado sempre foi altamente sagrado aos judeus, também aos da Igreja
Primitiva. Ao contrário dos três Mandamentos sobre os quais Jesus aumentou a
carga da observância, como o Mandamento do sábado aconteceu o contrário: Jesus retirou do sábado várias das
dificuldades da sua observância, pois Levítico havia cercado o sábado do
Senhor com várias dificuldades de observância, até com a condenação à morte se
um homem fosse flagrado trabalhando aos sábados (como de fato aconteceu na
época de Moisés) que não poderiam ter lugar no cristianismo emergente, pois
isso acarretaria, mesmo, a escravidão, pois nem a um doente se poderia assistir
aos sábados. Quando Jesus quebrou a
tradição do sábado, antes duro de roer, ao mostrar ao mundo que quem tem fome
pode colher espigas; pode acender o fogo na cozinha; pode andar muitos passos e
pode fazer a caridade que antes não se podia fazer: pode levar um doente a um
hospital; pode ajudar a empurrar um carro enguiçado; pode-se trabalhar num
hospital; pode-se guiar um ônibus; pode-se cuidar de auto-fornos; pode-se
guardar a portaria de um patrimônio sujeito a saques e por aí afora.
Jesus, nas entrelinhas, deixou
a seguinte colocação: Nada pode ser realizado no sábado que possa ser
transferido no dia seguinte, por isso, aos sábados não posso lavar o meu carro;
não posso reformar a minha casa; não posso fazer compras; não posso ir à
barbearia; não posso ajudar meu vizinho a encher uma laje, porque essas coisas
podem ser deixadas para fazer no dia seguinte. Por outro lado, se o barraco de
meu vizinho despencar, mesmo sendo dia de sábado, eu terei de socorrê-lo de
pronto, trabalhando no pesado, porque isso não pode ficar para o dia seguinte.
O
senhor sabe, meu pastor Daniel, que os fariseus acusavam Jesus de desrespeitar
os santos sábados, apenas porque ele praticava a caridade aos sábados, mas ele
respondeu-lhes que apenas aparentava
isso, pois a caridade do amor teria de sobrepor-se a qualquer lei:
“Se um homem pode ser circundado num
sábado, para que a Lei de Moisés não seja violada, por que vos indignais contra
mim, pelo fato de eu ter curado num sábado, ao todo, um homem? Não julgueis pela aparência, mas, sim,
pela reta Justiça”. Jesus em João, 7.23 e
24.
Outra
reprimenda aos fariseus a favor da caridade, também aos sábados:
“Perguntaram a Jesus: É lícito curar num
sábado? Ao que Jesus respondeu: Quem de vós que, tendo uma ovelha, e, num
sábado, se ela cair numa cova, não fará todo o esforço tirando-a dali? Ora, não vale mais um homem que uma ovelha? Logo é lícito fazer o bem aos
sábados”. Mateus,
12. 10 a
12.
“Logo é lícito, aos sábados, fazer o bem”. Nessa
colocação, Jesus ressalta, novamente, o valor do sábado, de outra forma diria:
“Logo é lícito fazer o bem todos os dias”.
Porque o fim da lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê.
Romanos, 10.4.
Paulo ensina que a lei tinha um propósito e um tempo determinado de
validade. Isto está claro em II Co. 3:1-18 onde Paulo mostra que a lei era
transitória e que a nova aliança em Cristo veio para ser permanente, v.11.
Perdeu a validade? Transitória?
Como, meu amado pastor Daniel? O Criador criou preceitos com prazo de validade?
