“Os
discípulos dos profetas disseram a Eliseu: "Como vês, o lugar onde nos
reunimos contigo é pequeno demais para nós. Por que não vamos ao rio Jordão? Lá
cada um de nós poderá cortar um tronco para construirmos ali um lugar de reuniões".
Eliseu disse: "Podem ir". Então um deles perguntou: "Não gostarias
de ir com os teus servos? " "Sim", ele respondeu. E foi com
eles. Foram ao Jordão e começaram a derrubar árvores. Quando um deles estava
cortando um tronco, o ferro do machado caiu na água. E ele gritou: "Ah,
meu senhor, era emprestado! " O homem de Deus perguntou: "Onde caiu?"
Quando ele lhe mostrou o lugar, Eliseu cortou um galho e o jogou ali, fazendo o
ferro flutuar, e disse: "Pegue-o". O homem esticou o braço e o pegou”
(2 Reis 6:1-7).
Encontramos nesta
porção das Escrituras Sagradas uma ilustração alegórica do que Deus fez por
nós.
Era costume naquela
época enviar rapazes a Escola dos Profetas, em Gilgal (Jericó), onde se
tornavam professores e mensageiros de Deus. O profeta Eliseu, sempre que estava
por perto, conversava e dava conselhos e orientações espirituais aos
estudantes. Eles o estimavam e o respeitavam muito. Nota-se que este profeta de
Deus aprece como guia e orientador em ocasiões em que a situação é difícil.
Naquele ano, cerca de
843 a. C., a escola dos Profetas estava em pleno desenvolvimento. Apesar das
dificuldades, a escassez de alimentos, todos os dias chegavam novos alunos para
a escola, até que ficou muito pequena para abrigar a todos. O que eles deveriam
fazer? Um dos rapazes teve a ideia de que poderiam ampliar o prédio.
Os filhos dos profetas
vão até ao rio Jordão, com o fim de cortar árvores para ampliar a escola. De
repente algo muito desagradável aconteceu! Ao derrubar uma árvore, o machado de
um deles caiu no rio e se afundou. Eles estavam diante de um sério problema. O
machado era emprestado, as águas do Jordão não eram limpas e o ferro, de acordo
com a lei da gravidade, tinha ido para o fundo do rio. E o machado emprestado
diante daquela circunstância estava perdido.
O
HOMEM É NADA DIVORCIADO DE DEUS
Para que serve o cabo
separado do machado? Igualmente, de que serve um homem que não se agarra à mão
de Deus e que se separa dEle voluntariamente? A Bíblia nos diz claramente: “À
uma se fezeram inúteis” (Rm 3:12).
A Bíblia, portanto,
afirma que aqueles levam a vida separados de Deus são inúteis. São inúteis os
que acreditam que não precisam de Deus, os que acham que podem arranjar-se
sozinhos.
Há muitos que preferem
viver em “liberdade”. E essa falsa liberdade levam-nos a rejeitar o código
moral dos Dez Mandamentos e da Bíblia como não práticos e irrealísticos. A
falsa liberdade levam as pessoas a abandonarem os valores tradicionais, os
valores éticos e religiosos. A sociedade hodierna é marcada pela cultura niilista,
que segundo a qual não existem valores absolutos, universais e permanentes, as
pessoas não têm vínculos duráveis com nada nem com ninguém , vivem só para si
mesmas, buscando apenas os prazeres efêmeros, que, segundo a concepção niilista
da vida, são os únicos que existem. Dela brotam e se multiplicam o consumismo e
o hedonismo.
A Nova Era aparece com
a esdrúxula ideia de que o ser humano pode ser o deus do seu próprio destino,
porque existe uma ilimitada energia dentro do homem. O ser humano precisa
descobrir o “Eu Superior” que dorme em seu interior. Se souber fazê-lo –
afirmam os adeptos da Nova Era – não precisam mais de Deus apresentado pela
Bíblia, já que Deus não passa de uma “Energia Superior”.
