Teologia

quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

O FIM SE APROXIMA



Pr. Gilberto Farias

A Inspiração antecipa uma sequência de eventos antes do fim.

A igreja, como é caracterizada em Apocalipse 3:14-21 em seu estado de mornidão, deixará esta situação desconfortável pela presença da chuva serôdia, criando uma nova trajetória espiritual. Ela triunfará de forma resplandecente e gloriosa. Antes, porém, teremos que passar por uma implacável perseguição político-religiosa e um amargo tempo de angústia. A seguir, estudaremos um pouco desta ordem de eventos.

1. União sócioeconômica

Vivemos numa situação socioeconômica ímpar na história da humanidade. Toda a conjuntura social e econômica mundial procura produzir um sentimento generalizado de que a porta de escape para solucionar a crise financeira que se abate sobre o mundo, é o intercâmbio entre as nações e a união de grandes empresas. Veem nessas uniões - com uma mesma moeda, um único código de trânsito e as mesmas leis de convivência - uma fórmula para enfrentar as difíceis perspectivas dos profetas da economia.

2. União religiosa e o decreto dominical

Parece-nos que a onda de unificação também está procurando invadir conceitos mais delicados e sensíveis no campo religioso. Por exemplo, na atualidade os protestantes não veem com olhos inimigos os seus antigos perseguidores do século XVI. 

O livro de Apocalipse 16:13 e 14 fala de uma união religiosa formada por três poderes - o dragão, representado pelo espiritismo; a besta, pelo papado; e o falso profeta, pelo protestantismo apostatado. Os três concordam doutrinalmente que o domingo é santo e que a alma humana é imortal e pretendem através da força de lei que sejam obedecidos com a ajuda do braço do Estado, a fim de que esta imposição seja colocada em prática.

"A substituição da lei de Deus pelas dos homens, a exaltação, por autoridade meramente humana, do domingo, posto em lugar do sábado bíblico, é o derradeiro ato do drama. Quando essa substituição se tornar universal, Deus Se revelará. Ele Se erguerá em Sua majestade para sacudir terrivelmente a Terra."1

"Quando o protestantismo estender os braços através do abismo, a fim de dar uma das mãos ao poder romano e a outra ao espiritismo, quando por influência dessa tríplice aliança a América do Norte for induzida a repudiar todos os princípios de sua Constituição, que fizeram dela um governo protestante e republicano, e adotar medidas para a propagação dos erros e falsidades do papado, podemos saber que é chegado o tempo das operações maravilhosas de Satanás e que o fim está próximo."2

Este decreto que sinaliza uma harmoniosa perspectiva pela sua natureza de boa vontade, criando um clima de paz entre as religiões e entre os povos, por sua vez procurará apagar uma longa história de perseguição, intransigência e mortes; e ganha, agora, ares  imprevisíveis com a queda das pragas e a desilusão que se seguirá, chegando ao ponto do decreto se tornar em lei de morte para os que não obedecerem. (Apoc. 13:15.)

3. Carismatismo e pentecostalismo

A função destes fortes movimentos no processo ecumênico, é determinante. E visível a onda de carismatismo que se espalha nas igrejas tradicionais que estacionaram ou diminuíram o número e a presença de fieis nas reuniões de culto. Hoje, o pentecostalismo é o selo de sucesso para qualquer movimento religioso que deseje crescer quantitativa e financeiramente. Até mesmo na Igreja Católica, tradicionalmente conhecida pela sua rigidez ortodoxa, existe uma forte ala carismática que apresenta a forma de culto semelhante à das demais igrejas pentecostais. O carismatismo tem duas funções na profecia. A primeira é criar um elo de ligação entre as igrejas com a prática do dom de falar línguas estranhas como evidência do batismo do Espírito Santo. E sua segunda função profética: Este movimento cumprirá o falso reavivamento que imitar á o refrigério que acontecer á com a igreja adventista próximo ao tempo do alto clamor, criando, assim, nos indecisos que se encontram em Babilônia, dúvidas sobre a veracidade e origem da manifestação entre o povo do Senhor. Apenas os sinceros perceberão o segredo, pois "o Espírito Santo Deus outorgou aos que Lhe obedecem".3

4. Situação da Igreja

Em 1883, Ellen White escreveu: "Houvessem os adventistas, depois da grande decepção de 1844, ficado firmes na fé, e seguido avante em união no caminho aberto pela providência de Deus, ... haveriam visto a salvação de Deus, o Senhor haveria cooperado poderosamente com seus esforços, a obra se haveria completado, e Cristo haveria vindo antes disto para receber Seu povo para lhes dar o galardão. ...

