Teologia

segunda-feira, 21 de julho de 2014

MOVIMENTO PENTECOSTAL: ESPIRITISMO COM ROUPAGEM EVANGÉLICA



Ricardo André

O século vinte testemunhou uma surpreendente explosão de igrejas pentecostais e neopentecostais. O Pentecostalismo é um movimento religioso que tem a convicção de que os dons milagrosos ou os sinais que Deus deu aos apóstolos e às igrejas primitivas ainda estão disponíveis, podendo ser exercitados pelos cristãos hoje, portanto, o pentecostalismo reivindica que Deus dá dons milagrosos para as pessoas.

A ideia se baseia no Evangelho de São Marcos 16:17-18 e I Corintos 12:8-11.

Os pentecostais quando falam de dons se referem aos dons extraordinários da cura, dos milagres, de falar línguas estranhas, revelações diretas de Deus, expulsão de demônios e até mesmo pegar em serpentes e beber veneno e outras peripécias.

Diversas religiões evangélicas promovem o pentecostalismo. Após o segundo Concílio do Vaticano (1962-1965) o movimento pentecostal aflorou no catolicismo romano, ficando conhecido como movimento carismático. Ele é considerado por muitos estudiosos o fenômeno mais revolucionário da história do cristianismo no século 20, e talvez um dos mais marcantes de toda a história da igreja evangélica. Em relativamente poucas décadas, as igrejas pentecostais reuniram uma imensa quantidade de pessoas em praticamente todos os continentes, totalizando hoje, segundo cálculos de especialistas, cerca de meio bilhão de adeptos ao redor do mundo. Rigorosamente falando, o pentecostalismo como um fenômeno distinto surgiu nos últimos anos do século 19 ou nos primeiros do século 20. Todavia, por algum tempo ele se manteve relativamente modesto e circunscrito às fronteiras dos Estados Unidos. Seu crescimento vertiginoso e sua difusão internacional ocorreram a partir do famoso Avivamento da Rua Azusa, em Los Angeles, que teve início em abril de 1906.

No Brasil, a magnitude do pentecostalismo é evidente a todos os observadores. Há muitos anos esse segmento congrega a maioria dos protestantes. De acordo com o Censo de 2000, dos 26,2 milhões de evangélicos brasileiros, 17,7 milhões são pentecostais (67%). (Ver http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2000/ populacao/religiao_Censo2000.pdft). O movimento pentecostal e carismático se infiltraram em quase todas as igrejas cristãs. Entretanto, dúvidas sobre a validade ou genuinidade desse comportamento religioso pairam na mente de muitas pessoas sinceras.

A razão da reticência em relação a tais dons tem que ver com o comportamento manifestado durante o período em que tais pentecostais alegam estar recebendo o dom do Espírito Santo. Alguns rolam pelo chão, babam, contorcem-se, gritam desvairadamente e ficam com a face terrivelmente desfigurada. Como tudo isso é diferente do comportamento do cristão do primeiro século chamado Estêvão. Quando estava “cheio do Espírito Santo”, era nítido aos seus opositores que “o seu rosto era como o rosto dum anjo”. (Atos 6:15; 7:55) O Espírito Santo deu a Estevão sobriedade, paz e tranquilidade incomuns, algo bem diferente do que se observa nas exibições bizarras dos que professam receber os dons espirituais.

Os cultos delirantes e frenéticos das línguas estranhas, estão relaciona ao culto a Baal. Os profetas de Baal invocavam seu deus com saltos, contorções do corpo e gritos histéricos, ruídos desconexos de línguas estranhas, algazarra e alaridos confusos, sentimentos desordenados e agitações nervosas. “Eles clamavam em altas vozes... segundo o seu costume” (1 Reis 18:28). Neste culto não houve a presença de Deus, e não houve resposta, não houve fogo para consumir o sacrifício.

O fanatismo, a falsa excitação, o falso falar línguas e os cultos ruidosos, têm sido considerados dons posto na igreja. Alguns têm sido enganados a esse respeito. O movimento pentecostal e carismático, têm arrastados homens e mulheres a se entregar a sentimentos desordenados e excitados, e produzirem sons ininteligíveis a que chamam o dom de línguas, e essas classes parecem encantadas com essas estranhas manifestações. Esses movimentos fanáticos, essa algazarra e ruído, esse alarido e barulho, choca os sentidos e levam homens e mulheres ao erro.

