Teologia

quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

SERÁ QUE A IGREJA ADVENTISTA PERDEU O TÍTULO DE POVO ESPECIAL?


F.M.S. 
 
Ao longo da história da humanidade, sempre houve pessoas fiéis. Pouco mais de um século antes do Dilúvio, Deus viu que a raça humana estava sob forte ameaça de completo declínio espiritual e moral. Em face disso, Ele arquitetou um meio de escape: a arca. Entretanto essa grande embarcação só seria refúgio para os que fossem obedientes às advertências divinas. Como sabemos, apenas oito pessoas foram salvas da destruição avassaladora. Esse pequeno grupo era um remanescente composto de pessoas leais ao Senhor.

Séculos depois, Deus suscitou um povo especial, ao cumprir a promessa feita a Abraão de que ele seria pai de uma "grande nação" (Gên. 12:2).

Israel, no entanto, não cumpriu as condições para permanecer como povo escolhido. Devido a isso, Deus suscitou a igreja cristã. Mas, ao longo dos séculos, ela também se corrompeu com doutrinas e práticas pagãs. Surgiram, então, os reformadores, que se separaram da igreja dominante-cheia de tradições humanas-para formar o corpo protestante. Com o tempo, os protestantes falharam em seguir a luz que lhes fora concedida, tornando-se formais e semelhantes àqueles de quem se separaram.

Como as verdades ensinadas por Cristo e pelos apóstolos, estavam no esquecimento. Deus - cumprindo a profecia - suscitou o movimento adventista para restaurar os ensinos cristãos e para cumprir uma missão específica neste mundo. E as três mensagens angélicas (Apoc. 14:6-12) tornaram-se o núcleo da proclamação do "evangelho eterno" (verso 6) a um mundo ameaçado, de um lado, pelas teorias evolucionistas, e de outro, pelas falsas doutrinas da moderna Babilônia (verso 8).

Até aí, Deus seguiu um modelo coerente: "Os fiéis saíram do remanescente apostatado para constituir um novo remanescente". (Ver artigo "Um novo remanescente?", de autoria do Dr. Amin A. Rodor, na Revista Adventista de novembro de 2003, págs. 8 a 10). Entretanto, daí em diante, o ciclo apostasia e novo chamado foi substituído por outro método: a sacudidura ou peneiramento. Por quê? Porque a igreja que Deus suscitou, no século dezenove, não abre nem abrirá mão das verdades que lhe foram confiadas: o sábado, alei moral, a justificação pela fé, a condição do homem na morte, a doutrina do santuário, a volta de Jesus, as normas de saúde, os princípios educacionais, etc. O que tem havido e continuará ocorrendo, é a apostasia de membros desse movimento, sejam líderes ou leigos. A igreja, no entanto, não abrirá mão das doutrinas e princípios acima citados.

Obviamente, nem todos os que professam ser seguidores da mensagem adventista do sétimo dia fazem parte do povo escolhido. Há joio e palha juntos. E isso será assim até à ceifa final (Mat.13:30). Deus também conta com pessoas sinceras, que seguem a pequena luz a que tiveram acesso, embora estejam em outros movimentos religiosos. Cumpre-nos, portanto, a missão de ampliar-lhes a visão das verdades contidas na Palavra de Deus. Tais pessoas, no tempo oportuno, se unirão aos "que guardam os mandamentos de Deus e a fé de Jesus" (Apoc. 14:12).

E o que Deus fará com os que, embora professem fazer parte do movimento adventista, insistem em adotar falsas teorias e costumes mundanos? Ele vai prová-los por meio da sacudidura. Esse é o método para a manutenção de um remanescente preparado para os eventos finais: imposição da lei dominical, perseguição, tempo de angústia, últimas pragas, etc.

"A sacudidura deve em breve acontecer para purificar a igreja." (Carta 46, 1887, pág. 6.) Portanto, a igreja será purificada, não rejeitada. Quem cairá fora da peneira? O Dr. Amin Rodor, no artigo mencionado, faz uma lista com base nos escritos de Ellen White: "O joio", "a palha", "os mornos", "os auto-enganados", "os descuidados e indiferentes", "os ambiciosos e egoístas", "os que se recusam a sacrificar", "os orientados pelo mundanismo", "os que não controlam o apetite", "aqueles que promovem a desunião". "os estudantes superficiais da Bíblia", "aqueles que perderam a fé no dom profético". (Ver Testemunhos para a Igreja, vol. 4, págs. 31,89,90 e 232; vol. 5, págs. 81,211 e 212; vol. 1, págs. 182,187,251 e 288; Primeiros escritos, págs. 50 e 269; The Upward Look, pág. 122; Review and Herald, 8/6/1901; Testemunhos Para Ministros, pág. 112; Mensagens Escolhidas, vol. 3, pág. 84.)

"Ao aproximar-se a tempestade, uma classe numerosa que tem professado fé na mensagem do terceiro anjo, mas não tem sido santificada pela obediência a verdade, abandona sua posição, passando para as fileiras do adversário." O Grande Conflito, pág. 608."
"Logo o povo de Deus será testado por severas provações e uma grande proporção daqueles que agora parecem ser genuínos e verdadeiros, provar-se-á metal inútil." Seventh-day Adventist Bible Commentary, vol. 2, pág. 1.038.

"A igreja talvez pareça como prestes a cair, mas não cairá. Ela permanece, ao passo que os pecadores de Sião serão lançados fora no joeiramento - a palha separada do trigo precioso. Este é um transe terrível, não obstante importa que tenha lugar." - Mensagens Escolhidas, vol. 2, pág. 380.

Como podemos ver, a igreja não perdeu nem perderá seu título. Prova? ela jamais abandonará a sã doutrina, muito embora milhares de seus membros venham a cair da peneira.

O remanescente, acrescido de pessoas sinceras e egressas de outros movimentos, será salvo.

FONTE: Revista Adventista, março 2005, p. 4.

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