Dr.
Alberto Timm
Algumas pessoas têm
dificuldade de harmonizar a função do Espírito Santo e o papel do sábado no
selamento final do povo remanescente de Deus. Não resta dúvida de que a
habitação do Espírito Santo na vida do crente é a maior evidência de que este
se encontra em estado de salvação (ver Rom. 8:1-17; Gál. 5:16-26). Por esse
motivo, o apóstolo Paulo se referiu ao Espírito Santo como “penhor” (II Cor.
1:21 e 22) e “selo” (Efés. 1:13; 4:30) da salvação. Ellen G. White acrescenta
que “a todos os que aceitam a Cristo como um Salvador pessoal, o Espírito Santo
vem como consolador, santificador, guia e testemunha”. – Atos dos Apóstolos,
pág. 49.
Além disso, o Espírito
Santo é também o agente selador e capacitador dos crentes para o cumprimento da
missão evangélica. Comentando os derradeiros momentos antes da ascensão de
Cristo, Ellen G. White diz que “a visível presença de Cristo estava prestes a
ser retirada dos discípulos, mas uma nova dotação de poder lhes pertencia. O
Espírito Santo ser-lhes-ia dado em Sua plenitude, selando-os para a sua obra”
(Atos dos Apóstolos, pág. 30). Em relação ao Pentecostes, a mesma autora afirma
que “os que creram em Cristo foram selados pelo Espírito Santo”. – Seventh-day
Adventist Bible Commentary, vol. 6, pág. 1.055.
O processo de restauração
das verdades bíblicas pelos pioneiros adventistas do sétimo dia também foi
selado, ou seja, aprovado pelo Espírito Santo. “Muito bem sabemos nós como foi
estabelecido cada ponto da verdade, e sobre ele posto o selo pelo Espírito
Santo de Deus” (Mensagens Escolhidas, vol. 2, págs. 103 e 104). Descrevendo sua
participação em algumas reuniões em South Lancaster, Massachusetts, na década
de 1880, a Sra. White menciona que “o Senhor ouviu nossas súplicas, e Seu
Espírito colocou o Seu selo à nossa obra” (Review and Herald, 15 de janeiro de
1884, pág. 33). Ainda hoje, Deus “deseja que Sua obra seja levada avante com
proficiência e exatidão, de modo que possa pôr sobre ela o selo de Sua
aprovação”. – Atos dos Apóstolos, pág. 96.
Mas a função seladora
do Espírito Santo no plano da salvação não conspira contra a identificação do
sábado como “o selo do Deus vivo” (Apoc. 7:2; 9:4) no desfecho da grande
controvérsia entre a verdade e o erro (ver Apoc. 12:17; 14:9-12). Em realidade,
o Espírito Santo é concedido aos que obedecem a Deus (Atos 5:32) e, por essa
razão, Ele é chamado por Cristo de “o Espírito da verdade” (João 14:17; 15:26;
16:13). Sua obra é conduzir os seguidores de Cristo “a toda a verdade” (João
16:13), da qual faz parte o quarto mandamento do decálogo, que ordena a
observância do sábado (Êxo. 20:8-11; cf. Sal. 119:142).
Ellen G. White afirma
que “o sábado foi inserido no decálogo como o selo do Deus vivo, identificando
o Legislador, e tornando conhecido o Seu direito de governar. Era o sinal entre
Deus e Seu povo, um teste de sua obediência a Ele. Moisés foi ordenado a lhes
dizer da parte do Senhor: ‘Certamente, guardareis os Meus sábados; pois é sinal
entre Mim e vós nas vossas gerações; para que saibais que Eu sou o Senhor, que
vos santifica’ [Êxo. 31:13]. E quando alguns do povo saíram no sábado a
recolher o maná, o Senhor indagou: ‘Até quando recusareis guardar os Meus
mandamentos e as Minhas leis?’ [Êxo. 16:28].” – Sings of the Times, 13 de maio
de 1886, pág. 273.
“A obra do Espírito
Santo é convencer o mundo do pecado, da justiça e do juízo. O mundo só será
advertido ao ver os que creem na verdade sendo santificados pela verdade,
agindo por princípios altos e santos, demonstrando em sentido alto e elevado a
linha divisória entre aqueles que guardam os mandamentos de Deus e aqueles que
os pisoteiam a pés. A santificação do Espírito demarca a diferença entre
aqueles que têm o selo de Deus e aqueles que guardam um dia de repouso
espúrio.” – Seventh-day Adventist Bible Commentary, vol. 7, pág. 980.
Portanto, a habitação
santificadora do Espírito Santo na vida é o selo da salvação do crente, que
permanece nele enquanto este permitir que o Espírito Santo o conduza “a toda a
verdade” (João 16:13). No conflito final entre a verdade e o erro, a humanidade
acabará se polarizando entre os que observam o sábado bíblico instituído por
Deus e os que veneram o domingo de origem pagã. Nesse contexto, o sábado
assumirá a função de sinal escatológico de lealdade incondicional a Deus.
FONTE: Revista do
Ancião, janeiro – março de 2007.
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