AS BOAS NOVAS DA TUMBA VAZIA
Ricardo
André
“Ele não está aqui;
Ressuscitou” (Mt 28:6). Essas palavras triunfantes, ditas
pelo anjo às mulheres, no domingo de manhã diante da tumba vazia de Jesus, são
importantíssimas para nós, porque declaram, de modo inequívoco, que o poder da
morte foi para sempre quebrado por Aquele que tem as chaves da morte e do
sepulcro. O império da morte foi derrotado por Aquele que mergulhou nas
profundezas do abismo e de lá retornou vitorioso.
A
ressurreição de Cristo – uma verdade revolucionária
Os incrédulos de todas
as épocas, entretanto, têm procurado achar outras explicações para a tumba
vazia. A primeira delas foi dada pelos escribas e fariseus, que subornaram os
soldados em guarda no sepulcro, para que divulgassem a notícia de que os
discípulos haviam roubado o corpo de Jesus enquanto os guardas dormiam (Mt 28:11-15).
Mas como poderiam os soldados saber isso se estavam dormindo?
Segundo a lei, os
soldados que fossem encontrados adormecidos eram condenados à morte. Mas a
história não diz que aqueles que falharam na guarda do sepulcro foram
executados. Ademais, seria ridículo admitir que um grupo de pescadores
amedrontados, sem armas, perplexos e confusos, ousasse surpreender os soldados
romanos, violando a tumba de Jesus. E como violar a tumba, se uma pesada pedra
havia sido colocada à sua entrada?
Se os discípulos tivessem
roubado o corpo de Jesus, teríamos de acreditar em algo muito difícil do que a
própria ressurreição, isto é, que o fenômeno moral do cristianismo e a pregação
do evangelho pelos apóstolos brotou da fraude e da hipocrisia. Teríamos de crer
que os apóstolos, tendo ocultado o corpo de Jesus em algum lugar, saíram com
incontido entusiasmo e ousadia, prontos a sofrer perseguição e morte por amor
do evangelho, pregando o Cristo ressurreto, sabendo que era tudo mentira.
Leon Tolstói escreveu
seu grande e criativo romance Guerra e
Paz sobre diversas famílias aristocráticas russas durante o tempo da guerra
de Napoleão contra a Rússia, no início do século XIX. A história, em si, os
personagens, sua vida, eram ficção. Ele criou tudo.
Agora, imagine Tolstói
insistindo que essas pessoas, de fato, eram reais e que realmente haviam vivido
e feito como ele havia escrito. Suponha também que as autoridades lhe
ordenassem para de dizer ao povo que seus personagens eram reais, caso
contrário ele seria preso e até morto. A menos que fosse louco, Tolstói
pararia, você não acha? Por que morrer insistindo em divulgar uma história que
ele havia criado e saber ser mentirosa?
De certo modo, este é o
dilema dos críticos da ressurreição de Jesus: por que os escritores da Bíblia
haveriam de criar a história de que Jesus havia ressuscitado se isso não
houvesse acontecido? Não é porque eles haveriam de ficar ricos, populares ou
bem-sucedidos promovendo essa história; ao contrário, eles enfrentaram
ostracismo, perseguição, tortura, prisão e, em alguns casos, a morte. Por que
passar por tudo isso com uma história criada propositalmente?
Após Sua ressurreição,
Jesus apareceu numerosas vezes aos Seus seguidores. Evidentemente, Ele queria
que tivessem uma forte convicção sobre quem Ele era e o que havia feito. E
funcionou. De um grupo abatido, espalhado e assustado (Mt 26:56; Mc 14:50; Lc
24:17; Jo 20:19) eles se tornaram um grupo espiritualmente poderoso de homens e
mulheres que proclamavam corajosamente a vida, a morte e a ressurreição de
Jesus, o Messias de Israel e do mundo. Obviamente, eles criam que Jesus tinha
ressuscitado, pois dedicaram o restante da vida a proclamar aquela verdade (I
Co 15:3-6).
