Teologia

terça-feira, 7 de novembro de 2017

“BICHO QUE NÃO MORRE, FOGO QUE NÃO SE APAGA”

Prof. Azenilto Brito

* Ao Jesus falar do, “bicho que nunca morre, fogo que nunca apaga” em Marcos 9:48 não estaria comprovando e doutrina da imortalidade da alma e do fogo eterno do inferno?

 Alegação:

 A linguagem do texto parece por demais clara de que a alma não morre, assim tem-se a confirmação da parte do próprio Senhor Jesus Cristo de que alma não pode morrer e de que o fogo do inferno dever ser mesmo infindável.

 Ponderação:

 Cristo Se vale de uma metáfora anteriormente utilizada por Isaías, em seu capítulo 66, vs. 24. O profeta ali fala das tropas de inimigos de Deus, cujos CADÁVERES são deixados insepultos, com vermes os consumindo.

 Ele emprega tal linguagem para ressaltar o horror da cena, mas como aparecem “cadáveres”, é claramente uma indicação de morte, não de existência contínua de alguma alma. E Jesus fala de “bicho” que nunca morre, e não de “alma”. Ora, alma é alma, e bicho é bicho.

Em Isaías 34:9 e 10 encontramos outro exemplo de linguagem hiperbólica que João emprega no Apocalipse, bem como em Jer. 17:27 que fala do fogo que queima as portas de Jerusalém “e não se apagará”, contudo não há fogo nenhum queimando as portas de Jerusalém hoje em dia.

Para ilustrar o que vem a ser essa “linguagem hiperbólica”, significa o uso de palavras que “exagerem” algo a que se refiram, para acentuar o seu caráter. É como no hino nacional brasileiro, o “pátria amada, IDOLATRADA”. . .

Na verdade ninguém idolatra a pátria nesse sentido, nem mesmo o presidente da República. . .

E temos no Novo Testamento o “juízo eterno” de Heb. 6:2, que não trata de um processo que tem início, mas não tem fim, e sim que é eterno em seus efeitos e consequências. E que dizer do “fogo eterno” que queimou Sodoma e Gomorra, mas não está queimando mais hoje? (ver Judas 7)

Afinal, o salário do pecado é a morte? (Rom 6:23). No próprio Salmo 68:20 lemos: “O nosso Deus é o Deus libertador; com Deus, o Senhor, está o escaparmos da morte”.

 Conclusão:

 Claramente a linguagem que deve PREVALECER nesse paradoxo é a da morte eterna desses pecadores, contrastada por Cristo com a vida eterna dos salvos: “E irão estes para o castigo eterno, porém os justos para a vida eterna” (Mat. 25:46).

Assim, a linguagem hiperbólica utilizada por Cristo em Marcos 9:48, sobre o “bicho que nunca morre”, quando empregada para provar a imortalidade da alma, termina revelando-se uma excelente explicação da condição de morte eterna dos pecadores, sendo, pois, um “tiro” interpretativo que sai pela culatra.




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