Francis
D. Nichol
Os adventistas do sétimo dia dizem que eles constituem um movimento
profético suscitado por Deus para pregar Sua última mensagem ao mundo. Ao mesmo
tempo, admitem que o seu movimento brotou do solo do milerismo, cujos líderes
ensinavam que Cristo viria em 1844. É Deus o dirigente de um movimento que
pregou o erro no início e sofreu grande desapontamento e confusão como
resultado desse erro?
SE NÃO TIVÉSSEMOS
NENHUM OUTRO REGISTRO DO TRATO DE DEUS COM A HUMANIDADE EXCETO EM 1844,
PODERÍAMOS FICAR CONFUNDIDOS por essa pergunta. Mas temos o relato bíblico, que
foi escrito nos tempos antigos para o nosso aprendizado. Quando os discípulos
percorreram a Palestina para anunciar que o reino de Deus estava às portas,
eles e seus ouvintes entendiam que Cristo estava prestes a estabelecer o Seu
reino. Que a multidão cria fervorosamente nisso está claro por seus exultantes
brados enquanto Jesus entrava em Jerusalém: “Hosana ao Filho de Davi! Bendito o
que vem em nome do Senhor!” Mat. 21:9.
O que é mais
significativo na presente conexão é que a Bíblia não relata nenhuma reprovação
de nosso Senhor, nenhuma palavra para corrigir as ideias equivocadas do povo. O
único comentário é o do apóstolo que relatou a história. Ele disse que essa
marcha triunfal cumpria a profecia: “Dizei à filha de Sião: Eis aí te vem o teu
Rei, humilde, montado em jumento, num jumentinho, cria de animal de carga.”
Mat. 2 1:5. Mas nem a multidão, que sem dúvida tinha em mente essa profecia,
nem os apóstolos, que estavam discutindo sobre quem deveria ter a mais alta
posição no reino, percebiam que o Rei que cavalgava em aparente triunfo estava
para sofrer a ignomínia da cruz.
É verdade que Cristo
falou aos Seus discípulos sobre Sua morte, mas é igualmente verdade que eles
não compreenderam o que Ele queria dizer, Não há dúvida sobre isso. Os dois
discípulos no caminho de Emaús confidenciaram ao seu incógnito Senhor: “Nós
esperávamos que fosse Ele quem havia de redimir a Israel.” Luc. 24:2 1. E
Cristo respondeu: “O néscios e tardos de coração para crer tudo o que os
profetas disseram! Porventura, não convinha que o Cristo padecesse e entrasse
na sua glória? E, começando por Moisés, discorrendo por todos os profetas,
expunha-lhes o que a seu respeito constava em todas as Escrituras,” Luc.
24:25-27.
Aqueles discípulos
estavam completamente desapontados, totalmente desiludidos, Sua aflição era
intensificada pelo fato de que estariam expostos perante o mundo como os
discípulos e promotores de um enganador. Esses foram os sentimentos deles
quando Jesus foi erguido em urna cruz em vez de em um trono. Os adventistas que
em 22 de outubro de 1844 tinham esperado que Cristo viesse para governar o
mundo não poderiam possivelmente ter sofrido maior desapontamento.
Se o raciocínio dos
críticos dos adventistas for correto, Deus não estava no movimento representado
pelos apóstolos, os setenta, e todos os que proclamavam: “O reino de Deus está
às portas.” Porém, seria sacrilégio afirmar que Deus não estava com os
apóstolos e com todos os que proclamavam as alegres novas do reino. Ficamos
admirados ante sua lentidão espiritual, sua falha em ver a cruz que se
aproximava, sua incapacidade de compreender “tudo o que os profetas” tinham
escrito. Mas não duvidamos nem por um momento da vocação divina dos apóstolos,
nem do caráter divino da mensagem que eles pregavam.
Ao pregarem que o reino
de Deus estava às portas, os discípulos pregavam a Palavra de Deus, mas não
compreendiam adequadamente o que pregavam. A história religiosa não apresenta
nenhum caso mais surpreendente de incompreensão da mensagem por parte dos
mensageiros, seguido por um desapontamento estarrecedor como clímax, do que aquele
dos apóstolos e de todos os que se uniram a eles. Contudo, o que é mais
impressionante nesta conexão é que a história não provê nenhum outro exemplo de
um movimento religioso tão indiscutivelmente e diretamente dirigido por Deus.
Em vista de tudo isso,
quão inoportuna é a objeção que está diante de nós!
FONTE:
Respostas a Objeções: Uma defesa bíblica da doutrina adventista, p. 246, 247.
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