Teologia

sexta-feira, 24 de maio de 2019

ESTÁ A CASTIDADE FORA DE MODA?


Alberta Mazat*

Provavelmente você já ouviu opiniões como estas:

"Castidade? Até mesmo a palavra está fora de moda, deixe tal expectativa de lado!"

"Nós não somos adolescentes, somos maduros o suficiente para tratar com o sexo."

Estas vozes refletem o sentimento de muitos jovens solteiros e não representam apenas aqueles sem fortes convicções religiosas. Alguns dedicados jovens cristãos sentem que e moralmente aceitável ser solteiro e sexualmente envolvido. Alguns não! Enquanto alguns desejariam poder voltar o relógio e apagar esta parte do seu passado, outros continuam sexualmente ativos.

Consideremos algumas destas questões: requer Deus um certo estilo de vida sexual? Quão longe pode-se ir com excitação sexual e ainda sentir-se tranquilo acerca disto? O que pode ser feito se você já se envolveu em tais atividades e agora sente que elas são inapropriadas?

Ponto Pacífico: Castidade é uma Escolha Difícil

Eu não penso que castidade jamais foi fácil. De fato, estou convencida de que ela nunca foi mais difícil. O apelo da química é forte. O sexo inclui hormônios! Mas Deus, que nos criou para sermos pessoas sexualmente realizadas, também tem um piano para o melhor tempo em que isto deve acontecer. O sexo é muito mais que meramente um evento biológico; ele envolve nossas emoções, nosso intelecto, e nossa compreensão espiritual. Deus não intencionou que estivéssemos a mercê de nossas glândulas, assim Ele deu-nos orientações específicas!

Além disto, tensões internas, pressão dos pares, são aspectos difíceis de se enfrentar. É mais difícil quando os jovens não aprenderam a sentir-se confortáveis consigo mesmos. Talvez não haja uma formula para eliminar a pressão completamente. Contudo, é provável que você sinta-se melhor sabendo que os castos não são uma especial em extinção. Eles são apenas mais silenciosos, um grupo menos militante. Alguns dos estudantes mais brilhantes e destacados em vários lugares são virgens por escolha, não por mera negligencia ou acaso. Em outras palavras, "nem todos estão fazendo!"

Então, há a síndrome dos que são "levados." A despeito de tudo o que eles tenham decidido, alguns jovens dizem, "isto simplesmente aconteceu. " Seria possível que alguém, contrário a todas as suas boas resoluções, encontre-se praticando intercurso sexual? Se isto e possível, como pode Deus esperar castidade? É mais provável que esta síndrome seja o resultado de não se ter suficiente respeito pela química do corpo, ou de não se pensar com antecedência, e definir pianos para a resistência.

É a curiosidade como razão implemente para o sexo? No mundo em que vivemos, quase todos falam sabre sexo, cantam e leem acerca dele. A imaginação sobre como o sexo seja, transforma-se numa força compulsiva. "E se eu não me casar?" alguns jovens se perguntam. "Significa isto que eu nunca terei sexo?" Deus entende sua preocupação, mas ainda assim diz: "Não antes do casamento." Ele sabe que mesmo que você já tenha tido sexo fora do casamento, você ainda não conhece o profundo prazer que pode estar presente apenas na totalidade da sexualidade matrimonial. As duas experiências não podem ser comparadas.

Não estamos falando aqui da excitação de curta duração, que facilmente, sob circunstâncias erradas, se transforma em desapontamento. Estamos falando do prazer em um contexto de compromisso, segurança, proteção e respeito — o completo "conhecer," o qual protege contra frustração, remorso, exploração, vidas desorganizadas e doenças.

Temos sólidas evidencias de que a coabitação antes do casamento não compensa, como geralmente promete. Muitos jovens que escolheram tal experiência, assim o fizeram porque sentiam que ela asseguraria a compatibilidade e desenvolveria habilidades de inter-relacionamento no casamento. Mas pesquisas e estudos demonstram que o divórcio e mais provável quando os casais viveram juntos antes do casamento. O sexo pré-matrimonial não fortalece o relacionamento. Neste caso, a pratica não aperfeiçoa.

É Deus Contra o Sexo Pré-matrimonial?

