Teologia

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

A SEGUNDA VINDA DE CRISTO: A ÚNICA ESPERANÇA PARA NOSSO PLANETA


Marvin Moore*

Devemos estreitar nosso relacionamento com Jesus, em face de Seu iminente retorno à Terra.

Certo dia, um pai disse a seu filho de 5 anos de idade que estava partindo para uma longa viagem: "Mas eu voltarei".

"Como saberei que o senhor estará voltando?" o pequeno garoto perguntou.

O pai pensou por alguns momentos e então disse: "Quando você vir folhas por todo o quintal, pode ter certeza de que estarei perto de voltar."

Todos os dias, depois que seu pai partiu, o pequeno garoto corria para fora e verificava se o chão estava coberto de folhas. O outono aproximou-se, as folhas das árvores mudaram de cor, de vermelho a amarelo, e uma noite um forte vento soprou. Na manhã seguinte, o garoto fez seu passeio habitual no quintal, e desta vez ele o achou coberto de folhas. "Papai está voltando para casa!" ele gritava e corria, chutando as folhas. "Papai está voltando para casa!".

A Bíblia nos conta uma história semelhante. Aconteceu durante a última Ceia. Jesus sabia que Seu tempo com os discípulos estava próximo do final. Logo ele morreria numa cruz e poucos dias depois Ele faria uma "longa viagem" para o Céu.

"Filhinhos, ainda por um pouco estou convosco... para onde Eu vou não podeis vós ir" (João 13:33).

Os discípulos sentiram-se profundamente tristes. "Senhor, para onde vais?" perguntou Pedro. "Por que não posso seguir-Te agora?" (versos 36 e 37).

Jesus respondeu com aquelas tão conhecidas palavras: "Não se turbe o vosso coração... se Eu for... virei outra vez" (João 14:1-3).

A segunda vinda de Cristo é a bendita esperança dos cristãos. Para compreendê-la completamente, precisamos conhecer algo sobre o plano original de Deus para o nosso mundo, e o conflito entre o bem e o mal, que tem se estendido por seis mil anos.

O plano original de Deus

Deus planejava que Adão, Eva e todos os seus descendentes fossem sumamente felizes. Houvesse Seu plano se realizado, e a palavra tristeza nunca teria feito parte do dicionário. Nenhuma lágrima teria sido derramada em uma tumba. Nenhuma criança teria sido atropelada por um carro. Nenhuma mãe veria seu filho com uma doença terminal.

Essas tragédias acontecem porque um inimigo invadiu o lar feliz de Adão e Eva e eles cederam à tentação. Imediatamente seus corações foram transformados, e uma natureza cruel e pecaminosa distorceu a vida de cada ser humano, daquele dia até agora. A própria criação - o mundo da natureza - "geme e está juntamente com dores de parto até agora" (Rom. 8:22).

Não há esperança? Não há escape desse destino terrível? Sim, há esperança! Deus prometeu a Eva que Jesus, a sua semente, feriria a cabeça de Satanás (ver Gênesis 3:15). Satanás seria destruído e todos os fiéis seguidores de Jesus seriam restaurados ao mundo perfeito que Ele originalmente planejara para eles.

E por isso que a vinda de Jesus é tão importante. Será quando Jesus cumprirá Sua promessa a Eva. Ele removerá Seu povo deste mundo arruinado, onde têm permanecido por seis mil anos, e os restabelecerá naquele lar perfeito.

Esperando ansiosamente

É de se admirar que o povo de Deus, desde o tempo de Adão e Eva até o presente, tenha esperado tão ansiosamente pela segunda vinda de Jesus? Enoque disse: "Eis que é vindo o Senhor com milhares de Seus santos" (Judas 14). Abraão esperou pela "cidade que tem fundamentos, da qual o Artífice e Construtor é Deus" (Heb. 11:10).

Isaías profetizou de "novos céus e nova terra", onde "de um sábado até ao outro, virá toda a carne a adorar" perante Deus (Isa. 66:22 e 23).

