Teologia

terça-feira, 7 de março de 2017

O QUE A BÍBLIA DIZ SOBRE MASTURBAÇÃO?




Ricardo André

A masturbação é uma auto estimulação dos órgãos genitais, manualmente ou por meio de objetos, a fim de produzir a excitação e prazer sexual. Ela é algo bastante praticado entre adolescentes e jovens. Estudos apontam que 97% dos homens já praticaram a masturbação alguma vez na vida. Curiosamente, a prática não é uma exclusividade masculina. Pesquisas revelam que 92% das mulheres praticam masturbação, e que a maioria das delas com idade superior a 18 anos já se masturbaram pelo menos uma vez, mas poucas mulheres fazem isso com frequência. As perguntas que surgem de pronto são: É a prática da masturbação pecado? Possui a masturbação efeitos prejudiciais?

Para a maioria dos cristãos a masturbação constitui-se numa prática impura, pecaminosa. Ao contrário dos cristãos, os médicos e especialistas do sexo da atualidade não concordam com essa ideia. Eles acreditam que a masturbação constitui-se numa prática saudável, que permite que os jovens conheçam melhor seu corpo e descubra o que o faz se sentir melhor. Asseveram que a auto estimulação é uma ótima maneira para relaxar emocional e fisicamente. Chegam até a recomendar a masturbação a seus pacientes. Mas, o que diz as Sagradas Escrituras a respeito desse assunto polêmico?

O que a Bíblia diz?

A Bíblia não fala explicitamente sobre masturbação. Ela sequer menciona a prática. Todavia, apresenta vários princípios que nos ajudam na compreensão do assunto. Nosso objetivo com esse artigo é compreender esse assunto à luz da Bíblia Sagrada. Penso que a masturbação, naturalmente, não está entre os pecados graves, tais como o adultério e a fornicação. Não obstante ser ela encarada positivamente por muitos médicos e sexólogos contemporâneos, é obviamente um vício pecaminoso, uma vez que sua prática contraria alguns princípios bíblicos, quais sejam:

1) Ao se masturbar, o jovem fica absorto nas suas próprias sensações físicas – torna-se completamente egoísta. A verdade é que a masturbação é a prática do sexo solitário. Mas, somos ensinados pela Palavra de Deus que o sexo, em vez de ser usufruído egoisticamente, deve ser compartilhado exclusivamente dentro do relacionamento matrimonial, como expressão de amor entre o homem e sua esposa. O plano divino não é “que o homem esteja só” (Gn 2:18), mas que se realize sexualmente no casamento (ver Gn 2:24; Êx 20:14; Pv 6:20-35; 7:1-27).

As Escrituras Sagradas afirmam: “Beba das águas da sua cisterna, das águas que brotam do seu próprio poço. Por que deixar que as suas fontes transbordem pelas ruas, e os teus ribeiros pelas praças? Que elas sejam exclusivamente suas, nunca repartidas com estranhos. Seja bendita a sua fonte! Alegre-se com a esposa da sua juventude. Gazela amorosa, corça graciosa; que os seios de sua esposa sempre o fartem de prazer, e sempre o embriaguem os carinhos dela” (Provérbios 5:15-19, NVI).

2) O masturbador geralmente contempla fotos pornográficas, imagina cenas eróticas ou pensa estar fazendo sexo com uma mulher, o que não se harmonizam com os elevados princípios de pureza moral e espiritual do cristianismo. A Bíblia nos exorta: “Amados, insisto em que, como estrangeiros e peregrinos no mundo, vocês se abstenham dos desejos carnais que guerreiam contra a alma” (1 Pedro 2:11, NVI).

