Ricardo
André
Se perguntássemos aos
adventistas do sétimo dia quais algumas das palavras mais doces e mais sublimes
das Sagradas Escrituras, certamente muitos deles citariam o amor, o perdão, a
graça, a salvação, a redenção, entre outras. Todavia, muitas vezes nos
esquecemos de uma palavra que em si abrange todas as outras, porque será a
culminação do drama humano. É uma palavra que concretiza a esperança e a
promessa dos filhos de Deus de todas as épocas – CÉU!
O vidente de Patmos,
João, nos diz que viu uma porta aberta no Céu! “Depois dessas coisas olhei, e
diante de mim estava uma porta aberta no céu. A voz que eu tinha ouvido no
princípio, falando comigo como trombeta, disse: "Suba para cá, e lhe
mostrarei o que deve acontecer depois dessas coisas" (Apocalipse 4:1,
NVI). O Céu é essa palavra mágica que desperta esperança no coração
humano, que faz vibrar todas as cordas do peito humano, que faz rufar os
tambores de celebração da vitória em Cristo Jesus. Ela satisfaz os mais
sagrados anseios da alma humana e os mais altos propósitos de Deus para com o
homem. Por quê? Porque representa o nosso lar, nosso lugar de descanso, a volta
do homem ao lar eterno... o que vem depois da morte.
De acordo com o relato
bíblico, Deus criou o primeiro casal humano: Adão e Eva (Gn 1:26-28).
Concedeu-lhes uma linda vivenda, que chamou de Éden; um imenso jardim, cheio da
ternura de Deus em cada criatura. Adão e Eva foram obviamente criados sem o
pecado, como os anjos. Tudo neles era reto e bom, porque possuíam natureza santa.
No jardim do Éden, algo era mais sublime que sua beleza estética e perfeita
harmonia: todos os dias ele era visitado por Deus, que é a verdadeira beleza,
de onde procedem todas as outras (Gn 3:8). Logo, a beleza inefável de Deus
inebriava o coração e a mente de Adão e Eva.
Éden foi um local de
profunda comunhão entre Deus e homem. Deus deixou ali duas árvores: a árvore do
conhecimento do bem e do mal, cujo fruto não deveria ser comido por Adão e Eva,
e a árvore da vida (Gn 2:15-17).
A proibição de Deus
parece ter aguçado a curiosidade desse casal. Foi então que o diabo os tentou,
dissuadindo-os de que Deus não pensava neles, mas em si mesmo, quando os
proibiu de comer o fruto do conhecimento do bem e do mal (Gn 3). Naquele
momento, houve uma quebra na confiança em Deus. Adão e Eva foram convencidos
pelo diabo de que Deus não tinha uma intenção reta quando lhes proibiu. "Deus
disse isso porque SABE que, quando vocês comerem a fruta dessa árvore, os seus
olhos se abrirão, e vocês serão como Deus" (Gn 3:5). Com essas
palavras, o diabo convenceu o casal que Deus não foi transparente com eles e
que não desejava que evoluíssem; antes, temia que isso acontecesse. Daí a
proibição.
Deus havia posto a
árvore do conhecimento do bem e do mal para testar a confiança que Adão e Eva
tinham nEle, no seu amor, na sua ternura, em seu bem. A partir do momento em
que Adão e Eva desconfiaram do amor de Deus é que desobedeceram, comendo o
fruto que não podiam comer. Portanto, o primeiro pecado ocorreu na
interioridade de Adão e Eva, quando desconfiaram do amor de Deus. A perda de
confiança os afastou imediatamente de Deus.
Desde então, Adão e Eva
começaram a morrer. Pela primeira vez sentiram vergonha de si mesmos e buscaram
roupas para cobrir sua nudez. Já não se viam belos e perfeitos, mas feios e
deficientes. Então apanharam folhas de figueira para cobrir sua nudez e, ao
perceberem a aproximação de Deus, esconderam-se dele. Passaram então a ver Deus
como um ser perigoso, de quem deveriam ter medo (Gn 3:10).
Como consequência, Adão
e Eva foram expulsos do paraíso. Para trás ficou a árvore da vida, cuja
presença era profética (Gn 3:21-24). Era a segunda chance que Deus havia
deixado ao ser humano. Na Sua preciência, Deus previu que o homem poderia
pecar e, por isso mesmo, antes que o pecado acontecesse, já havia traçado um
plano para salvar e promover a reconciliação (Gênesis 3:15I Coríntios 5:19;
João 3:16; Romanos 5:12).
Adão e Eva deixaram o
Éden, mas o Éden não os deixou. Viveram marcados pela frustração de terem
perdido tudo. Adão e Eva morreram, mas na memória da humanidade permaneceu a
lembrança do Éden como local de profunda amizade com Deus. Desse jardim, o homem
conserva ainda hoje uma espécie de saudade ou nostalgia. Instintivamente
buscamos essa relação de confiança que se perdeu e ardentemente desejamos o
regaço de Deus. Não apenas queremos uma reconciliação com Deus, mas sua
amizade.
