ESFRIAMENTO DO AMOR: SINAL INEQUÍVOCO DO FIM
Ricardo
André
Essa semana o mundo foi
surpreendido com a notícia, amplamente repercutida pela imprensa nacional e
internacional, de que o Presidente dos EUA, Donald Trump, comprou todas as
doses da vacina contra o Covid-19 que serão produzidas ainda este ano, estabelecendo
o monopólio da vacina, e deixando as populações de outros países do mundo sem ela. A Casa Branca gastará US$ 1,95 bilhão para se apoderar da produção de
dois laboratórios. Apesar de Francis Collins, chefe do Instituto Nacional de
Saúde (NIH), ter afirmado que o apoio à ideia de uma vacina contra a Covid-19 é
“bem público global”, Donald Trump, que despreza qualquer ideia do tipo, apelou
ao egoísmo e falta de amor latente da cultura ianque para garantir que a
americana Pfizer e a alemã BioNTech entregassem aos Estados Unidos todo o
suprimento de 2020 da vacina BNT162, uma das duas candidatas desenvolvidas
pelas companhias. O velho ditado brasileiro se cumpre perfeitamente no egoísta
Trump: “Comida pouca, meu pirão primeiro!”
Ao nos depararmos com uma
notícia dessa percebemos que as Sagradas Escrituras estão se cumprindo, em
relação ao que Jesus profetizou em Seu célebre “Sermão Escatológico”, que no
tempo do fim aconteceriam muitas coisas, e dentre elas, o amor de muitos se
esfriaria. Ele declara expressamente: “Devido ao aumento da maldade, o amor de
muitos esfriará” (Mt 24:12, NVI). No meio de uma variedade de sinais
astronômicos, cósmicos, sociológicos, políticos e religiosos, Ele mencionou o
esfriamento do amor. O que queremos abordar nesse artigo é exatamente sobre
esse sinal. Um dos sinais que mais deveria preocupar aqueles que são cristãos,
uma vez que ela prever o cumprimento na vida de muitos deles. Alguém talvez
argumente: Será que isso realmente seria relevante? Afinal, a falta de amor não
existe desde o início do mundo?
O
esfriamento do amor em decorrência do aumento da maldade
Na verdade, Jesus
estava predizendo uma situação anormal, caracterizada pela maldade. Ele afirmou
que os dias que precederiam Sua segunda vinda seriam marcados pelo esfriamento
do amor. Tal esfriamento está diretamente relacionado ao crescimento da maldade
ou do pecado em suas mais variadas formas. A palavra grega para amor empregada
por Jesus nesse texto é ágape, que
significa “amor na sua forma mais elevada e verdadeira, amor insuperável, amor
que leva alguém a se sacrificar por outros (Jo 15:13). Indica reverência a Deus
e respeito pelos semelhantes” (Comentário
Adventista do Sétimo Dia, v. 5, p. 352). Isso significa que Jesus
profetizou que nos últimos dias esse amor do tipo ágape deixaria de existir em
muitas pessoas. Ou seja, de tanto ver a maldade multiplicada em proporções
nunca vistas na história, as pessoas se tornariam frias, sem sentimento, sem
compaixão e empatia. As pessoas perderiam gradativamente o senso de amor a Deus
e ao próximo. A religião seria uma formalidade cultural. Tendo a consciência
neutralizada pelo mal e a paixão estimulada pelos desejos sensuais, muitos
acabariam tendo uma mente reprovável e um comportamento monstruoso.
Sobre isso, Ellen G.
White escreveu: “Achamo-nos em um mundo de pecado e corrupção, rodeados de
influências que tendem a seduzir ou desanimar os seguidores de Cristo. Disse o
Salvador: ‘Por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará’. Mateus
24:12” (Testemunhos Para a Igreja, v. 5,
p. 741).