CONSEQUÊNCIAS
DE SE VIVER SEPARADO DE DEUS
As consequências desta
emancipação do homem são vistas no mundo nestes últimos anos. A emancipação do
homem não produziu os frutos prometidos; e a não realização das promessas
esperadas do desenvolvimento da ciência e da técnica, e do domínio sobre a
natureza produziu:
O
desencanto e um enorme vazio existencial. Frustrado e
infeliz, o homem moderno busca compensações a esse vazio existencial na
acumulações de bens materiais, no consumismo, e no hedonismo. Mas, homem se dá
conta de que o acúmulo de bens e a satisfação desenfreada de desejos egoístas
não trazem a felicidade almejada, não conseguem preencher o vácuo em sua vida.
O homem pós-moderno vive correndo sem parar para consumir sempre mais, mas está
sempre insatisfeito.
Novas
servidões para o homem, tais como o dinheiro e os
prazeres;
Pessoas
solitárias e depressivas. Quando se pensa que nesses
modernos tempos, onde a tecnologia nos coloca em contato com pessoas dos mais
diversos lugares do globo terrestre, temos um diálogo mais frequente com tanta
gente, amigas ou não e, de repente, vê-se que as pessoas estão cada vez mais solitárias, abandonadas a propósitos
distantes que, na maioria das vezes, provocam decepções várias e até, à
sucessão de profundas depressões. Fala-se com o mundo e não se dialoga com
os mais próximos, inclusive os da própria família. As pessoas se sentem mais
deprimidas, ocas, sem paz e felicidades;
Milhares de jovens
recorrem as drogas tentando encontrar paz que a filosofia humanista, ateísta,
materialista, que a Nova Era não pode oferecer;
A
violência e criminalidade. E não falemos da violência, da
criminalidade, das guerras e atentados terroristas que não cessam de assolar a
humanidade.
Não podemos afastar
Deus de nosso caminho, sem sofrer os maiores prejuízos. Bem declarou Paulo com
respeito a essas pessoas “à uma se fizeram inúteis”. Esta é a verdadeira imagem
da queda do homem. Assim como Adão deu ouvido e acreditou nas mentiras de
Satanás, seu coração se fez “pesado” e se afundou, como o machado de um dos
alunos da Escola dos Profetas, porém Adão se afundou na morte, no pecado; e daí
em diante está perdido, é inútil, sem tranquilidade, sem paz e sem certeza da
salvação eterna. Não somente Adão, mas também sua prole, inclusive nós.
A
SOLUÇÃO (EF 2:4,5 e 8)
Tal como o machado no
fundo do rio, só podia ser retirado dali mediante um milagre. Assim ocorre
conosco. Mortos em nosso delitos, somos incapazes de nos livrarmos por nossos
próprios recurso e tampouco ninguém pode fazê-lo por nós.
O milagre, Deus o
realizou. Um pau, lançado pelo profeta Eliseu, fez flutuar o machado. Realmente
era um milagre! Com força o rapaz pegou o machado em suas mãos. Estava feliz e
com o coração cheio de gratidão a Deus, pois Ele soube que Deus não o
desamparara naquele momento difícil.
A história do machado que
flutuou nos faz lembrar de que Deus Se preocupa com qualquer problema que
enfrentamos, seja ele grande ou pequeno. Ele pede que levemos a Ele tudo que
nos deixa preocupados (1Pe 5:7). Ele cuidará disso da maneira que for melhor
para nós.
A respeito disso Ellen
G. White escreveu: “Exponham continuamente ao Senhor suas necessidades, alegrias,
pesares, cuidados e temores. Não O podem sobrecarregar; não O podem fatigar.
Aquele que conta os cabelos de sua cabeça, não é indiferente às necessidades de
Seus filhos. [...] Coisa alguma é demasiado grande para Ele, pois sustém os
mundos e rege o Universo. Nada do que de algum modo se relacione com nossa paz
é tão insignificante que o não observe. Não há em nossa vida um capítulo
demasiado obscuro que Ele não o possa ler; perplexidade alguma por demais
intrincada que não a possa resolver. Nenhuma calamidade poderá sobrevir ao mais
humilde de Seus filhos, ansiedade alguma lhe atormentar a alma, nenhuma alegria
possuí-lo, nenhuma prece sincera escapar-lhe dos lábios, sem que seja observada
por nosso Pai celeste, ou sem que Lhe atraia o imediato interesse” (Caminho a Cristo, p. 100).
