Pr.
Gilberto Farias
A Inspiração antecipa
uma sequência de eventos antes do fim.
A igreja, como é
caracterizada em Apocalipse 3:14-21 em seu estado de mornidão, deixará esta
situação desconfortável pela presença da chuva serôdia, criando uma nova
trajetória espiritual. Ela triunfará de forma resplandecente e gloriosa. Antes,
porém, teremos que passar por uma implacável perseguição político-religiosa e
um amargo tempo de angústia. A seguir, estudaremos um pouco desta ordem de
eventos.
1.
União sócioeconômica
Vivemos numa situação
socioeconômica ímpar na história da humanidade. Toda a conjuntura social e
econômica mundial procura produzir um sentimento generalizado de que a porta de
escape para solucionar a crise financeira que se abate sobre o mundo, é o
intercâmbio entre as nações e a união de grandes empresas. Veem nessas uniões -
com uma mesma moeda, um único código de trânsito e as mesmas leis de
convivência - uma fórmula para enfrentar as difíceis perspectivas dos profetas
da economia.
2.
União religiosa e o decreto dominical
Parece-nos que a onda
de unificação também está procurando invadir conceitos mais delicados e
sensíveis no campo religioso. Por exemplo, na atualidade os protestantes não
veem com olhos inimigos os seus antigos perseguidores do século XVI.
O livro de Apocalipse
16:13 e 14 fala de uma união religiosa formada por três poderes - o dragão,
representado pelo espiritismo; a besta, pelo papado; e o falso profeta, pelo
protestantismo apostatado. Os três concordam doutrinalmente que o domingo é
santo e que a alma humana é imortal e pretendem através da força de lei que
sejam obedecidos com a ajuda do braço do Estado, a fim de que esta imposição
seja colocada em prática.
"A substituição da
lei de Deus pelas dos homens, a exaltação, por autoridade meramente humana, do
domingo, posto em lugar do sábado bíblico, é o derradeiro ato do drama. Quando essa
substituição se tornar universal, Deus Se revelará. Ele Se erguerá em Sua
majestade para sacudir terrivelmente a Terra."1
"Quando o
protestantismo estender os braços através do abismo, a fim de dar uma das mãos
ao poder romano e a outra ao espiritismo, quando por influência dessa tríplice
aliança a América do Norte for induzida a repudiar todos os princípios de sua
Constituição, que fizeram dela um governo protestante e republicano, e adotar medidas
para a propagação dos erros e falsidades do papado, podemos saber que é chegado
o tempo das operações maravilhosas de Satanás e que o fim está próximo."2
Este decreto que
sinaliza uma harmoniosa perspectiva pela sua natureza de boa vontade, criando
um clima de paz entre as religiões e entre os povos, por sua vez procurará
apagar uma longa história de perseguição, intransigência e mortes; e ganha,
agora, ares imprevisíveis com a queda
das pragas e a desilusão que se seguirá, chegando ao ponto do decreto se tornar
em lei de morte para os que não obedecerem. (Apoc. 13:15.)
3.
Carismatismo e pentecostalismo
A função destes fortes
movimentos no processo ecumênico, é determinante. E visível a onda de carismatismo
que se espalha nas igrejas tradicionais que estacionaram ou diminuíram o número
e a presença de fieis nas reuniões de culto. Hoje, o pentecostalismo é o selo
de sucesso para qualquer movimento religioso que deseje crescer quantitativa e
financeiramente. Até mesmo na Igreja Católica, tradicionalmente conhecida pela
sua rigidez ortodoxa, existe uma forte ala carismática que apresenta a forma de
culto semelhante à das demais igrejas pentecostais. O carismatismo tem duas
funções na profecia. A primeira é criar um elo de ligação entre as igrejas com
a prática do dom de falar línguas estranhas como evidência do batismo do
Espírito Santo. E sua segunda função profética: Este movimento cumprirá o falso
reavivamento que imitar á o refrigério que acontecer á com a igreja adventista
próximo ao tempo do alto clamor, criando, assim, nos indecisos que se encontram
em Babilônia, dúvidas sobre a veracidade e origem da manifestação entre o povo
do Senhor. Apenas os sinceros perceberão o segredo, pois "o Espírito Santo
Deus outorgou aos que Lhe obedecem".3
4.