João disse: "Ora vem, Senhor Jesus" (Apoc. 22:20), e o fiel povo de Deus através da história cristã tem dito: "Até quando, Senhor, quanto tempo mais teremos que esperar pela Tua vinda?" (Apoc. 6:10).

Os Adventistas do Sétimo Dia, juntamente com muitos outros cristãos, creem que vivemos muito próximos do tempo em que essa "bendita esperança" se concretizará. Isto nos dá grande alegria - sabermos que em breve as tristezas pelas quais passamos nesta vida, terão seu fim.

A segunda vinda de Jesus, além de ser o tempo em que Deus levará Seu povo para o Céu, será também o tempo em que o nosso mundo será tirado do domínio de Satanás e devolvido ao seu legítimo Soberano, Jesus Cristo.

Milhares de anos atrás, Satanás estabeleceu um quartel-general na Terra, do qual ele esperava lançar seus ataques contra Deus por todo o Universo. Naturalmente, ele não quer que seu domínio sobre o mundo lhe seja tirado, e fará tudo que estiver ao seu alcance para evitar que isso aconteça.

O livro de Apocalipse, especialmente da metade para o final, dá uma descrição detalhada do esforço supremo de Satanás para interferir com a segunda vinda de Cristo. O povo de Deus que viver na Terra naquele tempo, estará profundamente envolvido nesse conflito. "E o dragão irou-se contra a mulher, e foi fazer guerra ao resto de sua semente, os que guardam os mandamentos de Deus, e têm o testemunho de Jesus" (Apoc. 12:17).

Houve guerra no Céu, quando a rebelião começou. Naquele tempo eram Miguel e Seus anjos contra Satanás e seus anjos. Porém, na batalha final da Terra, pouco antes de Jesus voltar, serão Cristo e Seus leais seguidores na Terra, contra Satanás e seus seguidores humanos. Satanás e seus aliados terão controle do mundo inteiro, e usarão sua posição superior para atacar o povo de Deus. "E foi-lhe permitido [a primeira besta de Apocalipse 13] fazer guerra aos santos, e vencê-los; e deu-se-lhe poder sobre toda a tribo, e língua e nação" (Apoc. 13:7).

No entanto, os habitantes ímpios da Terra farão muito mais do que atacar o povo de Deus. Na verdade, seres humanos insignificantes lutarão contra o Deus do Universo. Apocalipse 17:14 diz que os dez reis de Apocalipse 17 "combaterão contra o Cordeiro". Em visão João viu "a besta e os reis da Terra e os seus exércitos reunidos, para fazerem guerra Àquele que estava assentado sobre o cavalo, e ao Seu exército" (Apoc. 19:19).

Creio que os líderes políticos e militares do mundo se unirão a Satanás em uma tentativa desesperada de impedir que Jesus volte a este mundo. Dois fatores indicam isso.

Primeiro, são as armas poderosas de destruição em massa, que os líderes militares da Terra têm à sua disposição hoje. Eles podem lisonjear-se de que podem disparar seus mísseis no espaço e impedir que Cristo e Seus anjos - uma "raça alienígena" - invadam o mundo.

Segundo, são os demônios operadores de prodígios que os líderes militares da Terra terão ao seu lado. Esses demônios podem fazer cair fogo do céu e realizar muitos outros sinais e maravilhas. Em aliança com esses seres poderosos, os generais do mundo pensarão que podem fazer qualquer coisa (Apoc. 16:13 e 14).

Esta será a batalha do Armagedom, que deixa o mundo em estado de perplexidade desde que João escreveu o Apocalipse. A batalha do Armagedom está estreitamente associada com a segunda vinda de Cristo. De fato, é a segunda vinda de Cristo. Apocalipse 19:11-16 descreve Cristo em Sua vinda, como um general montado em um cavalo branco, vindo do Céu, seguido por um exército também montado em cavalos brancos. E os versos 17-21 descrevem as forças militares do mundo unidas, com as quais ele travará batalha. Apocalipse 19 descreve a segunda vinda de Cristo como uma guerra entre os exércitos do Céu e da Terra. E o exército do Céu vencerá (versos 20 e 21).