Onde Está Escrito isso? E como fica o Evento Glorioso do Monte Sinai? Nem a
Terra foi criada com prazo de validade, pois foi feita para ser um paraíso para
o homem, mas pelos erros do homem, a Terra, agora, tem prazo de validade. Se os
Mandamentos caducaram, então agora podemos matar, adulterar, fazer ídolos e
imagens...? A Nova Aliança foi fundamentada exatamente nas Dez Leis. Jesus
resumiu as Dez Leis na religião do Amor, mas não as dissolveu, e nem poderia,
pois Jesus sabia que NADA funciona sem leis, tanto que ao subir, os apóstolos
afiram que ele deixou Mandamentos aos homens (Atos, 1.2). Pense bem, meu
pastor, se o homem erra até com as explícitas proibições, imagina se não houvesse
proibições! Se a Antiga Aliança tivesse perdido a validade, lá na frente, no
dia da Volta de Jesus, a Arca da Aliança, o símbolo eterno da Aliança do Senhor
aos homens, não irá ser retirada do Santuário do Senhor e mostrada
gloriosamente a todos os viventes da Terra:
“Abriu-se,
então, o Santuário de Deus, que se acha no Céu, e apareceu a Arca da Aliança, e
sobrevieram relâmpagos, vozes, terremotos, trovões e grande saraivada”.
Apocalipse, 11.19. De tão importantes
que são as Dez Leis, estão especialmente guardadas dentro do próprio Santuário
de Deus e vai aparecer a todos os viventes na Vinda de Jesus, conforme o
Apocalipse.
Ora, o
que haverá na Arca da Aliança de Deus senão
as Dez Leis? O que tem mais valor que está na Arca: As duas Tábuas Sagradas
ou o bastão de Arão?
O
Evangelho do Apocalipse nos revela que, no Dia da Volta de Jesus, a Arca da
Aliança vai ser exibida ao mundo, e será então cantado um hino de Moisés. Ora, pergunto-lhe
meu amado pastor Daniel, se Jesus havia pregado os Dez mandamentos na cruz,
porque haveria de honrar a Moisés no dia da Justiça? Porque o povo de Deus, os remidos, no Dia da
Volta de Jesus vão entoar, solenemente, o Cântico de Moisés, chamado de o Servo de Deus? Ou será que Moisés e a Arca
da Aliança do Santuário de Deus nada tem a ver com os Dez Mandamentos? Ver: Apocalipse, 15.3.
Se o
amado pastor parar para meditar, chegará à conclusão de que se a Arca da
Aliança — a que foi feita cheia de detalhes e com dois querubins de ouro,
exatamente para a solene guarda das Dez Leis — deverá surgir com esplendor no
céu, no fim dos tempos, é perfeitamente compreensível que dentro dela estarão
incólumes as Dez Leis de Deus aos homens, pelas quais Jesus fundamentou o
cristianismo e por elas seremos cobrados e julgados. Assim, também, o Apocalipse vem a legitimar o
sábado como o dia santificado por Deus. É fácil concluir que a Arca da Aliança
não poderá aparecer em triunfo no final dos tempos se faltar nela um dos
principais mandamentos que foram gravados pessoalmente pelo dedo de Deus. Não há como alguém contestar isso se usar de
honestidade.
Sobre At. 13:14,41 ...Como Paulo estava evangelizando os judeus, é
claro que a melhor estratégia era ir no local onde eles se reunião para adorar
e aprender das escrituras. Então Paulo ia na sinagoga aos sábados, não porque
esse mandamento permanecia válido, mas porque ele precisava transmitir aos
judeus a Nova Aliança em Cristo, pois eles estavam praticando a Antiga Aliança,
a qual em Cristo foi abolida.
Antiga Aliança foi Abolida?
Então foram abolidos os Dez Mandamentos? Podemos agora matar, roubar,
adulterar, cobiçar e tentar a mulher do vizinho. Cultuar ídolos e imagens? A Arca da Aliança não é o símbolo da Antiga
Aliança? Então por que se encontra no Tarbernáculo de Deus e vai surgir em
triunfo no dia do Retorno de Jesus?
A
reunião de adoração num sábado, abaixo colocado, não se deu num templo, mas nas
margens de um rio:
No dia de sábado, saímos fora da porta, junto ao rio, onde
julgávamos haver um lugar de oração; e, assentado-nos, falamos às mulheres que
para ali tinham concorrido. Atos dos Apóstolos, 16.13. Revela um culto de adoração aos sábados.
Como Paulo estava evangelizando os judeus, é claro que a melhor
estratégia era ir no local onde eles se reunião para adorar e aprender das
escrituras.
