Ricardo
André
Você acredita na
existência de anjos? É provável que o seu coração lhe diga que eles existam,
mas como você nunca viu nenhum anjo e grande parte das pessoas ridicularizam
tal crença, você não se posicionará a respeito. Anjos, existem mesmo? Através
da Santa Bíblia, a Palavra de Deus, os anjos são mencionados inúmeras vezes
como seres reais. Eles foram criados por Deus nos dias eternos (Cl 1.16), com a
finalidade de serem Seus assistentes, mensageiros e ministradores entre os
homens (At 12.7; Dn 6.22; Hb 1.14; Sl 91.11; Ex 14.19 etc.). Estes seres
celestiais são representados na figura humana alada, mas, na verdade a Bíblia
não nos dá muitos detalhes quanto à sua aparência. Em alguns relatos, vemos que
eles se apresentaram como homens comuns, conseguido confundir as pessoas que
foram contatadas. (Gn 16.7-14; 19.1-5; Jo 20.11-13). Há também citações nas
quais se apresentam revestidos de majestade e glória (Dn 10.5,6; Lc 24.4). São
desprovidos de sexo.
Estão continuamente em
contato com o Criador e são capazes de reconhecer a glória, e prestar-Lhe
adoração (Fp 2.9-11; Hb 1.6). Entre os homens são mensageiros e ministradores
da vontade de Deus, abordando-os e manifestando a vontade soberana do Senhor.
(1Rs 19.5; At 12.7; Dn 10.11; Mt 2.13,20; Lc 1.19; At 5.19,20; Ap 1.1).
“A existência de anjos
e suas atividades são tidas como certas em todo o AT e NT. A palavra “anjo” ocorre
pela primeira vez no AT em Gênesis 16:7 a 12, que descreve o ministério do
“anjo do Senhor” pela fugitiva Agar. Os anjos avisaram Ló antes da destruição
de Sodoma (Gn 19:1). Jacó viu “anjos de Deus” subindo e descendo entre a terra
e o Céu (Gn 28:12) [...]. Os anjos apareceram a Moisés (Êx 3:2), guiaram Israel
(Êx 14:19; 23:23), frustraram Balaão (Nm 22:22), orientaram Gideão (Jz 6:11),
prometeram um filho a Manoá (Nm 13:3), ameaçaram destruir o povo de Davi (2Sm
24:16), ministraram a Elias (1Rs 19:5), destruíram o exército assírio (2Rs
19:35), protegeram Daniel dos leões (Dn 6:22) e deram mensagens proféticas a
Zacarias e outros profetas (Zc 1:8). [...] As referências aos anjos em conexão
com a vida de Jesus são muitas. Os anjos dirigiram os pais de jesus (Mt 1:20;
2:13, 19), cantaram em coro na noite de Seu nascimento (Lc 2:13), ministraram a
Ele depois da tentação (Mt 4:11), rolaram a pedra do sepulcro (Mt 28:2) e
proclamaram o Cristo ressuscitado (v. 5-7). Os ensinos de Jesus muitas vezes
mencionam anjos (Mt 13;41; 18:10; 22:30; 25:41; Lc 15:10)” (Dicionário Bíblico Adventista, p. 67).
Em nossos dias
continuam agindo e muitos têm testemunhado o livramento que foi concedido por
meio deles. Eles não agem por vontade própria, e não devem receber nenhum tipo
de oração ou honra de lábios humanos. Estão sujeitos às ordens do Senhor e
vivem em obediência total aos Seus desígnios (Mt 6.10; Sl 103.20). Nos céus,
entoa louvores eternamente ao todo poderoso (Sl 148.2; Is 6.3; Lc 2.13,14; Ap
5.11,12; 7.11,12).
E por serem íntimos do
Senhor, conhece com profundidade a Sua obra de restauração, sofrimento e
humilhação passada por Jesus em nosso favor. Alegram-se com a restauração do
homem de forma intensa, impossível de ser relatada (Lc 15.7,10). São criaturas
santas, mas, adorá-los ou ainda, prestar-lhe qualquer forma de culto, veneração
ou honra é proibida (Cl 2.18; Ap 19.10). Os anjos não intercedem por nós junto
de Deus – só Jesus intercede (1 Timóteo 2:5).
Por isso, não devemos pedir ajuda a eles – devemos pedir ajuda somente a
Jesus Cristo, nosso único Mediador.
Com certeza existe
entre eles, hierarquia como em um exército, estão classificados em diferentes
ordens (Is 6.2; 1Ts 4.16; 1Pe 3.22; Ap 12.7). São dotados de qualidade, tais
como: mansidão, sabedoria, poder, santidade. (2Pe 2.11; Jd 9; 2Sm 14.20; Sl
103.20; Mt 25.31). São milhares e milhares, os números de anjos existentes, são
incontáveis! (Jó 25.3; Hb 12.22). E todos eles acompanharão a Jesus Cristo em
Sua segunda vinda (Mat. 25:31).
