Dragolasva
e Aleksandar S. Santrac*
O ideal divino de que
ninguém tem direito a privilégios únicos e à superioridade sobre os outros deve
triunfar na igreja de Deus como uma vibrante demonstração da Sua vontade para
com a humanidade.
Adão e Eva são
personagens bíblicos de imensa complexidade e significado. Não só a humanidade
traça sua origem de volta a eles, mas também compartilha um destino coletivo,
marcado pelo pecado e suas consequências que são diretamente resultantes de sua
desobediência inicial. Adão e Eva figuram de forma proeminente nos quatro
primeiros capítulos de Gênesis, mas os ecos de sua existência são ouvidos ao
longo de toda a Bíblia (ver, por exemplo, 1 Crônicas 1:1, Romanos 5:14 e 2
Coríntios 11:3). Lembrar sua história dentro dos moldes bíblicos nos ajudará a
viver nosso presente de maneira mais significativa.
IMAGEM
DIVINA E DESCENDÊNCIA TERRENA
Adão (em hebraico,
’adam) é tanto o nome próprio do primeiro homem (Gênesis 2:20) como uma
designação para a humanidade (Gênesis 5:2; 7:21). Deus mesmo deu esse nome a
Adão e Eva: “Deus os criou homem e mulher, e os abençoou, e lhes deu o nome de
‘humanidade’” (Gênesis 5:2 - NTLH). Adão é identificado com toda a humanidade,
e não com qualquer nacionalidade ou raça em particular. O país de onde o pó foi
tomado não é indicado. Os rabinos acreditavam que tenha sido de toda a Terra
para que ninguém pudesse dizer: “Meu pai é maior que o seu.”1 A mesma noção
genérica é preservada no nome da primeira mulher. A forma hebraica do nome Eva
(khawwah) está relacionada ao verbo khayah (“viver”), para descrever Eva como
“a mãe de toda a humanidade” (Gênesis 3:20). O relato da criação bíblica
destaca a verdade de que todos os seres humanos têm antepassados comuns e são
irmãos e irmãs.
Embora o primeiro casal
humano tenha sido criado no sexto dia da semana da criação, juntamente com as
criaturas da Terra (Gênesis 1:24-31), a criação da humanidade é separada dos
atos anteriores da criação por uma série de contrastes sutis. Primeiro, a
criação de Adão e Eva é introduzida pelo usual “Então disse Deus” (v. 26). No
entanto, a ordem de Deus que se segue não é um impessoal “Haja”, como em outras
instâncias (v. 3, 6, 14), mas sim o mais pessoal “Façamos […]”. Segundo,
enquanto outras criaturas foram criadas “de acordo com suas (delas) espécies”
(v. 11, 12, 21, 24, 25), o homem e a mulher foram feitos à imagem de Deus.
Terceiro, a criação da
humanidade é especificamente observada como uma criação de “homem e mulher”,
uma característica não enfatizada para outras formas de vida. Em quarto lugar,
apenas aos seres humanos é dado o domínio na criação de Deus. Esse domínio é
expressamente referido como sendo sobre todas as criaturas vivas no céu, no mar
e na terra, mas não sobre os semelhantes (v. 28).2 Sua alimentação especial
também fala de seres humanos como criaturas diferenciadas do restante da
criação (v. 29, 30).
A diferença
marcantemente superior da humanidade está relacionada ao fato de que somente o
casal, em toda a criação na Terra, traz em si a imagem de Deus, que revela a
“semelhança” exclusiva entre a humanidade e seu Criador. A imagem de Deus
coloca em evidência a natureza incomparável e o valor infinito dos seres
humanos, possibilitando o seu relacionamento especial com Deus, que envolve
intimidade e responsabilidade moral. Gênesis 1:26 emprega dois termos
hebraicos: tselem (imagem) e demut (semelhança), que derivam do vocabulário
régio que elevou o rei acima do povo comum na Mesopotâmia e no Egito. Na
Bíblia, todos os seres humanos, e não apenas os reis, trazem “a imagem de
Deus”. Cada pessoa traz consigo o selo da realeza! Como tal, os seres humanos
têm o privilégio de governar sobre a natureza. Ao contrário das crenças comuns
do passado, de que as forças da natureza são divindades que podem manter a raça
humana debaixo da escravidão, o texto bíblico declara que os seres humanos são
agentes livres, que têm o direito, conferido por Deus, de controlar a natureza.