Não parece isso, pois se as pregações de Paulo acontecessem nos
templos da tradição judaica, o senhor sabe que não seria permitido, em hipótese
alguma, ingressar nesses templos do rigor da tradição qualquer homem que não
fosse nascido israelita. Mas nesses templos, estavam presentes pagãos e gregos.
“Ao saírem,
lhes rogava que no sábado seguinte lhes pregasse as mesmas palavras. Despedida
a sinagoga, muitos dos judeus e dos pagãos piedosos seguiram Paulo e Barnabé, e
estes, lhes falando, os persuadiram a perseverar na graça de Deus”. Atos, 13. 42 e 43. Lembrando que aqui não eram pregações
dirigidas aos judeus, mas também aos pagãos e gregos.
No mais, se Paulo frequentava as sinagogas porque é
certo que guardava os sábados, como o evangelho nos revelaria isso? Ora, do
mesmo modo como está colocado: aos sábados, Paulo frequentava as sinagogas:
“E todos os
sábados, pregava nas sinagogas, persuadindo tanto judeus como os gentios”. Atos, 18.4.
Paulo ensinava não só aos judeus, nos sábados, mas a toda a comunidade,
conforme está definida em Atos, 2.9.
Despedida
a sinagoga, muitos dos judeus e dos prosélitos seguiram a Paulo e Barnabé, e
estes, falando-lhes, os persuadiram a
perseverar na Graça de Deus: “No
sábado seguinte, reuniu-se quase toda a cidade para ouvir a Palavra de Deus (...)”. “No
sábado seguinte, concorreu quase toda a
cidade para ouvir a palavra de Deus, mas os judeus, vendo aquela
concorrência, se encheram de inveja (...)”. Atos, 13. 41 a 44.
Ora,
meu amado pastor, se os judeus da tradição se encheram de inveja pela reunião
de toda a cidade cristã, num sábado, para ouvir Paulo pregar, essa reunião não
se deu nos templos da tradição deles, senão não teriam como ficar com inveja.
Repetindo:
a reunião de adoração num sábado, abaixo colocado, não se deu num templo, mas
nas margens de um rio:
No dia de sábado, saímos fora da porta, junto ao rio, onde
julgávamos haver um lugar de oração; e, assentado-nos, falamos às mulheres que
para ali tinham concorrido. Atos dos Apóstolos, 16.13. Revela um culto de adoração aos sábados.
Paulo,
confirmando a Lei dos Profetas:
“Destruímos nós a lei com a fé? Longe disso, antes confirmamos a lei”. Romanos,
3.31.
Novamente Paulo se referindo
aos Mandamentos como reais preceitos de Deus:
“Honra teu pai e tua mãe, que é o Primeiro
Mandamento com promessa”. Efésios, 6.2, onde
Paulo, que falava por Deus, legitima, novamente, os Mandamentos, dos quais o
sábado é um dos mais importantes, porque foi criado como um Sinal entre o
Criador e a Criação.
Paulo teve muita dificuldade com os judeus que queriam que os
gentios convertidos praticassem as leis do judaísmo, e Paulo condena isso em
muitas de suas epístolas:
Mas isso é verdade absoluta!
Basta ler os cinco livros de Gálatas para notar, visivelmente, que Paulo
abominava atitudes tais que não tinham lugar no cristianismo do amor, do
perdão, da humildade, etc. Estudando-se
vagarosamente, sem pressa, meditando sobre cada preceito de Gálatas, e
PRINCIPALMENTE, sem se apegar a preceitos pinçados, ou seja, que podem mudar o
sentido quando colocadas isoladamente, é fácil perceber que a luta de Paulo com
os Gálatas foi penosa, pois teimavam em tentar introduzir no cristianismo
emergente as leis de ordenanças judias, principalmente a dolorosa circuncisão e
a segregação racial que não permitia nem que os judeus comessem no mesmo local
que os pagãos ou estrangeiros. Veremos tudo sobre Gálatas mais abaixo.
