DO ÉDEN PERDIDO AO ÉDEN RESTAURADO
Ricardo
André
Introdução:
Por causa dos anos
passados de pecado e rebelião da parte dos hebreus, Deus permitiu o cativeiro
assírio, em 722 a. C. e o cativeiro babilônico, em 586 a. C. A destruição de
Judá foi cruel. Deus fizera tudo que era possível para corrigir a nação
faltosa. Mas Judá prosseguiu obstinadamente na sua conduta idólatra, zombando
dos mensageiros de Deus até que “não houve maior remédio” (2 Cr 36:16). De modo
que Deus permitiu o exílio babilônico como castigo e disciplina.
Deus prometeu ao Seu
povo, através do profeta Isaías, que Ele iria ter “piedade de Sião e de todos os
lugares assolados dela, e fará o seu deserto como o Éden, e a sua solidão como
o jardim do Senhor; regozijo e alegria se acharão nela, ações de graça e som de
música”. Sião é uma referência a Jerusalém (Is 1:8; 8:18). Quando os
judeus voltaram para a Palestina, após o cativeiro babilônico, esta profecia se
cumpriu parcialmente. Todavia, o cumprimento final desta maravilhosa promessa
dar-se-á ainda no futuro.
Entre o Éden, no
princípio, e o Éden restaurado, jaz todo o lapso da história deste mundo – a
história da transgressão e sofrimento humano, do sacrifício divino e da vitória
sobre a morte e o pecado.
Jardim
do Éden – Lar original do primeiro casal humano (Gn 2:15)
Gênesis 2:15 declara
que “o Senhor Deus tomou o homem, e o pôs no jardim do Éden para o lavrar e o
guardar”. Deus escolheu uma região da Terra, chamada Éden, e plantou ali um
lindo jardim, na parte oriental dele (Gn 2:8, o que indica aparentemente que o
jardim ocupava apenas uma parte da região chamada Éden. Este jardim do Éden,
também chamado de jardim do Senhor (Is 51:3; Ez 28:13) era o lar do primeiro
casal humano. O lar edênico – mais precioso do que qualquer palácio dos dias
atuais – foi concedido a Adão e Eva.
Deus sabia que alimento
agradaria ao paladar do homem e o que seria bom para ele. Por isso plantou no
jardim muitas espécies de flores bem como muitas árvores belas e majestosas (Gn
2:9). As flores multicolores agradariam tanto aos olhos como ao nariz do homem.
Encheriam o ar do jardim com aroma delicioso. Assim, o homem teria prazer não
somente naquilo que via, mas até no ar que respirava.
Os muitos pássaros
coloridos voando entre as árvores seriam também algo que traria alegria ao
homem. Seus cantos bonitos seriam agradáveis aos ouvidos dele, e suas cores e
formas diferentes agradariam aos olhos dele.
Uma vez que os animais
em toda a Terra viviam de vegetação (Gn 1:30), havia paz no jardim
recém-criado. Isto incluía animais tais como os leões e os leopardos, que agora
são carnívoros. De modo que estes animais pacíficos, com suas formas variadas e
malhas bonitas, não só fariam o jardim do Éden interessante para o homem, mas a
sua amizade seria razão de felicidade para ele.
Em vista da nudez do
homem, pode-se presumir que o clima era muito ameno e agradável (Gn 2:25). Deus
fez de todos os modos que o jardim em que o homem viveria fosse um lugar de
paz, felicidade e prazer. Foi por esta razão que se chamava de jardim do Éden,
nome que significa “jardim de prazer, de deleite”.
Era uma pequena representação
daquilo que a Terra inteira seria para as criaturas humanas perfeitas viverem
nela eternamente em perfeita saúde, alegria e contentamento, adorando e
servindo seu Criador, o Senhor Deus.
A escritora cristã
Ellen G. White, diz-nos: “O jardim do Éden era uma representação do
que Deus desejava se tornasse a Terra toda; e era seu intuito que a medida que
a família humana se tornasse mais numerosa, estabelecesse outros lares (...)
semelhantes à que Ele havia dado” (Ellen G. White, Educação, p. 22).
Isto é demonstrado nas
instruções que Deus deu a Adão e Eva: “Frutificai e multiplicai-vos; enchei a
Terra, e sujeitai-a” (Gn 1:28). Sim, o propósito original de Deus era que a
Terra inteira, com o passar do tempo, fosse o paraíso, na qual todos vivessem
eternamente juntos em paz e felicidade.
