Teologia

quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

ARMAGEDOM: A ÚLTIMA BATALHA

Vanderlei Dorneles*

O exército vencedor vai compartilhar o governo do universo

Por ocasião da sexta praga, “as águas do grande rio Eufrates” se secam a fim de preparar o caminho dos “reis que vêm do lado do nascimento do sol”. O profeta vê sair da boca do dragão, da besta e do falso profeta “três espíritos imundos” que fazem sinais a fim de seduzir os “reis do mundo inteiro”, os quais se juntam no lugar chamado “Armagedom” (Ap 16:12-16).

Esse é um dos temas mais atrativos e bem elaborados do Apocalipse. João entrelaça ao relato do Armagedom diversos eventos, personagens e imagens do Antigo Testamento. Interpretá-lo é um desafio.

Hans LaRondelle reporta a visão adventista do Armagedom em quatro fases: (1) Desde 1844, o evento foi visto como uma batalha final entre Cristo e as forças de Satanás no segundo advento. (2) A partir dos anos 1870, passou a ser uma guerra política e militar entre as nações pelo domínio da Palestina. (3) Em 1900, tornou-se um conflito secular, centralizado na Palestina, entre Oriente e Ocidente. Por fim, (4) depois de 1950, foi retomada a visão dos pioneiros de uma batalha escatológica centrada na questão do sábado.1

No Comentário Bíblico Adventista sobressai o entendimento de que o ajuntamento das nações (Ap 16:16) seria um “processo gradativo” que ocorreria “antes das pragas”. A batalha começa “quando os poderes religiosos e políticos da Terra” iniciam o “ataque final ao povo remanescente de Deus”.2 Isso sugere que o decreto dominical desencadeia o Armagedom.

Intérpretes mais recentes, no entanto, dizem que a batalha começa não antes, mas depois das pragas. Ranko Stefanovic entende que Apocalipse 16:12 a 16 não revela o Armagedom, mas “a preparação e o grande ajuntamento dos poderes religiosos e políticos”. O confronto “ocorre após a sexta praga”.3 Jon Paulien vê a queda da Babilônia como o desfecho da guerra. Contudo, diz: “A sexta praga em si mesma não é a batalha do Armagedom. Em vez disso, ela é o ajuntamento das forças para esse conflito.” Ele compreende que “a batalha é referida na sétima praga”.4 Menos direto, Jacques Doukhan afirma que “a queda da Babilônia mística e a batalha que se segue preparam o caminho para a libertação final” dos santos.5

Essas análises recentes sugerem que, durante a sexta praga, sob influência dos “espíritos”, os ímpios se preparam para lutar contra Cristo e os santos. Assim, o clímax do Armagedom se daria na parousia, quando as forças ímpias serão finalmente derrotadas. De modo geral, o conflito é caracterizado como crítico para os santos, que são passivos na batalha vencida por Cristo.

Entretanto, embora Apocalipse 19 retrate o confronto entre “a besta e os reis da Terra” contra Cristo e Seu exército (v. 19), é difícil enxergar uma batalha dessas forças contra Deus após as seis primeiras pragas, as quais deixarão a Terra em completa devastação. No clímax do sexto selo, paralelo à sexta e sétima pragas (Ap 6:14; 16:20), os “reis da Terra” estarão aterrorizados em vez de preparados para uma luta (Ap 6:15; Is 2:10-12).

Alguns problemas emergem diante da visão de um Armagedom tardio, após a sexta praga. Se essa praga prevê os “preparativos” dos ímpios para o confronto, então, em vez de serem punidos, os inimigos se organizam para lutar contra Deus. Se essa praga é mais uma “taça” da ira de Deus (Ap 16:12; Sl 75:8; Jr 25:15), qual seria seu efeito sobre os ímpios? Enfim, em que consiste a sexta praga e quando começa o Armagedom?

Neste artigo analiso a natureza da última batalha e o momento em que ela deve ocorrer. Para falar do Armagedom, é preciso identificar as guerras de Israel mencionadas por João e como elas nos ajudam a entendê-lo. Além disso, precisamos delimitar o contexto imediato do Armagedom e suas implicações. Com base nesses passos, também discutimos o papel dos santos e a condição dos ímpios no conflito final.

