A TRINDADE NA BÍBLIA: UMA VISÃO ADVENTISTA
Gerhard
Pfandl*
“Há um só Deus: Pai,
Filho e Espírito Santo, uma unidade de três Pessoas coeternas” – Crença
Fundamental nº 2
A doutrina da Trindade
(do latim trinitas = “triunidade” ou “três-em-unidade”) é uma das mais
importantes doutrinas da fé cristã. Mas ultimamente alguns têm questionado sua
validade. Por exemplo, em uma monografia, Fred Allaback argumenta que “a Igreja
Adventista do Sétimo Dia não cria na doutrina da Trindade até muito tempo
depois da morte de Ellen G. White”.1 “Os pioneiros adventistas”, escreveu ele,
“acreditavam que em um ponto longínquo da eternidade somente um Ser divino
existia. Então esse Ser divino teve um Filho.”2 Dessa forma, Cristo teve um
começo. Com respeito ao Espírito Santo, Allaback crê que Ele é o Espírito de
Deus e de Cristo; não um outro Ser divino.3
A mesma visão é adotada
por Bill Stringfellow,4 Rachel Cory-Kuehl5 e Allen Stump.6 Todos esses ensinam
que em um ponto no tempo Jesus não existia; e que o Espírito Santo é apenas uma
força. Stringfellow diz: “Houve um certo e específico dia quando Deus deu à luz
Seu Filho … Houve um tempo (embora seja impossível identificá-lo precisamente
no passado) quando Cristo não existia.”7
O MISTÉRIO
Embora a palavra
Trindade não seja encontrada na Bíblia (nem a palavra encarnação), o
ensinamento que ela descreve é encontrado ali. A doutrina da Trindade
estabelece o conceito de que há três Seres plenamente divinos: Pai, Filho e
Espírito Santo, que formam um Deus.8 Por sua vez, Ellen White usa o termo
“Divindade” que é encontrado em Romanos 1:20 e Colossenses 2:9. Através dessa
palavra ela transmite a mesma idéia contida no termo Trindade, ou seja, há três
Seres viventes na Divindade. Segundo uma de suas declarações, “há três pessoas
vivas pertencentes ao Trio celeste; em nome destes três grandes poderes – o
Pai, o Filho e o Espírito Santo – os que recebem a Cristo por fé viva são
batizados, e esses poderes cooperarão com os súditos obedientes do Céu em seus
esforços para viver a nova vida em Cristo”.9
O próprio Deus é um
mistério,10 quanto mais a encarnação ou a Trindade. Entretanto, isso não
deveria nos embaraçar, já que os diferentes aspectos desses mistérios são
ensinados nas Escrituras. Embora não possamos compreender tudo sobre a
Trindade, necessitamos tentar entender, tanto quanto possamos, o ensino bíblico
a seu respeito. Todas as tentativas para explicá-la serão insuficientes,
“especialmente quando refletimos sobre a relação das três pessoas com essência
divina … todas as analogias são limitadas e nós nos tornamos profundamente
conscientes de que a Trindade é um mistério muito além da nossa compreensão. É
a incompreensível glória da Divindade”.11
Portanto, é sábio
admitir que o homem “não pode compreendê-la nem torná-la compreensível. É
compreensível em algumas de suas relações e modos de se manifestar, mas
ininteligível em sua natureza essencial”.12 Certos elementos se tornarão
claros, e outros permanecerão um mistério, pois “as coisas encobertas pertencem
ao Senhor nosso Deus; porém as reveladas nos pertencem a nós e a nossos filhos
para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta lei” (Deut. 29:29).
Onde não temos uma palavra clara das Escrituras o silêncio é ouro.13
NO
ANTIGO TESTAMENTO
Algumas passagens do Antigo Testamento
sugerem, ou implicam a existência de Deus em mais de uma pessoa. Quando não
necessariamente em uma Trindade, pelo menos em duas pessoas.
Gênesis 1. No relato da
criação em Gênesis 1, a palavra traduzida como Deus é ’Elohim, a forma plural
de ’Eloha. Geralmente essa forma é interpretada como um plural de majestade ao
invés da idéia de pluralidade. Entretanto, G. A. F. Knight argumenta que essa
interpretação corresponde a ler um conceito moderno no texto hebraico antigo,
desde que os reis de Israel e Judá são tratados na forma singular, no relato
bíblico.14 Knight aponta que as palavras hebraicas para água e céu também são
plurais. Os gramáticos nomeiam esse fenômeno como plural quantitativo. A água
pode aparecer em forma de pequenas gotas ou grandes oceanos. Essa diversidade
quantitativa em unidade, segundo Knight, é uma forma adequada de compreender o
plural ‘Elohim’. E também explica por que o substantivo singular ‘Adonai’ é
escrito como plural.15
Em Gênesis 1:26, lemos:
“Também disse Deus [singular]: Façamos [plural] o homem à nossa [plural]
imagem, conforme a nossa [plural] semelhança…” O que é significativo aqui é a
mudança do singular para o plural. Moisés não está usando o verbo no plural com
’Elohim, mas Deus está usando um verbo e um pronome no plural, em referência a
Si mesmo. Alguns intérpretes acreditam que Deus está falando aqui de anjos.
