Teologia

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

O QUE ESTÁ ALÉM DA MORTE?



Ricardo André

Se perguntarmos aos cristãos quais algumas das palavras mais doces e mais sublimes das Escrituras, temos certeza de que mencionariam o amor, o perdão, a salvação, a redenção. No entanto, muitas vezes nos esquecemos de uma palavra que em si abrange todas as outras, porque será a culminação do drama humano. É uma palavra que concretiza a esperança e a promessa dos filhos de Deus de todas as épocas – Céu!

João, o vidente de Patmos, nos diz que viu uma porta aberta no Céu! “Depois destas coisas, olhei, e eis que estava uma porta aberta no céu; e a primeira voz, que como de trombeta ouvira falar comigo, disse: Sobe aqui, e mostrar-te-ei as coisas que depois destas devem acontecer” (Apocalipse 4:1). O Céu é essa palavra mágica que desperta esperança no coração humano, que faz vibrar todas as cordas do peito humano, que faz rufar os tambores de celebração da vitória em Cristo Jesus. Ela satisfaz os mais sagrados anseios da alma e os mais altos propósitos de Deus para com o homem. Por quê? Porque representa nosso lar, o lugar do nosso descanso, a volta do homem ao lar eterno... o que vem depois da morte. Mas, esse Céu somente virá quando Jesus voltar em glória e Majestade (I Cor. 15:20-23; 2 Pd 3:10-13). As Sagradas Escrituras nos ensinam que os que morrem dormem na sepultura, num estado de absoluta inconsciência, aguardando a ressurreição (Jo 14-11-14; Ecles 9:5,6 e 10). Os que morreram em Cristo ressuscitaram por ocasião da volta de Jesus (1 Ts 4:13-17).

Como crianças, nós sempre manifestamos o desejo de ir para o Céu. O que torna atrativo o Céu? As portas de pérolas, ou as ruas douradas? Não. O Céu nos atrai porque ali poderemos ver a Cristo que nos amou e Se entregou por nós na cruz do Calvário para dar-nos a salvação. “E qual é a felicidade do Céu senão a de ver a Deus? Que maior júbilo poderá ter o pecador salvo pela graça de Cristo, do que contemplar a face de Deus, e tê-Lo por Pai” (Ellen G. White, Testemunhos Seletos, vol. 3, p. 266).

As grandes pirâmides do Egito são uma demonstração cabal e clara dos anseios do homem além da morte. São monumentos milenares que se transformaram em maravilhas do mundo antigo – Quéops, Quéfren e Miquerinos. A maior foi edificada no ano 2 600 a.C. e cobre sete hectares e a cúpula está a 137 metros do solo. Contém 2. 300.000 blocos de pedra, com uma média de um metros cúbico e um peso de duas toneladas e meia cada uma. Total: 6. 000.000 de toneladas.

Para que fizeram tudo isso? Preservar para o futuro os corpos mumificados dos faraós, pois pensavam que um dia a alma voltaria ao corpo. Ali armazenavam alimento, roupa e joias para serem usados na vida vindoura. Esta crença dos egípcios fez com que se descobrissem obras de arte, quando os arqueólogos encontraram a tumba do famoso rei Tutancâmon, em 1922, com todo o seu ouro e esplendor. Os ladrões que não criam nessa insensatez de seus compatriotas, roubaram e saquearam muitas tumbas.

Há muitas outras religiões que afirmam de uma maneira ou outra, a existência de um lugar maravilhoso, como o Nirvana, onde o homem passará sua vida na eternidade. Mas a promessa de Jesus é que viveremos no Céu. Ele prometeu voltar um dia para nos levar para Si. Passaremos com Ele durante mil anos. “Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar. E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também” (João 14:1-3). Ali viveremos com Ele durante mil anos. Ao final do Milênio voltaremos para esta Terra que será renovada e transformada a perfeição original (Ap 20:1-5; 21:1-5). Paulo declara que toda a criação humana e sub-humana está ansiosamente na expectativa de que “a própria criação será redimida do cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus” (Rom. 8:19-21). O mais singular e recompensador aspecto da vida na nova terra será a experiência sem precedentes da presença de Deus entre Seu povo. “Eis o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus e Deus mesmo estará com eles” (Apoc. 21:3). Essas palavras familiares constituem a promessa central do concerto divino de graça (cf. Jer. 31:33; Heb. 8:10) que se concretizará plenamente na nova terra. Satanás e aqueles que aderiram a sua rebelião serão destruídos (Ap 20:9-14).

O Universo ficará livre do pecado. E então Deus recriará a Terra para que seja o lar eterno dos salvos. Consequentemente, não haverá mais manifestação do mal dentro ou ao redor de nós. É difícil imaginar como será viver no novo mundo sem a presença de ódio, inveja, temor, hostilidade, discriminação, engano, opressão, morte, competição intensa, rivalidades políticas, corridas armamentistas, recessões econômicas, tensões raciais, fome, disparidade entre ricos e pobres ou doença e morte.  “E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras cousas passaram” (Apoc. 21:4). Esses lampejos sugerem bem mais do que na verdade indicam. Sugerem que não haverá mais doenças incuráveis, nem mais acidentes trágicos, não mais crianças deficientes, não mais serviços funerários, não mais separações permanentes. Também sugerem que estaremos aptos a cumprir nossas metas inspiradas por Deus. Em nossa vida presente, a doença ou morte muitas vezes liquidam os projetos ambiciosos que estamos perseguindo. Na nova terra, todos terão tempo e recursos ilimitados para cumprir as metas mais elevadas.

A comunhão que desfrutaremos com a Trindade nos porá em comunhão com crentes de todas as eras e de todas as partes do mundo. Hoje podemos apenas ter comunhão com os que vivem em nossa época e nas vizinhanças imediatas. Na nova terra, nossa comunhão se estenderá àqueles que viveram em todos os períodos e países: patriarcas, profetas, apóstolos, mártires, missionários, pioneiros, nossos ancestrais familiares, e descendentes, pastores e leigos.

O símbolo dessa grande comunhão é o grande banquete das bodas do Cordeiro: “Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro” (Apoc. 19:9). Essa comunhão incluirá “uma grande multidão que ninguém podia enumerar, de todas as nações, tribos, povos e línguas” (Apoc. 7:9). É impossível imaginar a inspiração e informação que obteremos de nos tornar pessoalmente relacionados com as pessoas mais bem dotadas que já viveram.

“O Grande Conflito terminou, pecado e pecadores não mais existem, o universo inteiro está purificado, Daquele que tudo criou emana vida, luz e alegria. Desde o minúsculo átomo até ao maior dos mundos todas as coisas animadas e inanimadas declaram em sua serena beleza que Deus é amor” (Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 684).

Esta gloriosa visão bíblica do mundo por vir pode atiçar nossa imaginação, alimentar nossa esperança e fortalecer nossa fé, enquanto vivemos entre as incertezas e problemas desta vida presente. Pode inspirar-nos a vivermos “no presente século, sensata, justa e piedosamente” (Tito 2:12), enquanto aguardamos a consumação de nossa Bendita Esperança - o aparecimento de nosso Salvador para restaurar este mundo a sua perfeição original.

Caro amigo leitor, estaremos preparados quando Jesus voltar? Passaremos o milênio com Ele, na “casa do Pai”? Estaremos dentro da Cidade de Deus? A escolha é nossa. Agora é o tempo que dispomos para decidir onde passaremos a eternidade. Agora é o tempo oportuno. Jesus convida: “Vinde a Mim” (Mt 11:28-30). Atenderemos o Seu convite, dizendo: “Eu venho como estou”?

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