Contudo, nem todos os
anjos continuaram obedientes a Deus. De acordo com as Sagradas Escrituras, há
milhares de anos antes da criação deste mundo, o mal originou-se
misteriosamente no coração de Lúcifer, o mais elevado dos anjos no Céu (Ez
28:15-17). Ele ocupava o lugar mais exaltado que um ser criado poderia desejar:
estava no santo monte de deus, rodeado por esplendor e riqueza. Ezequiel 28:14
retrata Lúcifer como alguém que ficava passeando entre as “pedras fulgurantes”
(NVI). Não satisfeito com a sua posição privilegiada, Lúcifer desejou o poder,
a posição, a autoridade e a glória de Deus; não o Seu amor, Sua misericórdia.
Sendo um ser criado, sua posição sempre seria inferior à de seu Criador,
Cristo. Ele quis receber as mais altas honras depois de Deus, no Céu, como não
o recebeu, encheu-se de inveja, ciúmes e ódio, rebelando-se contra Deus,
tornando-se o inimigo de Deus (Is 14:12-14). Ele arrastou em sua rebelião
contra Deus a terça parte dos anjos do Céu (Ap 12: 3, 7-10), os quais juntamente
com o diabo foram expulsos do Céu para a Terra. (Ap 12:7-9). Ao vir para a Terra, Satanás tratou logo de
enredar o primeiro casal humano, Adão e Eva, nesse conflito entre ele e Deus.
Ao enganá-los junto à árvore proibida no Éden, Satanás trouxe esse conflito
para a Terra, e desde então temos convivido com as consequências disso (Gn 3). Desde
então a Terra foi envolvida na luta entre o bem e o mal. Segundo a Bíblia,
todos esses anjos maus estão reservados para a destruição eterna após o Milênio
bíblico (Mt 25:41; Jd 6; Ap 20:1-14).
Não sabemos por que o
pecado surgiu em Lúcifer, um ser criado perfeito (Ez 28:15). Ellen White diz
que “pouco a pouco Lúcifer veio a condescender com o desejo de exaltação
própria” (Patriarcas e Profetas). Como, então, surgiu o pecado em Lúcifer? Não
há respostas. Isso constitui-se num mistério. Não há desculpas para o pecado.
Como seres humanos estamos acostumados a relações de causa e efeito. Mas o
pecado não tem uma causa. Simplesmente não há uma razão para o mal. Ele é
irracional e absurdo.
Talvez jamais
compreendamos plenamente como o pecado pôde se originar num Universo perfeito,
com seres perfeitos, primeiro com Satanás no Céu e, posteriormente, com os
seres humanos na Terra. Apesar disso, sabemos que Deus dotou Suas criaturas
inteligentes da liberdade de escolhas. A rebelião de Satanás e a desobediência
de Adão e Eva à lei de amor foram escolhas deliberadas de cada um deles.
Temos
um Anjo da Guarda?
Mas o que mais toca o
meu coração é saber temos um anjo da guarda, designado por Deus para cuidar de
nós individualmente; que este anjo nos guarda todos os dias de nossa vida, se
formos fiéis a Deus. Há base bíblica para tal crença. A Bíblia afirma: “Vede,
não desprezeis a qualquer destes pequeninos; porque eu vos afirmo que os seus
anjos nos céus veem incessantemente a face de meu Pai celeste.” (Mt 18:10).
Repare que Jesus disse "seus anjos", indicando claramente que essas
pessoas têm seus próprios anjos. Existe um versículo no AT que ajuda a defender
a ideia de que existe um anjo que nos protege, quando diz: "Vou enviar um anjo adiante
de ti para te proteger no caminho e para te conduzir ao lugar que te
preparei". (Ex 23:20). Há um lindo verso da Bíblia que diz: “O
anjo do Senhor acampa-se ao redor dos que O temem e os livra” (Sl 34:7).
Outra passagem do livro
de Salmos também atesta a existência dos anjos da guarda, veja: "Se você
fizer do Altíssimo o seu refúgio, nenhum mal o atingirá, desgraça alguma chegará
à sua tenda. Porque a seus anjos ele dará ordens a seu respeito, para que o
protejam em todos os seus caminhos; com as mãos eles o segurarão, para que você
não tropece em alguma pedra" (Salmos 91:9-12, NVI). O apóstolo Paulo
afirma claramente que uma das funções dos anjos é servir aqueles que herdarão a
vida eterna: Os anjos não são, todos eles, espíritos ministradores enviados para
servir aqueles que hão de herdar a salvação?” (Hebreus 1:14, NVI).
Baseado nos textos
acima, a escritora cristã Ellen White afirmou: “Um anjo da guarda é designado a
todo seguidor de Cristo, estes vigias celestiais protegem aos justo do poder
maligno. [...] Anjos Seus são comissionados para cuidarem de nós, e se nos
colocarmos sob sua proteção, no tempo do perigo estarão ao nosso lado” (A
Verdade Sobre os Anjos, p. 14).