Mas, de acordo com as Escrituras, os anjos não participaram da criação. A melhor
explicação é que, já no primeiro capítulo de Gênesis, há uma indicação de
pluralidade de pessoas em Deus.
Deuteronômio 6:4. De
acordo com Gênesis 2:24, “deixa o homem pai e mãe, e se une à sua mulher,
tornando-se os dois uma só [’echad] carne”. É uma união de duas pessoas
distintas. Em Deuteronômio 6:4, é usada a mesma palavra em relação a Deus:
“Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único [’echad] Senhor.” Segundo Millard
J. Erickson, “aparentemente alguma coisa está sendo afirmada aqui sobre a
natureza de Deus – Ele é um organismo, isto é, uma unidade de partes
distintas”.16 Moisés bem poderia ter usado a palavra yachid (“um”; “único”),
mas o Espírito Santo escolheu não fazê-lo.
Outros textos. Após a
queda do homem, Deus disse: “Eis que o homem se tornou como um de nós” (Gên.
3:22). E algum tempo depois, quando o homem começou a construir a torre de
Babel, o Senhor ordenou: “Vinde, desçamos e confundamos ali a sua linguagem”
(Gên. 1:7). Em cada caso, a pluralidade da Divindade é enfatizada.
Em sua visão do trono
de Deus, Isaías ouviu o Senhor perguntando: “A quem enviarei, e quem há de ir
por nós?” (Isa. 6:8). Aqui encontramos Deus usando o singular e o plural na
mesma sentença. Muitos eruditos modernos tomam isso como uma referência ao
Concílio Celestial. Mas, pediria Deus algum conselho às Suas criaturas? Em
Isaías 40:13 e 14, Ele parece refutar essa noção. Deus não necessita
aconselhar-Se nem mesmo com criaturas celestiais. Portanto, o uso do plural em
Isaías 6:8, embora não especifique a Trindade, sugere que há uma pluralidade de
seres no Orador.
O anjo do Senhor. A
frase “anjo do Senhor” aparece 58 vezes no Antigo Testamento. “O anjo de Deus”
aparece onze vezes. A palavra hebraica para “anjo” – mal’ak – significa
mensageiro. Se o “anjo do Senhor” é Seu mensageiro, então deve ser distinto do
Senhor. Todavia, em alguns textos, o “anjo do Senhor” também é chamado “Deus”
ou “Senhor” (Gên. 16:7-13; Núm. 22:31-38; Juí. 2:1-4; 6:22). Os pais da Igreja
identificavam esse anjo com o Logos pré-encarnado. Eruditos modernos vêem-nO
como um Ser que representa Deus, como o próprio Deus, ou como algum poder
externo de Deus. Por sua vez, eruditos conservadores geralmente aceitam que
“este ‘mensageiro’ deve ter sido como uma manifestação especial do Ser do
próprio Deus”.17 Se isso é correto, temos aqui outra indicação da pluralidade
de pessoas na Divindade.
NO NOVO
TESTAMENTO
A verdade, na Bíblia, é progressiva. Por isso,
é no Novo Testamento que encontramos um quadro mais explícito da natureza
trinitária de Deus. A declaração de que Ele é amor (I João 4:8) implica que
deve haver uma pluralidade dentro da Divindade, considerando-se que o amor só
pode revelar-se em um relacionamento pluralístico.
Por ocasião do batismo
de Jesus, encontramos os três membros da Divindade em ação ao mesmo tempo:
“Batizado Jesus, saiu logo da água, e eis que se Lhe abriram os Céus, e viu o
Espírito de Deus descendo como pomba, vindo sobre Ele. E eis uma voz dos Céus
que dizia: Este é o Meu Filho amado, em quem Me comprazo” (Mat. 3:16).
Eis uma notável
manifestação da doutrina da Trindade. Ali estava Cristo em forma humana,
visível a todos; o Espírito Santo desceu sobre Ele na forma de uma pomba; e a
voz do Pai foi ouvida dos Céus: “Este é o Meu Filho amado, em quem me
comprazo”. Em João 10:30 Cristo fala de Sua igualdade com o Pai, e em Atos 5:3
e 4, o Espírito Santo é identificado como Deus. É impossível explicar a cena do
batismo de Jesus por qualquer outra maneira senão assumindo que há três
pessoas, iguais em natureza ou essência divina.
No batismo, o Pai
referiu-Se a Jesus como “Meu Filho amado”. Essa filiação, entretanto, não é
ontológica, mas funcional. No plano da salvação, cada membro da Trindade
aceitou um papel específico, com o propósito de cumprir um alvo particular. Não
se trata de mudança de essência ou status. Millard J. Erickson o explica desta
maneira:
“O Filho não Se tornou
inferior ao Pai durante a encarnação, mas subordinou-Se funcionalmente à
vontade do Pai. Semelhantemente, o Espírito Santo agora está subordinado ao
ministério do Filho (ver João 14-16) bem como à vontade do Pai, mas isso não
implica inferioridade em relação a Eles.”18 No pensamento ocidental, os termos
“Pai” e “Filho” contêm a ideia de origem, dependência e subordinação. Na mente
oriental ou semítica, entretanto, eles enfatizam igualdade de natureza. Assim,
quando as Escrituras falam de “Filho” de Deus, estão afirmando a divindade de
Cristo.
