Teologia

segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

O DIA DO ENCONTRO COM MEU ANJO DA GUARDA




Ricardo André

Você acredita na existência de anjos? É provável que o seu coração lhe diga que eles existam, mas como você nunca viu nenhum anjo e grande parte das pessoas ridicularizam tal crença, você não se posicionará a respeito. Anjos, existem mesmo? Através da Santa Bíblia, a Palavra de Deus, os anjos são mencionados inúmeras vezes como seres reais. Eles foram criados por Deus nos dias eternos (Cl 1.16), com a finalidade de serem Seus assistentes, mensageiros e ministradores entre os homens (At 12.7; Dn 6.22; Hb 1.14; Sl 91.11; Ex 14.19 etc.). Estes seres celestiais são representados na figura humana alada, mas, na verdade a Bíblia não nos dá muitos detalhes quanto à sua aparência. Em alguns relatos, vemos que eles se apresentaram como homens comuns, conseguido confundir as pessoas que foram contatadas. (Gn 16.7-14; 19.1-5; Jo 20.11-13). Há também citações nas quais se apresentam revestidos de majestade e glória (Dn 10.5,6; Lc 24.4). São desprovidos de sexo.

Estão continuamente em contato com o Criador e são capazes de reconhecer a glória, e prestar-Lhe adoração (Fp 2.9-11; Hb 1.6). Entre os homens são mensageiros e ministradores da vontade de Deus, abordando-os e manifestando a vontade soberana do Senhor. (1Rs 19.5; At 12.7; Dn 10.11; Mt 2.13,20; Lc 1.19; At 5.19,20; Ap 1.1).

“A existência de anjos e suas atividades são tidas como certas em todo o AT e NT. A palavra “anjo” ocorre pela primeira vez no AT em Gênesis 16:7 a 12, que descreve o ministério do “anjo do Senhor” pela fugitiva Agar. Os anjos avisaram Ló antes da destruição de Sodoma (Gn 19:1). Jacó viu “anjos de Deus” subindo e descendo entre a terra e o Céu (Gn 28:12) [...]. Os anjos apareceram a Moisés (Êx 3:2), guiaram Israel (Êx 14:19; 23:23), frustraram Balaão (Nm 22:22), orientaram Gideão (Jz 6:11), prometeram um filho a Manoá (Nm 13:3), ameaçaram destruir o povo de Davi (2Sm 24:16), ministraram a Elias (1Rs 19:5), destruíram o exército assírio (2Rs 19:35), protegeram Daniel dos leões (Dn 6:22) e deram mensagens proféticas a Zacarias e outros profetas (Zc 1:8). [...] As referências aos anjos em conexão com a vida de Jesus são muitas. Os anjos dirigiram os pais de jesus (Mt 1:20; 2:13, 19), cantaram em coro na noite de Seu nascimento (Lc 2:13), ministraram a Ele depois da tentação (Mt 4:11), rolaram a pedra do sepulcro (Mt 28:2) e proclamaram o Cristo ressuscitado (v. 5-7). Os ensinos de Jesus muitas vezes mencionam anjos (Mt 13;41; 18:10; 22:30; 25:41; Lc 15:10)” (Dicionário Bíblico Adventista, p. 67).

Em nossos dias continuam agindo e muitos têm testemunhado o livramento que foi concedido por meio deles. Eles não agem por vontade própria, e não devem receber nenhum tipo de oração ou honra de lábios humanos. Estão sujeitos às ordens do Senhor e vivem em obediência total aos Seus desígnios (Mt 6.10; Sl 103.20). Nos céus, entoa louvores eternamente ao todo poderoso (Sl 148.2; Is 6.3; Lc 2.13,14; Ap 5.11,12; 7.11,12).

E por serem íntimos do Senhor, conhece com profundidade a Sua obra de restauração, sofrimento e humilhação passada por Jesus em nosso favor. Alegram-se com a restauração do homem de forma intensa, impossível de ser relatada (Lc 15.7,10). São criaturas santas, mas, adorá-los ou ainda, prestar-lhe qualquer forma de culto, veneração ou honra é proibida (Cl 2.18; Ap 19.10). Os anjos não intercedem por nós junto de Deus – só Jesus intercede (1 Timóteo 2:5).  Por isso, não devemos pedir ajuda a eles – devemos pedir ajuda somente a Jesus Cristo, nosso único Mediador.

Com certeza existe entre eles, hierarquia como em um exército, estão classificados em diferentes ordens (Is 6.2; 1Ts 4.16; 1Pe 3.22; Ap 12.7). São dotados de qualidade, tais como: mansidão, sabedoria, poder, santidade. (2Pe 2.11; Jd 9; 2Sm 14.20; Sl 103.20; Mt 25.31). São milhares e milhares, os números de anjos existentes, são incontáveis! (Jó 25.3; Hb 12.22). E todos eles acompanharão a Jesus Cristo em Sua segunda vinda (Mat. 25:31).

