Ricardo
André
Introdução
Imagine que você esteja
viajando por um lugar em que nunca esteve. A essa altura você já devia ter
chegado ao seu destino, mas as placas das ruas, os nomes das cidades e os
pontos de referência não são os que você esperava encontrar. “Onde estou?”,
você pergunta. “Estou no caminho certo?”
O mundo de hoje se
encontra numa situação semelhante. O ser humano está em território
desconhecido, ao passo que observa a sociedade deteriorar numa escala jamais
vista. Com todos os avanços na ciência e tecnologia, era de se esperar que já
estivéssemos num mundo melhor. Foi a partir do século XX que muitos acreditavam
que “o velho ideal de uma fraternidade global tornou-se uma possibilidade
viável”.
No entanto, não se
chegou ao destino, “uma fraternidade global”. Os prometidos pontos de
referência de segurança econômica, alimentação adequada, saúde melhor e uma
vida feliz em família não são encontrados em lugar nenhum.
A
humanidade hoje está perdida em território desconhecido, bem distante do rumo
certo, longe da paz e segurança com que se sonhava na virada do século XX para
o século XXI. Por isso, muitos hoje, estão pedindo orientações: Como nos
encontramos nessa situação? Para onde o mundo está indo? Estamos nos últimos
dias? Será que vai haver um “fim do mundo”, ou esta é simplesmente uma opinião
de cristãos fanáticos que ficam nas esquinas pregando que “O fim está próximo”?
Acredite ou não, de acordo com a Bíblia, sim, haverá um fim! Jesus Cristo
predisse: “E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo como um
testemunho à todas as nações, e então virá o fim” (Mateus 24:14).
Estamos
nos últimos dias?
Para descobrirmos onde
estamos, precisamos determinar em que situações nos encontramos atualmente.
Alguns dizem que estamos no limiar de uma nova ordem mundial; outros, que
estamos à beira da destruição. A Bíblia, como um mapa rodoviário, ajuda-nos a
saber exatamente onde estamos e para onde estamos indo.
As Sagradas Escrituras
falam de coisas – situações e atitudes no mundo – que marcariam um período na
história chamado de “últimos dias”. Elas descrevem esses dias nos seguintes
termos:
“Saiba disto: nos
últimos dias sobrevirão tempos terríveis. Os homens serão egoístas, avarentos,
presunçosos, arrogantes, blasfemos, desobedientes aos pais, ingratos, ímpios, sem
amor pela família, irreconciliáveis, caluniadores, sem domínio próprio, cruéis,
inimigos do bem, traidores, precipitados, soberbos, mais amantes dos prazeres
do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando o seu poder.
Afaste-se também destes” (2 Timóteo 3:1-5, NVI).
O apóstolo Paulo pinta um
quadro perfeito dos dias em que vivemos. Sob inspiração divina, ele prediz o
que estaria acontecendo no ambiente social do mundo justamente antes da volta
de Jesus. Ele cita pelo menos 20 itens diferentes que deveriam caracterizar o
comportamento decadente de muitos no tempo do fim. Neste artigo vamos destacar
apenas alguns.
Note que o apóstolo
escreveu que “nos últimos dias sobrevirão tempos terríveis”. A
frase “tempos terríveis”, é tradução do grego kairoi chalepos. A
palavra chalepos significa literalmente “perigosos”, “opressivos” e
“problemáticos” (Comentário Bíblico
Adventista, v. 7, p. 358). Um comentarista da Bíblia diz que essa palavra
refere-se a uma “tremenda investida de perversidade”. Portanto, embora tenha
havido inquietações em períodos anteriores, os últimos dias seriam
extraordinariamente cruéis, perigosos, problemáticos. Como diz Paulo: “Os
perversos e impostores irão de mal a pior, enganando e sendo enganados” (2 Tm
3:13, NVI). De fato, vivemos em dias perigosos, com indivíduos perigosos, com
eventos perigosos! Ouvimos cada dia que passa, de eventos que chocam a
humanidade.