O estudo está apoiado no conceito de intertextualidade, segundo o qual um texto é incorporado ou aplicado a outro texto, ampliando o contexto interpretativo do tema. Intertextualidade pode ser definida como “o engaste de fragmentos, imagens e ecos de um texto dentro de outro”.6 É a criação de um texto a partir de outro. Assemelha-se a fazer uma casa usando detalhes da planta de outra. Os antigos rabinos consideravam que a exegese intertextual se fundamentava na ideia de que “o texto contém um mistério comunicado por Deus que não é compreendido até que a solução seja dada por outro intérprete inspirado”.7 A correta aplicação do conceito fortalece o princípio geral de que a Bíblia explica a si mesma. Paulien diz que “o propósito das alusões [intertextuais] é levar o leitor a considerar a passagem do Antigo Testamento em questão e aplicar seu significado ao Apocalipse”.8

De fato, o uso da imagem do secamento das águas do Eufrates e do “monte” de Megido indica que o significado da sexta praga, bem como do Armagedom, depende dos textos originais dessas imagens. Além disso, ao observar o contexto do confronto final, nota-se que há um “relacionamento estrutural do Armagedom (Ap 16) com os capítulos anteriores e os seguintes”, o que indica que “o tema só pode ser entendido à luz do contexto imediato dos capítulos 12 a 19”.9

O monte de Megido

O termo “Armagedom” quer dizer “monte de Megido”. João uniu a palavra hebraica har (“monte”) com a transliteração grega do nome Megido. Com isso, o profeta não mencionou um local específico, mas criou um conceito. É certo que ele tinha em mente a região do vale de Megido, cercado de montanhas.

Na história bíblica, não só Megido, mas todo o vale de Jezreel foi cenário de diversos conflitos. Ali, sob a liderança de Débora e Baraque, Israel venceu o exército de Sísera (Jz 4:14; 5:19); Elias derrotou os profetas de Baal no Carmelo (1Rs 18), o monte mais célebre da região; o rei Josias morreu na batalha contra o faraó Neco (2Rs 23:29); e a rainha Jezabel morreu na cidade de Jezreel (2Rs 9:30-37). Ao relatar as visões de Apocalipse 12 a 19, João retomou figuras, personagens e termos específicos de cada um desses eventos.

Primeiramente, ao descrever a aliança entre os “três espíritos” e os “reis da Terra” (Ap 16:14; 17:1, 2, 18), João fez alusão ao Salmo 83, que canta a vitória de Débora e Baraque (Jz 4:4–5:31). O salmista diz que os inimigos de Deus “se alvoroçam” e “tramam astutamente” contra seu povo. Eles “tramam concordemente e firmam aliança” contra Deus (Sl 83:1-5, 9). O salmo retrata a batalha de Israel com uma linguagem profética que ecoa no Apocalipse: uma coalizão de infiéis erguendo-se contra os eleitos de Deus. A alusão implícita aos guerreiros Baraque e Gideão sugere um papel ativo dos santos na batalha final.

Além disso, o contexto do Armagedom retoma o confronto entre Elias e os profetas de Baal, no Carmelo. Ao comparar o relato de 1 Reis 18 e 19 e Apocalipse 12 a 19, temos os seguintes paralelos:

Monte Carmelo
Monte de Megido (Armagedom)
Yahweh x Baal
Trindade divina x trindade satânica
Elias
Remanescente
“Todo o Israel” “
“Habitantes da Terra”
Elias “ajunta” o povo
Espíritos “ajuntam” os reis
Idolatria a Baal
Adoração à besta
Altar de Deus é restaurado
Verdade é restaurada na Terra
Jezabel controla Acabe
Meretriz domina a besta e os reis
Rei Jeú mata Jezabel
Os reis destroem a meretriz
Elias mata os profetas de Baal
Cristo lança os inimigos no lago de fogo

A narrativa de Elias é como uma história de fundo para todo o relato de Apocalipse 12 a 19. Com base nesse evento, João previu a batalha do Armagedom como um confronto entre a verdadeira e a falsa religião. A alusão a Elias reforça o papel ativo dos santos, ao restaurarem a verdade na Terra.

Em terceiro lugar, a morte de Josias pelo faraó Neco, em 609 a.C., tornou o vale de Jezreel um lugar de “grande lamento” (2Cr 35:24, 25). João devia ter isso em mente ao usar seis vezes a palavra “pranto” (gr. penthos; Ap 18:7, 8, 11, 15, 19). A morte de Josias deu início ao fim de Judá. João usou o evento como um prenúncio de “grande lamento” por Babilônia (Ap 18:9-11, 19).

