VISÕES DE OUTRO MUNDO
Rubem M. Scheffel*
O
mundo do futuro será um ambiente perfeito para uma existência idealizada
Qualquer pessoa,
religiosa ou não, pode perceber que este mundo está errado. Os desonestos
prosperam enquanto os honestos são considerados tolos. Pessoas inocentes
morrem, vítimas de todo tipo de violência. Há seca em alguns lugares e
enchentes em outros, sem falar nos furacões, terremotos, incêndios, acidentes
e doenças incuráveis. Qualquer observador consciente concorda em que o mundo
caminha para a sua autodestruição.
Em meio a todas essas
calamidades, chega até nós a visão do profeta João, registrada no livro do
Apocalipse (21:1): "Vi novo céu e nova Terra, pois o primeiro céu e a
primeira Terra passaram, e o mar já não existe."
O apóstolo Pedro
confirma a visão de João com palavras semelhantes: "Nós, porém, segundo a
sua promessa, esperamos novos céus e nova Terra, nos quais habita justiça"
(II Pedro 3:13).
Esta é a grande
esperança do cristão: o estabelecimento do reino de Deus na Terra. Um reino de
paz e felicidade perenes.
PLANETA
RENOVADO
Como será a vida nessa
nova Terra? A Palavra de Deus diz que "nem olhos viram, nem ouvidos
ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para
aqueles que O amam" (I Coríntios 2:9).
A linguagem humana não
é adequada para descrever a recompensa dos justos. Nós podemos ter apenas uma
pálida ideia das maravilhas que aguardam aqueles que amam a Deus. Mas de uma
coisa podemos ter certeza: o Céu não será lugar de ociosidade.
A nova Terra é, antes
de mais nada, este mundo, e não outro lugar. Ela será nova no sentido de que
Deus removerá dela todo e qualquer vestígio do pecado. É, portanto, um lugar
real, em que pessoas reais, com corpo e cérebro, viverão em felicidade
completa e perene. O paraíso, portanto, será aqui.
A nova Terra tem uma
capital, que é a Nova Jerusalém, "a cidade que tem fundamentos, da qual
Deus é o Arquiteto e Edificador", e pela qual Abraão esperava (Hebreus
11:10). É nessa cidade que Cristo está nos preparando moradas.
A água que abastece a
cidade é puríssima. Vem do rio da água da vida, que flui do trono de Deus,
localizado no centro da cidade. Um dos alimentos será o fruto da árvore da
vida. Esse fruto contém os elementos vitais que impedem o envelhecimento,
desgaste ou simples fadiga (Apocalipse 22:2).
Entretanto, os
redimidos não ficarão presos dentro dos muros da Nova Jerusalém. Eles poderão
deixar seus lares na cidade e dirigir-se às suas "chácaras" ou
sítios - um sonho que muitos têm para esta vida, mas nem todos conseguem
realizar.
Lá, os leões e outros
animais carnívoros serão vegetarianos, pois o reinado das garras e dos dentes
terá chegado ao fim, e não haverá mais morte.
No Éden, Deus concedeu
a Adão e Eva um jardim para cultivar. Se na nova Terra haveremos de plantar
vinhas, por que não jardins e campos de cereais?
Se os remidos tocarão
harpas, como diz o Apocalipse, por que não flautas, violinos e outros
instrumentos? Deus dotou o ser humano de capacidade criadora e está poderá ser
desenvolvida de modo ilimitado na eternidade.
VIDA
INTELECTUAL E SOCIAL
Na Terra renovada,
poderemos desenvolver amizade com os santos de todas as épocas e aprender de
sua experiência. Todos conservarão sua identidade, embora com nova aparência e
novo vigor. Reconheceremos os amigos e familiares e manteremos relacionamento
com aqueles que hoje conhecemos e amamos.
Além desses
relacionamentos humanos, porém, será nosso privilégio manter contato com
Deus, os anjos e os demais seres celestiais. Seremos uma família universal,
unida e perfeita, e nossa felicidade será total.
E o casamento? Certa
vez, os saduceus se aproximaram de Jesus e Lhe relataram o caso de uma mulher
que havia se casado sete vezes. Então perguntaram qual deles seria seu marido
na ressurreição. Imaginem a confusão que haveria se cada um dos maridos
quisesse retomar o seu relacionamento com a ex-esposa, no Céu. Por isso, Jesus
corrigiu essa ideia errônea ao responder: "Errais, não conhecendo as
Escrituras nem o poder de Deus. Porque, na ressurreição, nem casam, nem se dão
em casamento; são, porém, como os anjos no Céu" (Mateus 22:29 e 30).
Aqueles que são bem
casados e felizes não precisam se angustiar com essa resposta de Cristo, pois
a base do casamento, que é o amor, continuará no Céu, numa nova relação muito
mais satisfatória e superior.
Todos amarão com
intensidade suprema e serão correspondidos. Por isso, é importante
desenvolvermos aqui e agora o amor a Deus e ao próximo, já que esse princípio
se constitui a essência do próprio Deus e o fundamento de Seu governo.
À medida que comermos
da árvore da vida, nos libertaremos das limitações físicas e mentais que
séculos de pecado nos ocasionaram. Teremos então uma capacidade mental
poderosa, com um potencial ilimitado.
Neste mundo, um
estudioso consegue, com muito esforço e dificuldade, se tornar especialista
num único ramo do conhecimento. E quanto mais especializado se torna, mais ele
reconhece quão pouco sabe! Na eternidade, porém, poderemos nos tornar
especializados em todos os ramos do conhecimento, pois teremos tempo,
capacidade e condições para isso. Também nos dedicaremos a estudar pelos
séculos infindos da eternidade o mistério da salvação.
A
EXTINÇÃO DO MAL
O profeta João menciona
algumas das consequências do pecado que não mais existirão no Céu: "A morte
já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras
coisas passaram" (Apocalipse 21:4).
Lá não farão parte de
nosso vocabulário palavras como doença, acidente, fome, medo, falência,
terrorismo, incêndio e terremoto, pois essas coisas já terão passado. Os
assassinos e outras pessoas maldosas serão deixados de fora desse reino, para
que não coloquem em risco a felicidade dos remidos.
Assim, todo vestígio do
mal desaparecerá. Mas para sempre nos lembraremos do preço de nossa redenção
ao contemplarmos nas mãos e pés de nosso Salvador os cruéis resultados do
pecado. Essa lembrança deixará os remidos vacinados contra qualquer tentação
de repetir tal experiência.
*Rubem
M. Scheffel é jornalista e mestre em Teologia
FONTE:
Sinais dos Tempos, Edição Especial.
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