Teologia

sábado, 6 de setembro de 2014

DIANTE DO TRONO NO CALDEIRÃO: UM ENSOPADO INSÍPIDO



Pr. Douglas Reis

No último sábado 31/01, Luciano Huck surpreendeu em seu programa: o global levou a artista gospel Ana Paula Valadão e sua trupe do Diante do Trono. Após o Festival Promessas, ocorrido no dia, parece que o sinal está verde para a participação de artistas gospel na maior emissora nacional. Claro que, se a fé move montanhas, a audiência que tais grupos proporcionam remove quaisquer preconceitos globais.

A Globo dá espaço aos evangélicos como deu ao Axé na década de 1990: por ser novidade e por saber da popularidade que tais grupos têm. Na apresentação, Luciano Huck repetiu que a artista Ana Paula já vendera 7 milhões de discos, quase justificando a presença dela em um ambiente, digamos, mundano.

Valadão não fez de rogada: disse que seu sucesso era resultado da sede por algo diferente, uma sede que Jesus satisfaz. Seria essa a explicação para seu sucesso ou toda mídia por trás da Igreja Batista da Lagoinha, denominação que promoveu a artista? O uso de ritmos populares e jargões cúlticos nos shows de Ana Paula também se acha em sintonia com as crenças neopentecostais, movimento que só cresce no Brasil. Se o Jesus da teologia da prosperidade, da “unção de leão”, dos milagres suspeitos e da “marcha para Jesus” é o mesmo que encontramos no Evangelho, aí já é outra história.

Eu creio que talvez esse Jesus, que faz tanto sucesso, seja incompatível com aquele da Bíblia; afinal, ele não possibilita uma transformação tão efetiva, nem um compromisso com a Verdade – isso porque, mais do que nunca, a ignorância em relação à Bíblia é aterradora no meio evangélico. Os pastores promovem um verdadeiro “coronelismo da fé”, declarando-se autoridade máxima, inquestionável. Estudar a Bíblia mesmo, o que levaria alguém a se saciar com a água que Cristo oferece (Jo 4:10, 13-14), isso se vê muito pouco. Os evangélicos, triste constatação, vivem mais de suas experiências fantásticas, do “louvorzão”, da profecia dita pelo servo escolhido e das unções, do que da palavra eterna do Deus vivo.

Também não creio que o Jesus que está presente nos shows gospel seja indispensável; ouso dizer que os próprios evangélicos acreditam que ele não faça tanta diferença. Um exemplo? Luciano Huck disse que seu programa é aberto a todas as crenças e cores e que a sua própria família seria assim: ele, judeu, sua esposa, a apresentadora Angélica, católica e sua sogra, evangélica. Ele ainda prosseguiu, afirmando que o Brasil é assim, ao que Ana Paula endossou, dizendo que todos têm seu espaço. E a soberania de Jesus, como fica? Foi um momento de mal disfarçado ecumenismo, diálogo de quem não tem muita convicção naquilo que crê. Um evangelho assim tão insípido deve continuar aparecendo bastante na televisão – afinal, ele não incomoda ninguém mesmo.

No último sábado 31/01, Luciano Huck surpreendeu em seu programa: o global levou a artista gospel Ana Paula Valadão e sua trupe do Diante do Trono. Após o Festival Promessas, ocorrido no dia, parece que o sinal está verde para a participação de artistas gospel na maior emissora nacional. Claro que, se a fé move montanhas, a audiência que tais grupos proporcionam remove quaisquer preconceitos globais.

A Globo dá espaço aos evangélicos como deu ao Axé na década de 1990: por ser novidade e por saber da popularidade que tais grupos têm. Na apresentação, Luciano Huck repetiu que a artista Ana Paula já vendera 7 milhões de discos, quase justificando a presença dela em um ambiente, digamos, mundano.

Valadão não fez de rogada: disse que seu sucesso era resultado da sede por algo diferente, uma sede que Jesus satisfaz. Seria essa a explicação para seu sucesso ou toda mídia por trás da Igreja Batista da Lagoinha, denominação que promoveu a artista? O uso de ritmos populares e jargões cúlticos nos shows de Ana Paula também se acha em sintonia com as crenças neopentecostais, movimento que só cresce no Brasil. Se o Jesus da teologia da prosperidade, da “unção de leão”, dos milagres suspeitos e da “marcha para Jesus” é o mesmo que encontramos no Evangelho, aí já é outra história.
Eu creio que talvez esse Jesus, que faz tanto sucesso, seja incompatível com aquele da Bíblia; afinal, ele não possibilita uma transformação tão efetiva, nem um compromisso com a Verdade – isso porque, mais do que nunca, a ignorância em relação à Bíblia é aterradora no meio evangélico. Os pastores promovem um verdadeiro “coronelismo da fé”, declarando-se autoridade máxima, inquestionável. Estudar a Bíblia mesmo, o que levaria alguém a se saciar com a água que Cristo oferece (Jo 4:10, 13-14), isso se vê muito pouco. Os evangélicos, triste constatação, vivem mais de suas experiências fantásticas, do “louvorzão”, da profecia dita pelo servo escolhido e das unções, do que da palavra eterna do Deus vivo.

Também não creio que o Jesus que está presente nos shows gospel seja indispensável; ouso dizer que os próprios evangélicos acreditam que ele não faça tanta diferença. Um exemplo? Luciano Huck disse que seu programa é aberto a todas as crenças e cores e que a sua própria família seria assim: ele, judeu, sua esposa, a apresentadora Angélica, católica e sua sogra, evangélica. Ele ainda prosseguiu, afirmando que o Brasil é assim, ao que Ana Paula endossou, dizendo que todos têm seu espaço. E a soberania de Jesus, como fica? Foi um momento de mal disfarçado ecumenismo, diálogo de quem não tem muita convicção naquilo que crê. Um evangelho assim tão insípido deve continuar aparecendo bastante na televisão – afinal, ele não incomoda ninguém mesmo.


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