Esse “pranto” também faz alusão ao choro de Hadade-Rimom por seu primogênito (Zc 12:11) e, assim, relaciona o Armagedom com a décima praga do êxodo. Deus tinha advertido que haveria “grande clamor em toda a terra do Egito, como nunca houve”, porque “sobre todos os deuses do Egito” executaria “juízos” (Êx 11:6; 12:12). Nesse sentido, o Armagedom lembra a décima praga, que provocou “a morte da religião” dos egípcios,10 pois o primogênito era o sacerdote da família. LaRondelle diz que “o termo simbólico Harmagedon” pode ter o sentido literal de “monte da matança”.11

Assim, o tema do “lamento” sugere que o Armagedom será crítico para os ímpios, mais do que para os santos. O pranto dos perdidos será despertado na primeira praga e se intensificará até a sexta, com a queda da Babilônia, quando os deuses ou as religiões das nações serão “cortados” da Terra. Será o fim de qualquer esperança. Antes aliados, os “reis” vão aniquilar a “meretriz” Babilônia (Ap 17:16).

A queda da Babilônia

Essa previsão de perda e lamento por parte dos ímpios, no clímax do Armagedom, é indicada pela figura usada para descrever a sexta praga. João diz que a praga faz secar as “águas” do grande rio “Eufrates”. Ao contrário de “preparativos” para batalha, o símbolo bíblico de águas que se secam é indicativo da derrota dos ímpios e da vitória dos santos. Deus livrou os israelitas quando o Mar Vermelho se tornou em “terra seca” (Êx 14:21, 22), ocasião em que o faraó e seu exército sucumbiram ante o braço do Todo-Poderoso (Sl 74:13, 14). Isaías previu o fim do cativeiro babilônico afirmando que Deus, com “a força do seu vento”, moveria a mão contra o “Eufrates, ferindo-o” e dividindo-o (Is 11:15; 44:27). Assim, a secagem das águas prevê a derrota dos inimigos por ocasião da sexta praga.

O contexto deixa claro que a coalizão de reis que sustentam Babilônia na crise final será desfeita na sexta praga. João diz que os “três espíritos” buscam o apoio dos “reis do mundo inteiro” (Ap 16:13). Depois indica que a meretriz está “sentada sobre muitas águas” (17:1) e “montada” sobre os “reis” (17:2, 3, 17). Ainda afirma que as “águas são povos, multidões, nações e línguas” (17:15). Logo, a retirada das “águas” indica o fim do apoio dos reis e das nações da Terra à Babilônia (16:12). Assim, a secagem das águas determina a completa fragmentação da coalizão formada pelos “espíritos” (religiões) e os “reis” (poderes políticos) da Terra.

O papel ativo dos santos na queda de Babilônia fica mais claro ao se considerar a identidade geral deles no Apocalipse. João declarou que a secagem do Eufrates prepara o “caminho dos reis que vêm do lado do nascimento do sol”. Em geral a expressão é aplicada à vinda de Cristo com seus anjos. A frase é uma alusão a Ciro e seus aliados ao dominar a antiga Babilônia, chegando do “oriente” (Is 41:2; 45:21). No Apocalipse, porém, a expressão pode ser uma alusão a Cristo e seus santos, que, como “reis”, “reinarão” sobre a Terra (Dn 7:18, 27; Ap 3:21; 5:10; 20:4; 22:5). Os anjos não são referidos como reis.

João também declara que os “exércitos que há no Céu” seguem a Cristo (Ap 19:14); novamente, muitos pensam nos anjos. Entretanto, os santos é que são chamados de “o exército dos Céus”, contra quem se levanta o “chifre pequeno” (Dn 8:10). Os adjetivos “chamados, eleitos e fiéis” (Ap 17:14) são usados para os santos (Rm 1:6, 7; 1Co 1:2). As vestes do “exército” e as dos santos são o mesmo “linho finíssimo, branco e puro” (cf. Ap 19:14, 8). Há ainda um paralelo bem claro entre Apocalipse 17:14, em que a besta e os reis “pelejam” contra Cristo e os “eleitos e fiéis”, e Apocalipse 19:19, em que a besta e os reis estão “congregados” contra Cristo e seu “exército”. Logo, a expressão “preparar o caminho” pode sugerir um ajuste para entronizar os reis, que são Jesus e seus santos (ver Mt 3:3; 21:8, 9; Lc 1:76; 19:38).

Assim, o contexto amplo do Armagedom sugere que “os reis do oriente” bem como o Cavaleiro e seu “exército” sejam Jesus e os santos, em uma imagem de sua vitória final. Além disso, o quadro indica que os santos têm um papel ativo e cooperativo na vitória de Cristo, que resulta na queda definitiva da Babilônia. “Vencerão também os [...] que se acham com Ele [Cristo]” (Ap 17:14).