Cristo foi claro em afirmar que o adultério condenado pelas Escrituras (Êx 20:14) não se restringe meramente às relações sexuais fora do casamento, mas envolve também os próprios pensamentos imorais, “que contaminam o homem” (Mt 15:19 e 20). Ele afirmou claramente no Sermão do Monte: “Ouvistes que foi dito: Não adulterarás. Eu, porém, vos digo: qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração, já adulterou com ela” (Mt 5:27 e 28). Isto é muito sério! No tempo de Jesus, os líderes religiosos ensinavam que o pecado sexual era cometido apenas quando um homem e uma mulher não casados entravam em relacionamento íntimo. De acordo com Jesus, a impureza sexual não nasce no ato, mas na imaginação pecaminosa, que olhares cheios de lascívia alimentaram. Jesus deixou claro que qualquer que cobiçar uma mulher já adulterou com ela em seu coração. E não é exatamente isso que acontece quando uma pessoa está se masturbando? No ato ele imagina estar mantendo relações sexuais com uma moça que não é seu cônjuge. E no Salmo 24:3 e 4 lemos: “Quem subirá ao monte do Senhor? Quem há de permanecer no Seu santo lugar? O que é limpo de mãos e puro de coração…”

3) Comumente o masturbador  ver as pessoas do sexo oposto como meros objetos sexuais, isto é, como instrumentos de satisfação sexual. Tais atitudes erradas transmitidas pela prática da masturbação corrompe ou contamina a mente. A Bíblia sagrada exorta: “Amados, visto que temos essas promessas, purifiquemo-nos de tudo o que contamina o corpo e o espírito, aperfeiçoando a santidade no temor de Deus” (2 Coríntios 7:1, NVI).

Os efeitos prejudiciais da masturbação

Alguns sexólogos dizem que a masturbação não tem repercussões negativas. Ledo engano. Ela traz efeitos negativos sim, e um deles é que ela pode desenvolver um comportamento que potencialmente pode levar à dependência, ao vício. Um vício difícil de ser rompido, diga-se de passagem. Há milhares de pessoa que se masturbam três, cinco ou até dez vezes ao dia, adquirindo uma compulsão sexual. Compulsivos sexuais precisam de muita atividade sexual em curto espaço de tempo. Essas pessoas podem se machucar com o excesso de fricção, se sentirem mais enfraquecidas fisicamente pelo gasto de energia. E quando a pessoa se masturba constantemente e não tem relação sexual pode acabar se acomodando e abrindo mão de um relacionamento sexual a dois. Há muitos que continuam se masturbando mesmo na fase adulta. Muitos mesmo depois do casamento sentem o desejo compulsivo de se masturbar. E, todo vício é pecado, pois transgride os princípios bíblicos de salvação e liberdade (1Co 6.12). Se o vício nos torna dependentes de maus hábitos, então, ele é pecado, pois maus hábitos e coisas que nos destroem não são provenientes de Deus. A Bíblia diz que o pecado escraviza, e que Jesus morreu justamente para nos libertar dessa escravidão (Rm 6.16-18).

A escritora cristã Ellen G. White afirma que os jovens que praticam esse vício secreto ao longo de quase toda a vida “ficam doentes de corpo ou mente e outros sofrem. A imaginação é fraca, a memória deficiente, (...). O corpo e a mente são enfraquecidos. O alimento ingerido para nutrir o organismo é malbaratado. O esgotamento orgânico é grande. Os sensíveis nervos da mente, incitados por ação antinatural, tornam-se entorpecidos e em certa medida paralisados” (Testemunhos Para a Igreja, v. 1, p. 469 e 470).

Ela assevera que tal prática esgota as forças vitais, as resoluções elevadas e a vida espiritual: “A prática de hábitos secretos certamente destrói as forças vitais do organismo. Toda ação vital desnecessária será seguida de correspondente depressão. Entre os jovens, o capital vital, o cérebro, é tão severamente submetido a esforço, em tenra idade, que há uma deficiência e grande exaustão, que deixam o organismo exposto a enfermidades de várias espécies”. (...) A masturbação destrói as boas resoluções, o esforço fervoroso, e a força de vontade para formar um bom caráter religioso. Todos os que têm qualquer verdadeiro senso do que significa ser cristão sabem que os seguidores de Cristo estão na obrigação, como discípulos Seus, de trazerem todas as suas paixões, forças físicas e faculdades mentais, em perfeita subordinação à Sua vontade. Os que são controlados por suas paixões não podem ser seguidores de Cristo” (Orientação da Criança, p. 444, 445).

