Teologia

domingo, 18 de dezembro de 2022

A MAIOR NOTÍCIA DA HISTÓRIA


 Ricardo André

Desde cedo em minha adolescência, adquiri o hábito de ler jornais, revistas, ouvir rádio em programas jornalísticos e assistir telejornais e programas de entrevistas e debates na TV, a fim de obter informações, notícias de acontecimentos do mundo político, religioso e social. Hoje, próximo a meia idade continuo tendo predileções por esses tipos de programas. Só que agora, além da TV busco mais intensamente notícias e novidades nos sites e canais do Youtube.

Como eu, milhões de pessoas, todos os dias, recorrem a canais especializados em notícias. A cada segundo milhões de novas informações estão disponíveis em todo o planeta, a Terra não dorme… enquanto estamos no ápice do cansaço, colocamos a cabeça no travesseiro e entramos num sono profundo, em outros lugares do mundo nações inteiras se despertam pra começar mais um dia de trabalho. Assim que despertamos já temos acesso às inúmeras novidades vindas da parte do mundo que está na nossa frente. Vivemos mesmo num modo “24 horas” e a ânsia pela novidade ou por algo diferente, por novidades parece ser marca do ser humano das últimas décadas. A verdade é que, nós, seres humanos somos movidos por novidades. Para “ajudar” a internet se encarregou de catalogar o universo para nós; basta digitar uma palavra pra encontrarmos milhões de assuntos relacionados.

Contudo, a maior e melhor notícia já foi dada há mais de dois mil anos, numa noite tão linda, calma e tranquila. Era uma boa notícia e dada por um mensageiro celestial, mais precisamente o anjo Gabriel, líder da hoste angélica, ao grupo de humildes pastores que vigiam seus rebanhos nas colinas de Belém. “Este mensageiro é o que ocupa a posição da qual caiu Satanás” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 780). Ele próprio anunciou que era portador de boas novas. Disse: “Não tenham medo. Estou lhes trazendo boas novas de grande alegria, que são para todo o povo: Hoje, na cidade de Davi, lhes nasceu o Salvador que é Cristo, o Senhor” (Luc. 2:10,11, NVI). Em seguida, um exército deles apareceu cantando uma canção preparada especialmente para comemorar o acontecimento: “Glória a Deus nas alturas, e paz na terra aos homens aos quais ele concede o seu favor” (Lucas 2:14, NVI).

Essa notícia era superimportante pois, a humanidade estava perdida, falida, escravizada, desorientada, viciada, doente. Depois da queda de Adão e Eva, essa era a situação da humanidade. Miséria sobre miséria. Ninguém podia dizer que não tinha nada a ver com o pecado deles. Descendemos da mesma raiz, temos o mesmo DNA, somos solidários na raça. Deus poderia ter abandonado a humanidade, mas não o fez. Mesmo com a humanidade caída em pecado, Deus não nos abandonou às consequências da infeliz escolha: antes mesmo que o triste casal saísse do jardim do Éden, prometeu enviar o Salvador para restaurar a ligação rompida pelo pecado. Seu amor e graça sobrepujaram a desgraça do homem. (Jo 3:16; Rm 5:20). Se a desarmonia, o ódio, a separação e a morte haviam entrado no mundo por um ato de Adão e atingiam a todos, agora chegava Aquele que tomaria o lixo humano sobre Si e nos devolveria o equilíbrio, o amor, a reconciliação e a vida (Rm 5:12; 6:23).

Em Gênesis 3:15, já se lia a promessa feita a Adão e Eva, e sempre reforçada pelos profetas: virá um Libertador. Agora, a promessa transformava-se em realidade. Deus cumpria Sua palavra. No 8° século a.C, Isaías (7:14) havia profetizado: a virgem ficará grávida e dará à luz um filho, e o chamará Emanuel”. Portanto, não era um filho comum. Era Emanuel, “Deus conosco”, um Salvador, que é Cristo, o Senhor” (Lc 2:11, NVI). Mais de 700 anos depois, um fato inédito, paradoxal e único era anunciado: o Criador havia sido gerado no interior da criatura. A virgem Maria concebeu e “deu à luz um filho” (Mt 1:25, NVI). O Verbo Se fazia carne, a Palavra tornava-Se gente (Jo 1:14). Agora, na expressão do profeta Ageu (2:7), estava aqui o "desejado de todas as nações". Deus não apenas tinha visitado a Terra, mas mudado para cá, em forma humana, quebrando a rotina e a mesmice da História, trazendo prestígio para a raça, garantindo a presença de alguém capaz de resolver nossos problemas, resgatar-nos do pecado, degradação e morte eterna.