Sinais
que indicam os “últimos dias”
Analisemos alguns
sinais, registrados em 2 Timóteo 3:1-5
e Lucas 21:11, 25, que indicam que
estamos, deveras, nos últimos dias da história deste mundo.
1) Os homens serão... avarentos
(gananciosos). (3:2).
O Brasil tem uma triste
tradição de escândalos envolvendo políticos que realizam operações fraudulentas
com o dinheiro público, buscando se beneficiar pessoalmente com isso. Mas, a
corrupção não é uma exclusividade do Brasil, em todo o mundo as fraudes uma
orgia de crimes contra a economia. São inúmeros os prejuízos causados pelas
frades na Previdência Social, na área da saúde, nos recursos da educação, entre
outras.
São recorrentes
noticiários de escândalos de corrupção ativa e passiva através de oferecimento
e recebimento de propinas, desvios de dinheiro e licitações fraudulentas,
envolvendo principalmente governantes, servidores públicos e empresas
A corrupção praticada
por muitos políticos, empresários, por servidores públicos e por cidadãos
comuns no seu dia a dia, é fruto do sistema que valoriza o ter, e não o ser.
Que estimula o individualismo, em vez da solidariedade. Enfim a corrupção é
fruto do sistema que subverteu os valores morais da sociedade e busca sempre
cada vez mais acumular bens materiais. Tudo pode ser vendido e comprado. A
sociedade vive uma crise de valores.
2) Desobediente aos
pais (3:2)
Desde o final do século
XX as pessoas estão criando uma geração de crianças insolentes, briguentas e
sem respeito para com os pais, professores e pessoas mais velhas. A rebeldia
que começa em casa muitas vezes se manifesta na escola. Uma criança de 4 anos
já são respondonas. Em sala de aula, os professores gastam mais tempo lidando
com o comportamento da turma do que ensinando o conteúdo.
3)
Sem
amor pela família (3:3)
O apóstolo Paulo previu
que nos nossos dias haveria uma acentuada deterioração na família – instituição
em que, mais do que em qualquer outra, o amor natural devia prevalecer.
Lamentavelmente, ouvimos falar quase que diariamente nos noticiários da imprensa
de violência doméstica. Mulheres são espancadas e mortas pelos parceiros ou
ex-parceiros, deixando inúmeras crianças órfãs. De acordo com o Mapa da
Violência, elaborado a partir de dados do Ministério da Saúde, revela que o
Brasil ocupa hoje a 5ª posição no ranking de feminicídio, em um grupo de 83
países. São 4,8 assassinatos para cada grupo de 100 mil mulheres. O número de
estupros passa de 500 mil por ano em todo o país. No caso dos assassinatos,
55,3% foram cometidos no ambiente doméstico e 33,2% dos assassinos eram
parceiros ou ex-parceiros das vítimas.
Ouvimos falar de filhos
que matam seus pais; crianças são jogadas no lixo ou em rios, espancadas até a
morte. Outras, vítimas de violência sexual por familiares de confiança ou
pessoas próximas da família. No Brasil, entre 2011 e 2017, o Disque 100, canal
de denúncias oficial do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos
(MDH), registrou 203.275 denúncias de violência sexual contra crianças e
adolescentes. No mesmo período, o Ministério da Saúde recebeu 141.160
notificações da mesma violência.
“Sem amor pela família”.
Estas palavras chamaram minha atenção ao escrever essas linhas, porque me
fizeram lembrar do jovem Alexandre Nardone, na cidade de São Paulo, que
assassinou sua própria filha Isabella Nardone, de 5 anos, jogando-a do 6º andar
do apartamento onde moravam, no Edifício London, no dia 29 de março de 2008.
Esse crime chocou o país. O pior de tudo foi seu álibi, procurando convencer o
país e a polícia de que sua filha tinha sido assassinada por uma outra pessoa
desconhecida que teria entrado no apartamento e praticado o crime. Quase que
diariamente ouvimos falar de pais que matam os filhos e de filhos que
assassinam seus pais. “Sem afeição natural”, que realidade a de nossos dias!