Porque, se alguém for pregar-vos outro Jesus que nós não temos
pregado, ou se recebeis outro espírito que não recebestes, ou outro evangelho
que não abraçastes, com razão o sofrereis. 2Co 11:4.
Por certo, no caso aqui o
Evangelho de Jesus legitimou os sábados como santos e solenes, e não o domingo,
segundo Lucas, 4.16 (Jesus santificando o sábado) e Lucas, 23.55 (A Igreja
santificando o sábado).
Maravilho-me de que tão depressa passásseis daquele que vos chamou à
graça de Cristo para outro evangelho; Gal 1:6
Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro
evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema. Gal 1:8
Absolutamente certo! O que vale
é o que Está Escrito, e o domingo NÃO Está Escrito em lugar algum, meu amado
pastor Daniel.
Assim, como já vo-lo dissemos, agora de novo também vo-lo digo. Se
alguém vos anunciar outro evangelho além do que já recebestes, seja anátema Gal
1:9
Absolutamente certo! Mas ora,
qual o Evangelho que Paulo pregou? Paulo, tal como Jesus, resumiu os Dez
Mandamentos na Lei do Amor, e, é claro, sem extinguir as Leis, pois nada
funciona sem leis. Abaixo, Paulo, imitando Jesus, destaca as Leis resumindo-as,
mas sem apagar nenhuma delas:
“Pois quem ama o semelhante tem cumprido a Lei. Pois isto: Não
adulterarás, não matarás, não furtarás, não cobiçarás e, se há outro
Mandamento, tudo se resume nestas palavras: Amarás ao teu próximo como a ti
mesmo. O amor não pratica o mal contra o próximo, de sorte que o cumprimento da
Lei é o amor”. Romanos, 13. 8 a 10.
Abaixo, Paulo legitima, também
no Evangelho, a Antiga Aliança. Não percebe, meu amado pastor Daniel?
“Digo-lhe- isto: Uma aliança anteriormente fundamentada por
Deus, a lei que veio 430 anos depois, não a podereis anular, de forma que venha
a desfazer a promessa”. Paulo, o apóstolo maior, em Gálatas, 3.17.
Todos os que praticam os Dez
Mandamentos serão justificados, segundo a Bíblia, por Paulo:
“Para Deus não há diferença de pessoas. Assim, pois, todos os
que sem a lei pecaram, também sem lei perecerão; e todos os que com a lei
pecaram, mediante a lei serão julgados, porque os simples ouvidores da lei não
são justos diante de Deus, mas todos os que praticam a lei hão de ser
justificados”. Romanos, 2.12
Meu pastor Daniel, vamos agora
aos livros de Gálatas. O senhor recomendou ler todos os versos do capítulo 4,
mas eu li, por várias e várias vezes todos os capítulos de todos os cinco
livros de Gálatas. Antes quero lhe dizer que, lendo e meditando profundamente, percebi
que há uma coisa importantíssima para se levar em conta quando lemos Paulo. O
próprio Simão Pedro, na sua Segunda Epístola afirmou que Paulo escreveu muitas
coisas difíceis de entender. Mas Gálatas não vem ao caso, pois é facílimo de
entender.
Pelo que li deu para perceber
que os Gálatas formava um povo teimoso. Teimoso porque teimavam em querer
continuar, também no cristianismo emergente, coisas nocivas, regulamentos e
ordenanças advindas de Levítico e da tradição judia que não poderiam, de forma
alguma, fazerem parte da Religião do Amor de Jesus.
A prova de que os Dez
Mandamentos nada tinham a ver com preceitos que escravizavam, abaixo Paulo
revela quais eram as leis que realmente escravizavam.
“Contudo, nem mesmo Tito, que estava
comigo, sendo grego, foi constrangido a circundar-se. E isto, por causa dos
falsos irmãos que se colocaram entre nós com o fim de nos espreitar a nossa liberdade que temos em Cristo
Jesus e reduzir-nos à escravidão”. Paulo, em Gálatas, 2, 3 e
4.