Ellen G. White escreveu: “Vindo habitar conosco, Jesus devia revelar Deus tanto aos homens como aos anjos. Ele era a Palavra de Deus – o pensamento de Deus tornado audível” (O Desejado de Todas as Nações, p. 19).

Caro amigo leitor, não nos devemos esquecer nunca de que o Cristo humano era Deus conosco, “um Salvador”. Essa é a mensagem de Natal, “as boas novas de grande alegria”. Nasceu Emanuel! Ele representa tudo o que o ser humano mais deseja. Ele pode mudar o coração das pessoas, ressuscitar os mortos, conceder-nos a paz (Rm 5:1) e salvar-nos da destruição eterna. Mas fazer isso custou-Lhe a vida. Devemos sempre contemplar Belém à luz do Calvário – contemplar a esperança que a manjedoura e a cruz nos dão. Ocorre que continuamos a não perceber essas boas novas.

Cada Natal, os jornais falam de brinquedos, lançamentos, luzes, números e todas aquelas coisas de que os comerciantes gostam, e nós entramos no clima. A grande notícia ainda está para ser dada a muitos de nós. Por incrível que pareça, a sabedoria de Deus é loucura para o homem, a notícia do Universo não é notícia na Terra. Mas, felizmente, cada vez mais gente percebe que essa é a grande e única notícia que nunca será esgotada. E a notícia que, mesmo sem saber, todos procuram. Como acontece com as grandes notícias, o aparecimento de Cristo sempre terá novos ângulos a serem explorados. Por isso, essa velha notícia de dois mil anos ainda é novidade.

Não vou aqui entrar no debate a respeito da data de nascimento de Cristo porque historicamente já se sabe que é muito improvável que tenha sido no dia 25 de dezembro. Até porque o mais importante não é a data, mas o evento. Como vimos acima, a Bíblia revela que Jesus nasceu numa noite em Belém da Judeia (Lc 2:10, 11). Isto é fato para nós. Logo, o estabelecimento do Natal celebra um evento profundamente cristão, a encarnação de Jesus Cristo. O EVENTO celebrado é que cristianiza a data. Afinal de contas, a escritora cristã Ellen White afirmou: “Sendo que o dia 25 de dezembro é observado em comemoração do nascimento de Cristo, e sendo que as crianças têm sido instruídas por preceito e exemplo que este foi indubitavelmente um dia de alegria e regozijo, será difícil passar por alto este período sem lhe dar alguma atenção. Ele pode ser utilizado para um bom propósito” (O Lar Adventista,478).

Ela mostra que Natal tem tudo a ver com solidariedade, abnegação e envolvimento em causas maiores do que as que fazem parte do nosso mundinho egoísta. É um tempo propício para não pensar em si mesmo, mas nos outros. Ela afirmou: “Lembremo-nos de que o Natal é celebrado em comemoração do nascimento do Redentor do mundo. Este dia é geralmente gasto em festas e glutonaria. Grandes somas de dinheiro são gastas em desnecessárias condescendências pessoais. O apetite e os prazeres sensuais são satisfeitos a expensas da força física, mental e moral. Todavia, isto se tornou um hábito. O orgulho, a moda e a satisfação do paladar têm tragado imensas quantias que a ninguém, em verdade, beneficiaram, mas animaram uma prodigalidade de meios desagradável a Deus. Esses dias são passados mais em glorificar ao próprio eu do que ao Senhor. A saúde tem sido sacrificada, o dinheiro, pior do que se fosse jogado fora; muitos têm perdido a vida. (Ellen G. White, Mensagens aos Jovens, p. 311).

“As festividades de Natal e Ano Novo podem e devem ser celebradas em favor dos necessitados. Deus é glorificado quando ajudamos os necessitados que têm família grande para sustentar”. (Ellen G. White, Manuscrito 13, 1896).

Penso ser saudável a reunião familiar que se estabelece nessa data e onde as pessoas se encontram para agradecer por mais um ano. Comem suas refeições juntas, alegram-se, mas, acima de tudo, nesse dia precisam lembrar do Cristo simples nascido para ser adorado e que tudo isso é um grande milagre. Com essa atitude daremos um melhor testemunho de Jesus Cristo. Assim, curvemo-nos neste Natal e adoremo-Lo!

 “Já soou por todo o céu: ‘Glória ao Rei que vos nasceu!’ Graça e paz Deus quer doar, homens vis, reconciliar. Vós nações, cantai louvor; Ó cantai de Deus o amor; Proclamai, pois, vós também, quem nasceu lá em Belém” (Hinário Adventista, 41).

Feliz Natal para todos e todas!!!

 

 

 

 

 

 

 

 

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