Teologia

sábado, 30 de abril de 2016

QUE EPITÁFIO ESCOLHERIA PARA VOCÊ?



Ricardo André

Quando acompanho o enterro de alguém nem sempre entro no cemitério. Fico sempre à entrada, enquanto o cortejo entra. Em algumas ocasiões que entrei aproveitei para fazer algumas reflexões a respeito das coisas da vida e da morte. Com frequência, podemos aprender mais do silêncio dos mortos do que das palavras dos vivos.

Entrar num cemitério não é uma atividade agradável, porém quando vou a um gosto de ler os epitáfios. Inscrito em uma lápide ou placa, o epitáfio é, geralmente, um pequeno texto que descreve e honra uma pessoa que morreu. Ele resume informações sobre a família, a carreira e até algumas realizações importantes. Mas nem sempre é assim.

É difícil imaginar que algo tão sério pode ser engraçado ou curioso, mas algumas pessoas mantêm seu humor até após a morte.

Há epitáfios de toda espécie: melancólicos, irônicos, irreverentes, publicitários. No cemitério de Sargentville, Maine, há um túmulo com os dizeres: “Em honra à memória de Eliseu Philbrook e sua mulher Sara. Jazemos neste túmulo hebreu, costas com costas, minha esposa e eu. Quando a última trombeta estiver soando, se ela se levantar, vou por aqui ficando.”

Epitáfio num túmulo de Springdale, Ohio: “Aqui jaz Jane Smith, mulher de Thomas Smith, marmorista. Este monumento foi erigido pelo marido como tributo à memória da esposa, e para servir de amostra do seu trabalho. Peças neste estilo, 350 dólares.”

Mel Blanc foi um grande ator norte-americano. Você pode não conhecer o seu rosto, mas sem dúvidas conhece a sua voz: ele era o responsável por dublar personagens como Pernalonga, Patolino, Gaguinho, Frangolino, entre outros. Por isso, a frase escolhida para a sua lápide foi “Isso é tudo, pessoal”.

Outro túmulo norte-americano diz: “Aqui jaz Lem S. Frame, o qual matou 89 índios durante a sua vida. Esperava haver matado 100 até o fim do ano, quando adormeceu em Jesus.”

O famoso comediante Leslie Nielsen quis manter o clima de humor até após a sua morte. Ele resolveu fazer um trocadilho com a sigla “RIP” – Rest In Peace, que significa “descanse em paz” –, e, em seu epitáfio, pode-se ler “let ‘it rip”, que significaria “solto um peido”.

Frank Sinatra cantor, ator e produtor, escolheu o nome de sua famosa canção: “O melhor ainda está por vir”.

Por volta de 1750, John Newton era o comandante de um navio negreiro inglês. Ele saía da Inglaterra e ancorava na costa africana. Lá os chefes tribais entregavam aos europeus as “cargas” compostas de homens e mulheres, capturados nas invasões e nas guerras entre tribos. John Newton compravam-nos em troca de armas, munições, licor e tecidos. Ele transportou muitas cargas de escravos africanos trazidos à América no século XVIII.

Numa das suas viagens, o navio enfrentou uma tempestade que Newton ofereceu sua vida a Cristo, pensando que ia morrer. Após ter sobrevivido, ele converteu-se verdadeiramente ao Senhor Jesus; e começou a estudar para ser pastor. Nos últimos 43 anos de sua vida ele pregou o evangelho em Olney e em Londres.

Num pequeno cemitério, pertencente à Igreja de Olney, na Inglaterra, encontra-se uma tumba de granito que tem a seguinte inscrição: “John Newton, clérigo, antes um infiel e libertino, servo de traficantes de escravos na África, foi pela graça e riqueza de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, preservado, restaurado, perdoado e comissionado para pregar a fé que ele tinha lutado para destruir”.

Estas palavras foram escritas por John Newton mesmo um pouco antes de sua morte, como um testemunho verdadeiro de um homem que, depois de transformado pelo evangelho, tornou-se um dos grandes baluartes da verdade. Através de toda a sua vida John Newton ficava sempre maravilhado com a graça maravilhosa de Deus em sua vida.

Você gostaria de receber a redenção e a regeneração efetuada pela graça?