O
Éden perdido
Embora tivessem sido
criados perfeitos e a imagem de Deus, e ainda tivessem sido colocados num
ambiente perfeito, Adão e Eva, usando mau sua liberdade de escolha, tornaram-se
transgressores da ordem que lhes proibia comer da árvores da ciência do bem e
do mal. Como consequência o homem tornou-se mortal, separado de Deus, ficou
sujeito ao sofrimento e dor. Perdeu tudo isso por desobedecer a Deus. Foi-lhe
negado acesso à árvore da vida. O pecado não devia ser perpetuado. O caminho
foi barrado pelos querubins com a espada flamejante. Feridos na alma e vergados
ao peso de seu pecado, nossos primeiros pais deixaram o jardim de Deus (Gn
3:22).
O Jardim do Éden foi, por séculos, o
único lugar da Terra em que o pecado não deixou marcas. Era um oásis sem
pecado, em meio a um planeta contaminado pelos resultados da desobediência dos
nossos primeiros pais. “O Jardim do Éden permaneceu na Terra por muito
tempo depois que o homem fora expulso de seus agradáveis caminhos. Quando a
onda de iniquidade se propagou pelo mundo, e a impiedade dos homens determinou
a sua destruição por meio de um dilúvio de água, a mão que plantara o Éden o
retirou da Terra. Mas, na restauração final de todas as coisas, quando houver
‘novo céu e nova Terra’, será restabelecido, mais gloriosamente adornado do que
no princípio.
“Então, [...] através de infindáveis
séculos, os habitantes dos mundos que não pecaram contemplarão no jardim de
delícias um modelo da obra perfeita da criação de Deus, sem qualquer sinal da
maldição do pecado – modelo do que teria sido a Terra inteira se tão-somente
houvesse o homem cumprido o plano glorioso do Criador” (Ellen G. White,
Patriarcas e Profetas, p. 62).
Com que esmero Deus está cuidando
desse jardim que foi levado para o Céu, transplantado com Suas próprias
mãos!
O
plano de Deus para Restaurar o Éden (Gn 3:15)
Embora o primeiro casal
humano desobedecesse a Deus, mostrando-se assim indigno de viver para sempre, o
propósito original de Deus não mudou. Tem de se cumprir! (Is 55:11). Por isso,
Jesus disse: “Bem-aventurado os mansos, porque eles herdarão a Terra” (Mt 5:5).
Em harmonia com isso, o apóstolo Paulo, na sua carta aos efésios (1:1-11)
afirma que o propósito de Deus é de “convergir em Cristo todas as coisa, na
dispensação da plenitude dos tempos, tanto as que estão nos céus como as que
estão na Terra”.
Quando Adão e Eva
pecaram, Deus tomou a iniciativa de ir procurá-los. O culpado casal, ouvindo a
voz do seu Criador, não se sentiu feliz com a perspectiva de encontrá-Lo.
Conforme havia ocorrido antes. Pelo contrário, eles se esconderam. Ainda assim,
porém, Deus não os abandonou. Em meio à situação de completa desesperança em
que eles se achavam naquele momento, Deus lhes expôs um maravilhoso plano, que
lhes garantiria a vitória final sobre o pecado e a morte (Gn 3:15). O plano de
Deus consistia em enviar um Libertador, a semente da mulher, para morrer no
lugar do homem. Sua morte visava “remir-nos de toda iniquidade, e purificar
para Si mesmo um povo exclusivamente Seu, zeloso de boas obras” (Tito 2:14). Pedro
diz que os crentes foram redimidos do vosso fútil procedimento que vossos pais
vos legaram (1 Pd 1:18). Paulo escreveu que aqueles que foram libertados da
escravidão do pecado com seus frutos mortais, agora se encontram no serviço de
Deus com seus frutos “para a santificação, e por fim a vida eterna” (Rm 6:22).
A rebelião de Adão e
Eva resultou em pecado, condenação e morte para todos (Rm 5:12). Cristo
inverteu a tendência descendente. Em seu grande amor, submeteu-se a Si próprio
ao julgamento divino do pecado e tornou-Se o representante da humanidade – “o
último Adão” ou “segundo Homem” (1 Co 15:45 e 47). Sua morte substitutiva
providenciou a libertação da penalidade do pecado e do dom da vida no Éden
recuperado para os pecadores arrependidos (2 Co 5:21; Rm 6:23; 1 Pd 3:18).
O
Éden Restaurado
No texto de Isaías 51:3
que lemos no início, Deus prometeu restaurar o Éden perdido pelos nossos
primeiros pais. Tudo que se perdeu será restaurado. O vidente de Patmos, o
idoso João, nos capítulos 21 e 22 de Apocalipse fez deleitosas descrições das
condições que existirão na “Nova Terra”, que fazem o salvo lembrar o Paraiso
original no Éden com sua árvore da vida (Gn 2:9).
