Ricardo André
A masturbação é uma
auto estimulação dos órgãos genitais, manualmente ou por meio de objetos, a fim
de produzir a excitação e prazer sexual. Ela é algo bastante praticado entre
adolescentes e jovens. Estudos apontam que 97% dos homens já praticaram a
masturbação alguma vez na vida. Curiosamente, a prática não é uma exclusividade
masculina. Pesquisas revelam que 92% das mulheres praticam masturbação, e que a
maioria das delas com idade superior a 18 anos já se masturbaram pelo menos uma
vez, mas poucas mulheres fazem isso com frequência. As perguntas que surgem de pronto
são: É a prática da masturbação pecado? Possui a masturbação efeitos
prejudiciais?
Para a maioria dos
cristãos a masturbação constitui-se numa prática impura, pecaminosa. Ao
contrário dos cristãos, os médicos e especialistas do sexo da atualidade não
concordam com essa ideia. Eles acreditam que a masturbação constitui-se numa
prática saudável, que permite que os jovens conheçam melhor seu corpo e
descubra o que o faz se sentir melhor. Asseveram que a auto estimulação é uma
ótima maneira para relaxar emocional e fisicamente. Chegam até a recomendar a
masturbação a seus pacientes. Mas, o que diz as Sagradas Escrituras a respeito
desse assunto polêmico?
O
que a Bíblia diz?
A Bíblia não fala explicitamente
sobre masturbação. Ela sequer menciona a prática. Todavia, apresenta vários
princípios que nos ajudam na compreensão do assunto. Nosso objetivo com esse
artigo é compreender esse assunto à luz da Bíblia Sagrada. Penso que a
masturbação, naturalmente, não está entre os pecados graves, tais como o
adultério e a fornicação. Não obstante ser ela encarada positivamente por
muitos médicos e sexólogos contemporâneos, é obviamente um vício pecaminoso,
uma vez que sua prática contraria alguns princípios bíblicos, quais sejam:
1) Ao se masturbar, o
jovem fica absorto nas suas próprias sensações físicas – torna-se completamente
egoísta. A verdade é que a masturbação é a prática do sexo solitário. Mas, somos
ensinados pela Palavra de Deus que o sexo, em vez de ser usufruído
egoisticamente, deve ser compartilhado exclusivamente dentro do relacionamento
matrimonial, como expressão de amor entre o homem e sua esposa. O plano divino
não é “que o homem esteja só” (Gn 2:18), mas que se realize
sexualmente no casamento (ver Gn 2:24; Êx 20:14; Pv 6:20-35; 7:1-27).
As Escrituras Sagradas
afirmam: “Beba das águas da sua cisterna, das águas que brotam do seu próprio
poço. Por que deixar que as suas fontes transbordem pelas ruas, e os teus
ribeiros pelas praças? Que elas sejam exclusivamente suas, nunca repartidas com
estranhos. Seja bendita a sua fonte! Alegre-se com a esposa da sua juventude. Gazela
amorosa, corça graciosa; que os seios de sua esposa sempre o fartem de prazer,
e sempre o embriaguem os carinhos dela” (Provérbios 5:15-19, NVI).
2) O masturbador
geralmente contempla fotos pornográficas, imagina cenas eróticas ou pensa estar
fazendo sexo com uma mulher, o que não se harmonizam com os elevados princípios
de pureza moral e espiritual do cristianismo. A Bíblia nos exorta: “Amados,
insisto em que, como estrangeiros e peregrinos no mundo, vocês se abstenham dos
desejos carnais que guerreiam contra a alma” (1 Pedro 2:11, NVI).
Cristo foi claro em
afirmar que o adultério condenado pelas Escrituras (Êx 20:14) não se restringe
meramente às relações sexuais fora do casamento, mas envolve também os próprios
pensamentos imorais, “que contaminam o homem” (Mt 15:19 e 20).
Ele afirmou claramente no Sermão do Monte: “Ouvistes que foi dito: Não adulterarás.