Início e fim do Armagedom

Uma vez que, no momento da sexta praga, a coalizão dos inimigos de Deus será desfeita, não parece haver possibilidade de os ímpios se organizarem para a batalha. Um Armagedom a ser travado após a sexta praga parece fora de lugar. Essa praga prevê justamente a fragmentação dos inimigos em vez de seu ajuntamento. Então, quando é que eles se juntam?

Uma relação entre os capítulos 13 e 16 pode ajudar a visualizar esse momento profético. João descreve “três espíritos” que saem da boca do dragão, da besta e do falso profeta, os quais “ajuntam” os reis da Terra para a batalha. Esses “três espíritos imundos”, que seriam três anjos caídos, são a contrapartida dos três anjos celestiais de Apocalipse 14.12 Os três anjos representam o remanescente que restaura a verdade e a lei de Deus na Terra. Os três demônios representam as religiões que difundem um sistema de culto contrário à lei de Deus.

Os “espíritos” se dirigem aos “reis”, ou seja, ao poder político. Essa afirmação sugere que, no tempo específico indicado em Apocalipse 16:14, os poderes religiosos estejam separados do poder político. Por isso, os demônios vão em busca do apoio dos reis. Nesse contexto, é importante notar que os “sinais” operados pela segunda besta (13:14) e os “sinais” operados pelos demônios (16:14) criam um paralelo entre os dois textos, destacando o fascínio do poder religioso como o elemento catalisador dos “reis da Terra” para o Armagedom. Assim, a ação dos “três espíritos” é paralela à ação do falso profeta em Apocalipse 13, e ambas marcam a mesma iniciativa do poder religioso em buscar o poder político, ou seja, a união entre a Igreja e o Estado, para o decorrente decreto dominical.

Nesse caso, o relato da ação dos espíritos em ajuntar “os reis do mundo inteiro” (Ap 16:14) pode ser visto como um parêntese na narrativa da sexta praga. Esse parêntese revelaria como a sustentação política da Babilônia foi construída, antes das pragas. Os versos 13 e 14 seriam um flashback à anterior formação da coalizão perseguidora, a ser quebrada na sexta praga. Assim, a ação da segunda besta, o mais poderoso dos “reis da Terra”, em impor a marca da besta e um boicote econômico global contra os que se opõem a ela (Ap 13:15-16) parece marcar o início do Armagedom.

É possível, portanto, que o Armagedom seja a mesma batalha referida em diferentes momentos do Apocalipse (12:17; 13:4, 7, 16; 16:14; 17:14; 19:19), a qual começaria antes das pragas, com a emissão do decreto dominical, e se estenderia até a segunda vinda de Jesus. Em todos esses textos, João usou o verbo polemeo ou o substantivo polemos para falar da “peleja” entre os santos e seus inimigos, o que cria um paralelo entre as referidas visões.

A princípio, a batalha será crítica para os santos, dos quais muitos serão mortos (Ap 13:15). No entanto, mesmo em situação difícil, o remanescente completará a missão de restaurar a verdade na Terra e desmascarará Babilônia, o que preparará o caminho para sua queda. A cada praga, os inimigos serão abatidos e os santos, vindicados. A “secagem das águas”, indicando a quebra da Babilônia, marcará o momento decisivo da virada, em que o remanescente será exaltado e os inimigos, abatidos.

Ellen White assinala que, antes das pragas, Satanás estará em ação para “ajuntar” os reis para o Armagedom. Em 1890, ela escreveu: “O tempo atual é solene e terrível para a igreja. Os anjos já estão cingidos, esperando a ordem de Deus para derramar suas taças de ira sobre o mundo. [...] Satanás também está arregimentando as forças do mal, dirigindo-se ‘aos reis do mundo inteiro’, ajuntando-os sob sua bandeira, [...] para ‘a peleja do grande Dia do Deus Todo-poderoso’”.13

Em 1902, prevendo a crise final por causa da restauração da verdade, ela reiterou: “Um terrível conflito encontra-se diante de nós. Aproximamo-nos da peleja do grande dia do Deus Todo-poderoso. [...] Muito em breve, será travada a última grande batalha entre o bem e o mal. A Terra será o campo de batalha – o local da peleja e da vitória final”14. Nesse texto, ela afirma que o Armagedom se estenderá por toda a Terra, e que essa guerra já estava diante do povo de Deus há mais de 100 anos. Ela visualizou o confronto a ter lugar após a união entre a Igreja e o Estado, ato esse que criará as condições para o decreto dominical e a perseguição aos fiéis de Deus.