A agitação nervosa, contorções do corpo, alaridos confusos em questões religiosas não prova de que o Espírito Santo de Deus esteja operando no coração. Quando o Espírito de Deus opera no coração, leva o fiel a ser obediente a sua Lei (Ezeq. 36:27, Atos 5:32, 1 João 3:24).

As pessoas nos cultos pentecostais quando estão falando línguas estranhas ficam, agitadas, em delírios, em transe, sentimentos desordenados e excitados, agitação nervosa, contorções do corpo, alaridos confusos, algazarra e gritarias. Tudo isto, é contrário a Bíblia que diz “Longe de vós toda... gritaria...” (Ef 4:31), no púlpito e no culto tem que ter “reverência” (Heb. 12:28, Lev. 19:30), e “Tudo, porém seja feito com decência e ordem” (1 Cor. 14:40), porque Deus não é Deus de confusão” (1 Cor. 14:33). Nos cultos ruidosos pentecostais o que mais se vê, é “confusão” de línguas estranhas.

Portanto, vamos analisar a partir de agora o que as Sagradas Escrituras dizem sobre o assunto. Neste artigo, responderemos a duas perguntas essenciais: (1) Por que foram dados o dom de língua no passado? (2) Como se manifestavam?

POR QUE FORAM CONFERIDOS OS DONS DO ESPÍRITO AOS CRISTÃOS DO PRIMEIRO SÉCULO?

Tais dons foram concedidos por duas razoes básicas: para a propagação do evangelho e para confirmar que esse era a partir de então o modo correto de Deus ser adorado. (Atos 1:8; Heb. 2:2-4) Os primitivos cristãos, em geral, eram tidos pela sociedade da época como “indoutos e comuns”, sabendo falar, mormente, o seu próprio idioma. No entanto, tinham diante de si uma obra colossal de pregação “até aos confins da terra” (Atos 1:8). De modo que o dom de línguas, manifestado primeiramente no Pentecostes no primeiro século, impulsionou tal obra. (Atos 2:1-11, 41)

Havia, naquela festa anual representantes de “todas nações” e imediatamente começaram a pregar o evangelho no idioma dos estrangeiros presentes...  

“Todos ficaram cheios do Espírito Santo e passaram a falar em outras línguas, segundo o Espírito lhes concedia que falassem”. (Atos 2:4)

Quando, pois, se fez ouvir aquela voz, afluiu a multidão, que se possuiu de perplexidade, porquanto cada um os ouvia falar na sua própria língua. (Atos 2:6)

(...) tanto judeus como prosélitos, cretenses e arábios. Como os ouvimos falar em nossas próprias línguas as grandezas de Deus? (Atos 2:11). 

Notem bem, Deus concedera a eles o dom de falar línguas estrangeiras, não língua desconhecida dos homens. Havia uma ordem para pregar o evangelho a todo o mundo (Mt 28:18-20) e uma ocasião oportuníssima para tal – a reunião em Jerusalém – de representantes de todas as nações da Terra para assistirem a festa de Pentecostes que, na oportunidade, se processava. Imaginem a urgência que eles tinham. Não podiam perder aquela oportunidade de pregar o Evangelho de Cristo. Não havia tempo de frequentar “aulas de línguas”. Tinha que ser agora! E, Deus envia o Consolador e os capacita a pregarem em “todas” línguas necessárias. O resultado: três mil novas almas para Cristo.  Portanto, o Pentecostes foi a comprovação irrefragável, cristalina, de que este dom é realmente a capacitação divina para cumprir a ordem de pregação do evangelho.

COMO ERA O DOM DE LÍNGUA NO PASSADO?

Como já mostramos, o dom de línguas não era falatório que ninguém entendia. Por ocasião da primeira ocorrência do dom de línguas, as pessoas das nações presentes ao Pentecostes relataram: “Como, pois, os ouvimos, cada um, na nossa própria língua em que somos nascidos?” (Atos 2:8) “Cretenses e árabes, todos nós temos ouvido em nossas próprias línguas falar das grandezas de Deus”. (Atos 2:11). Mesmo nos cultos daquele tempo, o dom de línguas deveria ser manifestado de modo a produzir edificação nos cristãos. Note como o espírito santo orientou o apóstolo Paulo a dar as diretrizes que assegurariam tal edificação. Paulo escreveu:

“Assim também vós, se com a língua não pronunciardes palavras bem inteligíveis, como se entenderá o que se diz? porque estareis como que falando ao ar” (1 Coríntios 14:9)

“De outra maneira, se tu bendisseres com o espírito, como dirá o que ocupa o lugar de indouto, o Amém, sobre a tua ação de graças, visto que não sabe o que dizes?” (1 Coríntios 14:16)    

“Se, pois, toda a igreja se congregar num lugar, e todos falarem em línguas, e entrarem indoutos ou infiéis, não dirão porventura que estais loucos?” (1 Coríntios 14:23).