Contudo, nem todos os anjos continuaram obedientes a Deus. De acordo com as Sagradas Escrituras, há milhares de anos antes da criação deste mundo, o mal originou-se misteriosamente no coração de Lúcifer, o mais elevado dos anjos no Céu (Ez 28:15-17). Ele ocupava o lugar mais exaltado que um ser criado poderia desejar: estava no santo monte de deus, rodeado por esplendor e riqueza. Ezequiel 28:14 retrata Lúcifer como alguém que ficava passeando entre as “pedras fulgurantes” (NVI). Não satisfeito com a sua posição privilegiada, Lúcifer desejou o poder, a posição, a autoridade e a glória de Deus; não o Seu amor, Sua misericórdia. Sendo um ser criado, sua posição sempre seria inferior à de seu Criador, Cristo. Ele quis receber as mais altas honras depois de Deus, no Céu, como não o recebeu, encheu-se de inveja, ciúmes e ódio, rebelando-se contra Deus, tornando-se o inimigo de Deus (Is 14:12-14). Ele arrastou em sua rebelião contra Deus a terça parte dos anjos do Céu (Ap 12: 3, 7-10), os quais juntamente com o diabo foram expulsos do Céu para a Terra. (Ap 12:7-9).  Ao vir para a Terra, Satanás tratou logo de enredar o primeiro casal humano, Adão e Eva, nesse conflito entre ele e Deus. Ao enganá-los junto à árvore proibida no Éden, Satanás trouxe esse conflito para a Terra, e desde então temos convivido com as consequências disso (Gn 3). Desde então a Terra foi envolvida na luta entre o bem e o mal. Segundo a Bíblia, todos esses anjos maus estão reservados para a destruição eterna após o Milênio bíblico (Mt 25:41; Jd 6; Ap 20:1-14).

Não sabemos por que o pecado surgiu em Lúcifer, um ser criado perfeito (Ez 28:15). Ellen White diz que “pouco a pouco Lúcifer veio a condescender com o desejo de exaltação própria” (Patriarcas e Profetas). Como, então, surgiu o pecado em Lúcifer? Não há respostas. Isso constitui-se num mistério. Não há desculpas para o pecado. Como seres humanos estamos acostumados a relações de causa e efeito. Mas o pecado não tem uma causa. Simplesmente não há uma razão para o mal. Ele é irracional e absurdo.

Talvez jamais compreendamos plenamente como o pecado pôde se originar num Universo perfeito, com seres perfeitos, primeiro com Satanás no Céu e, posteriormente, com os seres humanos na Terra. Apesar disso, sabemos que Deus dotou Suas criaturas inteligentes da liberdade de escolhas. A rebelião de Satanás e a desobediência de Adão e Eva à lei de amor foram escolhas deliberadas de cada um deles.

Temos um Anjo da Guarda?

Mas o que mais toca o meu coração é saber temos um anjo da guarda, designado por Deus para cuidar de nós individualmente; que este anjo nos guarda todos os dias de nossa vida, se formos fiéis a Deus. Há base bíblica para tal crença. A Bíblia afirma: “Vede, não desprezeis a qualquer destes pequeninos; porque eu vos afirmo que os seus anjos nos céus veem incessantemente a face de meu Pai celeste.” (Mt 18:10). Repare que Jesus disse "seus anjos", indicando claramente que essas pessoas têm seus próprios anjos. Existe um versículo no AT que ajuda a defender a ideia de que existe um anjo que nos protege, quando diz: "Vou enviar um anjo adiante de ti para te proteger no caminho e para te conduzir ao lugar que te preparei". (Ex 23:20). Há um lindo verso da Bíblia que diz: “O anjo do Senhor acampa-se ao redor dos que O temem e os livra” (Sl 34:7).

Outra passagem do livro de Salmos também atesta a existência dos anjos da guarda, veja: "Se você fizer do Altíssimo o seu refúgio, nenhum mal o atingirá, desgraça alguma chegará à sua tenda. Porque a seus anjos ele dará ordens a seu respeito, para que o protejam em todos os seus caminhos; com as mãos eles o segurarão, para que você não tropece em alguma pedra" (Salmos 91:9-12, NVI). O apóstolo Paulo afirma claramente que uma das funções dos anjos é servir aqueles que herdarão a vida eterna: Os anjos não são, todos eles, espíritos ministradores enviados para servir aqueles que hão de herdar a salvação?” (Hebreus 1:14, NVI).

Baseado nos textos acima, a escritora cristã Ellen White afirmou: “Um anjo da guarda é designado a todo seguidor de Cristo, estes vigias celestiais protegem aos justo do poder maligno. [...] Anjos Seus são comissionados para cuidarem de nós, e se nos colocarmos sob sua proteção, no tempo do perigo estarão ao nosso lado” (A Verdade Sobre os Anjos, p. 14).