Porém, João explica
que, antes de entregar um novo planeta para os salvos, Deus vai pôr um ponto
final na história do mal. Como será isso?
Depois da volta de
Jesus a desolação será total na Terra: prédios destruídos, ferros retorcidos,
corpos destroçados daqueles que rejeitaram a Jesus serão espalhados pelo mundo
inteiro, registra o profeta Jeremias (25:33). Somente um grupo permanecerá:
Satanás e seus anjos rebeldes. Eles ficarão “presos” por mil anos no planeta
Terra, sozinhos, enquanto os salvos estarão no Céu julgando os perdidos. Pois
bem, no fim dos mil anos, Jesus desce à Terra, acompanhado dos salvos e da
Cidade Santa. É quando acontecerá a última fase punitiva do juízo final,
eliminando para sempre o pecado.
Primeiro, quando a
comitiva celestial estiver chegando, Jesus ressuscitará os ímpios mortos. Isso
significa que Satanás estará “solto” outra vez, ou seja, ele irá mobilizar seus
seguidores humanos pelo engano, quando cai fogo do céu para exterminar Satanás,
seus anjos e os ímpios para sempre (Ap 20:1-14).
Este planeta manchado
de sangue, onde a tristeza, a dor e as lágrimas dominaram, será transformado
num lugar de gozo e paz. Pecado e pecadores não mais existirão. O Universo
inteiro estará purificado.
A escritora cristã Ellen G. White, no O Grande Conflito, narra o emocionante momento no qual Cristo levará Adão de volta ao paraíso no qual ele vivia. Então Adão “compreende que isso é na verdade o Éden restaurado, mais lindo agora do que quando fora dele banido. O Salvador o leva à árvore da vida, apanha o fruto glorioso e manda-o comer. Olha em redor se si e contempla uma multidão de sua família resgatada, no Paraíso de Deus. Lança então sua brilhante coroa aos pés de Jesus e, caindo a Seu peito, abraça o Redentor. Dedilha a harpa de ouro, e pelas abóbadas do céu ecoa o cântico triunfante: Digno, digno, ‘digno é o Cordeiro’ (Apoc. 5:12) ‘que foi morto e reviveu!’ Apoc. 2:8” (p. 648).
A escritora cristã Ellen G. White, no O Grande Conflito, narra o emocionante momento no qual Cristo levará Adão de volta ao paraíso no qual ele vivia. Então Adão “compreende que isso é na verdade o Éden restaurado, mais lindo agora do que quando fora dele banido. O Salvador o leva à árvore da vida, apanha o fruto glorioso e manda-o comer. Olha em redor se si e contempla uma multidão de sua família resgatada, no Paraíso de Deus. Lança então sua brilhante coroa aos pés de Jesus e, caindo a Seu peito, abraça o Redentor. Dedilha a harpa de ouro, e pelas abóbadas do céu ecoa o cântico triunfante: Digno, digno, ‘digno é o Cordeiro’ (Apoc. 5:12) ‘que foi morto e reviveu!’ Apoc. 2:8” (p. 648).
O mesmo fogo que
destrói os ímpios, purifica a Terra da poluição do pecado. Das ruínas da Terra,
Deus fará surgir “Novo Céu e Nova Terra, pois o primeiro Céu e a primeira Terra
passaram” (Ap 21:1). Da Terra purificada, recriada – o lar eterno dos remidos –
Deus banirá para sempre a tristeza, a dor e a morte (Ap 21:4).
Naquele dia “o deserto
e os lugares secos se alegrarão; e o ermo exultará e florescerá como a rosa”.
Então os olhos dos cegos se abrirão, e os ouvidos dos surdos se desempedirão.
Então os coxos saltarão como o cervo, e a língua dos mudos cantará (Is 35:1, 5
e 6). Este é o lar longamente esperado pelo homem; perdido pelo pecado, mas
recuperado e devolvido à família humana quando Deus fizer novas todas as coisa.
Ele prometeu que haverá uma “restauração de tudo” (At 3:21). A Nova Jerusalém
será a capital do Éden restaurado.
João conhecia as
medidas da cidade: 12 mil estádios, os seja, 2. 200 km. A cidade é imensa e
construída em quadrado perfeito. Em sua maior parte, Deus fez a cidade – seus
edifícios e ruas – de ouro (Ap 21:18, 21). Esse ouro é mais puro do que aquele
que conhecemos. A cidade de ouro terá 12 portões de pérolas, três de cada lado.
Do trono de Deus, localizado no centro da cidade, flui o “rio da água da vida”
(Ap 22:1). Em cada lado do rio está a árvores da vida, que dá 12 frutos por
ano, um por mês. Esses frutos contém os elementos vitais dos quais a humanidade
ficou privada desde que Adão e Eva abandonaram o jardim do Éden – eles são o
antídoto para o envelhecimento, desgaste ou simples fadiga (Ap 22:2; Gn 3:22).