Eu, porém, vos digo: qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, no
coração, já adulterou com ela” (Mt 5:27 e 28). Isto é muito sério! No tempo de Jesus, os líderes religiosos ensinavam que o pecado sexual era cometido apenas quando um homem e uma mulher não casados entravam em relacionamento íntimo. De
acordo com Jesus, a impureza sexual não nasce no ato, mas na imaginação pecaminosa, que olhares cheios de lascívia alimentaram. Jesus deixou claro que qualquer que cobiçar uma mulher já adulterou com ela em seu
coração. E não é exatamente isso que acontece quando uma pessoa está se
masturbando? No ato ele imagina estar mantendo relações sexuais com uma moça
que não é seu cônjuge. E no Salmo 24:3 e 4 lemos:
“Quem subirá ao monte do Senhor? Quem há de permanecer no Seu santo lugar? O
que é limpo de mãos e puro de coração…”
3) Comumente o masturbador ver as pessoas do sexo oposto como meros
objetos sexuais, isto é, como instrumentos de satisfação sexual. Tais atitudes
erradas transmitidas pela prática da masturbação corrompe ou contamina a mente.
A Bíblia sagrada exorta: “Amados, visto que temos essas promessas,
purifiquemo-nos de tudo o que contamina o corpo e o espírito, aperfeiçoando a
santidade no temor de Deus” (2 Coríntios 7:1, NVI).
Os
efeitos prejudiciais da masturbação
Alguns sexólogos dizem
que a masturbação não tem repercussões negativas. Ledo engano. Ela traz efeitos
negativos sim, e um deles é que ela pode desenvolver um comportamento que
potencialmente pode levar à dependência, ao vício. Um vício difícil de ser
rompido, diga-se de passagem. Há milhares de pessoa que se masturbam três,
cinco ou até dez vezes ao dia, adquirindo uma compulsão sexual. Compulsivos
sexuais precisam de muita atividade sexual em curto espaço de tempo. Essas
pessoas podem se machucar com o excesso de fricção, se sentirem mais
enfraquecidas fisicamente pelo gasto de energia. E quando a pessoa se masturba
constantemente e não tem relação sexual pode acabar se acomodando e abrindo mão
de um relacionamento sexual a dois. Há muitos que continuam se masturbando
mesmo na fase adulta. Muitos mesmo depois do casamento sentem o desejo compulsivo
de se masturbar. E, todo vício é pecado, pois transgride os princípios bíblicos
de salvação e liberdade (1Co 6.12). Se o vício nos torna dependentes de maus
hábitos, então, ele é pecado, pois maus hábitos e coisas que nos destroem não
são provenientes de Deus. A Bíblia diz que o pecado escraviza, e que Jesus
morreu justamente para nos libertar dessa escravidão (Rm 6.16-18).
A escritora cristã
Ellen G. White afirma que os jovens que praticam esse vício secreto ao longo de
quase toda a vida “ficam doentes de corpo ou mente e outros sofrem. A imaginação é fraca,
a memória deficiente, (...). O corpo e a mente são enfraquecidos. O alimento
ingerido para nutrir o organismo é malbaratado. O esgotamento orgânico é
grande. Os sensíveis nervos da mente, incitados por ação antinatural, tornam-se
entorpecidos e em certa medida paralisados” (Testemunhos Para a Igreja, v. 1,
p. 469 e 470).
Ela assevera que tal
prática esgota as forças vitais, as resoluções elevadas e a vida espiritual: “A
prática de hábitos secretos certamente destrói as forças vitais do organismo.
Toda ação vital desnecessária será seguida de correspondente depressão. Entre
os jovens, o capital vital, o cérebro, é tão severamente submetido a esforço,
em tenra idade, que há uma deficiência e grande exaustão, que deixam o
organismo exposto a enfermidades de várias espécies”. (...) A
masturbação destrói as boas resoluções, o esforço fervoroso, e a força de
vontade para formar um bom caráter religioso. Todos os que têm qualquer
verdadeiro senso do que significa ser cristão sabem que os seguidores de Cristo
estão na obrigação, como discípulos Seus, de trazerem todas as suas paixões,
forças físicas e faculdades mentais, em perfeita subordinação à Sua vontade. Os
que são controlados por suas paixões não podem ser seguidores de Cristo” (Orientação
da Criança, p. 444, 445).
Ainda segundo Ellen G.