A escritora cristã Ellen
G. White escreveu: Durante esses dias que Cristo passou com os discípulos, eles adquiriram
nova experiência. Ao ouvirem o querido Mestre explicar-lhes as Escrituras à luz
de tudo quanto acontecera, sua fé foi inteiramente firmada nEle. Chegaram ao
ponto em que podiam declarar: ‘Eu sei em quem tenho crido’. II Tim. 1:12.
Começaram a compreender a natureza e extensão de sua obra e a reconhecer que
deveria proclamar ao mundo as verdades a eles confiadas. Os acontecimentos da
vida de Cristo, Sua morte e ressurreição, as profecias que apontavam para esses
acontecimentos, os mistérios do plano da salvação, o poder de Jesus para
remissão de pecados – de todas essas coisas haviam eles sido testemunhas e
deviam torna-las conhecidas ao mundo. Deviam proclamar o evangelho de paz e
salvação mediante o arrependimento e o poder do Salvador” (Atos dos Apóstolos,
p. 27).
Nossa
esperança de ressurreição fundamenta-se na ressurreição de Cristo
A única explicação
aceitável para a turma vazia é a ressurreição. E porque Ele ressuscitou, nossa
esperança não é vã. O apóstolo Paulo afirma que sem a ressurreição, nossa fé é “vã”
(I Co 15:17). Sem ela, tudo seria escuridão e morte. O desespero teria a
palavra final, e nossa pregação seria loucura. Foi a ressurreição que projetou
a igreja e levou o Novo Testamento a ser escrito. Ela confere credenciais à
pregação. Confere poder para realizarmos obras de amor e compaixão em nome de
Jesus Cristo. Se não cremos nela, não somos seus discípulos.
Além disso, a
ressurreição é confortadora. Sem ela, na presença da morte, não veríamos
significado em nada. O apóstolo Paulo afirma que Jesus é “as primícias dos que dormem” (I
Co 15:20). Ele é o penhor da vida para todos os que adormeceram nEle.
Esta é a confiança e nossa certeza, nossa fortaleza e refúgio. Tudo o que temos
agora é um sono temporário; o castigo final, a punição eterna que o pecado traz
já foi resolvido na cruz. Os redimidos, vivos ou falecidos, estão simplesmente
esperando pela consumação do que Cristo fez por eles. Nossa ressurreição para a
vida eterna é a consumação final. Ao depositar nossos queridos, amigos e
parentes na sepultura, ainda podemos cantar o hino Porque Ele Vive, do HASD, 70:
1. Deus enviou Seu
Filho amado
Para sofrer em meu
lugar;
Na cruz morreu mas vivo
agora está,
Pois ressurgiu e para
sempre viverá.
Coro:
Porque Ele vive, posso
crer no amanha;
Porque Ele vive, temor
não há
Eu sei que minha vida
não será mais vã,
Pois meu futuro em Suas
mãos agora está.
2. Quão grato é viver
com Cristo,
E desfrutar Seu doce
amor,
E certo estar de Sua
proteção,
Nos dias calmos ou nas
horas de aflição.
3. E quando, enfim, chegar
a hora
De aqui cessar o meu
viver,
Não temerei, pois
Cristo vivo está,
E eu viverei , pois,
vida nova me dará.
As palavras de Cristo
ressoam em meio à dramática realidade: “Porque Eu vivo, vós também vivereis” (Jo
14:19). Porque Ele vive, a morte não é o ponto final. Louvado seja
Deus!
Após anunciar as
mulheres que Jesus havia ressuscitado, o anjo disse: “Venham ver o lugar onde ele jazia.
Vão depressa e digam aos discípulos dele: ‘Ele ressuscitou dentre os mortos
(...)” (Mateus 28:6,7, NVI). Note especialmente que o anjo não disse
apenas: “Venham ver”, mas também: “Vão
depressa e digam”. Portanto, caro amigo leitor, vá hoje, e conte a seus colegas
de trabalho e de escola, aos seus familiares e a seu companheiro de ônibus ás
boas novas da tumba vazia.
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