Ricardo
André
Se perguntarmos aos
cristãos quais algumas das palavras mais doces e mais sublimes das Escrituras,
temos certeza de que mencionariam o amor, o perdão, a salvação, a redenção. No
entanto, muitas vezes nos esquecemos de uma palavra que em si abrange todas as
outras, porque será a culminação do drama humano. É uma palavra que concretiza
a esperança e a promessa dos filhos de Deus de todas as épocas – Céu!
João, o vidente de
Patmos, nos diz que viu uma porta aberta no Céu! “Depois destas coisas, olhei, e
eis que estava uma porta aberta no céu; e a primeira voz, que como de trombeta
ouvira falar comigo, disse: Sobe aqui, e mostrar-te-ei as coisas que depois
destas devem acontecer” (Apocalipse 4:1). O Céu é essa palavra mágica
que desperta esperança no coração humano, que faz vibrar todas as cordas do
peito humano, que faz rufar os tambores de celebração da vitória em Cristo
Jesus. Ela satisfaz os mais sagrados anseios da alma e os mais altos propósitos
de Deus para com o homem. Por quê? Porque representa nosso lar, o lugar do
nosso descanso, a volta do homem ao lar eterno... o que vem depois da morte.
Mas, esse Céu somente virá quando Jesus voltar em glória e Majestade (I Cor.
15:20-23; 2 Pd 3:10-13). As Sagradas Escrituras nos ensinam que os que morrem
dormem na sepultura, num estado de absoluta inconsciência, aguardando a ressurreição
(Jo 14-11-14; Ecles 9:5,6 e 10). Os que morreram em Cristo ressuscitaram por
ocasião da volta de Jesus (1 Ts 4:13-17).
Como crianças, nós
sempre manifestamos o desejo de ir para o Céu. O que torna atrativo o Céu? As
portas de pérolas, ou as ruas douradas? Não. O Céu nos atrai porque ali
poderemos ver a Cristo que nos amou e Se entregou por nós na cruz do Calvário
para dar-nos a salvação. “E qual é a felicidade do Céu senão a de ver
a Deus? Que maior júbilo poderá ter o pecador salvo pela graça de Cristo, do
que contemplar a face de Deus, e tê-Lo por Pai” (Ellen G. White, Testemunhos
Seletos, vol. 3, p. 266).
As grandes pirâmides do
Egito são uma demonstração cabal e clara dos anseios do homem além da morte.
São monumentos milenares que se transformaram em maravilhas do mundo antigo –
Quéops, Quéfren e Miquerinos. A maior foi edificada no ano 2 600 a.C. e cobre
sete hectares e a cúpula está a 137 metros do solo. Contém 2. 300.000 blocos de
pedra, com uma média de um metros cúbico e um peso de duas toneladas e meia
cada uma. Total: 6. 000.000 de toneladas.
Para que fizeram tudo
isso? Preservar para o futuro os corpos mumificados dos faraós, pois pensavam
que um dia a alma voltaria ao corpo. Ali armazenavam alimento, roupa e joias
para serem usados na vida vindoura. Esta crença dos egípcios fez com que se
descobrissem obras de arte, quando os arqueólogos encontraram a tumba do famoso
rei Tutancâmon, em 1922, com todo o seu ouro e esplendor. Os ladrões que não
criam nessa insensatez de seus compatriotas, roubaram e saquearam muitas
tumbas.
Há muitas outras
religiões que afirmam de uma maneira ou outra, a existência de um lugar
maravilhoso, como o Nirvana, onde o homem passará sua vida na eternidade. Mas a
promessa de Jesus é que viveremos no Céu. Ele prometeu voltar um dia para nos
levar para Si. Passaremos com Ele durante mil anos. “Não se turbe o vosso coração;
credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas; se
não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar. E quando eu for,
e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que
onde eu estiver estejais vós também” (João 14:1-3). Ali viveremos com
Ele durante mil anos. Ao final do Milênio voltaremos para esta Terra que será
renovada e transformada a perfeição original (Ap 20:1-5; 21:1-5). Paulo declara
que toda a criação humana e sub-humana está ansiosamente na expectativa de que
“a própria criação será redimida do cativeiro da corrupção, para a liberdade da
glória dos filhos de Deus” (Rom. 8:19-21). O mais singular e recompensador
aspecto da vida na nova terra será a experiência sem precedentes da presença de
Deus entre Seu povo. “Eis o tabernáculo de Deus com os homens.
Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus e Deus mesmo estará com eles”
(Apoc. 21:3). Essas palavras familiares constituem a promessa central
do concerto divino de graça (cf. Jer. 31:33; Heb. 8:10) que se concretizará
plenamente na nova terra. Satanás e aqueles que aderiram a sua rebelião serão
destruídos (Ap 20:9-14).
O Universo ficará livre
do pecado. E então Deus recriará a Terra para que seja o lar eterno dos salvos.
Consequentemente, não haverá mais manifestação do mal dentro ou ao redor de
nós. É difícil imaginar como será viver no novo mundo sem a presença de ódio,
inveja, temor, hostilidade, discriminação, engano, opressão, morte, competição
intensa, rivalidades políticas, corridas armamentistas, recessões econômicas,
tensões raciais, fome, disparidade entre ricos e pobres ou doença e morte. “E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a
morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as
primeiras cousas passaram” (Apoc. 21:4). Esses lampejos sugerem bem mais
do que na verdade indicam. Sugerem que não haverá mais doenças incuráveis, nem
mais acidentes trágicos, não mais crianças deficientes, não mais serviços
funerários, não mais separações permanentes. Também sugerem que estaremos aptos
a cumprir nossas metas inspiradas por Deus. Em nossa vida presente, a doença ou
morte muitas vezes liquidam os projetos ambiciosos que estamos perseguindo. Na
nova terra, todos terão tempo e recursos ilimitados para cumprir as metas mais
elevadas.
A comunhão que desfrutaremos
com a Trindade nos porá em comunhão com crentes de todas as eras e de todas as
partes do mundo. Hoje podemos apenas ter comunhão com os que vivem em nossa
época e nas vizinhanças imediatas. Na nova terra, nossa comunhão se estenderá
àqueles que viveram em todos os períodos e países: patriarcas, profetas,
apóstolos, mártires, missionários, pioneiros, nossos ancestrais familiares, e
descendentes, pastores e leigos.
O símbolo dessa grande
comunhão é o grande banquete das bodas do Cordeiro: “Bem-aventurados aqueles
que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro” (Apoc. 19:9). Essa comunhão
incluirá “uma grande multidão que ninguém podia enumerar, de todas as nações,
tribos, povos e línguas” (Apoc. 7:9). É impossível imaginar a inspiração e
informação que obteremos de nos tornar pessoalmente relacionados com as pessoas
mais bem dotadas que já viveram.
“O Grande Conflito
terminou, pecado e pecadores não mais existem, o universo inteiro está
purificado, Daquele que tudo criou emana vida, luz e alegria. Desde o minúsculo
átomo até ao maior dos mundos todas as coisas animadas e inanimadas declaram em
sua serena beleza que Deus é amor” (Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 684).
Esta gloriosa visão
bíblica do mundo por vir pode atiçar nossa imaginação, alimentar nossa
esperança e fortalecer nossa fé, enquanto vivemos entre as incertezas e
problemas desta vida presente. Pode inspirar-nos a vivermos “no
presente século, sensata, justa e piedosamente” (Tito 2:12), enquanto
aguardamos a consumação de nossa Bendita Esperança - o aparecimento de nosso
Salvador para restaurar este mundo a sua perfeição original.
Caro amigo leitor,
estaremos preparados quando Jesus voltar? Passaremos o milênio com Ele, na “casa
do Pai”? Estaremos dentro da Cidade de Deus? A escolha é nossa. Agora é o tempo
que dispomos para decidir onde passaremos a eternidade. Agora é o tempo oportuno.
Jesus convida: “Vinde a Mim” (Mt 11:28-30). Atenderemos o Seu convite, dizendo:
“Eu venho como estou”?
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