Nesta experiência
podemos perceber que “não há uma tristeza ou mágoa por parte de qualquer filho
que fique aquém da grande compaixão do Pai, na hora da necessidade. O coração
do Pai responde aos filhos dos homens e o Céu age em seu favor. Nenhum dia
passou sem que o Senhor interviesse nos interesses daqueles que clamaram a Ele,
suplicando em suas necessidades. O dia de milagres ainda não acabou. Pode não
haver a presença de um Eliseu, mas Deus trabalha a Seu próprio modo em favor de
Seus filhos, os que têm fé nEle” (Comentário
Bíblico Adventista, vol. 2, p. 974).
Podemos perceber também
nitidamente uma importante lição sobre a ilimitada graça de Deus para os
pecadores. Somente a Cruz de Cristo nos tira do abismo ou do rio de pecados em
que estamos afundados. No Calvário, Deus estende a Sua mão e nos “toma”, mesmo
não merecendo e nos dá salvação. Isto é graça!
A graça é uma
característica de Deus. É o poder que transforma uma pessoa que crê, de um
arrependido pecador em uma nova criatura, e preenche nossas necessidades
espirituais a cada dia. Como pessoas, não merecemos o perdão e a salvação, mas
Deus instituiu um plano que nos permite receber a salvação.
A respeito disse Ellen
G. White, escreveu: “Torne-se distinto e claro o assunto de que não é possível
efetuar coisa alguma em nossa posição diante de Deus ou no dom de Deus para
nós, por meio do mérito de seres criados. Se a fé e as obras adquirissem o dom
da salvação para alguém, o Criador estaria em obrigação para com a criatura.
Eis aqui uma oportunidade para a falsidade ser aceita como verdade. Se alguém
pode merecer a salvação por alguma coisa que faça, encontra-se, então, na mesma
posição que os católicos para fazer penitência por seus pecados. A salvação,
nesse caso, consiste em parte numa dívida que pode ser quitada com o pagamento.
Se o homem não pode, por qualquer de suas boas obras, merecerem a salvação,
então ela tem de ser inteiramente pela graça recebida pelo homem como pecador,
porque ele aceita a Jesus e crê nEle. A salvação é inteiramente um dom
gratuito. A justificação pela fé está fora de controvérsia. E toda essa
discussão estará terminada logo que seja estabelecida a questão de que os
méritos do homem caído, em suas boas obras, jamais poderão obter a vida eterna
para ele [...] A justificação é inteiramente de graça, não sendo obtida por
nenhuma obra que o homem caído possa efetuar [...]” (Fé e Obras, p. 20).
A maior revelação da
graça foi a morte de Jesus na cruz (Rm 5:8). Na cruz, Jesus demonstrou a
natureza mortal do pecado. E ainda nos mostrou a imensidão do Seu amor. Ao
invés de nos deixar sob a pena da morte, Ele assumiu essa culpa. Ele absorveu o
nosso pecado, com toda a culpa e a condenação à morte – eterna separação do
Pai.
A separação entre a
humanidade e Deus, causada pelo pecado, foi tão série que levou Deus a impor o
castigo do pecado sobre Si mesmo a fim de nos salvar do pecado, para nos
reconciliar com Deus. Nunca devemos esquecer o que o apóstolo Paulo escreveu
aos efésios que “Deus estava em Cristo,
reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas
transgressões...” (Ef 5:18 e 19). O pecado é tão mau que a cruz foi
necessária para nos salvar dele. A dívida que o mundo tinha diante de Deus por
causa do pecado era tão grande que só o próprio Deus a poderia pagar.
Quão maravilhoso é saber que Deus é misericordioso e amoroso que não
imputa a nós as nossas transgressões. O
penetrante olhar de DEUS nos vê não só como nós somos, mas como por SUA GRAÇA
nos podemos tornar ou ser. Em Davi,
mentiroso e adúltero, Ele viu um coração justo, um coração que se arrepende. Em
Maria Madalena, a prostituta, a quem
o mundo não tinha senão desprezo e zombaria, Ele via uma mulher que se tornaria
uma vencedora. Em Mateus, o
desprezado coletor de impostos via um homem honesto. Em Pedro, o impulsivo, de língua incisiva, via um homem dominado e
pregador convincente. Em Saulo, o
zeloso perseguidor, via o mais poderoso evangelista do mundo. Em Tiago, filho do trovão, via um
administrador e líder da Igreja. Em João,
seu irmão na violência e no espírito, via aquele manso e suave discípulo que se
fez muito amado.
