Teologia

quinta-feira, 29 de agosto de 2019

“PRECISO DE UM LUGAR PARA ME ESCONDER”


Ricardo André

Olhando para o futuro, aos nossos dias, o apóstolo Paulo escreveu sua carta a Timóteo, advertindo-nos que nos últimos dias teríamos que lidar com tempos trabalhosos (“difíceis”) que certamente chegariam: “Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te” (2 Timóteo 3:1-5).

Neste texto, Paulo dá uma descrição profética de como será o comportamento da humanidade nos últimos dias, antes da volta de Jesus. Ele prediz que a sociedade do tempo do fim seria marcada pela decadência moral. Ele apresenta um quadro real da humanidade nos últimos dias quando os ventos serão soltos e a iniquidade permeará sobre a Terra. Mas, perguntamos, será que esses sinais estão sendo vistos em nossos dias? Será que vivemos nos últimos dias de acordo com Paulo?

Sim! Estamos vivendo os “últimos dias”. A história está caminhando para o seu ponto final. Os homens e mulheres deste século estão atônitos e perplexos. Não tendo o fundamento da Palavra de Deus, não estudando as profecias, as massas estão ao léu da sorte, como um barco singrando os oceanos sem destino e sem esperança.

Ouvimos cada dia que passa, de eventos que chocam a humanidade. As palavras de Paulo ao seu querido discípulo, Timóteo, parecem encontrar eco em nossos dias. São realmente dias “trabalhosos”, e outras versões falam de dias “difíceis”, “perigosos”, “terríveis”, de “estresse”, “tempos de problemas”, ente outros. A tradução católica Ave Maria usa uma expressão interessante: “Nota bem o seguinte: nos últimos dias haverá um período difícil”.

Na paráfrase A Mensagem, a profecia de Paulo parece ainda mais vívida. “Não seja ingênuo. Tempos difíceis vêm por aí. À medida que o fim se aproxima, os homens vão se tornando egocêntricos, loucos por dinheiro, fanfarrões, arrogantes, profanos, sem respeito para com os pais, cruéis, grosseiros, interesseiros sem escrúpulos, irredutíveis, caluniadores, sem autocontrole, selvagens, cínicos, traiçoeiros, impiedosos, vazios, viciados em sexos e alérgicos a Deus. Eles vão fazer da religião um espetáculo, mas nos bastidores se comportam como animais”. Realmente vivemos em dias perigosos, com indivíduos perigosos, com eventos perigosos!

Paulo usa expressões interessantes. Uma delas é por exemplo de pessoas “sem afeição natural”. Estas palavras chamaram minha atenção ao escrever essas linhas, porque me fizeram lembrar do jovem Alexandre Nardone, na cidade de São Paulo, que assassinou sua própria filha Isabella Nardone, de 5 anos, jogando-a do 6º andar do apartamento onde moravam, no Edifício London, no dia 29 de março de 2008. Esse crime chocou o país. O pior de tudo foi seu álibi, procurando convencer o país e a polícia de que sua filha tinha sido assassinada por uma outra pessoa desconhecida que teria entrado no apartamento e praticado o crime. Quase que diariamente ouvimos falar de pais que matam os filhos e de filhos que assassinam seus pais. “Sem afeição natural”, que realidade a de nossos dias!

Não se iluda, aconselha Paulo. Tempos “selvagens” vêm por aí. As coisas estão piorando. A sociedade parece estar totalmente impregnada de cobiça, lascívia, luxúria, e para satisfazer seus desejos animalescos cometem os crimes mais hediondos.  São as facções criminosas nas favelas do Brasil, ou a corrupção no Brasil e no mundo, os ataques terroristas que matam centenas de pessoas inocentes, os atiradores que matam dezenas de pessoas nos EUA, no Brasil e em outras partes do mundo, homens machistas espancam e matam suas namoradas ou esposas (feminicídios), a crise dos refugiados que tomam conta dos jornais e notícias de TV e rádio.

“O mundo está chocado” ... “Ele era um cidadão de bem”, “um bom vizinho”, “um homem honesto, “uma mulher decente”, mas por trás dos bastidores vivia uma vida dupla. “Forma de piedade”! Provas ainda mais difíceis enfrentaremos no futuro, mas graças a Deus, podemos achar segurança no Senhor Jesus Cristo e em Sua verdade.

Charles Glass, veterano jornalista americano, entrou no sul de Beirute para investigar uma história. De repente, dois carros bloquearam seu caminho. Quando ele se apercebeu, terroristas xiitas o fizeram cativo. Então, seguiram-se 62 dias de sofrimento e solidão, pontuados por muito terror. Uma noite, ele ouviu os guardas roncando. Aquela era sua oportunidade. Descendo pela janela até um terraço, ele conseguiu escapar. Por volta de duas da manhã, entrou pelo saguão do hotel Summerland e gritou: “Sou Charles Glass. Preciso de um lugar para me esconder.” O refúgio foi concedido e, em pouco tempo, ele estava de volta em segurança nos braços de sua família.

Caro amigo leitor, à medida que este mundo corre para sua crise final, também precisamos de um lugar para nos refugiarmos. Precisamos dos poderosos braços de Deus para nos abrigar em Seus cuidados. Abra seu coração a Ele agora mesmo e diga: “preciso de um lugar para me esconder”. Então, Ele será seu lugar de refúgio desse mundo mal, permeado de pessoas maldosas, ímpias e perversas. Cante como o salmista: “Como é precioso o teu amor, ó Deus! Toda a humanidade encontra abrigo [refúgio] à sombra de tuas asas” (Sl 36:7).

Ellen G. White escreveu: “[...] Nada temos que recear quanto ao futuro, a menos que esqueçamos a maneira em que o Senhor nos tem guiado, e os ensinos que nos ministrou no passado” (Testemunhos Seletos, v. 3, p. 443).

Refugie-se em Jesus e prossiga firme pela fé na graça de Deus até receber a herança imortal!

Oração: Querido Deus e bom Pai que estás no Céu, dá-nos o poder do Espírito Santo para vivermos nossa esperança. A bem-aventurada esperança do encontro pessoal com Cristo Jesus. Ele vem, e nós O esperamos. Queremos esperá-Lo com roupas brancas, lavadas no sangue do Cordeiro (Ap 7:14). Dá-nos fé. A fé que atua por amor. A fé que cresce pela ação de Tua Palavra. Somos Teus filhos e queremos agir como tais em qualquer circunstância. Somos Tuas testemunhas e queremos dar bom testemunho a cada pessoa que encontramos. Dá-nos Tua graça para que o tempo difícil em que vivemos seja apenas os últimos dias, os dias do encontro com Teu reino eterno.

Nenhum comentário:

Postar um comentário