Teologia

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

COMO MATAR UMA PESSOA



Ricardo André

A morte de Saddam Hussein, ocorrida em 30 de dezembro de 2006, correu o mundo. Foi manchete em vários jornais do Brasil e do mundo. De que modo ele foi morto?  Saddam Hussein foi condenado à morte por enforcamento, depois de ter sido considerado culpado e condenado por crimes contra a humanidade pelo Tribunal Especial Iraquiano pelo assassinato de 148 xiitas iraquianos na cidade de Dujail em 1982, em retaliação a uma tentativa de assassinato contra ele. Durante décadas o tirano ditador assombrou o mundo com milhares de excuções sumárias, algumas sem julgamento. Que método ele usava? Fuzilamento contra o famoso paredão.

Ultimamente, no Brasil, temos vivido um intenso clima de violência sem precedente: violência nos presídios, ônibus queimados, centenas de policiais, civis e bandidos mortos por arma de fogo e carbonizados. É o crime organizado reinando às soltas pelas ruas das grandes cidades do país. São sinais visíveis e palpáveis do fim do mundo. Estamos vivendo exatamente nos últimos dias deste mundo, tempo da degradação moral da humanidade e do aperfeiçoamento da maldade, conforme descreve o apóstolo Paulo em 2 Timóteo 3:1-5.

Há, porém, outras maneiras de “matar” aspectos da vida de uma pessoa. Por exemplo: pela calúnia ou acusação falsa, podemos matar a sua boa  reputação e o seu bom nome e afetar suas emoções, pela crítica mordaz e invejosa, podemos matar sua autoestima e seu entusiasmo pela vida; pelo mau testemunho, podemos matar sua vida espiritual e desanimá-la na fé.

Não importa o método que usarmos, se conseguirmos “matar” qualquer aspecto vital de uma pessoal, daremos contas a Deus, tendo com base o sexto mandamento da santa Lei de Deus, que ordena: “Não matarás” (Êx 20:13).

Não precisamos tirar a vida de alguém para infligirmos o sexto mandamento. O ódio acariciado em seu coração já é suficiente para violar o espírito da Lei, porque “qualquer um que odeia seu irmão em Cristo já é, na realidade, um assassino no coração” (I Jo 3:15, BV). Jó declara, sem rodeios: “O ressentimento mata o insensato, e a inveja destrói o tolo” (Jó 5:2, NVI). Diz a escritora cristã Ellen G. White: “O homicídio existe primeiro na mente. Aquele que dá ao ódio um lugar no coração está pondo o pé no caminho do assassínio, e suas ofertas são aborrecíveis a Deus” (O Desejado de todas as Nações, p. 310).

Estas são algumas armas que podem matar: uma arma de fogo, que perfura o corpo e o coração; a língua, que “não só põe em chamas toda a carreira da existência humana, como também é posta ela mesma em chamas pelo inferno” (Tg 3:5, 6). As palavras são tão potencialmente poderosas que, com apenas algumas frases, podemos devastar uma vida, talvez pelo resto da vida; a internet, que pode perfurar a alma, a boa reputação, o bom nome, a honra, as emoções e a vida espiritual das pessoas.

O sábio Salomão já dizia: “O falar amável é árvore de vida, mas o falar enganoso esmaga o espírito” (Provérbios 15:4, NVI).Realmente a língua pode ser um mal ou um bem. Infelizmente o ser humano parece usá-la mais para o mal do que para o bem. Há prazer em contarmos as dificuldades e problemas de nossos amigos. Sentimo-nos fortes, superiores, quando falamos daqueles que estão enfrentando problemas e que por um motivo ou outro falham em sua experiência cristã.

“Certa ocasião os oficiais de uma igreja procuraram o pastor e, constrangidos, falaram com ele. Em toda a comunidade estava circulando a notícia de que ele batia em sua esposa. O pastor tentou descobrir a origem do falso testemunho e conseguiu. Na véspera do Natal, sua esposa havia ido ao fundo de sua chácara buscar uns ramos de cipreste para fazer a ornamentação da casa e, inadvertidamente, quebrou um ramos que bateu numa colmeia. Imediatamente as abelhas a atacaram com toda a fúria. O pastor saiu correndo em seu socorro, batendo-lhe com uma toalha. A dor causada pelas picadas eram tão grande que ela gritava. Naquele momento, uma senhora abriu a janela de um sobrado vizinho e trator de interpretar e divulgar o fato. Estava descoberta a nascente da maledicência! Quantas pessoas haviam ouvido os sermões daquele pastor sem usufruir qualquer bênção porque o julgavam um bruto” (Vencendo Com Jesus [Inspiração Juvenil, 1997], p. 177).

Embora “nenhum homem [possa] domar a língua” (Tg 3:8), somos exortados a [guardar] a [nossa] língua do mal e os [nossos] lábios, de falarem enganosamente” (Sl 34:13). E como se consegue isso?  Jesus disse que “a boca fala do que está cheio o coração” (Lc 6:45).Somente o Espírito de Deus pode nos ajudar a manter nossas palavras sob controle (Ef 4:29-32). Logo, a primeira coisa que uma pessoa deve fazer é entregar o coração a Deus, pois o controle da língua só será possível quando Cristo controlar o coração.

Caro amigo leitor, cuidado! Não mate! Procure afirmar as pessoas, agradecer aos colegas, animar os familiares, louvar ao Senhor Jesus. Que Deus nos ajude a dominar a nossa língua e a alcançar a perfeição.


Nenhum comentário:

Postar um comentário