No cemitério da Bíblia há muitos personagens. Na sepultura de Jó poderíamos ler as seguintes palavras de esperança: “Porque eu sei que o meu Redentor vive e por fim se levantará sobre a Terra” (Jó 19:25). Na galeria dos personagens do Novo Testamento nos deparamos com um túmulo abandonado, esquecido, onde se lê: “Aqui jaz Judas Iscariotes, o que O traiu” (Mt 27:3). A seu lado está outro sepulcro em más condições, com a inscrição: “Aqui jaz Demas, que amou o presente século” (2Tm 4:10).

Amigo, que epitáfio você escolheria para si?

Em um pequeno cemitério inglês existe uma tumba na qual se vê um anjo esculpido em mármore. Em uma das mãos, ele segura uma chave posicionada na direção de um cadeado. Com a outra mão, ele protege os olhos, enquanto olha para cima. E na base da tumba está gravada a inscrição” “Até que ele venha”.

A intenção do escultor era que víssemos, através dos olhos dos anjos, a glória de Deus por ocasião da vinda de Cristo, quando as sepulturas serão abertas e os crentes ressurgirão para a vida eterna. Jesus mesmo prometeu: “Não fiquem admirados com isto, pois está chegando a hora em que todos os que estiverem nos túmulos ouvirão a sua voz e sairão; os que fizeram o bem ressuscitarão para a vida, e os que fizeram o mal ressuscitarão para serem condenados” (João 5:28,29, NVI). Portanto, a morte não é o fim. A tumba não é uma urna eterna. Para os que creem na Bíblia Sagrada, a morte é um curto descanso que durará até a volta de Jesus em glória e majestade.

As Escrituras Sagradas descrevem a morte como um sono. Ao falar da morte de Lázaro para os Seus discípulos, o Mestre simplesmente declarou: “Nosso amigo Lázaro adormeceu, mas vou para despertá-lo” (Jo 11:11). Jesus ressuscitou Lázaro milagrosamente para demonstrar Seu poder sobre a morte. Não precisamos temer a morte. Nosso amado Salvador põe um sinal na tumba de cada filho Seu.

Um dia, nosso Senhor Jesus Cristo vai descer a Terra (Jo 14:1-3; I Ts 4:13-18). O céu será iluminado com Sua glória. Ele vai irromper entre nuvens (Ap 1:7). Assim como chamou Lázaro pelo nome, séculos atrás, também chamará nosso amados que foram ceifados pela morte pelo respectivo nome. As sepulturas serão abertas, e eles também sairão. Mas haverá uma diferença significativa. Quando Lázaro foi ressuscitado, ele não recebeu um corpo imortal, glorioso. Ressuscitou para testemunhar o poder do Senhor, mas morreu outra vez. A promessa divina é que, quando nossos entes queridos forem ressuscitados, eles serão ressuscitados com corpos imortais e gloriosos, para nunca mais morrerem. É o que nos assegura a Bíblia: “Eis que eu lhes digo um mistério: nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados, num momento, num abrir e fechar de olhos, ao som da última trombeta. Pois a trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis e nós seremos transformados. Pois é necessário que aquilo que é corruptível se revista de incorruptibilidade, e aquilo que é mortal, se revista de imortalidade. Quando, porém, o que é corruptível se revestir de incorruptibilidade, e o que é mortal, de imortalidade, então se cumprirá a palavra que está escrita: "A morte foi destruída pela vitória" (1 Coríntios 15:51-54, NVI).

Uma nova vida pulsara nas veias dos justos ressuscitados. Eles se levantarão com todo o vigor da juventude. Serão absolutamente perfeitos. Conforme o texto sacro, nós, os que estivermos vivos, também seremos transformados em um instante para receber os nossos corpos imortais e gloriosos.  Esse nosso corpo abatido, dilacerado e carcomido pelo pecado, será conforme o corpo glorioso de nosso Mestre – o Salvador Jesus Cristo A Bíblia afirma: “Pelo poder que o capacita a colocar todas as coisas debaixo do seu domínio, ele transformará os nossos corpos humilhados, para serem semelhantes ao seu corpo glorioso” (Filipenses 3:21, NVI). Que grande esperança! Que promessa maravilhosa!

Caro amigo leitor, que estas promessas confortem, hoje, o nosso coração, que talvez sofremos com a perda de um ente querido. Muito mais do que pensar num epitáfio para nossa tumba pensemos nesse dia, como será nossa transformação. Pensemos em nosso Salvador Jesus e na grande obra que irá realizar quando voltar pela segunda vez. Voltaremos novamente àquela beleza e perfeição de quando Adão e Eva foram criados. Será uma nova criação em Cristo Jesus.


Nenhum comentário:

Postar um comentário