Teologia

domingo, 10 de setembro de 2017

QUAL É MAIS VANTAJOSO, CASAR OU VIVER JUNTOS?



Ricardo André

Nesta era da Pós-Modernidade, é cada vez mais comum casais de namorados, que possuem relacionamento estável, decidem morar juntos primeiro para depois se casarem legalmente. O argumento que eles utilizam é que, morar juntos, antes de casar é mais vantajoso porque os ajuda a economizar dinheiro, conhecerem-se melhor um ao outro, e permite o fortalecimento do compromisso mútuo. Outros argumentam que é preciso experimentar antes de se fazer um compromisso. Será que essa representa uma atitude sábia? Há mesmo mais vantagens morar juntos, antes de casar? O que dizem as Sagradas Escrituras?

Viver juntos sem a formalização de um contrato matrimonial pode parecer prático, especialmente quando existe o compromisso de se casar mais tarde. Porém, existem várias desvantagens que é preciso considerar. Obviamente, o namorado precisa perguntar para sua namorada o que ela realmente acha da ideia. Dizemos isso porque é sabido que a maioria das mulheres considera o morar juntos com certa apreensão. Na verdade, elas sonham com um casamento legal, oficializado. Uma vez nessa relação, percebem que é transitória, instável e insegura. Com razão, muitas preferem a segurança do casamento desde o início. Estudos comparativos mostram que as mulheres que vivem junto com seus namorados sofrem mais descontentamento e depressão do que as casadas.

Vários estudos revelam maior incidência de violência doméstica contra mulheres e crianças, quando não há matrimônio legal. Além disso, quando o matrimônio se consolida, os casais que coabitaram durante o namoro experimentam níveis mais baixos de satisfação durante os primeiros anos de casamento, do que aqueles que se casaram sem viver juntos anteriormente. Talvez o pesquisador mais importante nesta área seja o americano David Olsen, da Universidade de Minnesota, que tem realizado estudos contínuos com mais de 20 mil casais comprometidos e casados. Essas pesquisas mostram constantemente que os casais, que vivem separadamente antes do matrimônio, têm um nível mais alto de satisfação após ele. Enquanto isso, há estudos mostrando que casais que vivem juntos antes do casamento, apresentam níveis mais baixos de satisfação.

As vantagens do casamento legal

O matrimônio legal, em comparação com a coabitação, tem várias vantagens. Vejamos algumas:

1) Quando casei com minha esposa Ana Claudia, em 29 de setembro de 2004, lembro-me, como se fosse hoje, da alegria, satisfação e do entusiasmo no dia que entramos pela primeira vez em casa, após a lua de mel. Quando os namorados vivem juntos e depois casam, o efeito da novidade, o entusiasmo de, depois de um namoro sério e de um casamento, entrar em casa, de mãos dadas, para viverem juntos pela primeira vez, é uma experiência maravilhosa. Tudo será uma novidade, e os dois terão de trabalhar todos os dias para viverem em sintonia até nas pequenas coisas. O amor que se vive, aliado ao entusiasmo da novidade, é o que irá mover os dois.

2) Uma relação legal cria um compromisso público e particular, bem como altas expectativas no casal. Em troca, isso conduz a uma relação mais estável.

3) Quando as crises surgem, os casados exibem um nível particularmente alto de energia e vontade de solucionar o conflito. Isso porque o matrimônio é visto como compromisso permanente e estável.

4) O rompimento dos laços conjugais é feito apenas em último recurso. Uma separação, no caso de viver juntos, é muito mais fácil (cerca de metade dos casais que vivem juntos fora do casamento se separam). Isso é especialmente significativo para os casais cristãos que consideram o casamento como um compromisso para a vida.

5) O casamento é universalmente respeitado, enquanto que a coabitação carrega frequentemente consigo um estigma social. A maioria das famílias e sociedades espera que os namorados se casem e não vivam simplesmente juntos. Esta opção certamente ocasiona alienação da família e muita dor para aqueles que os amam como pais, irmãos e outros parentes.