Segundo o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Brasil, um a cada três
casamentos termina em divórcio. Esse elevado índice de divórcio, os maus tratos
aos idosos e os abortos também são evidências de que muitos mostram completa
falta de afeições humanas normais.
4) Cruéis, inimigos do
bem (3:3)
As pessoas assassinas
estão matando outras sem precisarem de muitos motivos. Mata-se por motivos
fúteis, irrelevantes ou banais. São moradores em situação de rua queimados por
“brincadeira”, brigas entre vizinhos, discussões no trânsito e desentendimentos
familiares que resultam em morte. Um enorme número de adolescentes em conflito
com alei aceitam com entusiasmo a ideias de estourar os miolos de outro ser
humano, sem mais nem menos. A vida perdeu o valor.
O crime e a violência
são um fenômeno mundial. Além disso, os crimes hoje, são mais violentos. A
generalizada ondas de crimes e a crescente população carcerária do mundo
mostram que milhões de pessoas têm intenções criminosas e pouca vontade de
mudar. Muitos chegam até acreditar que o crime compensa. Assim, o mundo mudou –
para pior. Indubitavelmente, ficou mais perigoso.
5) Perplexidade das
nações pelo bramido do mar (Lc 21:25)
Olhando aos nossos
dias, Jesus ainda predisse: “[...]Na terra, as nações se verão em
angústia e perplexidade com o bramido e a agitação do mar”.
Num domingo do dia 26
de dezembro de 2004, ocorreu um grande terremoto de magnitude de 9,1, bem
abaixo da superfície do Oceano Índico, perto da costa noroeste da ilha de
Sumatra, que produziu uma gigantesca onda de 10 metros de altura, chamada de
tsunami, que atingiu 14 países do sul da Ásia, que matou 203 mil pessoas da
região e turistas de vários países do mundo. Cidades inteiras foram arrasadas
pelas águas do oceano. Foi uma tragédia sem precedente que chocou o mundo.
Em 11 de março de 2011,
ocorreu um outro violento terremoto de 9 graus de magnitude, dessa feita no
Japão, que provocou um tsunami e a catástrofe nuclear na central de Fukushima,
uma tragédia que deixou quase 20.000 mortos ou desaparecidos. Além disso, mais
3.600 pessoas, em sua maioria de Fukushima, faleceram em consequência da
catástrofe, por doenças ou suicídio.
Esses tristes episódios
dão sentido a antiga profecia de Jesus que prediz um tempo de aflição,
desespero mundial devido ao “bramido e a agitação do mar”. Portanto, o mar
também virou um cenário de novos horrores.
5) Haverá... epidemias
terríveis (Lc 21:11)
No Seu Sermão escatológico Jesus
previu: “E haverá em muitos lugares enormes terremotos, epidemias
horríveis e devastadora falta de alimentos. Então sucederão eventos
terríveis e surgirão poderosos fenômenos celestes” (Lc 21:11, VKJ).
Note que um dos sinais do fim da
história deste mundo é a aparição de epidemias horríveis, isto é,
novas doenças capazes de dizimar milhares de pessoas. O Senhor Jesus, quando
falava sobre os sinais que antecederão o fim, aos discípulos, afirmou que
doenças estariam presentes.
Quem ouvia falar da AIDS há 40 anos?
Hoje é a maior epidemia do século XXI? Desde o seu início, mais de 70 milhões
de seres humanos adquiriram a infecção e cerca de 35 milhões morreram em
decorrência dela. Hoje em dia, cerca de 37 milhões de indivíduos no mundo vivem
com o HIV. Destas, 22 milhões estão em tratamento, e outros milhões vivem com
medo dela.
Atualmente, o mundo está em pavoroso
com o surgimento de mais uma doença que está se propagando rapidamente pelo
mundo inteiro: Covid-19. Por conta disso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou
no dia 11 de março, pandemia de Covid-19, doença causada
justamente pelo novo coronovírus. Milhares de pessoas já morreram no mundo e
outros milhões estão infectadas pelo vírus. Enquanto escrevíamos estas linhas,
a Organização Mundial da Saúde (OMS), registrava 3.588.773 casos de COVID-19
(71.463 novos em relação ao dia anterior) e 247.503 mortes (4.102 novas em
relação ao dia anterior) até 6 de maio de 2020.