Ao terminar Seu
ministério terrestre, Jesus ordenou aos discípulos: “Ide, portanto, fazei
discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do
Espírito Santo” (Mat. 28:19). Nessa comissão, nota-se claramente a Trindade.
Primeiramente, notamos que a frase “em nome” [eis to onoma] é singular, não
plural (nos nomes). Ser batizado em nome de três pessoas da Trindade significa
identificar-se com tudo o que Ela representa; comprometer-se com o Pai, Filho e
Espírito Santo.19 Em segundo lugar, a união desses três nomes indica que o
Filho e o Espírito Santo são iguais ao Pai. Seria estranho, para não dizer
blasfemo, unir o nome do Deus eterno com um “ser criado” e uma “força” ou “energia”
na fórmula batismal.
“Quando o Espírito
Santo é colocado na mesma expressão e no mesmo nível das outras duas pessoas, é
difícil evitar a conclusão de que Ele também é visto como sendo igual ao Pai e
ao Filho.”20
Paulo e outros
escritores do Novo Testamento geralmente usam a palavra “Deus” para se referir
ao Pai; “Senhor”, em referência ao Filho, e “Espírito”, em referência ao
Espírito Santo. Em I Coríntios 12:4-6, o apóstolo fala dos três no mesmo texto:
“Ora, os dons são diversos, mas o Espírito é o mesmo. E também há diversidade
nos serviços, mas o Senhor é o mesmo. E há diversidade nas realizações, mas o
mesmo Deus é quem opera tudo em todos.” Da mesma forma, em II Coríntios 13:13,
ele enumera as três pessoas da Trindade, ao mencionar “a graça do Senhor Jesus
Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo”.
Embora não possamos
dizer que esses textos sejam uma enunciação formal da Trindade, eles e outros
como, por exemplo, Efésios 4:4-6, são trinitarianos em caráter. E embora a
Igreja tenha elaborado os detalhes dessa doutrina em tempos posteriores, ela o
fez sobre o fundamento dos escritores bíblicos.
DIVINDADE
DE CRISTO
Um elemento crucial na doutrina da Trindade é
a divindade de Cristo. Diante do ensinamento de que há um Deus em três pessoas,
e que cada uma dessas pessoas é plenamente divina, é importante verificarmos o
que as Escrituras ensinam sobre a divindade de Cristo. Existem passagens no
Novo Testamento que confirmam a plena deidade de Cristo.
João
1:1-3;14. “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com
Deus, e o Verbo era Deus.” A frase introdutória “no princípio” nos leva de
volta ao começo do tempo. Se o Verbo estava “no princípio”, então Ele não teve
princípio, que é outra forma de dizer que era eterno.
“O Verbo estava com
Deus” nos diz que o Verbo era uma pessoa ou personalidade separada. O Verbo não
estava em (en) Deus, mas com (pros) Deus. Desde que o Pai e o Espírito Santo
são Deus, a palavra “Deus” muito provavelmente inclui esses dois outros membros
da Trindade.
“E o Verbo era Deus”. O
Verbo não era uma emanação de Deus, mas Deus mesmo. Embora o verso 1 não diga
quem é o Verbo, o verso 14 claramente O identifica: “E o Verbo Se fez carne, e
habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a Sua glória, glória
como do unigênito do Pai.” Como disse Arthur W. Pink, “é impossível conceber
uma afirmação mais enfática e inequívoca da deidade absoluta do Senhor Jesus
Cristo”.21
João
20:28. “Respondeu-Lhe Tomé: Senhor meu e Deus meu.” Essa é
a única vez, nos evangelhos, em que alguém se dirige a Cristo, chamando-O de
“meu Deus” (ho Theos mou). É significativo que nem Cristo nem João desaprovaram
a declaração de Tomé; pelo contrário, esse episódio constituiu um ponto alto da
narração do evangelista, que imediatamente fala a seus leitores: “Na verdade
fez Jesus diante dos discípulos muitos outros sinais que não estão escritos
neste livro. Estes, porém, foram registrados para que creiais que Jesus é o
Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em Seu nome” (vs. 30
e 31). Este evangelho, diz João, foi escrito para persuadir outros indivíduos a
imitarem Tomé no reconhecimento de Cristo como “Senhor meu e Deus meu”.
Filipenses
2:5-7. Essa passagem foi escrita para ilustrar a
humildade. Mas é um dos textos de apoio à divindade de Cristo. “Tende em vós o
mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois Ele, subsistindo em
forma [morphé] de Deus não julgou como usurpação [harpagmos] o ser igual a
Deus; antes a Si mesmo Se esvaziou, assumindo a forma [morphé] de servo, tornando-Se
em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana…” Morphé, que
significa “forma” ou “aparência visível’, é uma palavra descritiva da natureza
genuína, a essência, de uma coisa. “Não se refere a qualquer forma mutável, mas
uma forma específica da qual dependem a identidade e o status.”22 Morphé
contrasta com schema (2:8), que também significa “forma” porém no sentido de
aparência superficial, ao invés de essência. O substantivo harpagmos aparece
apenas nesse texto, no Novo Testamento, e o verbo correspondente significa
“roubar, tirar à força”. No grego secular, o substantivo significa “roubo”.