Numa sessão de perguntas e respostas, um jovem perguntou: "Deus desaprova o sexo pré-matrimonial?" Minha resposta foi: "Eu creio que Deus vê o sexo pré-matrimonial com tristeza." Ele tem as maiores expectativas para o profundo gozo que a sexualidade matrimonial pode trazer, tanto ao esposo como a esposa. Quando Ele vê esta bela união (a qual Ele usa como símbolo do eterno amor de Cristo por Sua Igreja) usada meramente para gratificar impulsos que deveriam ser controlados, isto deve torna-Lo muito triste. Quando Ele vê a dor psicológica causada por jovens impulsivos, machucando-se um ao outro com promessas quebradas; quando Ele vê o mal de se forçar ou pressão nas experiências sexuais insatisfatórias, que podem deixar cicatrizes psicológicas, Ele deve se sentir irado. Quando Ele vê casais comprometendo-se em matrimonio sem preparo para o pleno relacionamento matrimonial, mas simplesmente porque se sentem sexualmente ansiosos, Ele deve sentir-Se compungido.

As Escrituras revelam em termos inequívocos o ideal de Deus para a sexualidade. Genesis 2:24 delineia o piano divino de três pontos. Maridos e esposas deveriam: (1) deixar relacionamentos passados, (2) passar por um concerto matrimonial, e só então (3) tomarem-se os dois uma só carne. O livro de Cantares retrata a mesma sequência. Capítulo 3:6-11 descreve o cortejo nupcial e a cerimonia. Apenas então e a Sulamita tratada como a esposa de Salomão. Agora ela se alegra em convidar seu esposo para "partilhar dos frutos do seu jardim. " Até então ela é um "jardim selado," uma virgem.

Alguns jovens solteiros sentem que o sétimo mandamento não se aplica a eles, uma vez que eles não estão contemplando o envolvimento com uma pessoa casada. Cuidadosos especialistas bíblicos percebem que "Não adulteraras" significa muito mais que apenas sexo ilícito com uma pessoa casada. Um dicionário teológico coloca a questão da seguinte forma: "Este mandamento e uma rejeição de todo intercurso extramatrimonial."

Há Outras Razoes para Esperar?

Muitas razoes têm sido propostas para se postergar a expressão sexual do amor até o casamento. Contudo, a advertência contra a gravidez prematura e doenças sexualmente transmitidas não tem diminuído o sexo pré-matrimonial. Provavelmente nunca tivemos índice mais elevado de tais consequências. Embora estas razões tradicionais são hoje mais fortes do que nunca antes, elas não constituem a totalidade da resposta.

Quando casais começam a gastar tempo em expressão física, frequentemente esta se toma a principal forma de comunicação nos quais necessitam gastar tempo. Necessitam tomar consciência dos alvos de cada um, seus valores e estilo de vida. Para a felicidade futura, é muito mais importante explorar a mente e a alma do que explorar o corpo.

Frequentemente, envolver-se em sexo pré-matrimonial resulta no casamento de pessoas que não foram feitas uma para a outra. Um casal observa: "Nós sentimos que desde que já tínhamos agido sexualmente como esposo e esposa, deveríamos unir-nos em casamento. Tínhamos que legitimar nossas ações. Nosso relacionamento físico nos cegava quanto aos reais problemas do nosso relacionamento."

Outros casais têm descoberto que experiências pré-matrimoniais íntimas do passado com outros parceiros, agora, algumas vezes, interferem em sua experiência sexual no casamento. Comparações desfavoráveis podem interferir nesta mais íntima das comunicações.

Outra preocupação: "Como posso estar seguro de que ele ou ela será fiel a mim agora que estamos casados, quando eu sei que houve outros ou outras antes de mim?" Aqueles que se envolveram em sexo pré-matrimonial são mais propensos a se envolverem em sexo extramatrimonial. A confiança e um ingrediente tão importante no casamento que todo esforço deve ser feito para — com antecedência — preservá-lo!

E há também a dor de quebrar um relacionamento sério, a qual pode ser muito intensa, particularmente (especialmente para as moças) quando houve intercurso sexual. As mãos, geralmente, dão mais de si — sua pessoa total — no relacionamento sexual. Contudo, os rapazes também podem ser devastados por um termino. Deus não intencionou que a experiência sexual fosse uma causa de sofrimento. Ele planejou que ela trouxesse prazer, e Ele sabia que o melhor lugar para ela acontecer e dentro do protegido ambiente de um relacionamento matrimonial amoroso.

Mas nós nos Amamos!

Talvez esta seja uma boa oportunidade para falar acerca do real significado do amor. O amor não deveria ser confundido coisas pulsações rápidas do coração — o que também pode ser ocasionado pela sirene do policial que manda você parar no acostamento, quando dirigindo em alta velocidade! Se alguém lhe desse um cheque de um milhão de dólares, você poderia também experimentar "este agradável sentimento que percorre o corpo inteiro," como alguns tem descrito o amor. Não, o amor é feito de conteúdo mais serio. Amor real projeta-se para a pessoa amada, ele não é egocêntrico. Em lugar de dizer: "Eu preciso, eu desejo, eu não posso ficar sem ... " ele procura contribuir para o bem-estar e a felicidade da outra pessoa, que se torna parte do nosso próprio gozo.