Em vários países do mundo, inclusive
no Brasil, eventos que envolvem juntar muitas pessoas foram suspensas, escolas
e universidades com aulas suspensas, igrejas fechadas, da mesma forma, as
sessões de cinemas e teatros foram canceladas, como medidas preventivas para
evitar a disseminação dessa doença que é letal.
A rápida disseminação da doença está
derrubando a economia global. Ela tem levado pânico aos mercados financeiros,
refletido em quedas consideráveis consecutivas nas bolsas de valores. No
Brasil, apenas na semana útil de 9 a 13 de março, o mecanismo de paralisação do
pregão – o chamado circuit breaker – foi acionado múltiplas vezes, após passar
quase três anos sem ativação. Ao redor do globo, economistas e organizações
internacionais alertam para riscos de forte desaceleração da economia – ou até
de recessão global.
Mas, além da bolsa de valores, há
outros setores da economia que sentem os primeiros impactos do surto da doença.
E isso vale para atividades produtivas. As primeiras áreas que sentem o impacto
da disseminação do coronavírus são as que envolvem diretamente viagens.
Companhias aéreas têm reduzido o número de voos e registrado quedas nas
receitas. O turismo e a hotelaria também têm sofrido com a queda no movimento.
Boa parte dos países onde a covid-19
se disseminou com mais força optaram por ações de isolamento, e até quarentena.
As pessoas têm sido orientadas a ficar em casa e evitar aglomerações.
Conclusão
Caro amigo leitor, esses
sinais e outros que não mencionamos aqui apontam para o fim da história deste
mundo. Eles evidenciam a iminência da volta de Jesus. Veja o que diz a Bíblia a
respeito: “Ora, ao começarem estas coisas a suceder, exultai e erguei a vossa
cabeça; porque a vossa redenção se aproxima.” Lucas 21:28. Jesus ainda afirmou:
“Quando ouvirem falar de guerras e rebeliões, não tenham medo. É necessário que
primeiro aconteçam essas coisas, mas o fim não virá imediatamente" (Lc
21:9, NVI).
Nesses textos Jesus
indicou duas coisas que devemos fazer quando o mundo cai ao nosso redor: 1) Não tenha medo. As guerras, as
agitações sociais e as epidemias podem suscitar o medo. Tudo o que puder ser
abalado será. Mas você que está firmado na rocha dos milênios não precisa ficar
aterrorizado. 2) Fique de cabeça
erguida. Quando o mundo desaba, a maioria, condicionada pela ansiedade e
medo, só consegue olhar para baixo. Porém, Jesus disse que devemos olhar para
cima. Quanto pior for o cenário na Terra, mais brilhante será a visão do céu.
Por isso, neste momento em que os sinais encontram a realidade, levantem a
cabeça, Sua redenção se aproxima.
Sob inspiração divina,
a irmã Ellen G. White escreveu: “A vinda do Senhor está mais próxima do que
quando aceitamos a fé. O grande conflito aproxima-se de seu fim. Toda notícia
de calamidade em mar ou terra é um testemunho de que o fim de todas as coisas
está próximo. Guerras e rumores de guerras declaram-no. Haverá um só cristão
cuja pulsação não se acelere ao prever os acontecimentos que se iniciam perante
nós?
“O Senhor vem. Ouvimos
os passos de um Deus que Se aproxima, ao vir Ele punir o mundo por sua iniquidade.
Temos que preparar-Lhe o caminho mediante o desempenho de nossa parte em
preparar um povo para esse grande dia” (Evangelismo,
p. 219).
A propagação do
evangelho é o que Jesus está aguardando da parte de todos que creem nEle para
que Ele possa vir nos buscar: “E este evangelho do Reino será pregado em todo o
mundo como testemunho a todas as nações, e então virá o fim” (Mt 24:14, NVI).
Jesus deve estar
voltando dentro em breve para levar-nos para o lar. Preparemo-nos!
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