De fato, estamos
vivendo num mundo marcado pelo aumento do pecado, da corrupção e da maldade. Lamentavelmente,
ouvimos falar quase que diariamente nos noticiários da imprensa de violência
doméstica. Mulheres são espancadas e mortas pelos parceiros ou ex-parceiros,
deixando inúmeras crianças órfãs. De acordo com o Mapa da Violência, elaborado
a partir de dados do Ministério da Saúde, revela que o Brasil ocupa hoje a 5ª
posição no ranking de feminicídio, em um grupo de 83 países. São 4,8
assassinatos para cada grupo de 100 mil mulheres. O número de estupros passa de
500 mil por ano em todo o país. No caso dos assassinatos, 55,3% foram cometidos
no ambiente doméstico e 33,2% dos assassinos eram parceiros ou ex-parceiros das
vítimas.
Ouvimos falar de filhos
que matam seus pais; crianças são jogadas no lixo ou em rios, espancadas até a
morte. Outras, vítimas de violência sexual por familiares de confiança ou
pessoas próximas da família. No Brasil, entre 2011 e 2017, o Disque 100, canal
de denúncias oficial do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos
(MDH), registrou 203.275 denúncias de violência sexual contra crianças e
adolescentes. No mesmo período, o Ministério da Saúde recebeu 141.160
notificações da mesma violência.
“Devido ao aumento da
maldade”. Estas palavras chamaram minha
atenção ao escrever essas linhas, porque me fizeram lembrar do jovem Alexandre
Nardone, na cidade de São Paulo, que assassinou sua própria filha Isabella
Nardone, de 5 anos, jogando-a do 6º andar do apartamento onde moravam, no
Edifício London, no dia 29 de março de 2008. Esse crime chocou o país. O pior
de tudo foi seu álibi, procurando convencer o país e a polícia de que sua filha
tinha sido assassinada por uma outra pessoa desconhecida que teria entrado no
apartamento e praticado o crime. Quase que diariamente ouvimos falar de pais
que matam os filhos e de filhos que assassinam seus pais.
As pessoas assassinas
estão matando outras sem precisarem de muitos motivos. Mata-se por motivos
fúteis, irrelevantes ou banais. São moradores em situação de rua queimados por
“brincadeira”, brigas entre vizinhos, discussões no trânsito e desentendimentos
familiares que resultam em morte. Um enorme número de adolescentes em conflito
com alei aceitam com entusiasmo a ideias de estourar os miolos de outro ser
humano, sem mais nem menos. A vida perdeu o valor.
O crime e a violência
são um fenômeno mundial. Além disso, os crimes hoje, são mais violentos. A
generalizada ondas de crimes e a crescente população carcerária do mundo
mostram que milhões de pessoas têm intenções criminosas e pouca vontade de
mudar. Muitos chegam até acreditar que o crime compensa. Assim, o mundo mudou –
para pior. Indubitavelmente, ficou mais perigoso.
Segundo o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Brasil, um a cada três
casamentos termina em divórcio. Esse elevado índice de divórcio, os maus tratos
aos idosos e os abortos também são evidências de que muitos mostram completa
falta de afeições humanas normais.
Cada vez mais os
valores estão sendo invertidos; de forma intencional, sarcástica e agressiva,
os valores cristãos vem sendo combatidos e apresentados como ultrapassados e
sem valor; cada vez mais a mentira tem se tornado verdade nos ouvidos dos
homens. Com total irreverência, programas de TV e vídeos na internet debocham
do nome de Deus e dos ensinos da Bíblia Sagrada. De acordo com Jesus, a
disseminação de pecados desse tipo faz o amor de muita gente cair abaixo de
zero no termômetro espiritual.
O pecado já é visto
como o novo padrão a ser exaltado e seguido, enquanto que a santidade já é
identificada como algo a ser reprovado e combatido. A maldade está se
multiplicando.
“Devido ao aumento da
maldade, o amor de muitos esfriará”, que realidade a de nossos dias!
O
esfriamento do amor: sinal da volta de Jesus
Os ventos frios da
falta de amor têm soprado fortemente em nossos dias. Enquanto a temperatura da
maldade humana aumenta, a temperatura do ágape
diminui. Foi o Senhor Jesus quem falou que o amor de muitos
se esfriará com o aumento da iniquidade (Mateus 24:12).