Jesus também usará armas físicas em Seu contra-ataque. Suas armas serão as forças da Natureza: terremotos, granizo, trovões, montanhas em colapso e ilhas que desaparecem no mar. A descrição está muito além da compreensão. Pense no que teria acontecido ao mundo se os Estados Unidos e a então União Soviética tivessem acionado suas ogivas atômicas de combate, um contra o outro, durante o apogeu da guerra fria. Por que deveria o mundo sair-se bem quando o Deus do Universo trava a batalha? Não é de se admirar que Jeremias descreve os resultados dessa guerra com a Terra escura, assolada, vazia, destituída de vida humana, seus campos um deserto e suas cidades em ruínas (ver Jer. 4:23-26).

Ainda assim, você e eu não precisamos temer ao antevermos essa guerra, pois Ele nos cobrirá com Suas penas, e sob Suas asas acharemos refúgio. "Mil cairão ao teu lado e dez mil à tua direita, mas tu não serás atingido", diz o salmista. Não seremos atingidos, nenhum mal nos sobrevirá, pois aos Seus anjos dará ordens para nos guardarem em todos os nossos caminhos (Salmo 91:4-11).

Eis como Ellen White descreve o povo de Deus durante esse tempo: "Vi então os principais homens da Terra consultando entre si... V i um escrito... dando ordens para que se concedesse ao povo liberdade para, depois de certo tempo, matar os santos, a menos que estes renunciassem sua fé peculiar, ... Mas nesta hora de provação os santos estavam calmos e tranquilos, confiando em Deus e descansando em Sua promessa de que um meio de livramento lhes seria preparado." (Primeiros Escritos, p. 282 e 283; grifo acrescentado).

Não é tempo para fraquezas

Não quero dar a entender que o conflito final da Terra será como um piquenique em uma tarde de domingo. Esse não será um tempo para fraquezas espirituais. Somente aqueles que têm suas mentes fortalecidas com as verdades da Palavra de Deus, serão capazes de escapar dos enganos dos últimos dias, e somente aqueles que têm o espírito fortalecido com a fé na Palavra de Deus, sobreviverão às intensas pressões dos últimos dias.

Mas para os eleitos de Deus, esse será um tempo de provação e de alegria. Jesus disse que quando as multidões do mundo estiverem atemorizadas com os sinais do retorno de Cristo, você e eu nos rejubilaremos e levantaremos a cabeça, pois a nossa redenção estará próxima (ver Lucas 21:25-28).

Por que seremos capazes de enfrentar tudo isso? Porque estamos aprendendo a confiar nEle agora. Quando Jesus respondeu às perguntas dos discípulos sobre os sinais da Sua volta, Ele passou muito mais tempo dizendo-lhes que estivessem preparados do que lhes dizendo como realmente aconteceriam os eventos finais do mundo.

E o conselho final de Jesus foi este: devemos ter o óleo - um relacionamento com Ele através do Espírito Santo. Devemos usar os nossos talentos em Seu trabalho, e através de Sua graça transformadora, devemos manter nosso coração repleto de amor pelos outros.

Será muito tarde para obter esse relacionamento com Jesus quando a tempestade começar. Devemos cultivar esse relacionamento agora, através do estudo da Bíblia, da oração, companheirismo e outras instruções espirituais que Deus nos proporcionou. Desenvolvemos um bom relacionamento com Deus, confiando nEle nos pequenos problemas que enfrentamos hoje; aprendendo a não reclamar quando a vida não corre da maneira como desejamos.

Espero a segunda vinda de Cristo com muita alegria. Será o evento mais traumático de toda a história da Terra, mas para você e para mim esse trauma será simplesmente o produto da angústia pela qual seremos introduzidos no lar eterno. Naquele tempo terrível, a segunda vinda de Cristo, como nunca antes, será a bem-aventurada esperança do povo de Deus.

E por isso que quando vejo os múltiplos sinais da Sua vinda, "corro pelo quintal", chutando as folhas e exclamando: "Papai logo voltará para me levar ao lar!"

*Marvin Moore -  Editor associado de livros da Pacific Press Publishing Association, Nampa, Idaho, EU A.

FONTE: Revista Adventista, Agosto 1993, p. 9 e 10.

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