Os três versículos acima mostravam a necessidade de as línguas faladas milagrosamente serem entendidas. Para assegurar que isso acontecesse, Paulo deu a seguinte diretriz:

E, se alguém falar em língua desconhecida, faça-se isso por dois, ou quando muito três, e por sua vez, e haja intérprete. Mas, se não houver intérprete, esteja calado na igreja, e fale consigo mesmo, e com Deus”. (1 Coríntios 14:27-28).

A instrução era óbvia: em cada reunião cristã, deveria haver no máximo três ocorrências de dom de línguas; cada um dos três cristãos com o dom deveria falar cada um na sua vez, após o que deveria haver alguém com dom de tradução, para o benefício de todos os presentes a tal reunião.  Não encontramos nenhuma igreja pentecostal que segue o modelo apostólico de 1 Coríntios 14:27, 28. Em todas as igrejas pentecostais, sem exceção, observa-se várias pessoas – muitas vezes quase a inteira congregação – falam em línguas no mesmo culto, e ao mesmo tempo!

Isso levanta sérias indagações: Se tais dons são realmente manifestações do Espírito Santo, como é possível que o Espírito Santo tenha ordenado uma diretriz na Bíblia, no primeiro século, e agora siga outra diretriz? Lembre-se de que tal diretriz foi ordenada para manter a ordem e para produzir edificação. O que é testemunhado nas igrejas pentecostais em nossa época evidencia justamente o contrário!

Portanto, uma comparação sóbria entre os dons dos tempos apostólicos e os atuais torna patente uma astronômica diferença entre os dois.

FORÇAS DEMONÍACAS ATUAM NOS CULTOS PENTECOSTAIS

Assim, obtivemos a resposta a três perguntas essenciais, ligadas a esse tema: (1) Por que foi conferido o dom de línguas? (2) Como era transmitido? As respostas bíblicas a tais questões suscitam outra importante pergunta: Que dizer dos alegados dons atuais?

Uma vez que o dom de língua concedido pelo Espírito Santo aos cristãos primitivos referia-se a capacidade de falar outros idiomas, com o propósito claro de pregar o evangelho ao mundo, o que explica essa clara distorção de tais dons nas igrejas pentecostais? Charlatanismo? Embora essa premissa não possa ser desconsiderada, os fatos mostram que há algo mais envolvido.

    
O atual pentecostalismo é obviamente puro charlatanismo, mas não é somente isso. Nas reuniões pentecostais está envolvido algo mais profundo e aterrador – a influência de forças espirituais demoníacas tentando enredar no engano pessoas por se manifestarem sob o ardil duma roupagem falsamente evangélica. Na realidade, as manifestações ocorridas nos cultos pentecostais representam uma contrafação do inimigo de Deus do verdadeiro dom de língua e do batismo do Espírito Santo. Ele aproveita o estado emocional dos crentes nessas reuniões, notadamente marcadas por muito barulho, choro, gritos, muitas músicas, danças e lança sua contrafação.

É interessante notar que os arroubos emocionais, o êxtase pentecostal tem muita similaridade com o que acontece nos centros espíritas e cultos pagãos. Já presenciei manifestações no meio evangélico semelhantes à reuniões de umbanda e candomblé, repletas de rituais, invocações, frases prontas, mantras, danças e movimentos que mais se assemelham a incorporações. Quando um médium espírita da Umbanda entra em transe, as emoções ficam descontroladas e ele neste estado de excitação psíquica faz caretas, trejeitos, ri, chora, grita, geme, rodopia, pula; então ocorre a dificuldade em articular as palavras. Aí surgem as “línguas estranhas”. Exatamente como ocorre nas reuniões das igrejas pentecostais: 

“A religião de que o homem precisa entrar em transe para sentir gozo espiritual, alegria, contentamento, e penetrar uma “nova realidade”, não se coaduna com os princípios cristãos, porque, tais emocionalismos e êxtases são, fundamentalmente, reminiscências dos cultos pagãos do passado que a Bíblia relata haver Deus ordenado sua destruição total (I Reis 18:22-39). Hoje, entretanto, imperceptivelmente, o diabo está misturando o santo com o profano, o certo com o errado, o calmo e equilibrado com o nervoso, irritadiço e barulhento. Lamentavelmente, existem cultos rotulados de evangélicos que mais parecem cerimônias pagãs do remoto passado, ou, quando nada, muito se assemelham.