No entanto, os seres humanos não possuem poder e autoridade irrestritos; os
limites de seu governo são cuidadosamente definidos e circunscritos pela lei
divina, de modo que os privilégios que lhes foram dados sejam exercidos com
responsabilidade e dos quais devem dar conta (Gênesis 2:15-17).3 O Jardim do
Éden é retratado como o primeiro santuário na Terra, e Adão e Eva os seus sacerdotes
ali colocados para servirem Deus.4 Por serem criados à imagem de Deus, os seres
humanos deveriam viver como agentes e testemunhas da Sua presença na Terra, e
dela cuidarem.
O retrato glorioso da
humanidade como tendo “a imagem de Deus”, em Gênesis 1, está ligado a uma
origem mais baixa, a saber, o pó da terra (Gênesis 2:7). O jogo de palavras no
hebraico, entre ‘adam (homem) e ‘adamah (terra) exprime uma mensagem
significativa: os seres humanos são criaturas ligadas à Terra. No entanto, o
caráter distintivo e aprimorado da humanidade é preservado nas imagens de forte
intimidade. A palavra formado (em hebraico, yatsar) sugere o trabalho cuidadoso
de um oleiro fazendo uma delicada obra de arte. Nas narinas dessa escultura de
barro, Deus soprou o fôlego da vida, transformando aquela escultura humilde em
um ser vivente.5 A imagem retrata a afeição que há entre Deus e a humanidade,
não compartilhada por outras criaturas. A notável intimidade que há entre Deus
e a humanidade é revelada também na extraordinária criação da mulher (Gênesis
2:18-22), na promessa da redenção oferecida por Deus (3:15) e, mais tarde, no
retrato de Deus como nosso Pai celestial e Seu amor em Jesus Cristo.6 Os seres
humanos têm que viver com a consciência de que, embora sejam criaturas
especiais, feitas à imagem de Deus, não são seres divinos, mas sim criaturas
terrenas. Somente quando esses dois aspectos forem devidamente compreendidos e
vividos é que o ser humano será feliz.
DOIS
QUE SE TORNAM UM
O relato da feliz
criação é inesperadamente interrompido pela primeira afirmação negativa na
Bíblia: “Não é bom que o homem esteja só” (Gênesis 2:18). Essa declaração
antecede a criação da mulher, depois da qual Deus proclamara que tudo era muito
bom (Gênesis 1:31). A ideia da solidão do homem é digna de nota. Pode-se
perguntar por que Deus demorou para criar a mulher e por que o homem se sentiu
sozinho, quando Deus estava lá. A demora foi deliberada. Deus deixou Adão
experimentar sua própria singularidade, solidão e incompletude que não poderiam
ser satisfeitas por nada no mundo. Era um desejo ardente por “uma ajudadora que
lhe fosse idônea” (Gênesis 2:20 – ARA).
A criação da mulher, a
partir da costela do homem, revela a estreita ligação que há entre eles e
estabelece as bases para a compreensão do casamento no verso 24. “A relação da
mulher com a ‘costela’ não a obriga a maior subordinação do que a criação do
homem, a partir do pó da terra, implica sua subordinação a ele.”7 Ellen White
escreveu: “Eva foi criada de uma costela tirada do lado de Adão, significando
que não o deveria dominar, como a cabeça, nem ser pisada sob os pés como se
fosse inferior, mas estar a seu lado como igual, e ser amada e protegida por
ele.”8 Noção semelhante é transmitida na descrição da mulher como “uma ajudadora”
(Gênesis 2:18, 20). A palavra hebraica ezer (ajudante) descreve “aquele que
possui o desejo e a habilidade ou capacidade de ajudar ao outro, um parceiro”.9
É usada geralmente para descrever Deus como um Ajudador (Salmo 30:10; 54: 4;
121:1, 2; 146: 5) e, portanto, não tem conotações depreciativas.
