Angel
Manuel Rodríguez
Ao responder a sua
questão, comentarei o contexto da passagem, resumirei minha compreensão do argumento
de Paulo e discutirei a natureza da lei nesse texto, em particular.
1.
Contexto:
A conexão entre o
pecado e a lei é brevemente mencionada em Romanos 5:20 e 6:14, mas, nessa
passagem, Paulo aborda a ligação entre pecado, lei e morte. Ele esclarece que a
lei não pertence à esfera do pecado, estabelece limites para o papel da lei
(Romanos 7:1-6) e indica que a culpa é do pecado que deturpou o que é bom e
santo, isto é, a lei de Deus (versos 7-25). Há algumas ligações contextuais
marcantes entre essa passagem e Romanos 6: o reinado do pecado e da lei
(Romanos 6:12; 7:1); eles governam enquanto estamos vivos (Romanos 6:7; 7:1);
temos que morrer para os dois (Romanos 6:9; 7:4); morremos com Cristo (Romanos
6:7) e por meio de Cristo (Romanos 7:4); nós trocamos de mestre (Romanos 6:17;
7:4); o fruto do pecado é a morte (Romanos 6:21), e por causa do pecado a lei
nos conduz à morte (Romanos 7:5); os cristãos devem produzir frutos (Romanos
6:22); há um velho homem (Romanos 6:6) e uma velha letra (Romanos 7:6); e há
novidade de vida (Romanos 6:4) e do Espírito (Romanos 7:6). Os paralelos
indicam um tema geral e contínuo, ou seja, que a lei, de alguma forma, está
envolvida na ligação entre o pecado e a morte.
2.
Resumo do Argumento:
Paulo declara um princípio: A lei governa
sobre nós enquanto vivermos (Romanos 7:1). Quando morremos somos libertos da
lei. Esse princípio é ilustrado pelo exemplo da mulher casada. A lei
relacionada com o casamento governa sobre ela enquanto o marido está vivo.
Depois que ele morre, ela pode se casar com outro homem sem ser condenada pela
lei como adúltera (Romanos 7:2, 3). Paulo começa a aplicar esse princípio aos
crentes (Romanos 7:4): Nós já fomos libertos do poder da lei, pois morremos
para a lei por meio de Cristo; legalmente passamos a pertencer a Ele. A lei não
pode condenar esse novo relacionamento. Paulo explica que a ligação entre
pecado, lei e morte é encontrada em nossa natureza pecaminosa rebelde. O pecado
usa a lei para estimular nossas paixões pecaminosas, e o resultado é a morte
(Romanos 7:5). Nesse cenário, a lei funciona como um guarda, mantendo-nos
confinados na prisão do pecado (Romanos 7:6; Gálatas 3:23). Quando o pecado e a
lei trabalham juntos, o resultado é fatal. Porém, uma vez que já morremos por
meio de Cristo, agora podemos servir em novidade de espírito, e não na antiga
forma da lei, como um código escrito (“letra”) nos condenando à morte (Romanos
7:6).
3.
A Lei:
Paulo discute o papel
da lei em um mundo de pecado e sua má utilização pelo pecado. Primeiro, a lei
nessa passagem se refere à lei antes da vinda de Cristo e do Espírito. Naquele
tempo, a lei governava sobre os seres humanos e, com o pecado, levava à morte
(condenação). Isto é, quando éramos controlados por nossas paixões pecaminosas
(Romanos 7:5), no tempo da “caducidade da letra” (Romanos 7:6). Segundo, isso
era quando a lei condenava os pecadores até a morte e o pecado usou a lei para
estimular o pecado em nós (verso 5). Estávamos sob o poder do pecado e da lei.
Precisamos obter a liberdade de ambos. Terceiro, a liberdade de ambos só
acontece quando morremos! A conexão entre pecado, lei e morte foi quebrada por
Cristo, quando deu Sua vida por nós e em quem nós morremos para o pecado
através do batismo (Romanos 6:1-7). A condenação e a maldição da lei foram
cumpridas na morte de Cristo (Gálatas 3:13). A lei não morreu, mas nós sim!
Quarto, a lei é agora colocada em sua perspectiva cristológica adequada. Por
meio do Espírito, somos capazes de fazer o que, por causa do pecado, não
podíamos fazer antes: os requerimentos da justiça da lei são agora cumpridos
naqueles que não vivem “segundo a carne, mas segundo o Espírito”( Romanos 8:4).
Por meio de Cristo
fomos libertados do poder do pecado e da condenação da lei.
Revista
“Adventist World” – Agosto 2014
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