Teologia

domingo, 17 de dezembro de 2017

O QUE FOI A ESTRELA QUE GUIOU OS MAGOS DO ORIENTE ATÉ BELÉM?

Ricardo André

De acordo com o evangelista Mateus, uma estrela muito brilhante, inteiramente incomum cruzou os céus do Oriente, espalhando a notícia do nascimento do Menino Jesus. E foi justamente esse brilho intenso que guiou os três magos até o local de seu nascimento, em Belém (Mt 12:1-12). A Bíblia não dá maiores informações quanto a estes homens, segundo a tradição eram três porque trouxeram três presentes para o Senhor, mas a verdade é que a Palavra não fala nada sobre isso. Segundo o Comentário Bíblico Adventista, “esses “magos” não eram magos no sentido como hoje se entende essa palavra. Eles eram nobres de nascimento, educados, ricos e influentes. Eram os filósofos, os conselheiros do reino, instruídos em toda sabedoria do antigo Oriente. Os “sábios” que foram em busca do Cristo recém-nascido não eram idólatras; eram homens retos e íntegros (...). Eles estudavam as Escrituras hebraicas e ali encontraram uma clara exposição da verdade. Em particular, as profecias messiânicas do AT chamaram sua atenção e, entre elas, as palavras de Balaão: “uma estrela procederá de Jacó” (Nm 24:17). É provável que também conhecessem e entendessem a profecia de tempo de Daniel (Dn 9:25, 26), e chegaram à conclusão de que a vinda do Messias estava próxima (...).  Na noite do nascimento de Cristo, uma luz misteriosa apareceu no céu e se tornou uma estrela brilhante que persistia no céu ocidental (...). Impressionados com seu brilho, os magos consultaram outra vez os rolos sagrados. Ao buscarem compreender o significado dos escritos sagrados, foram instruídos em sonho a partir em busca do Messias” (Comentário Bíblico Adventista, v. 5, p. 293). Mas o que era aquela estrela? Seria a estrela resultado de um fenômeno natural ou da providência divina?

Resposta da Ciência

Ao longo dos séculos muitas hipóteses foram levantadas a respeito da natureza da misteriosa estrela que guiou os magos. Alguns eruditos sugerem fenômenos celestes naturais. Por exemplo, no século 3 da era cristã, aventava-se que o astro seria um cometa. A versão ganhou apelo popular a partir de 1 301, quando o cometa Halley passou junto à terra e foi incorporado a telas e afrescos. Estudos posteriores mostram que a passagem do Halley mais próxima do nascimento de Jesus ocorrera em 12 a.C., pondo a carta fora do baralho.

A hipótese de que o brilho do nascimento de Jesus fosse uma supernova tomou força em 1572, quando o astrônomo dinamarquês Tycho Brahe descobriu que o fenômeno ocorrera em 7 a.C. A nova é um astro que fica até 100 mil vezes mais brilhante que o normal durante semanas e depois quase desaparece do firmamento. No século 17, o astrônomo Johannes Kepler calculou que uma conjunção planetária entre Júpiter e Saturno teria ocorrido também em 7 a.C (data provável do nascimento de Jesus). – com a aproximação dos planetas, seus brilhos se somam no céu. Outras duas conjunções envolvendo Júpiter teriam ocorrido entre 3 a.C. e 2 a.C.: uma tripla conjunção com Régulus, a estrela mais brilhante da constelação de Leão, e uma aproximação com Vênus, o primeiro astro que surge no firmamento. Contudo, nenhum desses fenômenos poderia percorrer um caminho no céu de modo a guiar aqueles homens até uma cidade específica e então se posicionar sobre uma casa específica.

O que era a estrela?

De acordo com a Biblioteca Bíblica, “todas as tentativas de se explicar a estrela como um fenômeno natural são inadequadas dada a razão dela conduzir os magos de Jerusalém até Belém e então permanecer sobre a casa. Antes, foi uma manifestação especial dada por Deus, primeiro quando apareceu indicando o fato do nascimento de Cristo, e depois quando reapareceu sobre Jerusalém e guiou os magos ao lugar certo. Considerando que foi registrada uma revelação direta para os magos (v. 12), nada há de improvável em aceitar uma revelação direta desde o começo para emprestar significado à estrela” (https://bibliotecabiblica.blogspot.com/2015/11/interpretacao-de-mateus-2.html)