Ao trazer a mulher para
o homem, Deus desempenhou o papel de um oficiante de casamento (Gênesis 2:22).
Ele abençoou Adão e Eva para que fossem férteis e se multiplicassem; e, dessa
forma, a intimidade sexual entre marido e mulher é vista como algo bom e
desejável (Gênesis 1:28, 2:25). “A nudez traz consigo uma abertura e
vulnerabilidade tanto física como psicológica”10 que são pré-requisitos para a
compaixão, confiança e compreensão. Enquanto a harmonia com Deus é mantida, a
inocência e a dignidade da sexualidade são preservadas.
A exclusividade da
relação conjugal é crucial. O homem deve deixar seu pai e sua mãe e unir-se à
sua esposa (Gênesis 2:24). A relação conjugal, portanto, tem precedência sobre
os laços com os pais. A devoção primária do marido é para com sua esposa, com quem
constrói uma relação única de intimidade e fidelidade sem precedentes. A
palavra junção (hebraico, dabaq) descreve intensa afeição e lealdade. Muitas
vezes, retrata o desejo e o compromisso para com Deus (Deuteronômio 10:20;
11:22; 13:4; 30:20), e as coisas físicas se aderem umas às outras,
especialmente as partes do corpo (Jó 19:20; 23).11 O marido deve se unir à sua
esposa tão profundamente como a pele se adere ao músculo em um corpo. Assim,
eles se tornam “uma só carne” (Gênesis 2:24), o que implica mais do que a
unidade sexual. Sua unidade física, emocional, espiritual e mental foi
antecipada na criação de Eva, a partir do corpo de Adão (v. 23). De acordo com
a interpretação rabínica, o sentido do verso 24 é de que os homens devem ser
diferentes dos machos do mundo animal, que se acasalam e depois seguem seu
caminho. Um homem deseja que sua esposa esteja sempre com ele. Promiscuidade é,
portanto, a degradação do propósito de Deus para a humanidade. Embora a
poligamia seja vista no Antigo Testamento, o verso 24 indica que o ideal é a
monogamia heterossexual.12
A relação de Adão e Eva
como marido e mulher envolve uma equação única: eles são simultaneamente dois e
um. Curiosamente, a palavra hebraica que descreve Adão e Eva como “um” (‘ekhad)
retrata também a “unicidade” da Divindade (Deuteronômio 6:4), sugerindo que o
vínculo entre marido e mulher é misterioso e profundo. Dois seres distintos
estão unidos, preservando sua personalidade separadamente. Esse ponto de vista
reconhece as semelhanças e diferenças entre eles como uma unidade, e salienta a
igualdade do homem e da mulher na sua posição perante Deus e na sua relação uns
com os outros e com o restante da criação.
A
QUEDA
Deus criou os seres
humanos como agentes livres. Infelizmente, a desobediência de Adão e Eva
quebrou o potencial para o bem que há no do dom do livre-arbítrio. Gênesis 3
prepara o cenário para a situação moral da humanidade. Adão gerou filhos à sua
própria semelhança, o que envolveu então a propensão para o pecado (Gênesis
5:3, Romanos 5:12).
O relacionamento da
humanidade com Deus foi mantido pela confiança e obediência a Ele (Gênesis
2:16, 17). Assim, quando o tentador prometeu liberdade para se tornarem como
Deus, Adão e Eva desejaram ultrapassar os limites de criaturas que eram. “Bom e
mau” deveriam ser entendidos como “partes indiferenciadas” de uma totalidade,
um merismo que significa “tudo”.13 “Os olhos abertos” (Gênesis 3:5, 7) sugerem
o acesso a reinos e possibilidades ocultos (Gênesis 21:19; Números 24:16, 2
Reis 6:17, 20). “O conhecimento do bem e do mal é entendido como o conhecimento
divino, ou seja, o conhecimento próprio de Deus.”14 No coração de toda tentação
reside a negação da dependência de Deus, cegada por vantagens aparentes que se
manifestam como se estivessem faltando no domínio de Deus (Mateus 4:1-11, Tiago
1:13, 14).