O contexto deixa claro
que Jesus não cobiçou, não tentou roubar “o ser igual a Deus”; não tentou
agarrar-Se à igualdade com Deus a qual Ele possuía intrinsecamente. Em outras
palavras, não tentou reter Sua igualdade com Deus pela força. Em vez disso,
“tratou-a como uma oportunidade para renunciar qualquer vantagem ou privilégio
decorrentes; como uma oportunidade para auto-empobrecimento e sacrifício próprio
sem reserva”.23 Esse é o significado da expressão “antes a Si mesmo Se esvaziou”.
Sua igualdade com Deus era algo que Ele possuía intrinsecamente; e alguém igual
a Deus deve ser Deus. Assim, essa “é uma passagem que demanda a compreensão de
que Jesus era divino no mais pleno sentido”.24
Colossenses
2:9.
“Porquanto nEle habita corporalmente [somatikos] toda a plenitude [pleroma] da
Divindade.” O termo grego pleroma tem o significado básico de “plenitude”,
“plenamente”. No Antigo Testamento ele é aplicado à plenitude da Terra ou do
mar (Sal. 24:1; cf. 50:12; 89:11; 96:11; 98:7), que é citada em I Coríntios
10:26. No grego secular, pleroma referia-se à totalidade da tripulação de um
navio, ou à quantia necessária para completar uma transação financeira. Em Colossenses
1:19 e 2:9, Paulo usa a palavra para descrever a soma total de cada função da
divindade.25
Essa plenitude habita
corporalmente em Cristo, mesmo durante Sua encarnação, Ele reteve todos os
atributos essenciais da divindade, embora não os empregasse em benefício
próprio. “… Foi claramente visto que a divindade habitava na humanidade, pois
através do invólucro terrestre, vez após vez cintilavam lampejos de Sua
glória.”26
Tito
2:13. Paulo descreve os santos como “aguardando a bendita
esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo
Jesus”. Notemos que: 1) De acordo com uma regra da gramática grega, o artigo o
antes de “Deus” e “Salvador” une esses dois substantivos como designações do
mesmo objeto. Assim, Jesus Cristo é “o grande Deus e Salvador”. 2) Todo o Novo
Testamento aguarda a segunda vinda de Cristo. 3) O contexto do verso 14 fala
apenas de Cristo. 4) Essa interpretação está em harmonia com outras passagens,
tais como João 20:28; Rom. 9:5; Heb. 1:8; II Ped. 1:1, de modo que esse texto é
mais uma afirmação da divindade de Cristo.
Mateus
3:3.
“… Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor.” De acordo com o
verso 1, esse texto de Isaías refere-se a João Batista que era o precursor do
Messias. Em Isaías 40:3, a palavra traduzida como “Senhor” é Yahweh. Assim, o
Senhor cujo caminho João prepararia não era outro senão o próprio Jeová.
Romanos
10:13. “Porque todo aquele que invocar o nome do Senhor
será salvo.” O contexto (vs. 6-12) deixa claro que, ao se referir ao “nome do
Senhor”, Paulo está pensando em Cristo. O texto é uma citação de Joel 2:32,
onde novamente a palavra Senhor é tradução do hebraico Yahweh.
Hebreus
1:8 e 9. “O Teu trono, ó Deus, é para todo o sempre… por isso
Deus, o Teu Deus Te ungiu…” Neste capítulo, são usados sete textos do Antigo
Testamento para apoiar o argumento de que Cristo é superior aos anjos. O quinto
texto, citado nos versos 8 e 9, é Sal. 45:6 e 7, onde um rei da casa de Davi é
mencionado como “Deus”. Seria isto uma hipérbole poética, como algumas vezes é
encontrada em cortes orientais, ou está o texto apontando para outra pessoa
além do Antigo Testamento, príncipe da casa de Davi? Para os poetas e profetas
hebreus, um príncipe da casa de Davi era o vice-regente do Deus de Israel; pertencente
à dinastia à qual Deus fizera promessas especiais ligadas ao cumprimento de Seu
propósito no mundo. Ao lado disso, o que era apenas parcialmente verdadeiro na
linhagem e no governo histórico de Davi, ou mesmo em sua pessoa, deveria ser
compreendido plenamente quando aparecesse o filho de Davi, no qual todas as
promessas e ideais associados com a dinastia deveriam ser incorporados. Agora,
finalmente, o Messias aparecera. Em sentido pleno, era possível para Davi, ou
qualquer dos seus sucessores, que este Messias pudesse ser referido não apenas
como Filho de Deus (v. 5), mas como realmente Deus, pois Ele é o Messias da
linhagem de Davi, a refulgente glória de Deus e a própria imagem de Sua
substância.27 Todas essas passagens indicam que Cristo e Yahweh são um.
AUTOCONSCIÊNCIA
DE JESUS
Cristo nunca afirmou
diretamente Sua divindade, mas dizia ser o Filho de Deus (Mat. 24:36; Luc.
10:22; João 11:4). E, de acordo com a idéia hebraica de filiação, tudo o que o
pai é o filho também é. Os judeus entenderam que assim Ele estava reivindicando
igualdade com o Pai: “Por isso, os judeus ainda mais procuravam matá-Lo, porque
não somente violava o sábado, mas também dizia que Deus era Seu próprio Pai,
fazendo-Se igual a Deus” (João 5:18; cf. 10:33).