O amor traz energia! Ele inclui gostar e respeitar. Não há nele agenda oculta, desejando efetuar grandes mudanças na outra pessoa, para torná-la mais aceitável. O amor não pressiona o outro a agir em formas contrarias aos seus valores ou moral. Isto é extraordinariamente importante! E é precisamente por esta razão que é importante reconhecer os problemas que resultam quando estes ingredientes do amor estão ausentes!

Alguns tem formulado a seguinte questão: "Esta errado t.er sexo pré-matrimonial quando você está noivo ou noiva e cem por cento seguro de que vai casar? " Eu creio que isto não é sábio, e prematuro e e contrario ao piano de Deus para assegurar o melhor para a sexualidade, não simplesmente no momento, mas também no futuro.

O casamento nunca e "cem por cento seguro" até que os votos sejam pronunciados diante do ministro. Aproximadamente um terço de todos os noivados se desfaz, alguns mesmo no dia do casamento! (Estas podem ter sido sabias decisões que evitaram sofrimento posterior). O noivado e um tempo para, cuidadosamente, se explorar se o relacionamento tem o que e necessário para um bom casamento. Deixe a celebração para quando tiver tudo garantido, selado e assinado com os votos do altar.

E "Tudo Menos…"?
Os jovens estão sempre ansiosos por descobrir quão perto eles podem chegar do intercurso, sem, contudo, praticá-lo! Um jovem chamou este tipo de pratica de "sexo vegetariano... tudo menos!" Devemos compreender que o intercurso não é um evento isolado — ele é parte de um processo.

Há quatro fases no ato sexual. A primeira é a fase da excitação, assinalada pela ereção no homem, e a lubrificação genital na mulher. A menos que algumas barreiras se interponham, o casal deseja tomar-se mais juntos.

A próxima fase é o estágio chamado "plateau," uma palavra sofisticada para o "love-play" que antecede o intercurso. Esta deveria ser a parte mais longa do ciclo, caracterizada por agradáveis toques sexuais, mensagens verbais de amor, e todas aquelas coisas excitantes que preparam o casal para o intercurso e o orgasmo.

A fase do "plateau" faz parte do plano divino, preparando os corpos de ambos, homem e mulher, para o completo ato de união. Não se trata de uma brincadeira para pessoas buscando diversão. A culminação deste estagio passa diretamente para a fase do orgasmo. A fase final é o estagio das ponderações. Os casais podem apreciar este estagio mais plenamente quando eles estão seguros de que, seja qual for a consequência, eles estão prontos para assumir a responsabilidade. O piano de Deus era que o processo completo deveria ocorrer em relacionamento de compromisso, no qual o casal da a cada um todo o apoio emocional, espiritual e social possíveis no casamento.

O grande problema é este: em que ponto do estágio do "plateau," o ato do amor deixa de ser uma simples experiência de prazer e transforma-se no presidio do intercurso? Quando duas pessoas se sentem tão atraídas entre si a ponto de que elas não podem desfrutar os estágios iniciais — de segurar as mãos, abraçar e beijar — sem avançar para tocar os seios e os órgãos genitais, estão invadindo o espaço conjugal. Se não percebem quando este apelo se toma incontrolável, não são amadurecidos o suficiente para se envolver em qualquer proximidade física.

"Então, está você dizendo que abraçar e beijar está certo?" você pode perguntar. Não, não é isto que estou dizendo! Há diferentes tipos de abraços e beijos. Diferentes pessoas tenderão reagir de formas diferentes a quantidade e graus destas caricias. É importante que cada pessoa saiba o que e particularmente excitante para ela. Então, com antecipação, cada um deve tom.ar decisões especificas acerca de como eles planejam tratar com envolvimento posterior. Alguns podem escolher diversões, discussões, ou mesmo exigir que tais atividades excitantes sejam interrompidas! Muitos jovens, em retrospecto, gostariam que tivessem planejado uma forma de escapar deste tipo de situação com a dignidade intacta.

É importante descobrir o que lhe toma mais vulnerável aos estímulos sexuais. Muitos descobrem ser a música, a televisão, determinadas leituras, conversações sugestivas, ou imaginação não controlada. (Quando você está em uma dieta, você não deveria gastar muito tempo em uma sorveteria!) Outros relatam que atividades produtivas ou recreativas ajudam a sublimar estes intensos sentimentos. Cada pessoa deve estar preparada para a intensidade e persistência dos sentimentos de desejo. Mas você esta no comando dos seus pensamentos, o que constitui boas novas!