Contudo, o pecado
inverte as bênçãos de Deus. A pureza é substituída pela culpa (Gênesis 2:25,
3:7), a alegria de comungar com Deus pelo medo e a vergonha (3:8-10), as
relações harmoniosas pelas acusações e maus tratos (2:22-24; 3:12, 16), a
bênção da procriação pela dor (1:28, 3:16), o governar da natureza pela luta
constante (1:28; 3:17-19) e a vida eterna pelo retorno ao pó (3:19). Adão e Eva
experimentaram o julgamento imediato ao serem separados de Deus, quando foram
expulsos do Jardim do Éden (Gênesis 3:23, 24).
O fato de não terem
morrido imediatamente15 demonstra que o plano de salvação de Deus “foi
predestinado antes da fundação do mundo” (1 Pedro 1:20, ver também Apocalipse
13:8). Em Sua imensa sabedoria e amor, Deus assegurou que a humanidade nunca
seria deixada sem esperança. A promessa de Deus de que a semente da mulher ia
esmagar a cabeça da serpente é a primeira predição messiânica (Gênesis 3:15). A
salvação da humanidade repousa sobre a iniciativa e a graça de Deus, e não
sobre as obras humanas: Deus buscou Adão e Eva (v. 9). Os animais sacrificados,
que forneceram roupas para cobri-los, morreram em seu lugar (v. 21). Aqui está
o primeiro exemplo bíblico de superioridade e suficiência da justiça pela fé
nos méritos do sacrifício de Cristo e da futilidade de depositar em obras
humanas a garantia de uma nova vida.
SENHORIO
E SUBMISSÃO?
Gênesis 3:16 desempenha
um papel significativo nos debates teológicos, com relação às questões de
gênero, porque parece dizer que Deus desejava que Adão governasse Eva como seu
superior, depois da Queda. O texto representa uma maldição de Deus sobre Eva?
É importante perceber
que o trato divino para com a mulher é o único que não contém a palavra
maldição, ao contrário dos tratamentos divinos para com a serpente e para com o
homem (Gênesis 3:14, 17). O contexto imediato e as estreitas conexões
literárias sugerem que Gênesis 3:16 deve ser lido à luz do verso 15. Ambos os
versículos têm o motivo do nascimento e devem ser colocados sob a perspectiva
da salvação: é através do processo encarnacional de dar à luz o Messias, a
semente da “mulher”, que Deus prevalecerá sobre o mal e salvará a humanidade.
Deve-se notar também que a noção de subordinação das mulheres aos homens nunca
foi mencionada ou esteve implícita antes desse texto e, portanto, não fazia
parte do plano de Deus.16 Entre os primeiros efeitos do pecado estava a
harmonia entre Adão e Eva, que foi quebrada, e infectou toda a humanidade
(Gênesis 3:7, 12, 16). As ações viciosas, como a decisão do mais forte sobre o
mais fraco e a discriminação, podem estar ligadas à violação aberta do plano
original de Deus para a humanidade.
É significativo que, em
Gênesis, o homem e a mulher sejam primeiramente definidos não por seu gênero,
mas pelo fato de serem ambos criados à imagem de Deus (Gênesis 1:26, 27).
Gênesis 1:27 afirma duas vezes que a humanidade foi criada à imagem de Deus, e
então que a humanidade foi criada “masculina e feminina”. A pluralidade divina
em “Façamos [...]” (Gênesis 1:26) parece antecipar a pluralidade humana do
homem e da mulher (v. 27).