Repetidas vezes Cristo
disse possuir o que só pertence a Deus. “Ele falou dos anjos de Deus (Luc.12: 8
e 9; 15:10) como Seus anjos (Mat. 13:41).
Referiu-Se ao reino de
Deus (Mat. 12:28; 19:14 e 24; 21:31 e 34) e aos eleitos de Deus (Mar. 13:20)
como Suas propriedades.”28 Em Lucas 5:20 Jesus perdoou os pecados do
paralítico, e os judeus, com base em Isaías 43:25, argumentaram: “Quem pode
perdoar pecados senão Deus?” Dessa forma, a ação perdoadora de Jesus O
identificava como Deus.
A divindade de Cristo
também é indicada no uso que fez do tempo presente em Sua resposta aos judeus:
“Antes que Abraão existisse [genesthai] Eu sou [ego eimi]” (João 8:58). Ao usar
o termo genesthai – “nascesse” ou “se tornasse” – e ego eimi – “Eu sou” –,
Jesus contrasta Sua existência eterna com o início histórico da existência de
Abraão. Pelo menos os judeus compreenderam dessa maneira, ou seja, que Jesus
reivindicava ser Yahweh, o “Eu sou” da sarça ardente (Êxo. 3:14); por isso,
apanharam pedras para matá-Lo (João 8:59).
Finalmente, o fato de que
Jesus aceitou adoração evidencia que Ele próprio reconhecia Sua divindade.
Depois que Jesus apareceu aos discípulos andando sobre as águas, “eles O
adoraram” (Mat. 14:33). O cego que teve a visão restaurada, depois de lavar-se
no tanque de Siloé, “O adorou” (João 9:38). Após a ressurreição, os discípulos
foram para a Galiléia onde Cristo lhes apareceu. E eles “O adoraram” (Mat.
28:17). E Ellen White assegura: “Em Cristo há vida original, não emprestada,
não derivada. ‘Quem tem o Filho tem a vida.’ I João 5:12. A divindade de Cristo
é a certeza de vida eterna para o crente.“29
“Falando de Sua
preexistência, Cristo conduz a mente através de séculos incontáveis. Afirma-nos
que nunca houve tempo em que Ele não estivesse em íntima comunhão com o eterno
Deus.”30
TEXTOS
DIFÍCEIS
Os antitrinitarianos usam alguns textos para
apoiar a ideia de que Jesus, em algum tempo na eternidade, foi gerado, isto é,
que Ele teve um começo e que não é absolutamente igual a Deus.
Apocalipse
3:14. Aqui, Jesus, “a Testemunha fiel e verdadeira”, é
mencionado como “o princípio da criação de Deus”, o que leva alguns a interpretarem
que Ele foi criado em algum ponto no passado, sendo assim a primeira obra de
Deus. Mas a palavra grega traduzida como “princípio” é arché. Além de
“princípio”, ela também significa “causa primeira ou principal”, “soberano”,
“regente”. O próprio Pai também é chamado “princípio”, em Apoc. 21:6.
O mesmo título é
novamente aplicado a Cristo em Apoc. 22:13. Embora a palavra arché possa ter um
sentido passivo, o que poderia fazer de Jesus o primeiro ser criado, o sentido
ativo do termo O torna a “causa principal” o “criador”. Que Jesus não é o primeiro
ser criado, mas o próprio criador, é o testemunho de outras passagens do Novo
Testamento (João 1:3; Col. 1:16; Heb. 1:2).
Provérbios
8:22-31. “Eu nasci…” (v. 24). Argumenta-se que esse verso se
refere a Jesus, ensinando que Ele foi nascido ou criado. Mas o contexto da
passagem fala da sabedoria, não sobre Jesus. A personificação da sabedoria é
uma figura literária que ocorre também em outras partes das Escrituras. Em
Salmo 85:10-13, temos “misericórdia e verdade” encontrando-se, “justiça e paz”
se beijando. Em Salmo 96:12, “os campos” se alegram, e “todas as árvores dos
bosques regozijarão diante do Senhor”. (Ver também I Crôn. 16:33; Isa. 52:9;
Apoc. 20:13 e 14). Esse tipo de alegoria não deve ser interpretada
literalmente. “A personificação é uma figura literária e poética que serve para
criar atmosfera e para avivar ideias abstratas e objetos inanimados, ao
representá-los como se fossem seres
humanos.”31
A personificação do
divino atributo da sabedoria começa no capítulo 1: “Grita na rua a sabedoria,
nas praças levanta a sua voz” (v. 20). No capítulo 3, é-nos dito que ela “mais
preciosa é do que pérolas” e “os seus caminhos são… paz” (vs. 15 e 17). No
capítulo 7 ela é chamada “irmã” (7:4); e no capítulo 8, a sabedoria mora junto
com a prudência (8:12). Sabedoria personificada também é o tema de Provérbios
9:1-5. Aplicar tais passagens a Cristo exige um modelo alegórico de
interpretação que nos leva a métodos incompatíveis com outras passagens. Foi
justamente esse tipo de hermenêutica que suscitou a rejeição do método
alegórico de interpretação pelos reformadores. É importante notar que nenhum
verso dessa passagem é citado no Novo Testamento.
