A MAIOR NOTÍCIA DA HISTÓRIA
Ricardo André
Desde cedo em minha
adolescência, adquiri o hábito de ler jornais, revistas, ouvir rádio em
programas jornalísticos e assistir telejornais e programas de entrevistas e
debates na TV, a fim de obter informações, notícias de acontecimentos do mundo
político, religioso e social. Hoje, próximo a meia idade continuo tendo
predileções por esses tipos de programas. Só que agora, além da TV busco mais
intensamente notícias e novidades nos sites e canais do Youtube.
Como eu, milhões de
pessoas, todos os dias, recorrem a canais especializados
em notícias. A cada segundo milhões de novas informações estão disponíveis em
todo o planeta, a Terra não dorme… enquanto estamos no ápice do cansaço,
colocamos a cabeça no travesseiro e entramos num sono profundo, em outros
lugares do mundo nações inteiras se despertam pra começar mais um dia de
trabalho. Assim que despertamos já temos acesso às inúmeras novidades vindas da
parte do mundo que está na nossa frente. Vivemos mesmo num modo “24 horas” e a
ânsia pela novidade ou por algo diferente, por novidades parece ser marca do
ser humano das últimas décadas. A verdade é que, nós, seres humanos somos
movidos por novidades. Para “ajudar” a internet se encarregou
de catalogar o universo para nós; basta digitar uma palavra pra encontrarmos
milhões de assuntos relacionados.
Contudo, a maior e
melhor notícia já foi dada há mais de dois mil anos, numa noite tão linda,
calma e tranquila. Era uma boa notícia e dada por um mensageiro celestial, mais
precisamente o anjo Gabriel, líder da hoste angélica, ao grupo de humildes pastores
que vigiam seus rebanhos nas colinas de Belém. “Este mensageiro é o que ocupa a
posição da qual caiu Satanás” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 780). Ele próprio anunciou que
era portador de boas novas. Disse: “Não tenham medo. Estou lhes trazendo boas
novas de grande alegria, que são para todo o povo: Hoje, na cidade de Davi,
lhes nasceu o Salvador que é Cristo, o Senhor” (Luc. 2:10,11, NVI). Em seguida,
um exército deles apareceu cantando uma canção preparada especialmente para comemorar
o acontecimento: “Glória a Deus nas alturas, e paz na terra aos homens aos quais
ele concede o seu favor” (Lucas 2:14, NVI).
Essa notícia era superimportante
pois, a humanidade estava perdida, falida, escravizada,
desorientada, viciada, doente. Depois da queda de Adão e Eva, essa era a
situação da humanidade. Miséria sobre miséria. Ninguém podia dizer que não
tinha nada a ver com o pecado deles. Descendemos da mesma raiz, temos o mesmo
DNA, somos solidários na raça. Deus poderia ter abandonado a humanidade, mas
não o fez. Mesmo com a humanidade caída em pecado, Deus não nos abandonou às
consequências da infeliz escolha: antes mesmo que o triste casal saísse do
jardim do Éden, prometeu enviar o Salvador para restaurar a ligação rompida
pelo pecado. Seu amor e graça sobrepujaram a desgraça do homem. (Jo 3:16; Rm
5:20). Se a desarmonia, o ódio, a separação e a morte haviam entrado no mundo
por um ato de Adão e atingiam a todos, agora chegava Aquele que tomaria o lixo
humano sobre Si e nos devolveria o equilíbrio, o amor, a reconciliação e a vida
(Rm 5:12; 6:23).
Em Gênesis 3:15, já se
lia a promessa feita a Adão e Eva, e sempre reforçada pelos profetas: virá um
Libertador. Agora, a promessa transformava-se em realidade. Deus cumpria Sua
palavra. No 8° século a.C, Isaías (7:14) havia profetizado: a virgem ficará
grávida e dará à luz um filho, e o chamará Emanuel”. Portanto, não era um filho
comum. Era Emanuel, “Deus conosco”, um Salvador, que é Cristo, o Senhor” (Lc
2:11, NVI). Mais de 700 anos depois, um fato inédito, paradoxal e único era
anunciado: o Criador havia sido gerado no interior da criatura. A virgem Maria
concebeu e “deu à luz um filho” (Mt 1:25, NVI). O Verbo Se fazia carne, a
Palavra tornava-Se gente (Jo 1:14). Agora, na expressão do profeta Ageu (2:7),
estava aqui o "desejado de todas as nações". Deus não apenas tinha visitado
a Terra, mas mudado para cá, em forma humana, quebrando a rotina e a mesmice da
História, trazendo prestígio para a raça, garantindo a presença de alguém capaz
de resolver nossos problemas, resgatar-nos do pecado, degradação e morte
eterna.