“Nas profundezas da
alma humana se acha implantada a inquietação pelo futuro. Essa percepção do
infinito no tempo e no espaço produz insatisfação com a natureza transitória
das coisas desta vida. É o plano de deus que o homem perceba que o atual mundo
material não constitui o centro de nossa existência. Ele se acha ligado a dois
mundos: fisicamente a este mundo, mas mental, emocional e psicologicamente ao
mundo eterno” (Comentário Bíblico Adventista, vol. 3, 1075).
É dessa busca que as
mais diversas religiões se originaram. Por meio delas, queremos voltar para o
nosso lar. Somos todos filhos pródigos que ansiamos o reencontro com nosso Pai.
As grandes pirâmides do
Egito são uma clara demonstração cabal e clara dos anseios do homem além da
morte. São monumentos milenares que se transformaram em uma das sete maravilhas
do mundo antigo – Quéops, Qéfren e Miquerinos. A maior foi edificada no ano 2
600 a. C. e cobre sete hectares e a cúpula está a 137 metros do solo. Contém 2.
300.000 de pedra, com uma média de um metros cúbico e um peso de duas toneladas
e meia cada uma, perfazendo um total de 6.000.000 de toneladas.
Para que os egípcios
fizeram tudo isso? Para preservar para o futuro os corpos mumificados dos faraós,
pois acreditavam que um dia a alma voltaria ao corpo. Ali armazenavam alimento,
roupas e joias para serem usados na vida vindoura.
Há muitas outras
religiões que afirmam de uma maneira ou outra, a existência de um lugar
maravilhoso, os budistas, por exemplo, acreditam no nirvana, que “é a mais alta felicidade, um estado
completamente além do sofrimento. Todos aqueles que atingiram algum grau de
iluminação desfrutam da paz do nirvana. Aqueles que atingem o nirvana não estão
mais sujeitos ao renascimento no samsara — a existência cíclica — porque estão
além do ciclo da morte e renascimento”. –(http://www.dharmanet.com.br/intro/dharma).
Porém, a promessa de Jesus é que viveremos no Céu. “Na casa de Meu Pai há muitas
moradas” (João14:1-3). Jesus foi preparar-nos um lugar. Assim como a
Terra estava pronta para receber os seres humanos quando foi criada, o Céu
também estará pronto quando lá chegarmos. Em algum lugar, no espaço infinito,
existe um lugar para nós. O pecado nos separou desta vida no além, foi a
ruptura do reino celestial, foi o lançamento do homem para fora do jardim.
A escritora cristã
Ellen G. White afirmou: “E qual é a felicidade do Céu senão a de ver
a Cristo que maior júbilo poderá ter o pecador salvo pela graça de Cristo, do
que contemplar a face de Deus, e tê-Lo por Pai” (Testemunhos Seletos, vol. 3,
p. 266).
Caro amigo leitor, em
breve teremos uma casa, no alto do monte Sião. Preparemo-nos para morar lá. É
por isso que aguardamos esperançosos e expectantes o cumprimento das antigas
profecias que anunciam a breve instauração de uma Nova Ordem de coisas, a se
iniciar com o Advento de Cristo à Terra em glória e majestade. (I Ts 4:13-18; I
Coríntios 15:22, 23). As hostes celestiais o estão preparando, na expectativa
do dia glorioso do Segundo Advento de Cristo quando, deste planeta em rebelião,
os remidos serão levados para o seu Lar Eterno. Embora a Bíblia prometa um lar
no Céu aos filhos de Deus, ela também promete que os mansos herdarão à Terra
(Sl 37:29;Mt 5:5).
À primeira vista,
parece haver uma contradição, até que nos lembremos de que no fim do Milênio (Apocalipse
21:1-5), após ter ocorrido a purificação pelo fogo, o Céu verdadeiramente
descerá à Terra (Ap 2:8-10). Este planeta irá se tornar o Lar Eterno dos
salvos. A Nova Jerusalém estará situada nesta Terra. O governo de Deus será
também transferido para a Nova Terra – transformada em sua beleza e perfeição
originais. Deus habitará com os salvos e será o seu Deus.
A grande Mensageira do
Senhor – Ellen G. White, que teve o privilégio de ter uma visão do mundo de
amanhã, diz-nos:
“Foi-me revelada a
glória do mundo eterno. Quero dizer-vos que vale a pena alcançar o Céu. Deve
ser o objetivo de vossa vida habilitar-vos para o convívio dos remidos, dos
santos anjos, de Jesus, o Redentor do mundo”. – Maranata, o Senhor Vem, p.353
(MM, 1977)
Amigo, está você
disposto a receber a Cristo como seu Salvador do pecado? Quantos decidem
buscá-Lo diariamente para que quando Ele vier não haja dúvida quanto seu
destino eterno?
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