"Por quarenta anos a incredulidade, murmurações e rebelião excluíram o antigo Israel da terra de Canaã. Os mesmos pecados têm retardado a entrada do moderno Israel na Cana ã celeste. ... E a incredulidade, o mundanismo, a falta de consagração e a contenda entre o professo povo do Senhor que nos têm conservado neste mundo de pecado e dor por tantos anos."4

5. Sábado - tema central do conflito

"Abriu-se no Céu o templo de Deus e a arca do Seu concerto foi vista no Seu templo."5

A importância que Deus dá para Sua lei é representada neste verso do livro de Apocalipse. O sábado também tem um sentido especial quando ganha coloridos escatológicos, pois ele traçará visivelmente uma separação entre os fiéis e os ímpios e será evidenciado pelo selamento de Deus aos obedientes observadores do sábado, e os que aceitarem o domingo em seu lugar serão assinalados com o sinal da besta.

Cabe esclarecer que "somente depois que esta situação esteja assim plenamente exposta perante o povo, e este seja levado a optar entre os mandamentos de Deus e os dos homens, é que, então, aqueles que continuam a transgredir hão de receber 'o sinal da besta"'.6

6. Sinais

A igreja precisa ser reavivada e estar unida para tornar-se triunfante. Necessita de acontecimentos externos para terminar a pregação do evangelho. Diante do espaço alcançado atualmente pela igreja no mundo das telecomunicações, como o rádio e a TV, não temos dúvidas de que Deus está abrindo estas oportunidades para uma evangelização rápida, pois é evidente a forma em que é representada a urgência do alto clamor do anjo de Apocalipse 18:1, quando a Terra será iluminada de forma apoteótica, com o convite final aos povos para abandonarem Babilônia e unirem-se à igreja de Deus.

O decreto dominical criará uma conscientização geral de que Jesus não mais tardará e que a perseguição começar à de forma diplomática, a princípio, e só após virá então o desfecho mais cruel. Temos, porém, a convicção de que o nosso pão e a nossa água serão certos e que diante dos juízes da Terra as nossas palavras serão dirigidas pelo Espírito Santo.

7. Reavivamento

Três coisas para que o Espírito Santo seja derramado sobre a Igreja:
1. Sentir necessidade - "Se todos estivessem dispostos, todos seriam cheios do Espírito."7

2. Eliminar dissensões - "Antes do dia de Pentecoste [os discípulos] se reuniram e tiraram dentre eles todas as desinteligências." 8

3. Desalojar o eu - "Quando uma pessoa está inteiramente vazia do próprio eu, quando todo falso deus é expulso da alma, o vazio é preenchido com a comunicação do Espírito de Cristo."9 O reavivamento criará na igreja uma separação lógica dos que aceitam a Jesus e dos que apenas tiveram uma experiência superficial com Deus.

8. Pragas

Com o derramamento da primeira praga, alguns acontecimentos sucedem:
1. A porta da graça será fechada - Apoc. 22:11.
2. O Espírito Santo será retirado da Terra.
3. Os fiéis serão selados - Apoc. 7:3.
4. A igreja passar á pelo grande tempo de angústia de Jacó.

A angústia de Jacó será sentida somente pelos fiéis, e a questão é sobre os pecados cometidos no passado. Será uma angústia mental. E diferente da pequena angústia provocada com a promulgação do decreto dominical, que coloca limites e restrições à liberdade pessoal e religiosa. Gostaríamos de ressaltar que a nossa experiência de justificação e comunhão, hoje, será determinante durante o período das pragas.