Ellen G. White
escreveu: “Vindo habitar conosco, Jesus devia revelar Deus tanto aos homens
como aos anjos. Ele era a Palavra de Deus – o pensamento de Deus tornado
audível” (O Desejado de Todas as Nações,
p. 19).
Caro amigo leitor, não
nos devemos esquecer nunca de que o Cristo humano era Deus conosco, “um
Salvador”. Essa é a mensagem de Natal, “as boas novas de grande alegria”.
Nasceu Emanuel! Ele representa tudo o que o ser humano mais deseja. Ele pode
mudar o coração das pessoas, ressuscitar os mortos, conceder-nos a paz (Rm 5:1)
e salvar-nos da destruição eterna. Mas fazer isso custou-Lhe a vida. Devemos
sempre contemplar Belém à luz do Calvário – contemplar a esperança que a
manjedoura e a cruz nos dão. Ocorre que continuamos a não perceber essas boas
novas.
Cada Natal, os jornais
falam de brinquedos, lançamentos, luzes, números e todas aquelas coisas de que
os comerciantes gostam, e nós entramos no clima. A grande notícia ainda está
para ser dada a muitos de nós. Por incrível que pareça, a sabedoria de Deus é
loucura para o homem, a notícia do Universo não é notícia na Terra. Mas,
felizmente, cada vez mais gente percebe que essa é a grande e única notícia que
nunca será esgotada. E a notícia que, mesmo sem saber, todos procuram. Como
acontece com as grandes notícias, o aparecimento de Cristo sempre terá novos
ângulos a serem explorados. Por isso, essa velha notícia de dois mil anos ainda
é novidade.
Não vou aqui entrar no
debate a respeito da data de nascimento de Cristo porque historicamente já se
sabe que é muito improvável que tenha sido no dia 25 de dezembro. Até porque o
mais importante não é a data, mas o evento. Como vimos acima, a Bíblia revela
que Jesus nasceu numa noite em Belém da Judeia (Lc 2:10, 11). Isto é fato para
nós. Logo, o estabelecimento do Natal celebra um evento profundamente cristão,
a encarnação de Jesus Cristo. O EVENTO celebrado é que cristianiza a data. Afinal
de contas, a escritora cristã Ellen White afirmou: “Sendo que o dia 25 de dezembro
é observado em comemoração do nascimento de Cristo, e sendo que as crianças têm
sido instruídas por preceito e exemplo que este foi indubitavelmente um dia de
alegria e regozijo, será difícil passar por alto este período sem lhe dar
alguma atenção. Ele pode ser utilizado para um bom propósito” (O
Lar Adventista,478).
Ela mostra que Natal tem
tudo a ver com solidariedade, abnegação e envolvimento em causas maiores do que
as que fazem parte do nosso mundinho egoísta. É um tempo propício para não pensar
em si mesmo, mas nos outros. Ela
afirmou:
“Lembremo-nos
de que o Natal é celebrado em comemoração do nascimento do Redentor do mundo.
Este dia é geralmente gasto em festas e glutonaria. Grandes somas de dinheiro
são gastas em desnecessárias condescendências pessoais. O apetite e os prazeres
sensuais são satisfeitos a expensas da força física, mental e moral. Todavia,
isto se tornou um hábito. O orgulho, a moda e a satisfação do paladar têm
tragado imensas quantias que a ninguém, em verdade, beneficiaram, mas animaram
uma prodigalidade de meios desagradável a Deus. Esses dias são passados mais em
glorificar ao próprio eu do que ao Senhor. A saúde tem sido sacrificada, o
dinheiro, pior do que se fosse jogado fora; muitos têm perdido a vida. (Ellen
G. White, Mensagens aos Jovens, p. 311).
“As festividades de
Natal e Ano Novo podem e devem ser celebradas em favor dos necessitados. Deus é
glorificado quando ajudamos os necessitados que têm família grande para
sustentar”. (Ellen G. White, Manuscrito
13, 1896).
Penso ser saudável a
reunião familiar que se estabelece nessa data e onde as pessoas se encontram
para agradecer por mais um ano. Comem suas refeições juntas, alegram-se, mas,
acima de tudo, nesse dia precisam lembrar do Cristo simples nascido para ser
adorado e que tudo isso é um grande milagre. Com essa atitude daremos um melhor
testemunho de Jesus Cristo. Assim, curvemo-nos neste Natal e adoremo-Lo!
“Já soou por todo o céu: ‘Glória ao Rei que
vos nasceu!’ Graça e paz Deus quer doar, homens vis, reconciliar. Vós nações,
cantai louvor; Ó cantai de Deus o amor; Proclamai, pois, vós também, quem
nasceu lá em Belém” (Hinário Adventista,
41).
Feliz Natal para todos
e todas!!!
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