Provérbios
8:22-31 contém imagens poéticas que necessitam ser bem
interpretadas. A primeira frase no verso 22 pode ser traduzida como “o Senhor
me possuiu”, “o Senhor me criou”, ou “o Senhor me gerou”. O significado básico
do verbo qanah é “comprar”, “adquirir” e “possuir”. Mas as outras duas
traduções são também possíveis. Além de qanah, duas outras palavras referem-se
à sabedoria nesse texto: nasak = “estabelecer” (v. 23) e chil = “nascer” (vs.
24 e 25). O pensamento básico é sempre o mesmo, isto é, a sabedoria estava com
Deus antes do início da criação. Se Deus a criou, se foi gerada ou simplesmente
possuída, não é o foco. O que é central não é o modo de sua origem, mas sua
antiguidade e precedência dentro da criação de Deus. Considerando a linguagem
poética e metafórica da passagem, ela não deve ser usada para estabelecimento
de qualquer doutrina sobre uma suposta origem de Cristo.
Ellen White, às vezes,
aplicou homileticamente Provérbios 8 a Cristo; mas ela usou o texto para apoiar
Sua preexistência eterna. Antes de usar Provérbios 8, ela disse que “Cristo
era, essencialmente e no mais alto sentido, Deus. Estava Ele com Deus desde
toda a eternidade, Deus sobre todos, bendito para todo o sempre”.32
Colossenses
1:15. Cristo é “o primogênito de toda a criação”.
Considerando que Ele é chamado primogênito (prototokos), argumenta-se que deve
ter tido um começo. Mas o termo “primogênito”, nesse texto, é um título e não a
definição de uma condição biológica. Segundo 1:16, tudo foi criado por Jesus.
Portanto, Ele não poderia criar a Si mesmo.
A palavra “primogênito”
tem um significado especial para os hebreus. Em geral, o primogênito era o
líder de um grupo de pessoas ou uma tribo, o sacerdote na família, e o único
que recebia a herança duas vezes mais que seus irmãos. Ele tinha certos
privilégios e responsabilidades. Algumas vezes, entretanto, o fato de que
alguém fosse o primogênito não importava aos olhos de Deus. Por exemplo, embora
Davi fosse o filho mais novo, Deus o chamou de “Meu primogênito” (Sal. 89:20 e
27). A segunda linha do paralelismo no verso 27 nos diz que isso significava
que Davi devia se tornar o rei mais exaltado. Vejamos também as experiências de
Jacó (Gên. 25:25 e 26; Êxo. 4:22) e Efraim (Gên. 41:50-22; Jer. 31:9). Nesses
casos, “primeiro”, no sentido de tempo, foi desconsiderado. O importante era
apenas a distinção e a dignidade de quem era chamado primogênito. No caso de
Jesus, esse termo também se refere à Sua posição exaltada e não a um ponto no
tempo no qual Ele tenha sido criado.
Em Colossenses 1:18, Cristo é chamado “o primogênito de entre os
mortos”, embora não o tenha sido cronologicamente. Sabemos que Moisés e outros
O precederam. O sentido é que Ele é o preeminente.
João
1:1-3. “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com
Deus e o Verbo era Deus.” Alguns dizem que aqui há uma distinção entre Deus o
Pai, que é o Deus, e Jesus, que é apenas um deus. O termo grego para Deus
(theos) é encontrado com artigo (ho), “o Deus”, ou sem artigo, “deus” ou
“Deus”. Em João 1:1-3, o Pai é chamado ho theos ao passo que o Filho é chamado
theos. Será que isso justifica a argumentação de que o Pai é Deus
Todo-poderoso, enquanto o Filho é apenas um deus menor?
O termo theos sem
artigo frequentemente também é usado para o Pai, inclusive no mesmo capítulo
(João 1:6, 13 e 18; Luc. 2:14; Atos 5:39; I Tess. 2:5; I João 4:12; II João 9).
Jesus também é chamado
o Deus (Heb. 1:8 e 9; João 20:28). Em outras palavras, o uso do termo Deus, com
ou sem artigo, não pode ser argumento para se fazer distinção entre Deus o Pai
e Deus o Filho. Deus o Pai é theos e ho theos, assim como o Filho.
Muitas vezes, a
ausência do artigo, no idioma grego, denota qualidade especial. Nesse caso, o
substantivo não deveria ser traduzido com o artigo indefinido “um”.
Se João tivesse usado o
artigo definido cada vez em que aparece theos, ele estaria indicando a
existência de apenas uma pessoa divina. Mas João 1:1 diz: “No princípio era o
Verbo e o Verbo estava com Deus, e o verbo era theos.” Caso tivesse usado
apenas ho theos, deveríamos ler: “No princípio era o Verbo e o Verbo estava com
ho theos, e o Verbo era ho theos.” Segundo João 1:14, o Verbo é Jesus.
Portanto, substituindo “Verbo” por “Jesus” temos a sentença “no princípio era
Jesus e Jesus estava com ho theos, e Jesus era ho theos.” Ho theos refere-se
claramente ao Pai. O texto modificado seria: “No princípio era o Verbo e o
Verbo estava com o Pai, e o Verbo era o Pai.” Isso é teologicamente errado.