A escritora cristã Ellen G. White afirma que aquela misteriosa luz brilhante “não era uma estrela fixa, nem um planeta, e o fenômeno despertou o mais vivo interesse. Aquela estrela era um longínquo grupo de anjos resplandecentes, mas isso os sábios ignoravam. Tiveram, todavia, a impressão de que aquela estrela tinha para eles significado especial. Consultaram sacerdotes e filósofos, e examinaram os rolos dos antigos registros. A profecia de Balaão declarara: "Uma Estrela procederá de Jacó e um cetro subirá de Israel." Núm. 24:17. Teria acaso sido enviada essa singular estrela como precursora do Prometido? Os magos acolheram com agrado a luz da verdade enviada pelo Céu; agora era sobre eles derramada em mais luminosos raios. Foram instruídos em sonhos a ir em busca do recém-nascido Príncipe” (O Desejado de Todas as Nações, p. 60).

O momento culminante do Natal, experimentado pelos magos, foi descrito pelo evangelista Mateus: “Ao entrarem na casa, viram o menino com Maria, sua mãe, e, prostrando-se, o adoraram. Então abriram os seus tesouros e lhe deram presentes: ouro, incenso e mirra” (Mateus 2:11, NVI). Para os magos do oriente, o Natal representou alegria pela vinda do Salvador prometido e aceitação dEle. Esse é o verdadeiro espírito do Natal. Muitos hoje, se esquecem de Cristo, o centro do Natal, substituem-no pelo consumismo e o secularismo, permitindo que a presença de intrigas, violências, indiferença, egoísmo, orgulho e ódio. Mas o Natal, segundo a experiência dos magos e dos pastores ainda existe e pode ser vivido. Depende de nós mesmos. Esse Natal deve acontecer todos os dias, pois é uma experiência de aceitação de Cristo e uma entrega completa da vida a Ele. É uma ocasião de testemunho das Suas maravilhas. É o começo de uma vida nova para a glória de Deus, o Pai.

Brilhando ainda está

Parou de brilhar a estrela que anunciava o nascimento do Messias? O Evangelho nos diz: “Depois de ouvirem o rei, eles seguiram o seu caminho, e a estrela que tinham visto no Oriente foi adiante deles, até que finalmente parou sobre o lugar onde estava o menino” (Mt 2:9, NVI). No entanto, quando saíram Do local onde encontrava-se a manjedoura não foi a estrela que lhes indicou o caminho para que se desviassem de Herodes, mas sim foram avisados em sonho. Provavelmente, aquele “grupo de anjos” que brilhavam como estrela já cumprira sua missão e deixara de brilhar naquele dia.

Entretanto, a estrela do Salvador não desapareceu e nunca desaparecerá da História da humanidade. Seu brilho, porém, continua brilhando, e, é na época mais sombria que o Pai das Luzes envia a mais rutilante das estrelas. Ela brilha na vida dos filhos de Deus. De Seu povo, diz Cristo: "Vós sois a luz do mundo" (Mat. 5:14). O anjo Gabriel afirmou que “aqueles que são sábios reluzirão como o brilho do céu, e aqueles que conduzem muitos à justiça serão como as estrelas, para todo o sempre” (Dn 12:3). Portanto, todo cristão é uma luz que ajuda outros a encontrarem a salvação em Jesus. “Todo o que recebeu divina iluminação, deve lançar luz sobre o caminho dos que não conhecem a Luz da vida” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 152).Todo cristão é um missionário para falar a outros a respeito do amor de Deus e de Seu perdão em Jesus.

Um antigo hino do Hinário Adventista, n° 46, diz que essa estrela brilhando inda está:



ESTRELA DE LUZ

1. Estrela de luz um dia brilhou,
    Com raro fulgor, e os magos guiou
    Ao pobre curral da humilde Belém,
    Ao meigo Jesus, a fonte do bem.

Coro:
    Brilhando inda está, brilhando inda está,
    A estrela de luz, de raro fulgor
    Brilhando inda está, brilhando inda está,
    A estrela a indicar o Deus Salvador

2. Já por Balaão, da estrela porvir,
    Ouviram falar, em terra oriental;
    E logo que a veem, a estão a seguir,
    E vão encontrar Jesus, afinal.

3. A fim de encontrar e ter salvação,
    Havemos também de a estrela seguir;
    E achando a Jesus, felizes, então,
    Do amor e da paz iremos fruir.

Cara amigo leitor, experimentando essa realidade em nossa vida, estaremos vivendo o verdadeiro espírito do Natal, hoje e todos os dias.






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