9. Volta de Cristo

Uma série de pequenos e importantes acontecimentos tem lugar ao nos aproximarmos do tempo da Segunda Vinda de Cristo. Entre estes, destaca-se a força da sétima praga, que é descrita assim:
"Há um grande terremoto 'como nunca tinha havido desde que há homens sobre a Terra; tal foi este tão grande terremoto'. Apoc. 16:18. O firmamento parece abrir-se e fechar-se. A glória do trono de Deus dir-se-ia atravessar a atmosfera. As montanhas agitam-se como a cana ao vento, e anfractuosas rochas são espalhadas por todos os lados. Há um estrondo como de uma tempestade a sobrevir. O mar é açoitado com fúria. Ouve-se o sibilar do furacão, semelhante à voz de demônio s na missão de destruir. A terra inteira se levanta, dilatando-se como as ondas do mar. Sua superfície está a quebrar-se. Seu próprio fundamento parece ceder. Cadeias de montanhas estão a soçobrar. Desaparecem ilhas habitadas. Os portos marítimos que, pela iniquidade , se tornaram como Sodoma, sã o tragados pelas águas enfurecidas ... "Abrem-se sepulturas ... Todos os que morreram na fé da mensagem do terceiro anjo saem do túmulo glorificados, para ouvirem o concerto de paz, estabelecido por Deus com os que guardaram a Sua lei. 'Os mesmos que O trespassaram' (Apoc. 1:7), os que zombaram e escarneceram da agonia de Cristo, e os mais acérrimos inimigos de Sua verdade e povo, ressuscitam para contemplá-Lo em Sua glória, e ver a honra conferida aos fiéis e obedientes."10

No meio de manifestações sobrenaturais mexendo no comportamento dos elementos físicos e com o ser humano, os que rejeitaram a Jesus são lançados em estado de completa desilusão e terror. "Surge logo no Oriente uma pequena nuvem negra, aproximadamente da metade do tamanho da mão de um homem. E a nuvem que rodeia o Salvador, e que, a distância, parece estar envolta em trevas. O povo de Deus sabe ser esse o sinal do Filho do homem. Em solene silêncio fitam-na enquanto se aproxima da Terra, mais e mais brilhante e gloriosa, até se tornar grande nuvem branca, mostrando na base uma glória semelhante ao fogo consumidor e encimada pelo arco-íris do concerto. Jesus, na nuvem, avança como poderoso vencedor."11

Conclusão
Esta Igreja que hoje vemos não será a mesma após os grandes e poderosos acontecimentos aqui descritos. Seus fracos e vacilantes membros serão transformados em verdadeiros guerreiros e corajosos cristãos. A conversão verdadeira, a descida do Espírito Santo, a certeza da iminente volta de Jesus, tornarão a experiência destes semelhante à dos discípulo s antes e depois da cruz.

Os que criticam a Igreja hoje, achando-a semelhante a Babilônia, igreja fraca em amor, sem o Espírito Santo, e outros termos, criticariam a Pedro, João, Tiago e os demais apóstolo s antes de seu batismo pelo Espírito Santo.

A Igreja e a arca de No é são semelhantes. Ambas são o templo físico de Deus para testemunhar da salvação e de que qualquer atitude de descrença nos meios indicados por Deus, sofrerá o castigo da desobediência. Esta Igreja triunfar á sobre os poderes do mal, e se desejamos ser vencedores com ela, precisamos olhar para o nosso interior e fazer um exame introspectivo do nosso estado espiritual. O grande anelo de Deus é que estejamos nos preparando fervorosamente para passarmos por todos esses acontecimentos em estrita comunhão com Cristo, e assim, sermos vencedores como Ele foi.

Referências:

1. Testemunhos Seletos, vol. 3, págs. 142 e 143.

2. Testemunhos Seletos, vol. 2, pág. 151.

3. Atos 5:32.

4. Mensagens Escolhidas, vol. 1, págs. 68 e 69.

5. Apocalipse 11:19.

6. O Grande Conflito, pág. 449.

7. Atos dos Apóstolos, pág. 50.

8. O Desejado de Todas as Nações, pág. 827.

9. Obreiros Evangélicos, pág. 287.

10. O Grande Conflito, págs. 636 e 637.

11. O Grande Conflito, págs. 640 e 641.

FONTE: Revista Adventista, Julho de 1996, p. 8 e 9

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