O nosso anjo da guarda
acompanha-nos por toda a vida. Não vemos a atuação deles para nos proteger dos
perigos, da tentação e do mal. Mas esse ministério deles é real. “Se pudessem
ver os muitos perigos através dos quais vocês são guiados a salvo cada dia por
esses mensageiros do Céu, a gratidão lhes brotaria do coração e encontraria
expressão em seus lábios” (Ellen G. White, ibid., p. 18).
Um outro aspecto desse
estudo que me emociona bastante e enche meu coração de alegria, é saber que
nosso anjo da guarda será o primeiro a saudar-nos quando Jesus voltar em glória
e Majestade, quando iremos conhecê-los, e que, com eles poderemos conversar
detidamente face a face no lar celestial. Declara o Espírito de Profecia que
então “Todo remido
compreenderá o serviço dos anjos em sua própria vida. Que maravilha será
entreter conversa com o anjo que foi a sua guarda desde os seus primeiros
momentos, que lhe vigiou os passos e cobriu a cabeça no dia de perigo, que
assinalou o seu lugar de repouso, que foi o primeiro a saudá-lo na manhã da
ressurreição, e dele aprender a história da interposição divina na vida individual,
e da cooperação celeste em toda a obra em prol da humanidade” (Ellen G. White,
Educação, p. 304, 305).
Eu fico a pensar no meu
próprio anjo da guarda. Não o conheço, mas creio que ele está sempre a meu
lado, e que ele tem me acompanhado durante os anos de minha vida. Ele deixou as
alegrias do Céu para o meu próprio interesse. Ao longo dos meus 45 anos de vida
já deixei-o triste diversas vezes por não ter feito a vontade de Deus, mas a
minha própria. Já dei muito trabalho para ele. Olhando para trás e recordando
os dias de minha infância, posso ver que o Senhor Deus, através dos Seus anjos,
protegeu-me de males e perigos Todos nós podemos fazer a mesma declaração. Sei
que não mereço a sua companhia, mas ele está sempre comigo lutando as batalhas
contra o mal ao meu lado.
Que emoção será ver o
rosto sereno do meu anjo da guarda com seu semblante nobre! Por certo vou
indagar a respeito de alguns aspectos da minha vida passada e de alguns detalhes
que eu ainda não entendo. Porém, a mais importante indagação que poderei fazer,
talvez, seja a seguinte: Meu anjo da guarda, você tem-me acompanhado através
dos anos até agora, diga-me como você me ajudou a está aqui no Céu? Realmente,
que diálogo significativo seria este!
Eu tenho a certeza que serei
salvo. E, essa certeza não resulta dos meus méritos, porque não os tenho. Mas
da certeza oferecida por Jesus. Em João
6.37-40, encontramos a seguinte garantia: "Todo aquele que o Pai me
dá, esse virá a mim; e o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora. Porque
eu desci do céu, não para fazer a minha própria vontade, e sim a vontade
daquele que me enviou. E a vontade de quem me enviou é esta: que nenhum eu
perca de todos os que me deu; pelo contrário, eu o ressuscitarei no último dia.
De fato, a vontade de meu Pai é que todo homem que vir o Filho e nele crer
tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia" (João 6:37-40).
A mesma promessa é
retomada em João 10.27-29: "As
minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. Eu lhes dou
a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão. Aquilo
que meu Pai me deu é maior do que tudo; e da mão do Pai ninguém pode
arrebatar" (João 10:27-29).
Há outra garantia em João 11:25-26, no contexto de uma
conversa com Marta, a irmã de Lázaro: "Eu sou a ressurreição e a vida. Quem
crê em mim, ainda que morra, viverá; e todo o que vive e crê em mim não
morrerá, eternamente. Crês isto?" (João
11:25-26).
Destas palavras ressoa
um claro ensino: todo aquele que confessa e aceita a Jesus Cristo como seu
Salvador e Senhor da sua vida pode ter certeza de sua salvação, significando
que pode crer que, ao longo desta vida, tem o Espírito Santo ao seu lado e, na
vida futura, fluirá toda a eternidade na presença de Deus no céu. Jesus veio
para nos resgatar do medo de não ser amado por Deus, Deus que enviou o seu
Filho Jesus Cristo ao mundo para que todo aquele que nele crer não pereça mas
tenha a vida eterna (João 3.16).
Salvo pela graça de
Deus, mediante a fé nEle (Ef 2:8-10), o meu anjo da guarda, na manhã radiosa da
volta de Jesus, não terá que concluir que tudo foi em vão, para que eu alcançasse
a salvação eterna! Seremos, enfim, companheiros ao longo das eras eternas.
Caro amigo leitor, pense
nisto. Não gostaria você de valorizar o sacrifício de Cristo na cruz do
Calvário, os rogos do Espírito Santo e os cuidados do seu anjo da guarda,
consagrando hoje a sua vida inteiramente para a eterna salvação?
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