Aqui
Paulo critica as leis que conduziam à escravidão, que constituíam o ministério
da morte, e deixa aqui bem claro que uma das principais leis que escravizavam
era a circuncisão. Mas os do domingo,
tanto católicos como evangélicos, atribuem as leis que escravizavam com sendo as
dos Dez Mandamentos, apenas para justificar a abominação do sábado solene e
santo de Deus a favor do domingo inventado pelo homem.
1. DIGO, pois, que todo o tempo que
o herdeiro é menino em nada difere do servo, ainda que seja senhor de tudo;
2. Mas está debaixo de tutores e
curadores até ao tempo determinado pelo pai.
3. Assim também nós, quando éramos
meninos, estávamos reduzidos à servidão debaixo dos primeiros rudimentos do
mundo.
Bem, começaremos por aqui:
Paulo se refere aqui às leis que escravizavam os judeus, leis essas
rudimentares, Quando diz: quando éramos meninos, se refere também a ele, pois
ele foi um exemplar perfeito da defesa das leis da tradição judaica, antes de
sua conversão (Gálatas, 1.13). Leis essas que realmente escravizavam,
amaldiçoavam e até matavam, bem como Paulo as chamou de O Ministério da Morte,
em II Coríntios, pois essas leis de ordenanças, provenientes de Levítico,
tinham como regulamentos a morte, o chicote, o apedrejamento, e as cargas
pesadas que o povo não conseguia segurar. Jesus já revelou isso:
“...Atam cargas pesadas e impossíveis de
levar, e as põem sobre os ombros dos homens, mas nem com um dedo as querem
mover”. Jesus, irado com as leis do farisaísmo, em Mateus, 23.6.
4. Mas, vindo a plenitude dos
tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei.
5. Para remir os que estavam
debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos.
Os que estavam debaixo da lei, da lei que escravizava, temos
aqui um exemplo prático da lei que escravizava da qual Jesus nos libertou:
sendo um dos itens dessa lei a lei da circuncisão,
dolorosa, se praticada em adultos:
“Para a
liberdade foi que Cristo vos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos
submetais, de novo, ao jugo da escravidão. Eu Paulo, vos digo, que, se vos deixardes circundar, de
Cristo nada se aproveitará”. Gálatas, 5. 1 e 2.
6. E, porque sois filhos, Deus
enviou aos vossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai.
7. Assim que já não és mais servo,
mas filho; e, se és filho, és também herdeiro de Deus por Cristo.
A partir de Jesus os homens não necessitariam mais submeter-se
às leis nocivas tal como a descrita em Gálatas, 5.1, pois é a tolice maior do
mundo julgar que Jesus veio nos libertar dos DEZ MANDAMENTOS!
Ora, Jesus não veio para remir
os que estavam sob os Dez Mandamentos, meu amado pastor Daniel, e nem poderia,
pois está claro que resumiu as Dez Leis na formação da Religião do Amor, e não
se pode RESUMIR uma verdade que foi excluída. Sei que nem o senhor acredita
numa leviandade dessas. Primeiro por que as Dez Leis NÃO escravizavam, NÃO
matavam e NÃO amaldiçoavam. Se o senhor ler todos os livros de Gálatas, lendo
os contextos por inteiro, verá que as leis que Paulo tanto combatia,
principalmente aos teimosos Gálatas, verá que as leis nocivas a que ele se
referia, como essas colocações do capítulo 4, são as leis que realmente
escravizavam o homem e que matavam, chamada por ele de ordenanças. Quais eram
as ordenanças, ou regulamentos nocivos e que Paulo não consentiu que os Gálatas
os introduzissem no emergente cristianismo?
1)
A dolorosa circuncisão que os Gálatas brigavam para que qualquer
pagão convertido ao cristianismo teria de realizar uma operação de fimose, sem
anestesia, é claro. Imagine qual seria a dificuldade de convencer um pagão.
2)
A ordenança da segregação racial, pela qual até Simão Pedro
levou uma boa bronca de Paulo, pois entrou numa dessa (Gálatas, 2.11).
3)
A lei do apedrejamento, a lei da morte, como a lei das 40
chibatadas, menos uma.