O nosso anjo da guarda acompanha-nos por toda a vida. Não vemos a atuação deles para nos proteger dos perigos, da tentação e do mal. Mas esse ministério deles é real. “Se pudessem ver os muitos perigos através dos quais vocês são guiados a salvo cada dia por esses mensageiros do Céu, a gratidão lhes brotaria do coração e encontraria expressão em seus lábios” (Ellen G. White, ibid., p. 18).

 Conheceremos nosso Anjo da Guarda na Gloriosa Vinda de Jesus

Um outro aspecto desse estudo que me emociona bastante e enche meu coração de alegria, é saber que nosso anjo da guarda será o primeiro a saudar-nos quando Jesus voltar em glória e Majestade, quando iremos conhecê-los, e que, com eles poderemos conversar detidamente face a face no lar celestial. Declara o Espírito de Profecia que então “Todo remido compreenderá o serviço dos anjos em sua própria vida. Que maravilha será entreter conversa com o anjo que foi a sua guarda desde os seus primeiros momentos, que lhe vigiou os passos e cobriu a cabeça no dia de perigo, que assinalou o seu lugar de repouso, que foi o primeiro a saudá-lo na manhã da ressurreição, e dele aprender a história da interposição divina na vida individual, e da cooperação celeste em toda a obra em prol da humanidade” (Ellen G. White, Educação, p. 304, 305).

Eu fico a pensar no meu próprio anjo da guarda. Não o conheço, mas creio que ele está sempre a meu lado, e que ele tem me acompanhado durante os anos de minha vida. Ele deixou as alegrias do Céu para o meu próprio interesse. Ao longo dos meus 45 anos de vida já deixei-o triste diversas vezes por não ter feito a vontade de Deus, mas a minha própria. Já dei muito trabalho para ele. Olhando para trás e recordando os dias de minha infância, posso ver que o Senhor Deus, através dos Seus anjos, protegeu-me de males e perigos Todos nós podemos fazer a mesma declaração. Sei que não mereço a sua companhia, mas ele está sempre comigo lutando as batalhas contra o mal ao meu lado.

Que emoção será ver o rosto sereno do meu anjo da guarda com seu semblante nobre! Por certo vou indagar a respeito de alguns aspectos da minha vida passada e de alguns detalhes que eu ainda não entendo. Porém, a mais importante indagação que poderei fazer, talvez, seja a seguinte: Meu anjo da guarda, você tem-me acompanhado através dos anos até agora, diga-me como você me ajudou a está aqui no Céu? Realmente, que diálogo significativo seria este!

Eu tenho a certeza que serei salvo. E, essa certeza não resulta dos meus méritos, porque não os tenho. Mas da certeza oferecida por Jesus. Em João 6.37-40, encontramos a seguinte garantia: "Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim; e o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora. Porque eu desci do céu, não para fazer a minha própria vontade, e sim a vontade daquele que me enviou. E a vontade de quem me enviou é esta: que nenhum eu perca de todos os que me deu; pelo contrário, eu o ressuscitarei no último dia. De fato, a vontade de meu Pai é que todo homem que vir o Filho e nele crer tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia" (João 6:37-40).

A mesma promessa é retomada em João 10.27-29: "As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão. Aquilo que meu Pai me deu é maior do que tudo; e da mão do Pai ninguém pode arrebatar" (João 10:27-29).

Há outra garantia em João 11:25-26, no contexto de uma conversa com Marta, a irmã de Lázaro: "Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá; e todo o que vive e crê em mim não morrerá, eternamente. Crês isto?" (João 11:25-26).

Destas palavras ressoa um claro ensino: todo aquele que confessa e aceita a Jesus Cristo como seu Salvador e Senhor da sua vida pode ter certeza de sua salvação, significando que pode crer que, ao longo desta vida, tem o Espírito Santo ao seu lado e, na vida futura, fluirá toda a eternidade na presença de Deus no céu. Jesus veio para nos resgatar do medo de não ser amado por Deus, Deus que enviou o seu Filho Jesus Cristo ao mundo para que todo aquele que nele crer não pereça mas tenha a vida eterna (João 3.16).

Salvo pela graça de Deus, mediante a fé nEle (Ef 2:8-10), o meu anjo da guarda, na manhã radiosa da volta de Jesus, não terá que concluir que tudo foi em vão, para que eu alcançasse a salvação eterna! Seremos, enfim, companheiros ao longo das eras eternas.

Caro amigo leitor, pense nisto. Não gostaria você de valorizar o sacrifício de Cristo na cruz do Calvário, os rogos do Espírito Santo e os cuidados do seu anjo da guarda, consagrando hoje a sua vida inteiramente para a eterna salvação?




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