Postado por: Adenilton Tavares
Se
descubro em mim um desejo que nenhuma experiência deste mundo pode satisfazer,
a explicação mais provável é que fui criado para um outro mundo
O que leva uma pessoa a
pensar que a vida faz sentido? Há muita gente que tem tudo o que se possa
imaginar e, mesmo assim, continua procurando uma razão para viver. Por outro
lado, ao longo da minha trajetória tenho conhecido pessoas que, apesar do
convívio com a escassez, conseguem experimentar um tipo de paz interior que
está além da experiência que a sociedade do consumo pode proporcionar.
No livro Em Busca de
Sentido, o psiquiatra austríaco Viktor Frankl comenta que “a principal
preocupação da pessoa humana não consiste em obter prazer ou evitar a dor, mas
antes em ver sentido para sua vida”. A grande questão é que “o coração do homem
tem um vazio do tamanho de Deus”, conforme expressou o escritor russo Fiódor
Dostoiévski.
Pela visão cada vez
mais ofuscada e distorcida da humanidade, muitos não sabem explicar o que é e
de onde vem essa aspiração. A resposta está no fato de que Deus “pôs a
eternidade no coração do homem” (Ec 3:11). Por isso, nenhuma condição terrena
pode preencher um anseio que tem origem divina.
Após uma intensa
reflexão sobre a sociedade de sua época e uma profunda autoanálise, Salomão
chegou à conclusão de que toda busca para mitigar a sede da alma por meio das
realizações humanas não passa de vaidade e “correr atrás do vento” (Ec 1:2, 14,
17; 2:11, 17, 26; 4:4, 6, 16; 6:9; 12:8).
O livro de Eclesiastes
revela que “é desígnio de Deus que o ser humano compreenda que o mundo material
não constitui a essência de sua existência. Ele está unido a dois mundos:
fisicamente a este mundo, porém mental, espiritual e psicologicamente ao mundo
eterno. Apesar da consciência obscurecida pelo pecado, o homem ainda parece ter
percepção de que deveria continuar a viver para além dos estreitos limites
desta vida insatisfatória” (Comentário Bíblico Adventista, Vol. 3, p. 1215).
Em outras palavras, nós
devemos viver com os “pés na terra e os olhos no céu”. Afinal, como disse C. S.
Lewis no livro Cristianismo Puro e Simples, “se descubro em mim um desejo que
nenhuma experiência deste mundo pode satisfazer, a explicação mais provável é
que fui criado para um outro mundo”.
ADENILTON
TAVARES é mestre em Ciências da Religião e professor de
grego e Novo Testamento na Faculdade de Teologia da Bahia
FONTE: http: //www.revistaadventista.com.br
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