4)
A lei de sacrifício de animais, com a aspersão do sangue deles
nos presentes ao templo, para o “perdão dos pecados”. O maior exemplo bíblico
disso está no capítulo 9, de hebreus, começando antes, ao final do capítulo 8 e
terminando no início do capítulo 10.
5)
As ordenanças que, juntas, fazia do dia do sábado uma carga
difícil de se levar, o que fez Jesus retirar essas cargas todas, tornando o
santo sábado de observância mais suave, pois antes nem as ações de caridade não
se podiam realizar.
Estevão
foi uma das vítimas cristãs da lei do apedrejamento, a lei que escravizava, onde
Paulo também esteve presente como comandante do assassinato de Estêvão, e se
naquela época era feroz defensor dessas leis antigas que amaldiçoavam e que as
via como a Verdade de Deus, depois de revelado lutou contra elas, como vemos
principalmente por todos os livros de Gálatas. (Atos, 6.11).
A Lei antiga está, também, refletida nos Salmos:
“Senhor...
feris o rosto dos que me perseguem e quebrai os dentes dos pecadores”. Salmo 3.8.
Mas, na reforma da Lei, na liberação das ordenanças, Jesus veio
reger diferente:
“Amai, também, os vossos inimigos, fazei bem e orai aos que vos
perseguem”.
8. Mas, quando não conhecíeis a
Deus, servíeis aos que por natureza não são deuses.
Nada aqui contra os sábados.
9. Mas agora, conhecendo a Deus,
ou, antes, sendo conhecidos por Deus, como tornais outra vez a esses rudimentos
fracos e pobres, aos quais de novo quereis servir?
Nada aqui contra os sábados.
10. Guardais dias, e meses, e
tempos, e anos.
Nada aqui contra os sábados,
pois guardar dias é genérico.
11. Receio de vós, que não haja
trabalhado em vão para convosco. (leia todo o capítulo)
Nada aqui contra os sábados.
Li todo o capítulo e nada vi
contra os sábados. Aliás, nesse capítulo 4, no verso 16, Está Escrito: “Acaso
tornei-me vosso inimigo por dizer-vos a verdade?”. Paulo se dirigia aos
teimosos Gálatas, que queriam que as ordenanças judias continuassem a tirar a
liberdade dos judeus TAMBÉM NO CRISTIANISMO, por isso Paulo se chocou CONTRA eles ao nomear essas leis como nocivas
ao cristianismo.
“Acaso tornei-me vosso inimigo
por dizer-vos a verdade?”. “Acaso tornei-me vosso inimigo por
barrar as vossas leis antigas que escravizavam, leis essas, sim, pregadas na
cruz com Jesus?
Sabidamente, Paulo advertia os
Gálatas sempre que podia, senão vejamos como Paulo começa suas Cartas aos
Gálatas:
“Admira-me (vos, gálatas) que estejais passando tão depressa
daquele que vos chamou na Graça de Cristo para outro Evangelho, o qual não é
outro senão pelo que vos perturbam e querem perverter o Evangelho de Cristo.
Mas ainda que nós, ou mesmo os anjos do Céu vos pregue um evangelho que vá além
daquele que recebestes, seja amaldiçoado”. Gálatas, 1.6 a 8.
No capítulo 2, verso 4, Paulo
bem explica o que é este evangelho amaldiçoado, que leva o homem à escravidão
das obras das leis que os Gálatas queriam que fossem implantados, também, no
cristianismo:
“Contudo, nem mesmo Tito, que estava comigo, sendo grego, foi
constrangido a circundar-se. E isto por causa dos irmãos que se entremearam com
o fim de espreitar a nossa liberdade que temos em Cristo e reduzir-nos à
escravidão”. Gálatas, 2.5 e 5.
Só não percebe quem não quer,
amado pastor Daniel: Como já citei, sempre que Paulo citava as leis que
escravizam, as leis que Jesus pregou na cruz, etc, etc, Paulo se referia às
leis judias que tiravam a liberdade da Nova Religião: o cristianismo, no qual
não tinha lugar para as leis que escravizavam, sendo a principal delas a lei do
apedrejamento e a lei da dolorosa circuncisão, que os Gálatas pretendiam que
fosse aplicada também aos pagãos convertidos.