6) Curiosamente, e contrário ao que pensam muitos, o número de divórcios é maior em casais que viveram juntos antes de casar do que entre casais que apenas foram morar junto depois de casar. Apesar de se achar ser útil saber as rotinas de cada um no dia a dia, é mais benéfico usar esse tempo aplicando num namoro sério, onde se conversa e se tenta conhecer mais sobre a personalidade da pessoa ao seu lado, do que ir morar logo juntos, sem um compromisso firme, apenas para experimentar e facilitar a intimidade. Há mais motivação no amor quando é "tudo ou nada" do que quando se tem uma saída fácil.

7) Quando se vive junto, não existe a pressão do compromisso e da promessa de ficar juntos "na saúde e na doença, na alegria e na tristeza". Se algo corre mal, não é preciso lutar por uma promessa que não se fez nem se "assinou", perante Deus. Casamento é mais do que um papel assinado, é um contrato que duas pessoas fazem, perante Deus, de que irão cuidar uma da outra em qualquer situação. Quando se mora junto, essa motivação extra não existe, pode-se lutar pela relação mas não será com a mesma força.

O que dizem as Sagradas Escrituras?

Se você e seu namorado (a) forem cristãos crentes na Bíblia, você deveria levar em conta a elevada visão que Deus tem da união matrimonial desde o início. Quando uniu o primeiro homem e a primeira mulher em casamento no jardim do Éden, o Criador formou a primeira família (Gn 2:18-25). No verso 23, Adão ficou tão extasiado que expressou as triunfantes boas-vindas à sua esposa em uma poesia: “Esta, sim, é osso dos meus ossos e carne da minha carne! Ela será chamada mulher, porque do homem foi tirada". A criação de Eva e seu subsequente casamento com Adão destinavam-se a ser uma grande bênção. “O vínculo da família é o mais íntimo, o mais terno e sagrado de todos na Terra. Foi designado a ser uma bênção à humanidade. E assim o é sempre que se entre para o pacto matrimonial inteligentemente, no temor de Deus, e tomando em devida consideração as suas responsabilidades” (Ellen G. White, A Ciência do Bom Viver, págs. 356 e 357). Deus pretendia que marido e esposa experimentassem uma união sem igual que Ele chamou de “uma só carne” (v. 24). Um homem, com uma mulher, deviam formar o fundamento do lar, a unidade básica da qual toda vida humana devia brotar e existir. Portanto, ao casal casado Deus confiou outro dos Seus propósitos para as famílias – a geração de filhos (Gn 1:28).

“Por essa razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e eles se tornarão uma só carne” (Gênesis 2:24, NVI).O ideal de deus para o casamento está exposto neste verso. Na ordem de deus, a união de corpos entre marido e esposa deve acontecer depois de seu compromisso no casamento. A ordem bíblica deixar ... unir-se... e serão uma só carne foi trágica e desafiadoramente invertida nos tempos pós-modernos, com tristes resultados.

A escritora cristã Ellen G. White afirma: “(...) Então tiveram origem o casamento e o sábado, instituições gêmeas para a glória de Deus no benefício da humanidade. Então, ao unir o Criador as mãos do santo par em matrimônio, dizendo: Um homem "deixará... o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne" (Gên. 2:24), enunciou a lei do matrimônio para todos os filhos de Adão, até ao fim do tempo. Aquilo que o próprio Pai Eterno declarou bom, era a lei da mais elevada bênção e desenvolvimento para o homem” (O Maior Discurso de Cristo, p. 63 e 64).

Jesus, que estabeleceu a família no princípio não mudou de ideia durante o seu ministério terrestre. Assim como planejou na criação, o Filho de Deus apoiou a família como fonte de nutrição, apoio e força. Ele mesmo realizou Seu primeiro milagre para comemorar e dar Sua aprovação a um casamento em Caná da Galiléia (Jo 2). Portanto, do ponto de vista bíblico, o ideal é que os namorados se casem legalmente para depois morar juntos.

Caro (a) amigo (a), a despeito da aparente conveniência da coabitação, ela é na realidade um pobre substituto do casamento entre um homem e uma mulher que verdadeiramente se amam, e que permanecem castos até tomarem seus votos perante Deus e na presença da família e amigos. Você nunca se arrependerá disso.

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