Na cidade, não haverá
mais noite. A glória de Deus a iluminará, tornando supérflua a luz do sol e da
lua (Ap 21:23, 24). Dentro da grande cidade, Cristo está preparando “mansões”
(Jo 14:2), casa de verdade. Contudo, os redimidos não estarão confinados dentro
dos muros da Nova Jerusalém. Eles herdarão a Terra. Poderão deixar seus lares
na cidade e dirigir-se ao campo – onde projetarão e construirão os lares de
seus sonhos - suas casas de campo – plantarão vinhedos, colherão seus frutos e
deles comerão (Is 65:21).
Na Nova Terra, diz
Isaías, “não haverá lembrança das coisas passadas, jamais haverá memória delas”
(65:17). Lendo-se o contexto, entretanto, parece claro que são as tribulações
que os remidos esquecerão para sempre (v. 16). Eles não poderão esquecer as
boas coisas feitas por Deus, a abundante graça pela qual Ele os salvou, do
contrário toda esta imensa batalha contra o pecado teria sido em vão.
Adicionalmente, a
história do pecado forma um importante elemento da garantia de que “não se
levantará por duas vezes a angústia (Naum 1:9).
A maior das alegrias
dos cristãos que viveram para Cristo nesta vida será ver face a face Aquele por
quem trabalharam e viveram. O apocalipse diz que os remidos “contemplarão a Sua
face, e na sua fronte está o nome dEle” (22:4) Paulo diz: “Porque, agora, vemos
como espelho, obscuramente, então, veremos face a face (...)” (1 Co 13:12).
Que dia glorioso será
quando nos encontrarmos com o nosso pai celestial, quando contemplarmos a Nova
Cidade e passearmos pelos outros planetas! Há tanta gente para conhecer! Há
tantos novos irmãos... Cada sábado teremos oportunidade de louvar e adorar o nosso
Deus e agradecer mais uma vez por Sua infinda misericórdia, amorável paciência
e por ter enviado Seu Filho para morrer na cruz do Calvário, por nós.
Ellen G. White afirmou:
“Todo
remido compreenderá o serviço dos anjos em sua própria vida. Que maravilha será
entreter conversa com o anjo que foi a sua guarda desde os seus primeiros
momentos, que lhe vigiou os passos e cobriu a cabeça no dia de perigo, que
assinalou o seu lugar de repouso, que foi o primeiro a saudá-lo na manhã da
ressurreição, e dele aprender a história da interposição divina na vida
individual, e da cooperação celeste em toda a obra em prol da humanidade”
(Ellen G. White, Educação, p. 304, 305).
“Haverá ali música e
cânticos. Música e cânticos que ouvidos mortais jamais ouviram nem espírito
humano concebeu, com exceção do que em visões de Deus se tem revelado” (Ellen
G. White, Educação, p. 306).
Tal é o quadro
profético da perfeita provisão de Deus – perfeita associação, paz, alegrias,
felicidades e vida eterna. Redimidos por Sua graça, seremos Seus companheiros
por toda eternidade.
Quantas coisas
maravilhosas e fantásticas nos aguardam no perfeito e encantador mundo de
amanhã, no Éden restaurado.
Conclusão:
Quão maravilhoso estar
na sociedade do Céu! Abraão, Isaque, Jacó e José; Moisés, Isaías, Daniel e Jó;
Ester, Elias, Davi e Rute; Maria, Pedro, Estevão e Paulo – os grandes e
piedosos de todos as eras estarão ali: incomparavelmente belas as flores de
variedade infinita, frutos que jamais se deterioram, campos de verdura
exuberante, música como jamais o ouvido humano conheceu igual – tudo combinará
para tornar mais glorioso esse lar, seu e meu, caros irmãos e amigos, se pela
graça abandonarmos o pecado e aceitarmos a Jesus como Senhor e Salvador de
nossas vida. Logo deporemos a cruz e receberemos a coroa. Logo nosso dia de
pesares passará, e deixaremos este vale de lágrimas para estar com Aquele cuja
glória enche a criação no vale do Éden formoso. As últimas palavras de Jesus,
como se encontram registradas, são: “Eis que cedo venho”. E com o santo
vidente, nós dizemos: “Amém. Vem, Senhor Jesus (Ap 22:20).
Queridos amigos, já é
tempo de voltarmos ao lar! Preparemos nossa vida e nossa família para aquele
grande encontro com o Senhor. Preparemos um povo para estar com Jesus! Levemos
esta mensagem a todo o mundo nesta geração: vamos para o Lar edênico!
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