Em seu livro que analisa muito bem os fenômenos pentecostais, intitulado Assim diz o Senhor (Rio de Janeiro: ADOS, 1993), Lourenço Gonzalez, na página 206, afirma: “Os cultos pagãos (religiões de mistério) praticados pelos magos do velho Egito e feiticeiros primitivos, eram rituais com muita música e participação física de seus adeptos, coletivamente. Não diferem também hoje, senão veja:
“As tribos africanas promovem seus rituais com danças exaustivas, intenso ruído de tambores, bebidas e provas de força e coragem.

“Os faquires da Índia, misturam mágica e sofrimento (cama de pregos); encantamentos e manuseio de serpentes venenosas, com muita música, canções, bebidas e cerimônias.
“As modernas sessões de espiritismo, consistem em uma mesa grande onde, os adeptos, assentados, começam a cantar músicas (pontos) batendo palmas intermitentemente.

“No candomblé, os tambores rufam, acompanhados de outros instrumentos musicais, com palmas, batidas de pé, rodopio do corpo, cabeça para frente e para trás, etc.
“Na umbanda , a “gira” (cerimônia), geralmente se inicia com invocações das falanges (linhas dos santos) através de “pontos cantados” (cânticos com ritmo marcado por atabaque – tambor).

“Todos esses rituais são extremamente contagiantes porque exigem a participação física do adepto ao compasso de estridentes e ritimadas músicas, fazendo-o chegar ao transe espírita que é, sem sombras de dúvida, produzido pelos espíritos de demônios (Apoc. 16:14)”. (Lourenço Gonzalez, Assim Diz o Senhor, p. 206).

É importante ressaltar que nem todos os milagres são de origem divina. Um poder sobrenatural pode ser satânico, apenas disfarçado de divino para criar uma ilusão. Estejamos atentos! “Muitos me dirão naquele dia: ‘Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? Em teu nome não expulsamos demônios e não realizamos muitos milagres? ‘Então eu lhes direi claramente: ‘Nunca os conheci. Afastem-se de mim vocês, que praticam o mal!’” Mateus 7:22-23

Caro leitor, não se engane: nestes últimos dias, Satanás está usando todos os truques que possui para enganar as pessoas. O jornal The New York Times publicou reportagens extensas sobre como o ensinamento herético do Pentecostalismo está varrendo a África e agora as pessoas buscam a certeza da presença e da salvação de Deus. Satanás as tenta a olharem para suas experiências religiosas mutáveis e subjetivas ao invés da Palavra imutável e viva de Deus.

Diga “Não” a quaisquer tentativas do diabo de fazer você olhar para qualquer outra coisa que não seja a Palavra de Deus. Diga “SIM” para Jesus, frequentando regularmente cultos centrados em Cristo e no estudo da Palavra de Deus, nos quais as emoções e a alegria não sejam a raiz, mas o fruto da sua nova vida no Salvador crucificado e ressurreto. 

As Sagradas Escrituras exorta-nos a oferecer a Deus um “culto racional” (Rm 12:1), ou seja, um culto com raciocínio e inteligência, sem a predominância do emocionalismo, que expresse também nossa gratidão e alegria, e esta se completa com a música, mas a música é para louvar a Deus e não para levar ao delírio e êxtase frenéticos. As músicas gospel pentecostais são recheadas de repetições. Verdadeiros mantras! Elas fazem com que os fiéis entrem numa espécie de transe: “Vem Espírito x 20; Sopra neste lugar x 15; Derrama x 30. Afirmamos: o Espírito Santo não precisa de invocação, pois ele habita em nós, em todo lugar e a todo momento!

O VERDADEIRO BATISMO DO ESPÍRITO SANTO

Aqueles que estão infectados pela heresia do ensinamento pentecostal poderão tentar convencer você de que, para ter certeza sobre sua fé, de que foi batizado com o Espírito Santo você precisa de um sinal ou experiência, que segundo eles, é falar as “línguas estranhas”.  Todavia, isso não se harmoniza com a infalível Palavra de Deus. A maior evidência de que um indivíduo está cheio do Espírito, é quando manifesta em sua vida o caráter de Cristo e não quando sapateia, dança, grita e rodopia. Batismo com o Espírito Santo significa estar totalmente sob a influência do Espírito, completamente cheio do Espírito (Ef 8:18) e produzir seus frutos, delineados por Paulo em Gl 5:22-25: “Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão domínio próprio. Contra essas coisas não há lei. Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito”.