Nesse contexto Jesus
colocou o esfriamento do amor em decorrência da multiplicação da maldade entre
os sinais que caracterizam um período que Ele chamou de “o princípio das dores” (Mt 24:8). Ao lermos o capítulo 24:4-14
notamos que os sinais mencionados por Jesus no seu sermão profético foram os
seguintes: surgimento de falsos profetas e falsos cristos; guerras e rumores de
guerras em conflitos internacionais; miséria e fome; catástrofes naturais;
ferozes perseguições contra a Igreja; esfriamento do amor por causa da
multiplicação da iniquidade; e a expansão mundial da pregação do Evangelho.
Ele destacou que quando
esses sinais cumprirem-se virá o fim (Mateus 24:14). Isso significa que esses
sinais servem para apontar para a o retorno de Jesus em glória e majestade. Mas,
que período é esse denominado por Jesus de princípio das dores? É o período que se estende desde Cristo até os
nossos dias, e precede imediatamente a grande tribulação descrita em Mateus
24:15-28. Essa grande tribulação ocorrerá após o decreto dominical emitido pela
nação americana, representada pela besta de dois chifres de Ap 13:11-18.
É importante destacar
que esse esfriamento do amor de muitos, tanto para com Deus quanto para com o
próximo, não está se cumprindo somente nas pessoas ímpias do mundo, mas também
entre as pessoas que se dizem cristãs. Se observarmos o
contexto da declaração de Jesus veremos que Ele fala especificamente aos que
creem. É evidente que podemos ver o amor esfriando no mundo ao nosso redor
também, mas, como Ele estava falando com os discípulos, e, fala claramente
sobre a perseverança para salvação, fica claro que Ele está falando sobre os
que creem, ou seja, sobre os cristãos!
Deveras, a cada dia temos
visto e ouvido falar de uma crescente frieza na igreja de Deus. Muitos
jovens cristãos já não sentem mais o coração aquecido com a Palavra de Deus,
desconhecem o fervor espiritual, e a chama da graça de Cristo não queima mais
em seu coração congelado pelas influências mundanas. Os
ventos frios do relativismo secam o conceito de verdade absoluta da mente de
muita gente. Como consequência, passa-se a acreditar que “tudo é relativo”, “tudo
é normal”. Expressões como “não tem nada a ver” e “isso é coisa do passado” são
usadas como jargões por muitos cristãos para justificar suas práticas pecaminosas.
Nesse tempo de pandemia
da Covid-19, em que os cultos presenciais foram suspensos, muitos crentes tem abandonando
a fé. Por conta da falta de oração, estudo devocional das Sagradas Escrituras, consagração
e da comunhão com Deus e com os irmãos muitos estão afastando-se dEle e de Sua
igreja. Muitos que professam serem cristãos estão demonstrando um coração frio
na maneira como tratam as outras pessoas, são ingratos, amantes de si mesmos. Temos
deixado de lado o amor e o cuidado para com o nosso próximo. Estamos mais
preocupados conosco mesmos e menos com nosso próximo. Quando vemos cenas de
pessoas famintas, crianças e adultos abandonados, excluídas da nossa sociedade,
sem-terra, morando nas ruas, em barracos sem nenhuma condição de higiene, etc.,
nos emocionamos, nos indignamos e até prometemos ajudar de alguma forma, mas os
dias passam e voltamos a cuidar apenas de nossas vidas, nos esquecemos de
nossas promessas. Existe, infelizmente, muitas outras ações que nós, cristãos,
praticamos que evidenciam falta de amor, ou que nosso amor esteja esfriando e
com isso corremos sérios riscos de naufragarmos na fé (1Tm 1:18-20).
Nós somos o povo de
Deus e temos professado que somos embaixadores do Senhor Deus aqui na terra,
que somos a Igreja Remanescente da profecia bíblica (Ap 12:17) e temos a “verdade
presente” (2Pd 1:12) como resposta aos problemas da existência humana. Tudo
isso é verdade e está na Bíblia, mas temos em muitas oportunidades agido totalmente
ao contrário daquilo que pregamos. A base e o princípio do cristianismo é o
amor, fomos alcançados pelo amor do Senhor Jesus para com as nossas vidas
conforme lemos em João 3:16: "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que
deu o Seu Filho unigênito, para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas
tenha a vida eterna." Jesus Cristo nos disse: "Um novo mandamento
lhes dou: Amem-se uns aos outros. Como eu os amei, vocês devem amar-se uns aos
outros. Com isso todos saberão que vocês são meus discípulos, se vocês se
amarem uns aos outros" (Jo 13:34, 35, NVI).