A criação da humanidade
como homem e mulher é um aspecto da imagem de Deus, “lançando assim a relação
humana entre o homem e a mulher no papel de refletir a relação pessoal de Deus
consigo mesmo”.17 Significativamente, após a Queda, a linguagem de Gênesis
1:26, 27 é repetida em Gênesis 5:1, 2, para enfatizar que o plano original de
Deus não havia sido alterado. Em Gênesis 5:2, tanto Adão como Eva são chamados,
em hebraico, de ‘adam (Humanidade, NTLH), mostrando que tanto o homem como a
mulher são considerados iguais, pois ambos carregam a imagem de Deus.
Observe a percepção
singular de Paulo nessa unicidade e igualdade entre o homem e a mulher. Em
Efésios 5:22, 25 e 33, ele discute a relação entre marido e mulher à luz do
verso 1: “Portanto, sejam imitadores de Deus como filhos amados.” O matrimônio
de um casal devotado deve refletir a perfeita harmonia que existe na Santíssima
Trindade. Notavelmente, o mesmo termo hebraico (‘ekhad) descreve tanto a
unidade entre o marido e a esposa, quanto a unidade dentro da Divindade
(Gênesis 2:24; Deuteronômio 6:4). Efésios 5:21 e 31 fornecem outro contexto
para o casamento: “sujeitem-se uns aos outros por temor a Cristo”, e “os dois
se tornarão uma só carne”. Além disso, a imagem do matrimônio elucida a devoção
mútua que há entre Cristo e Sua igreja (v. 32, 33).
A harmonia entre Jesus
e Seu Pai deve ser refletida também na unidade dos crentes que são descritos
como “um corpo” (1 Coríntios 10:17; 12:12) e são chamados a ser “um, assim como
Nós somos um” (João 17:22). “Um corpo” e “que eles possam ser um” ecoam o
padrão edênico (Gênesis 2:24). O ideal divino de que ninguém tem direito a
privilégios únicos e à superioridade sobre os outros deve triunfar na igreja de
Deus como uma demonstração vibrante da Sua vontade para com a humanidade (Lucas
22:26, Gálatas 3:28 e Colossenses 3:11). O ideal divino não só impede a
discriminação de gênero, mas também todo tipo de maltrato e opressão,
incluindo, por exemplo, a escravidão e o racismo. Jesus apela ao Seu povo para
que aceite a vontade divina que foi revelada “desde o princípio”, e não “à
dureza” do coração pecaminoso (Mateus 19:8).
O
SEGUNDO ADÃO
Jesus é considerado o
segundo Adão porque Ele, em Sua encarnação, viveu a vida perfeita que era
esperada que Adão vivesse na sua criação, mas não conseguiu fazê-lo. Jesus, em
Sua humanidade, refletiu perfeitamente a imagem de Deus na Terra (João 12:45, 2
Coríntios 4: 4, Colossenses 1:15, Filipenses 2:6-9). Jesus passou no teste de
Satanás (Mateus 4:1-11) e nunca Se afastou da vontade de Deus (João 17:4;
14:9). Aqueles que crêem em Jesus são renovados para viver à imagem de Cristo
(2 Coríntios 3:18, Gálatas 2:20, 1 João 3:2, 3).
A obra da redenção
propiciada por Jesus é contrastada com a obra da apostasia de Adão (1 Coríntios
15:22, Romanos 5:12-21). Pelo pecado do primeiro Adão, a condenação, o juízo e
a morte entraram no mundo, mas, através da vida justa do segundo Adão e de Sua
morte sacrificial, o dom da graça, a justificação, a justiça e a vida eterna
são oferecidos à humanidade. A obra redentora do segundo Adão resultará na
renovação do relacionamento com Deus, na comunhão entre as pessoas e no mundo
natural. No entanto, Jesus não restaurará simplesmente todas as bênçãos
oferecidas por Deus, mas as fará transbordar abundantemente (Romanos 5:15,
8:19-23, Apocalipse 22).
*Dragoslava
Santrac, PhD pela Universidade North-West, África do Sul;
MA, pela Universidade Andrews, Berrien Springs, Michigan, EUA, é professora
adjunta na Faculdade de Teologia da Universidade Adventista de Washington,
Takoma Park, Maryland, EUA.