Ainda segundo Ellen G. White, aqueles que praticam a masturbação sua mente fica enfraquecida e não consegue resistir à tentação. “A força moral está excessivamente enfraquecida, ao entrar em conflito com hábitos estabelecidos. Os pensamentos impuros dominam a imaginação, e a tentação é quase irresistível. Estivesse a mente acostumada a contemplar assuntos elevados, a imaginação educada a ver coisas puras e santas e seriam fortalecidas contra a tentação” (Orientação da Criança, p. 447, 448)..

Ademais, "nas pessoas viciadas no hábito da masturbação é impossível despertar-lhes as sensibilidades morais para apreciarem as coisas eternas, ou deleitar-se em exercícios espirituais. Pensamentos impuros tomam e controlam a imaginação e fascinam a mente, e segue-se um quase incontrolável desejo para a prática de atos impuros. Se a mente fosse educada a contemplar assuntos elevados, a imaginação ensinada a refletir sobre coisas puras e santas, ela seria fortalecida contra esse vício terrível, degradante, destruidor do espírito e do corpo. Seria, pela disciplina, acostumada a demorar-se nas coisas elevadas, celestiais, puras e sagradas, e não poderia ser atraída para esse vício torpe, corrupto e vil” (Ellen G. White, Mente, Caráter e Personalidade, vol. 2, pág. 592.

Como vencer o vício da masturbação?

Apesar de não ser fácil romper com o vício da masturbação, a graça de Cristo é suficientemente poderosa para nos dar a vitória sobre todo e qualquer hábito pecaminoso. A Bíblia promete:

“Mas graças a Deus, que nos dá a vitória por meio de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Coríntios 15:57, NVI).

 “Pois é Deus quem efetua em vocês tanto o querer quanto o realizar, de acordo com a boa vontade dele” (Filipenses 2:13, NVI).

“E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os seus corações e as suas mentes em Cristo Jesus” (Filipenses 4:7, NVI).

Muitos jovem cristão conseguem vencer a masturbação pelo poder de Deus operando em sua vida. Mas, alguns sucumbem a ele ocasionalmente. Felizmente, temos um Deus que é compassivo e misericordioso. Disse o salmista: “Tu és bondoso e perdoador, Senhor, rico em graça para com todos os que te invocam” (Salmos 86:5, NVI). Quando um cristão cai novamente na prática da masturbação ele sente a culpa do pecado, seu coração o condena. Porém, as Sagradas Escrituras declaram que “Deus é maior do que o nosso coração e sabe todas as coisas” (I Jo 3:20, NVI). Ela assegura que “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça” (1 João 1:9, NVI). A grande verdade maravilhosa é que “ninguém é tão baixo, tão corrupto e vil, que não possa encontrar em Jesus, que morreu por ele, força, pureza e justiça, se abandonar seus pecados, deixar sua conduta de iniquidade e volver-se de todo o coração para o Deus vivo” (Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja, v. 2, p. 453).

Cristo pode e quer desenvolver em nossa vida o ideal divino expresso nas seguintes palavras: “Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento” (Fp 4:8). Mas, para isso precisamos fazer nossa parte no sentido de evitar os pensamentos impuros, como evitar assistir programas de TV eróticos, acessar sites pornográficos e ler livros ou revistas obscenos que são o verdadeiro combustível mental necessários para a prática da masturbação, pois eles incitam a imaginação. Então, é preciso ler bons livros e ver cenas belas e puras. Se você deseja vencer esse vício secreto faça um "pacto com seus olhos". Eles são a principal avenida de entrada da mente. Entregue-os à direção de Deus e olhe só para o que for puro como nos recomenda a Bíblia. Fazendo a nossa parte Deus fará a dEle.

Diante do exposto , vê-se nitidamente que a masturbação é grandemente reprovada por Deus, e é uma das causas de tanta degradação moral entre adolescentes, jovens e até mesmo adultos casados. Mesmo que os "sexólogos" da atualidade defendam que a masturbação é útil para o desenvolvimento sadio da sexualidade, devemos preferir ficar com o que Deus nos disse através de Sua Palavra. Ela diz: “É preciso obedecer antes a Deus do que aos homens!” (Atos 5:29, NVI).

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