O apóstolo Paulo
afirmou: “E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisa antigas
já passaram; eis que se fizeram novas” (2 Cor. 5:17). Quando cristo
toma prisioneiro o coração humano, há em nós uma manifestação da nova vida. A
graça de Deus (que é o poder para salvar do pecado (Tito 3:7), fez por nós o
que nenhum outro elemento pode fazer.
CONCLUSÃO
Embora todos possamos
falhar de vez em quando, existe esperança para qualquer pessoa que entristeça
verdadeiramente por seus pecados. Deus espera obediência, mas prometeu perdão
àqueles que se arrependem.
A Bíblia afirma: “Se
confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados
e nos purificar de toda injustiça. I Jo 1:9.
Davi reclamou essa
promessa divina quando orou: “Cria em mim, ó Deus, um coração puro e
renova dentro de mim um espírito inabalável” Sl 51:10. Similarmente,
quando desejamos um coração puro e um espírito inabalável estamos habilitados a
receber a graça de Deus e cantar o cântico de vitória: “Graças a Deus, que nos dá a
vitória por meio de nosso Senhor Jesus Cristo” (I Cor. 15:57).
“Nós mesmos devemos
tudo à livre graça de Deus. A graça do concerto é que prescreveu nossa adoção.
A graça do Salvador efetua nossa redenção, regeneração e exaltação a
co-herdeiros de Cristo” (Parábolas de Jesus, p. 250).
Por volta de 1750, John
Newton era o comandante de um navio negreiro inglês. Ele saía da Inglaterra e
ancorava na costa africana. Lá os chefes tribais entregavam aos europeus as
“cargas” compostas de homens e mulheres, capturados nas invasões e nas guerras
entre tribos. John Newton compravam-nos em troca de armas, munições, licor e
tecidos. Ele transportou muitas cargas de escravos africanos trazidos à América
no século XVIII.
Numa das suas viagens,
o navio enfrentou uma tempestade que Newton ofereceu sua vida a Cristo,
pensando que ia morrer. Após ter sobrevivido, ele converteu-se verdadeiramente
ao Senhor Jesus; e começou a estudar para ser pastor. Nos últimos 43 anos de
sua vida ele pregou o evangelho em Olney e em Londres.
Num pequeno cemitério,
pertencente à Igreja de Olney, na Inglaterra, encontra-se uma tumba de granito
que tem a seguinte inscrição: “John Newton, clérigo, antes um infiel e
libertino, servo de traficantes de escravos na África, foi pela graça e riqueza
de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, preservado, restaurado, perdoado e
comissionado para pregar a fé que ele tinha lutado para destruir”.
Estas palavras foram
escritas por John Newton mesmo um pouco antes de sua morte, como um testemunho
verdadeiro de um homem que, depois de transformado pelo evangelho, tornou-se um
dos grandes baluartes da verdade. Através de toda a sua vida John Newton ficava
sempre maravilhado com a graça maravilhosa de Deus em sua vida.
O milagre do machado
que flutuou é uma ilustração alegórica do milagre que Deus quer realizar em
nós. É o símbolo da salvação que Deus nos oferece por meio de Sua graça.
Deus nos ama e se preocupa
por nós não importa o que tenhamos feito ou deixado de fazer. Somos seus filhos
e nos salvará, nos aceitará assim como estamos, cheios de pecados e culpas. A
graça transbordou em John Newton e em Paulo, pode também transbordar em nossas
vidas. Se nos apegarmos a Cristo com a mão da fé, Ele a tomará e nos levará em
Seus braços de amor a um lugar seguro, e nos manterá junto a Si com um amor que
nunca se murcha.
Caro amigo leitor, Deus
que fazer milagres em nossa vida. Ele quer operar o milagre do Novo Nascimento
em nós. Ele quer dá-nos uma vida nova. Ele quer nos reconciliar consigo por
meio da Cruz de Cristo.
Se você se sente fraco,
perdeu o entusiasmo pelas coisas espirituais, não tem prazer em vir a igreja e
comungar com os outros irmãos... eu o convido a ir agora mesmo a Jesus, para
dEle receber Sua graça, que é o poder para nos dar vida absoluta e repleta de
alegria em Cristo (2 Ts 1:11 e 12).
Você gostaria de
receber a redenção e a regeneração efetuada pela graça?
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