*Aleksandar
S. Santrac, DPhil pela Universidade de Belgrado,
Sérvia; PhD pela Universidade North-West, África do Sul, é professor de Ética,
Religião e Filosofia, e também Presidente do Departamento de Religião da
Universidade Adventista de Washington.
Citação
Recomendada
Dragoslava e Aleksandar
S. Santrac, "Adão e Eva: Lições de uma velha história," Diálogo 29:2
(2017): 15-19
NOTAS
E REFERÊNCIAS
1. Paul Ferguson,
“Adam”, Evangelical Dictionary of Biblical Theology (Grand Rapids, Mich.: Baker
Academic, 1996), p. 10.
2. John H. Sailhamer,
The Pentateuch as Narrative: A Biblical Theological Commentary (Grand Rapids,
Mich.: Zondervan, 1992), p. 94, 95.
3. Nahum M. Sarna, “תישׁרב
Genesis”, The JPS Torah Commentary (Philadelphia: Jewish Publication Society,
1989), p. 12, 13.
4. Por exemplo, as
palavras hebraicas usadas para descrever o tra-balho de Adão e Eva no jardim,
em Gênesis 2:15, (’abad e shamar) descrevem mais tarde o trabalho dos
sacerdotes (Números 3:7, 8; 8:26; 18:5, 6). Éden era o lugar da presença divina
(Gênesis 3:8; 4:16), exatamente como o santuário (Levítico 26:11, 12) (ver
tam-bém Richard M. Davidson, “Earth’s First Sanctuary: Genesis 1-3 and Parallel
Creation Accounts”, Andrews University Seminary Studies 53:1 [2015]: 65-89: 5. http://www.academia.edu/19984914/Earths_
First_Sanctuary_Genesis_1-3_and_Parallel_Creation_Accounts.)
5. O homem não recebeu
uma alma imortal; ele tornou-se alma viven-te quando recebeu o fôlego de vida e
começou a respirar (Gênesis 2:7). Os animais têm o mesmo sopro de vida
(Eclesiastes 3:19-21). Somente Deus tem a imortalidade incondicional (1 Timóteo
6:16)
6. Ver Deuteronômio
1:30, 31; Salmo 27:10; 68:5; 89:26; 103:13; Isaías 49:15; 66:12, 13; Mateus
6:9; Efésios 1:6-10; e 1 João 3:1.
7. T. E. Fretheim, “The
Book of Genesis,” The New Interpreter’s Bible, volume 12 (Nashville: Abingdon,
1994), 1:352.
8. Ellen G. White,
Patriarcas e Profetas (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1995), p. 18.
9. R. G. Branch, “Eve”,
Dictionary of the Old Testament: Pentateuch (Downers Grove, Ill.: InterVarsity,
2003), p. 241.
10. Ibid.
11. Earl S. Kalland, “קבד
(dabaq), cleave, cling”, Theological Wordbook of the Old Testament (Chicago:
Moody Publishers, 1980), 1:177, 178.
12. The Jewish Study
Bible, Adele Berlin & Marc Zvi Brettler, eds. (New York: Gráfica da
Universidade Oxford, 2004), p. 16.
13. Sarna, “תישׁרב
Genesis”, p. 19.
14. Claus Westermann,
Genesis 1-11, A Continental Commentary (Mineápolis: Gráfica Fortress, 1994), p.
243.
15. A Bíblia faz
distinção entre “a primeira morte”, um “sono” temporário até a segunda vinda de
Cristo, ou o julgamento final (João 11:11-14, 23, 24; Apocalipse 20:6), e “a
segunda morte”, que é o salário do pecado, levando à cessação da existência
para aqueles que rejeitam o dom divino da salvação (Apocalipse 20:14, 15;
21:8).
16. Jacques B. Doukhan,
“Genesis”, Seventh-day Adventist International Commentary, Jacques B. Doukhan,
ed. (Boise, Idaho: Pacific Press, 2016), p. 104, 105.
17. Sailhamer, The
Pentateuch as Narrative, p. 96.
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