Situação da Igreja
Em 1883, Ellen White
escreveu: "Houvessem os adventistas, depois da grande decepção de 1844,
ficado firmes na fé, e seguido avante em união no caminho aberto pela
providência de Deus, ... haveriam visto a salvação de Deus, o Senhor haveria
cooperado poderosamente com seus esforços, a obra se haveria completado, e
Cristo haveria vindo antes disto para receber Seu povo para lhes dar o
galardão. ...
"Por quarenta anos
a incredulidade, murmurações e rebelião excluíram o antigo Israel da terra de
Canaã. Os mesmos pecados têm retardado a entrada do moderno Israel na Cana ã celeste.
... E a incredulidade, o mundanismo, a falta de consagração e a contenda entre
o professo povo do Senhor que nos têm conservado neste mundo de pecado e dor
por tantos anos."4
5.
Sábado - tema central do conflito
"Abriu-se no Céu o
templo de Deus e a arca do Seu concerto foi vista no Seu templo."5
A importância que Deus
dá para Sua lei é representada neste verso do livro de Apocalipse. O sábado
também tem um sentido especial quando ganha coloridos escatológicos, pois ele
traçará visivelmente uma separação entre os fiéis e os ímpios e será evidenciado
pelo selamento de Deus aos obedientes observadores do sábado, e os que
aceitarem o domingo em seu lugar serão assinalados com o sinal da besta.
Cabe esclarecer que
"somente depois que esta situação esteja assim plenamente exposta perante
o povo, e este seja levado a optar entre os mandamentos de Deus e os dos
homens, é que, então, aqueles que continuam a transgredir hão de receber 'o
sinal da besta"'.6
6.
Sinais
A igreja precisa ser
reavivada e estar unida para tornar-se triunfante. Necessita de acontecimentos
externos para terminar a pregação do evangelho. Diante do espaço alcançado
atualmente pela igreja no mundo das telecomunicações, como o rádio e a TV, não
temos dúvidas de que Deus está abrindo estas oportunidades para uma
evangelização rápida, pois é evidente a forma em que é representada a urgência
do alto clamor do anjo de Apocalipse 18:1, quando a Terra será iluminada de
forma apoteótica, com o convite final aos povos para abandonarem Babilônia e
unirem-se à igreja de Deus.
O decreto dominical
criará uma conscientização geral de que Jesus não mais tardará e que a
perseguição começar à de forma diplomática, a princípio, e só após virá então o
desfecho mais cruel. Temos, porém, a convicção de que o nosso pão e a nossa água
serão certos e que diante dos juízes da Terra as nossas palavras serão
dirigidas pelo Espírito Santo.
7.
Reavivamento
Três coisas para que o
Espírito Santo seja derramado sobre a Igreja:
1. Sentir necessidade -
"Se todos estivessem dispostos, todos seriam cheios do Espírito."7
2. Eliminar dissensões
- "Antes do dia de Pentecoste [os discípulos] se
reuniram e tiraram dentre eles todas as desinteligências." 8
3. Desalojar o eu -
"Quando uma pessoa está inteiramente vazia do próprio eu, quando todo
falso deus é expulso da alma, o vazio é preenchido com a comunicação do
Espírito de Cristo."9 O reavivamento criará na igreja uma separação
lógica dos que aceitam a Jesus e dos que apenas tiveram uma experiência
superficial com Deus.
8.
Pragas
Com o derramamento da
primeira praga, alguns acontecimentos sucedem:
1. A porta da graça
será fechada - Apoc. 22:11.
2. O Espírito Santo
será retirado da Terra.
3. Os fiéis serão
selados - Apoc. 7:3.
4. A igreja passar á
pelo grande tempo de angústia de Jacó.
A angústia de Jacó será
sentida somente pelos fiéis, e a questão é sobre os pecados cometidos no
passado. Será uma angústia mental. E diferente da pequena angústia provocada
com a promulgação do decreto dominical, que coloca limites e restrições à
liberdade pessoal e religiosa. Gostaríamos de ressaltar que a nossa experiência
de justificação e comunhão, hoje, será determinante durante o período das
pragas.
9.