Falando de duas pessoas da Divindade, João não teve escolha senão usar ho theos
uma vez e, na seguinte vez, usar theos. A ausência de artigo no segundo caso
não pode ser usada como argumento contra a igualdade entre Pai e Filho.
João
1:14 e 18; 3:16 e 18; I João 4:9. Esses versos falam de
Jesus como o Filho unigênito (monogenes) do Pai. Em razão disso, algumas
pessoas sugerem que a palavra grega monogenes indica que Jesus foi gerado
literalmente.
A palavra monogenes
significa “único de uma espécie”. Seu uso ocorre nove vezes no Novo Testamento.
Três vezes em Lucas (7:12; 8:42; 9:38) sempre se referindo a um único filho.
Nos escritos de João, ela aparece cinco vezes (1:14 e 18; 3:16 e 18; I João
4:9), como uma designação do relacionamento de Cristo com o Pai. Em Hebreus
11:17, ela se refere a Isaque como o filho unigênito de Abraão. Sabemos,
entretanto, que Isaque não era o único filho do patriarca. Era o único filho da
promessa. A ênfase aqui não é sobre o nascimento, mas sobre a unicidade do
filho.
O termo normalmente
traduzido como “gerado” é gennao. Ele aparece em Hebreus 1:5 e pode estar se
referindo à ressurreição ou à encarnação de Cristo. Na versão Septuaginta, a
palavra monogenes é a tradução da palavra hebraica yachid, cujo significado é
“único” ou “amado” (cf. Mar. 1:11, em conexão com o batismo de Jesus).
Não é claro se
monogenes se refere apenas ao Senhor ressuscitado, histórico, ou também ao
Senhor preexistente. Mas é interessante notar que nem João 1:1-14, nem 8:58 e
nem o capítulo 17 usam o termo Filho para o Senhor preexistente.
Mateus
14:33. “És Filho de Deus!”. Esse é um título messiânico
(Sal. 2:7; Atos 13:33; Heb. 1:5), que enfatiza a deidade de Jesus. Embora seja
um dos muitos títulos que possuía, Ele o usava muito raramente para referir-Se
a Si mesmo (João 11:4). Na tentativa de compreender quem era Cristo, todos
esses títulos necessitam ser investigados para termos um quadro coerente. Que o
título “Filho de Deus” salienta a divindade de Jesus é evidente em João
10:29-36. Isso é apoiado posteriormente pelo fato de que o Filho é a exata
imagem de Deus, sendo igual ao Pai (Col. 1:15; Heb. 1:3; Filip. 2:6).
A palavra “Filho” tem
um amplo significado na linguagem original. Portanto, não é possível reduzi-la
aos limites de idiomas modernos, dando-lhe um significado literal. A filiação
de Jesus é atestada em conexão com o Seu nascimento (Luc. 1:35), batismo (Luc.
3:22), transfiguração (Luc. 9:35) e ressurreição (Atos 13:32 e 33). A Bíblia
silencia quanto a se esses títulos descrevem o eterno relacionamento entre Pai
e Filho. Em qualquer caso, as Escrituras atribuem existência eterna a Jesus
(Isa. 9:6; Apoc. 1:17 e 18). Durante a encarnação, Jesus subordinou-Se
voluntariamente ao Pai, sendo o Filho de Deus. Isso incluiu a entrega de
prerrogativas, mas não a natureza da deidade. O Senhor ressuscitado, ao ser
entronizado como Rei e Sacerdote, também aceitou voluntariamente a prioridade
do Pai, mas Ele e o Pai são, conforme a Escritura, personalidades iguais e
coeternas da Divindade.
O
ESPÍRITO SANTO
Que o Espírito Santo é uma pessoa divina,
igual em substância, poder e glória com o Pai e o Filho, podemos observar nas
Escrituras.
É
um Ser pessoal. Alguns creem que o Espírito Santo é um
“poder” ou uma “energia” de Deus. Mas há muitos versos onde o Ele é mencionado
junto com o Pai e o Filho (Mat. 28:19; I Cor. 12:4-6; II Cor. 13:14). Isso
indica que o Pai e o Filho são pessoas; portanto, o Espírito Santo deve também
ser uma pessoa. Frequentemente, o pronome masculino “Ele” é usado em referência
ao Espírito Santo (João 14:26; 15:26; 16:13 e 14), embora a palavra grega para
Espírito (pneuma) seja neutra e não masculina. A palavra “consolador” ou
“confortador” (parakletos) refere-se a uma pessoa, não a uma força.
O Espírito Santo fala
(Atos 8:29), ensina (João 14:26), dá testemunho (João 15:26), intercede por
outros (Rom. 8:26 e 27), distribui dons (I Cor. 12:11) e proíbe ou permite
certas coisas (Atos 16:6 e 7). De acordo com Efés. 4:30, o Espírito Santo pode
também ser entristecido. Essas atividades são características de uma pessoa,
não de uma força.
É
Deus. As Escrituras veem o Espírito Santo como Deus.
Desde a eternidade de Deus o Espírito Santo participa da Divindade como Seu
terceiro componente. Em Mat. 28:19, os discípulos foram ordenados a batizar “em
nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. Esse verso coloca o Espírito Santo
em igualdade com o Pai e o Filho. Ao repreender Ananias, Pedro lhe disse que
mentindo ao Espírito Santo, ele tinha mentido “não a homens mas a Deus” (Atos
5:3 e 4).