White, aqueles que praticam a masturbação sua mente fica enfraquecida e não
consegue resistir à tentação. “A força moral está excessivamente
enfraquecida, ao entrar em conflito com hábitos estabelecidos. Os pensamentos
impuros dominam a imaginação, e a tentação é quase irresistível. Estivesse a
mente acostumada a contemplar assuntos elevados, a imaginação educada a ver
coisas puras e santas e seriam fortalecidas contra a tentação” (Orientação da
Criança, p. 447, 448)..
Ademais, "nas
pessoas viciadas no hábito da masturbação é impossível despertar-lhes as
sensibilidades morais para apreciarem as coisas eternas, ou deleitar-se em
exercícios espirituais. Pensamentos impuros tomam e controlam a imaginação e
fascinam a mente, e segue-se um quase incontrolável desejo para a prática de
atos impuros. Se a mente fosse educada a contemplar assuntos elevados, a
imaginação ensinada a refletir sobre coisas puras e santas, ela seria
fortalecida contra esse vício terrível, degradante, destruidor do espírito e do
corpo. Seria, pela disciplina, acostumada a demorar-se nas coisas elevadas,
celestiais, puras e sagradas, e não poderia ser atraída para esse vício torpe,
corrupto e vil” (Ellen G. White, Mente, Caráter e Personalidade, vol. 2, pág.
592.
Como
vencer o vício da masturbação?
Apesar de não ser fácil
romper com o vício da masturbação, a graça de Cristo é suficientemente poderosa
para nos dar a vitória sobre todo e qualquer hábito pecaminoso. A Bíblia
promete:
“Mas graças a Deus, que
nos dá a vitória por meio de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Coríntios 15:57,
NVI).
“Pois é Deus quem efetua em vocês tanto o
querer quanto o realizar, de acordo com a boa vontade dele” (Filipenses 2:13,
NVI).
“E
a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os seus corações e as
suas mentes em Cristo Jesus” (Filipenses 4:7, NVI).
Muitos jovem cristão
conseguem vencer a masturbação pelo poder de Deus operando em sua vida. Mas,
alguns sucumbem a ele ocasionalmente. Felizmente, temos um Deus que é
compassivo e misericordioso. Disse o
salmista: “Tu és bondoso e perdoador,
Senhor, rico em graça para com todos os que te invocam” (Salmos 86:5, NVI). Quando
um cristão cai novamente na prática da masturbação ele sente a culpa do pecado,
seu coração o condena. Porém, as Sagradas Escrituras declaram que “Deus é maior do que o nosso coração e
sabe todas as coisas” (I Jo 3:20, NVI). Ela assegura que “Se confessarmos os nossos pecados, ele é
fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça”
(1 João 1:9, NVI). A grande verdade maravilhosa é que “ninguém é tão baixo, tão
corrupto e vil, que não possa encontrar em Jesus, que morreu por ele, força,
pureza e justiça, se abandonar seus pecados, deixar sua conduta de iniquidade e
volver-se de todo o coração para o Deus vivo” (Ellen G. White, Testemunhos Para
a Igreja, v. 2, p. 453).
Cristo pode e quer
desenvolver em nossa vida o ideal divino expresso nas seguintes palavras: “Finalmente,
irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo,
tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma
virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento”
(Fp 4:8). Mas, para isso precisamos fazer nossa parte no sentido de evitar os pensamentos impuros, como evitar
assistir programas de TV eróticos, acessar sites pornográficos e ler livros ou
revistas obscenos que são o verdadeiro combustível mental necessários para a
prática da masturbação, pois eles incitam a imaginação. Então, é preciso ler bons livros e ver cenas belas e puras. Se você deseja vencer esse vício secreto faça um "pacto com seus olhos". Eles são a principal avenida de entrada da mente. Entregue-os à direção de Deus e olhe só para o que for puro como nos recomenda a Bíblia. Fazendo a nossa parte Deus
fará a dEle.
Diante do exposto ,
vê-se nitidamente que a masturbação é grandemente reprovada por Deus, e é uma
das causas de tanta degradação moral entre adolescentes, jovens e até mesmo
adultos casados. Mesmo que os "sexólogos" da atualidade defendam que
a masturbação é útil para o desenvolvimento sadio da sexualidade, devemos
preferir ficar com o que Deus nos disse através de Sua Palavra. Ela diz: “É
preciso obedecer antes a Deus do que aos homens!” (Atos 5:29, NVI).
Nenhum comentário:
Postar um comentário