Por todos os cinco capítulos do
Livro Gálatas, Paulo os admoesta gravemente, pois uma parte desses pretendia
continuar a praticar as leis de Moisés, as das tradições dos judeus, que
compunham da dolorosa circuncisão, da aspersão de sangue de bodes para apagar
os pecados (especificados com detalhes em Hebreus, capítulos 9 e 10) a que os
pagãos convertidos tinham de passar e de outras obras da lei, abominadas por
Jesus e por Paulo, que denominava a essas obras da lei como malditas. Evidentemente, é claro, que tal maldição nada
tem a ver com os Dez Mandamentos. Mesmo
porque, nesse mesmo capítulo de Gálatas, 3.21:
“É, porventura, a Lei contrária às promessas de Deus? De modo
nenhum!”.
Evidentemente, agora, Paulo se
refere aos Dez Mandamentos, que concordam em tudo com as promessas de Deus,
pois afinal Ele criou as Leis e nos concedeu as promessas por Jesus.
“Porque ouvistes qual foi
o meu proceder outrora no judaísmo, como eu sobremaneira perseguia a Igreja de
Jesus e a devastava e, na minha idade, sendo extremamente zeloso das tradições
de meus pais”. Gálatas, 1.15.
Aqui Paulo descreve que, antes
da conversão pela sua tradição religiosa vivia intensamente as leis dos judeus,
pelas quais se podia perseguir, prender e matar, julgava, sinceramente, que por
essas leis de ordenanças, agia por Deus. Quando vivia a lei da maldição, que
foi pregada na cruz por Jesus, era um perseguidor assassino, mas depois da
revelação, passou a viver a Graça de Jesus, mas não deixou de propagar as Dez
Leis, pois são a base do cristianismo.
Repetindo: As leis que escravizavam, conforme Paulo:
“Para a
liberdade foi que Cristo vos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos
submetais, de novo, ao jugo da escravidão. Eu Paulo, vos digo, que, se vos deixardes circundar, de Cristo nada
se aproveitará”. Gálatas, 5. 1 e 2.
Jesus Cristo, separando as leis da tradição judaica das leis de
Deus:
“Também na vossa lei
está escrito que o testemunho de duas pessoas é verdadeiro”. João, 8.17.
“Não anula a graça de Deus, pois a justiça se faz mediante à
lei, segue-se que Cristo morreu em vão”. Gálatas, 2.21.
A que lei Paulo se referia?
Acaso se referia às Dez Leis? Isso só acontece na cabeça dos fariseus modernos,
pois lendo-se o contexto por inteiro, percebe-se que Paulo se referia às obras
das leis desnecessárias, inúteis e nocivas que não podiam fazer parte na
implantação do cristianismo, tais como a lei da segregação racial, objeto desse
mesmo capítulo, pelo qual Paulo advertiu gravemente a Simão Pedro que estava se
envolvendo nas obras da carne. Lendo-se todos os livros de Gálatas, notaremos,
muito claramente, que as obras da carne consistiam na circuncisão, na
segregação racial, no apedrejamento, na lei do chicote, nos ritos do templo e
por aí afora. Portanto, quanto a
Gálatas, 2.21, é certo que Jesus teria morrido em vão se as ordenanças da lei,
que congrega, também, o sacrifício de animais e a lei do apedrejamento,
tivessem de continuar a fazer parte da vida dos judeus convertidos.
A primeira vez que o Evangelho
se refere à palavra lei, é em Lucas, 2.39:
“Movido pelo Espírito Santo, foi ao templo, quando os pais
trouxeram o menino Jesus para fazerem o
que a Lei ordenava”.
Ora, como não há tal mandamento
nas Dez Leis, então, pelo Evangelho inteiro, ora há a citação das leis, como
leis de ordenanças, como essa em Lucas, 10.39, e leis e mandamentos que se
referem às Dez Leis.