Sob inspiração divina, Ellen
White escreveu essas duras mas verdadeiras palavras: “Egoísmo e fria
formalidade têm quase extinguido o fogo do amor, dissipando as graças que
seriam por assim dizer a fragrância do caráter. Muitos dos que professam Seu
nome, deixaram de considerar o fato de que os cristãos têm de representar a
Cristo. A menos que haja sacrifício prático em bem de outros, no círculo da
família, na vizinhança, na igreja e onde quer que estejamos, não seremos
cristãos, seja qual for a nossa profissão” (Beneficência Social, p. 42).
O alerta que Jesus nos
faz é muito grave: “o amor de muitos esfriará”. Esse verso é traduzido da
seguinte forma na versão Almeida Revista e Atualizada: “E, por se multiplicar a
iniquidade, o amor se esfriará de quase todos”. Mas aqui há algo importante:
definitivamente o amor não se esfriará de todos. Louvado seja Deus!
Isso significa que
apesar de a iniquidade se multiplicar e o amor de muitos se esfriar, há ainda
aqueles que em cuja vida arde o genuíno amor. A chama do amor a Deus, ao “Evangelho
Eterno” (Ap 14:6-12) e ao próximo, continua ardendo na vida dessas pessoas.
Estes não são meros cristãos professos comprometidos com o mundo; mas são
cristãos que verdadeiramente experimentaram uma conversão genuína a Cristo.
Estes são também aqueles que pelo poder de Deus perseverarão até o fim, até que
possam desfrutar da salvação em toda sua plenitude, quando Jesus voltar (Mt
24:13; 1 Co 1:8).
O comportamento
perverso está presente na história da humanidade desde a queda do primeiro
casal humano, Adão e Eva. Mas ele vem crescendo e se intensificando, à medida
que avançamos para o fim da história. A multiplicação da iniquidade pode ser
facilmente percebida por todos os lados. Muitos, ao comtemplar o panorama
mundial contemporâneo diante da maré crescente de maldade, corrupção e luxúria que
invade o mundo e a igreja, são vencidos pelo desalento. Porém, aquele que
estuda as Sagradas Escrituras, sabe que o velho e bom livro de Deus prenuncia o
aumento da maldade e da corrupção moral precisamente para o tempo que precede o
maior acontecimento da História, a saber, a segunda vinda de Cristo a este
mundo.
Após a densa noite de
pecados e vícios que cobre o mundo, um dia feliz raiará, quando Cristo descer
do Céu para instaurar o Seu reino de luz, pureza, justiça e amor (I Ts 4:13-18;
Dn 2:44; 2Pd 3:13; Ap 21:1-5).
E enquanto aguardamos o
raiar brilhante do dia do Senhor, somos exortados pelo Deus Espírito Santo a
valer-nos do poder divino ao nosso alcance para resistir ao poder do mal, e
através de uma relação pessoal com Jesus, desenvolver um caráter irrepreensível
e sem mácula.
Caro amigo leitor, a
profecia de Jesus está se cumprindo dramaticamente em nossos dias, mas ela não
precisa se cumprir em nós. Ame mais as pessoas! Se você recebeu algum dia o
amor de Deus em seu coração, mantenha-o vivo e distribua-o para outras pessoas.
Para seu amor não morrer de frio, aqueça-se hoje com a graça de Cristo e
livre-se, pelo poder de Deus, dos efeitos congelantes do pecado. Ore, pois,
busque mesmo a ajuda de Deus para amá-Lo mais e ao próximo. Os tempos estão
indo... indo embora e Jesus está retornando para buscar Seu povo.
Que o compassivo
Salvador te abençoe ricamente.
Como é difícil convivermos harmonicamente com a vontade de Deus, quando nossa mente está contaminada pelo pecado e suas nefastas consequências. Só a misericórdia do Pai, o amor de Jesus e a insistência do Espírito Santo para nós mudar, de forma a produzirmos frutos dignos de amor. Deus está pronto. Queremos nós isso? A decisão é nossa. De cada um.
ResponderExcluirAmém! Verdade, irmão!!
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