Volta de Cristo
Uma série de pequenos e
importantes acontecimentos tem lugar ao nos aproximarmos do tempo da Segunda
Vinda de Cristo. Entre estes, destaca-se a força da sétima praga, que é
descrita assim:
"Há um grande
terremoto 'como nunca tinha havido desde que há homens sobre a Terra; tal foi
este tão grande terremoto'. Apoc. 16:18. O firmamento parece abrir-se e
fechar-se. A glória do trono de Deus dir-se-ia atravessar a atmosfera. As
montanhas agitam-se como a cana ao vento, e anfractuosas rochas são espalhadas
por todos os lados. Há um estrondo como de uma tempestade a sobrevir. O mar é
açoitado com fúria. Ouve-se o sibilar do furacão, semelhante à voz de demônio s
na missão de destruir. A terra inteira se levanta, dilatando-se como as ondas
do mar. Sua superfície está a quebrar-se. Seu próprio fundamento parece ceder.
Cadeias de montanhas estão a soçobrar. Desaparecem ilhas habitadas. Os portos
marítimos que, pela iniquidade , se tornaram como Sodoma, sã o tragados pelas
águas enfurecidas ... "Abrem-se sepulturas ... Todos os que morreram na fé
da mensagem do terceiro anjo saem do túmulo glorificados, para ouvirem o
concerto de paz, estabelecido por Deus com os que guardaram a Sua lei. 'Os
mesmos que O trespassaram' (Apoc. 1:7), os que zombaram e escarneceram da
agonia de Cristo, e os mais acérrimos inimigos de Sua verdade e povo,
ressuscitam para contemplá-Lo em Sua glória, e ver a honra conferida aos fiéis
e obedientes."10
No meio de manifestações
sobrenaturais mexendo no comportamento dos elementos físicos e com o ser humano,
os que rejeitaram a Jesus são lançados em estado de completa desilusão e
terror. "Surge logo no Oriente uma pequena nuvem negra, aproximadamente da
metade do tamanho da mão de um homem. E a nuvem que rodeia o Salvador, e que, a
distância, parece estar envolta em trevas. O povo de Deus sabe ser esse o sinal
do Filho do homem. Em solene silêncio fitam-na enquanto se aproxima da Terra,
mais e mais brilhante e gloriosa, até se tornar grande nuvem branca, mostrando
na base uma glória semelhante ao fogo consumidor e encimada pelo arco-íris do
concerto. Jesus, na nuvem, avança como poderoso vencedor."11
Conclusão
Esta Igreja que hoje
vemos não será a mesma após os grandes e poderosos acontecimentos aqui
descritos. Seus fracos e vacilantes membros serão transformados em verdadeiros
guerreiros e corajosos cristãos. A conversão verdadeira, a descida do Espírito
Santo, a certeza da iminente volta de Jesus, tornarão a experiência destes
semelhante à dos discípulo s antes e depois da cruz.
Os que criticam a
Igreja hoje, achando-a semelhante a Babilônia, igreja fraca em amor, sem o
Espírito Santo, e outros termos, criticariam a Pedro, João, Tiago e os demais apóstolo
s antes de seu batismo pelo Espírito Santo.
A Igreja e a arca de No
é são semelhantes. Ambas são o templo físico de Deus para testemunhar da
salvação e de que qualquer atitude de descrença nos meios indicados por Deus,
sofrerá o castigo da desobediência. Esta Igreja triunfar á sobre os poderes do
mal, e se desejamos ser vencedores com ela, precisamos olhar para o nosso
interior e fazer um exame introspectivo do nosso estado espiritual. O grande anelo
de Deus é que estejamos nos preparando fervorosamente para passarmos por todos
esses acontecimentos em estrita comunhão com Cristo, e assim, sermos vencedores
como Ele foi.
Referências:
1. Testemunhos Seletos,
vol. 3, págs. 142 e 143.
2. Testemunhos Seletos,
vol. 2, pág. 151.
3. Atos 5:32.
4. Mensagens
Escolhidas, vol. 1, págs. 68 e 69.
5. Apocalipse 11:19.
6. O Grande Conflito,
pág. 449.
7. Atos dos Apóstolos, pág.
50.
8. O Desejado de Todas
as Nações, pág. 827.
9. Obreiros
Evangélicos, pág. 287.
10. O Grande Conflito,
págs. 636 e 637.
11. O Grande Conflito,
págs. 640 e 641.
FONTE: Revista
Adventista, Julho de 1996, p. 8 e 9
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