O Evangelho, no mesmo Lucas,
2.39, fornece elementos que informam dessa lei que contava da tradição judaica:
“Cumpridas todas as ordenanças,
segundo a lei do Senhor, voltaram para a Galiléia”.
Então aqui vemos que existiam duas leis de Moisés: As Dez Leis e as
da tradição judaica, bem como as que representavam o ministério da morte, que
escravizavam o homem e a mulher, escritas na frieza de uma pedra da impiedade
humana, e não nos corações, segundo nos aponta Paulo na Segunda aos Coríntios,
capítulo 3.
Eis Jesus se indispondo
gravemente contra essas leis que escravizavam, cujas leis Jesus pregou na cruz:
“Ai de vós, interpretes da Lei! Porque
sobrecarregais os homens com fardos superiores às suas forças, mas vós, nem com
um dedo os tocais”. Jesus, em Lucas, 11.46
Por
certo, Jesus não se referia, aqui, aos Dez Mandamentos, mas, sim, às leis
nocivas, tal como a lei do chicote, do apedrejamento, dos sacrifícios de bodes
e de touros (Hebreus, capítulo 9), do extremo rigor da observância dos sábados,
rigor esses quebrados por Jesus, em diversas partes do Evangelho, pois nesse
dia nem se podia acender o fogo na cozinha, poucos passos se podia dar, e nem a
doentes se podia socorrer. Estas tradições nocivas, essas leis de ordenanças
foram consideradas malditas por Jesus e pelo apóstolo Paulo, que afirmou que
foram pregadas na cruz, e a partir de Jesus, valeria, não essas maldições
nocivas, mas a Graça de Jesus, pela qual o santo sábado continuaria a ser
santificado, mas não mais da forma nociva como vinha sendo praticado.
“Orai para que vossa fuga não se dê no
inverno, nem no sábado”.
Jesus
Cristo, em Mateus, 24.20, no qual ressalta, novamente, a grande importância do
sábado (nem no inverno que é muito frio e difícil a fuga dos inimigos romanos,
nem nos sábados do descanso de Deus).
Vasculhando, encontrei textos
de personagens da História se referindo aos sábados:
Morer, erudito clérigo da
Igreja da Inglaterra, escreveu: “Os primitivos cristãos tinham grande respeito
para com o sábado e passavam o dia em devoção e admoestações. E não devemos
duvidar, pois eles copiaram esse procedimento dos próprios apóstolos”. Dialogues on the Lord’s Day, pág. 189.
Diz o Prof. Edward Brerewood, do Gresham College,
Londres:
“O antigo sábado continuou e
foi observado…pelos cristãos da igreja do oriente, por mais de trezentos anos
após a morte de nosso Salvador”. A learned Treatise of the Sabath, pág.77.
O historiador e teólogo, Lyman
Coleman, escreveu:
“Até o quinto século a
observância do sábado judaico teve continuidade na igreja cristã, mas com um
rigor e solenidade cada vez menores, até que cessou completamente”. Ancient
Christianity Exemplified 26, Seção 2, pág. 527.
Sócrates, historiador da igreja
grega do 5º século, escreveu:
“Quase todas as igrejas, em
todas as partes do mundo, celebravam os sagrados mistérios no sábado de cada
semana; todavia os cristãos de Alexandria e de Roma, por causa de uma antiga
tradição, tinham deixado de fazer isso”. Ecclesiastical History, livro 5 Cap.
22.
Euzébio, bispo da Igreja
Católica e pai da história afirma:
“Todas as coisas, sejam quais
forem, que houvessem sido obrigatórias fazer no sábado, esta nós as
transferimos para o dia do Senhor, Domingo”. Robert Cox, Literature of the Sabbath Question, vol I,
pág. 361.
“A
Igreja de Deus, porém, achou conveniente transferir para o domingo a solene
celebração do sábado”. Catecismo
católico, Segunda Edição, Editora Vozes, Petrópolis, RJ. 1962, nem qual
publicação o clero se distraiu ao revelar a verdade!
Graça, paz, saúde e muita
sabedoria ao pastor Daniel e a todos os seus!
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