Algumas Outras Vozes

São apenas as pessoas da igreja que estão propondo que se espere até o casamento? Temos que convir que o apelo a castidade não vem, geralmente, de vozes que tem muita credibilidade com os jovens! Senhoras idosas, clérigos inibidos, diretores de escolas, professores e pais, pessoas que, como todos sabem, há muito tempo já tem os seus hormônios secos, estes eram os que costumavam falar contra o sexo pré-matrimonial.

Mas isto não e mais o que acontece. Muitos profissionais que estão dando atenção ao que esta acontecendo ao redor deles estão também dizendo coisas muito interessantes sobre a castidade. Aqui está um exemplo. O Dr. Joel Moskowitz era diretor de serviços clínicos em um centro de saúde mental, em uma universidade do leste, quando publicou o artigo "Virgindade Secundaria." Ele declara que depois de um período de desilusão com atividade sexual, alguns jovens têm decidido permanecer castos ate o casamento. Ele chama isto "virgindade secundaria," e diz que tal atitude esta se tornando popular.

O Dr. Charles Millard, em uma universidade no outro lado do continente diz: "Em campi universitários esta se manifestando, presentemente, um retorno aos valores espirituais e a consciência de que relacionamentos sexuais passageiros não conduzem a arranjos satisfatórios ou permanentes à ausência de compromisso esta agora sendo reconhecida como uma das muitas fraquezas da assim-chamada liberação."

Agora, do Professor Richard Hettlinger, no centro-oeste, esta observação: "Preservar a final intimidade sexual para o compromisso final do casamento, ou adotar uma visão de castidade com pleno reconhecimento do que está sendo excluído da vida, são escolhas que indicam fortaleza e independência, não fraqueza." Todas estas mensagens, por sinal, foram publicadas em um jornal secular.

Nós estamos, finalmente, ouvindo vozes que foram quase sufocadas pelos barulhentos representantes da liberdade sexual. A revolução sexual não cumpriu a promessa de despreocupado prazer para todos. A revolução sexual passou!

Mas espere, talvez a revolução apenas começou! Libertação agora e liberdade de se não ter que seguir a liderança dos desinteressados em um Deus de amor, que sabe o que e melhor para nós. Nos estamos libertados de uma vereda que frequentemente e causa de sofrimento emocional, alienação, insegurança e doença.

E Se...?

É possível que alguém lendo este artigo desejasse que ele ou ela tivesse feito uma escolha diferente acerca da atividade sexual. Talvez seja você. Talvez você agora esteja percebendo que na busca de liberdade de expressão sexual, você realmente perdeu parte dela. A liberdade que você perdeu poderia ser liberdade do trauma emocional, da preocupação com as consequências, do remorso, e do privilegio de viver sem pesar. Talvez você tenha feito essa decisão porque faltou-me orientação, ou porque você não era O suficiente amadurecido ou amadurecida para pesar as coisas corretamente. Significa isto que você esta para sempre condenado ou condenada a culpa e aos resultados de sua ação?

A resposta é "Não." Obviamente, alguns resultados não podem ser alterados, mas Deus não considera você "impuro para sempre." Falamos anteriormente de pessoas que se consideram espiritualmente " revirginadas." Isto e o que Deus oferece aqueles que desejam seguir Suas instruções para a vida sexual. Muitos textos das Escrituras proclamam as boas novas de que Deus não Se lembra de nossos pecados, sejam eles sexuais ou de qualquer outra natureza. (Jeremias 31 :34).

Aqueles que aconselham pessoas solteiras a esperar até o casamento para se expressarem em total intimidade oferecem a liberdade de entrar na celebração matrimonial. Como no caso de muitas celebrações importantes, esta e melhor quando todos os detalhes são cuidadosamente planejados. Além do mais, permanecer solteiro ou solteira deveria ser considerado como uma opção. Existem cristãos felizes e realizados que decidiram não se casar.

Isto é precisamente o que significa maturidade — a habilidade de receber informações, pesar opções, avaliar e executar decisões. A maturidade nem sempre vem com a idade, mas a idade, geralmente, toma-a mais fácil.

Uma sugestão: de agora em diante, em lugar de pensar em sua vida pré-matrimonial coma simplesmente um marco para a contagem do tempo ate o seu casamento, visualize-Se em um processo de crescimento, desenvolvimento e enriquecimento de todos os aspectos de sua pessoa. Então você estará gloriosamente preparado ou preparada para o que Deus esteja planejando para o seu futuro.

*Alberta Mazat é especialista em vida familiar, e tem tido uma ativa carreira em aconselhamento, palestras, e ensinos na Universidade de Loma Linda. Ela é também aurora de muitos artigos e do livro recentemente publicado: Questions You've Asked About Sexuality (Pacific Press, 1991).



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