Portanto, o batismo espiritual é uma realidade e uma benção gloriosa. É uma dádiva celestial que nos diz respeito. Precisamos dele. Sem o batismo do Espírito Santo não realizaremos o trabalho do Senhor, a contento. Porém, o batismo do espírito Santo ou ser "cheio" do Espírito não é uma experiência isolada, temporária ou dramática, ocorrida em determinado momento; mas sim uma dotação especial de poder ao crente que se coloca no altar de DEUS como sacrifício vivo (Romanos 12:1); que faz uma entrega sem reservas de sua vida, andando lado a lado com o Senhor e que tem certeza plena da vida escolhida em Cristo, fato que gera então profundo gozo e grande autoridade na Palavra, bem como qualifica-o para realizar os milagres que DEUS achar necessários. A plenitude do Espírito Santo é uma ordem de Deus e não é privilégio de alguns, mas de todos os que creram e receberam Jesus em suas vidas, diz a Palavra. Ele é renovado diariamente quando a pessoa caminha em verdadeira comunhão com Deus. É este o batismo do Espírito Santo que Jesus mandou os crentes pedir (Lucas 11:9 a 13).

Ellen G. White, disse: "DEUS quer que tenhais a graciosa dotação espiritual; então trabalhareis com um poder que antes nunca vos sentistes conscientes... DEUS deseja refrigerar Seu povo mediante o dom do  Santo Espírito, batizando-os novamente em Seu amor". Evangelismo,  pág. 180; Serviço Cristão, pág. 250 - CPB.

Sem errar, dizemos-lhe: O ser ou estar continuamente "cheio" do Espírito Santo deverá ser uma característica da vida do cristão. Não uma momentânea e passageira emotividade vinda porventura de um desgaste impulsivo de às vezes 45 minutos orando, em meio a febril gritaria. Ser batizado é ser totalmente imerso em algo, normalmente em água. Inclui toda pessoa. Batismo significa imergir. O batismo com o Espírito Santo sugere pois que somos imersos no Espírito, significa estar totalmente sob a influência do Espírito, completamente cheio dEle (Ef 5:18), que não é outra coisa, senão a experiência diária no processo da santificação. O esvaziamento voluntário do próprio EU para a entronização do Espírito Santo.

Daí todos percebem quando alguém foi batizado com o Espírito Santo? Por que falou em "línguas"? Não! Mil vezes não!! Deu gritos de aleluias? Não! Foi porque sua vida mudou para melhor. Foram abandonados todos os defeitos de caráter. Vencidos o ódio, os vícios (quantos irmãos e pastores que se dizem "batizados no espírito" continuam a beber ou fumar - I Cor 3:16), orgulho, egoísmo, inveja e toda a maldade e impureza que estavam arraigadas e escondidas no coração. Tem, tal crente, poder na palavra e louvor nos lábios. (É a experiência diária e não um momento explosivo).

O nosso maior interesse deveria ser em cumprir o “Ide” de Jesus, fazendo discípulos de todas as nações, afinal, não foi para isso que recebemos o Espírito Santo? “Mas receberão poder quando o Espírito Santo descer sobre vocês, e serão minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra”. Atos 1:8. Jesus NÃO disse: “Busque o Epírito Santo para gritar, rodopiar, pular e sapatiar”, NÃO! Sua ordem foi: “Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei. E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos”. Mt 28:19-20.

Fazer discípulos leva tempo, muitas vezes anos! Significa caminhar, conhecer, conviver, ensinar, exortar, amar, servir, se alegrar e chorar… É muito mais que uma reunião cheia de de arroubos emocionais. É uma caminhada longa, trabalhosa e nem sempre tão prazerosa, mas que deve ser feita em obediência a Cristo e amor às vidas. A nossa busca incessante deve ser por intimidade com Deus através da caminhada diária e por vidas rendidas aos pés da Cruz, afinal, não foi para isso que fomos chamados?

“Eu lhes digo que, da mesma forma, haverá mais alegria no céu por um pecador que se arrepende do que por noventa e nove justos que não precisam arrepender-se”. Lc 15:7














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