“O
Espírito Santo é onipotente. Ele distribui dons
espirituais ‘como Lhe apraz, a cada um individualmente’ (I Cor. 12:11). Ele é
onipresente; habitará com Seu povo para sempre (João 14:16). Ninguém pode fugir
à Sua influência (Sal. 139:7-10). Ele também é onisciente, porque ‘a todas as
coisas perscruta, até mesmo as profundezas de Deus’ e ‘as coisas de Deus
ninguém conhece, senão o Espírito de Deus’ (I Cor. 2:10 e 11).”33
Ellen White acreditava
na personalidade do Espírito Santo: “Precisamos reconhecer que o Espírito
Santo, que é tanto uma pessoa como o próprio Deus, está andando por esses
terrenos.”34
Vimos então que a
Divindade existe em uma pluralidade; que Jesus é Deus, coexistente desde a
eternidade com o Pai, e que o Espírito Santo é a terceira pessoa da Divindade.
Há muitos outros detalhes sobre o tema, os quais somente no Céu entenderemos
plenamente.
Textos difíceis da
Bíblia são melhor compreendidos em harmonia com o restante da Escritura. Embora
o mistério da Trindade nunca possa ser completamente entendido pelo homem
finito, é uma doutrina bíblica, apoiada por escritos de Ellen White e é uma das
27 crenças fundamentais da Igreja.
Referências:
1. Fred Allaback, No Leaders … No New Gods (Creal
Spring, Ill, 1966), pág. 11.
2. Ibidem, pág. 15.
3. Ibidem, pág. 30.
4. Bill Stringfellow, Tue Red Flag Is Waving (Spencer,
TN: Concerned Publications, s/d).
5. Rachel Cory-Kuehl, The Persons of God (Aggelia
Publications, 1966).
6. Allen Stump, The Foundation of Our Faith (Smyma
Gospel Ministry, s/d).
7. Bill Stringfellow, Op. Cit., pág. 15.
8. W. Grudem, Systematic Theology (Zondervan, 1994),
pág. 226.
9. Ellen G. White, Evangelismo, pág. 615.
10. ___________, Testimonies For the Church, vol. 8,
pág. 295.
11. Louis Berkhof, Systematic Theology (Eerdmans,
1941), pág. 88.
12. Ibidem, pág. 89.
13. Escreveu Ellen
White: “Há muitos mistérios que não busco compreender nem explicar; eles são
muito elevados para mim e para vocês. Em alguns desses pontos, o silêncio é
ouro” (Manuscrito 14, pág. 179).
14. G. A. F. Knight, A Biblical Approach to the
Doctrine of the Trinity (Edimburgo, 1953), pág. 20.
15. Ibidem.
16. Millard J. Erickson, Christian Theology (Baker,
1983), vol. 1, pág. 329.
17. G. Ch. Aalders, Genesis (Zondervan, 1981), pág.
300.
18. Millard J. Erickson, Op. Cit., pág. 338.
19. Alguns
comentaristas acreditam que atrás desta fórmula está a linguagem utilizada para
transferência de dinheiro, na era helenista. Desse modo, a fórmula expressa
figuradamente que a pessoa batizada é “transferida” para a conta do Senhor e se
torna Sua possessão. Outros interpretam “nome” como “autoridade”. Nesse caso, a
pessoa é batizada pela autoridade do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
20. W. Grudem, Op.
Cit., pág. 320.
21. Arthur W. Pink, Exposition of the Gospel of John
(Zondervan, 1945), pág. 22.
22. W. Poehlmann, Exegetical Dictionary of the New
Testament (Eerdmans, 1981), vol. 2, pág. 443.
23. F. F. Bruce, Philippians, Hendrickson, 1989), pág.
69.
24. Leon Morris, The Lord from Heaven: A Study of the
New Testament Teaching in the Deity and Humanity of Jesus (Eerdmans, 1958),
pág. 74.
25. Alguns
comentaristas definem pleroma em termos do pensamento gnóstico, segundo o qual
essa palavra significa uma nova emanação que se tem encarnado no Redentor.
26. John Eadie, Colossians, Classic Commentary Library
(Zondervan, 1957), pág. 145.
27. F. F. Bruce, Hebrews (Eerdmans, 1964), págs. 19 e
20.
28. Millard J. Erickson, Op. Cit.,
pág. 326.
29. Ellen G. White, O
Desejado de Todas as Nações, pág. 530.
30. ___________, Evangelismo, pág. 615.
31. Kenneth T. Aitken, Proverbs (Westminster Press,
1986), pág. 85.
32. Ellen G. White,
Mensagens Escolhidas, vol. 1, pág. 247.
33. Seventh-day Adventists Believe (Hagerstown, 1988),
pág. 60.
34. Ellen G. White,
Evangelismo, pág. 616.
*Gerhard
Pfandl, Ph.D., diretor associado do Instituto de Pesquisa
Bíblica da Associação Geral da IASD.
FONTE:
Revista Ministério – março/abril de 2005, pp. 15-22
Disponível em: http://centrowhite.org.br/perguntas/perguntas-e-respostas-biblicas/a-trindade-na-biblia/
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