Assim, com a imagem da secagem das águas, a sexta praga prevê a retirada do apoio dos reis à meretriz Babilônia, não o ajuntamento deles para uma batalha. O Armagedom deve começar antes das pragas com a emergência do poder da segunda besta e deve se estender até a vinda de Jesus. As pragas legitimam a pregação do remanescente e, na sexta, a confederação dos inimigos de Cristo e seu povo sofrerá uma fragmentação e um golpe irreparáveis.

Os santos têm um papel ativo no Armagedom. Eles restauram a verdade na Terra e desmascaram Babilônia, o que prepara o caminho para sua queda definitiva. O clímax da batalha é extremamente crítico para os ímpios, sendo previsto um lamento sem precedentes na sexta praga. Entretanto, é grandemente positivo para os justos, que se preparam para receber o Senhor e tomar posse do reino preparado para eles desde a fundação do mundo.

Referências

1. Hans K. LaRondelle, “Armageddon: History in Adventist Interpretation”, em Symposium on Revelation: Introductory and Exegetical Studies, ed. Frank B. Hoolbrook (Silver Springs, MD: Biblical Research Institute, 1992), 2:435-436.

2. Francis D. Nichol, ed. Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia (Tatuí, SP: CPB, 2011- 2014), 7:934, 937.

3. Ranko Stefanovic, Revelation of Jesus Christ: Commentary on the Book of Revelation (Berrien Springs, MI: Andrews University Press, 2002), p. 503.

4. Jon Paulien, Armageddon at the Door (Hagerstown, MD: Review and Herald, 2008), p. 60.

5. Jacques Doukhan, Secrets of Revelation: The Apocalypse Through Hebrew Eyes (Hagerstown, MD: Review and Herald, 2002) p. 151, 152.

6. Robert B. Sloan e Carey C. Newman. “Ancient Jewish Hermeneutics”, em Biblical Hermeneutics: A Comprehensive Introduction to Interpreting Scripture, eds. Bruce Corley, Steve W. Lemke e Grant I. Lovejoy. (Nashville, TN: Broadman & Holman, 2002), p. 58-59.

7. Klyne Snodgrass, “The Use of the Old Testament in the New”, em Interpreting the New Testament: Essays on Method and Issues, eds. David A. Blacke e David S. Dockey (Nashville, TN: Broadman & Holman, 2001), p. 218.

8. Jon Paulien, The Deep Things of God (Hagerstown, MD: Review and Herald, 2004), p. 139.

9. Hans K. LaRondelle, “Armageddon: Sixth and Seventh Plagues”, em Symposium on Revelation: Introductory and Exegetical Studies, ed. Frank B. Hoolbrook (Silver Springs, MD: Biblical Research Institute, 1992), 2:374.

10. Doukhan, p. 156, 158.

11. LaRondelle, p. 2:382.

12. Paulien, p. 76.

13. Comentário Bíblico Adventista, 7:1099.

14. Ellen G. White, Eventos Finais (Tatuí, SP: CPB

sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

COMO SE CUMPRIRÁ A PROFECIA DE MATEUS 24:14?


Ricardo André

Há pouco mais de dois mil anos, Jesus predisse um evento de significação mundial que ocorrerá antes de Sua Segunda Vinda: A Pregação do Evangelho no mundo inteiro. “E este evangelho do Reino será pregado em todo o mundo como testemunho a todas as nações, e então virá o fim” (Mateus 24:14, NVI). Nesta solene declaração Jesus prometeu que o Seu evangelho será anunciado no mundo inteiro. Ele tomou providências para que todos os que quiserem sejam salvos (1Jo. 2:2).

O livro do Apocalipse revela a mesma realidade: João vê que o evangelho eterno seria pregado “a cada nação, e tribo, e língua, e povo” (Ap 14:6). Portanto, a proclamação final da verdade – delineada em Ap 14:6-12 - destina-se a atingir toda a humanidade com suas diferentes condições culturais, políticas e sociais.

A mensagem do sacrifício expiatório de Cristo deve ser proclamada aos pecadores em toda parte. A mensagem de que Ele carregou “em Seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados, para que nós, mortos aos pecados, vivamos para a justiça” (1Ped. 2:24), deve ser levada a todos os recantos do Globo. Jesus é a grande dádiva de Deus aos pecadores que necessitam de salvação e almejam a vida eterna.

No entanto, quando olhamos o mundo atual constatamos o impacto do secularismo sobre milhões e milhões de pessoas, especialmente na Europa. Percebe-se a falta de interesse do povo por assuntos religiosos. A obra da pregação da tríplice mensagem angélica já avançou bastante no planeta. Só para se ter uma ideia, dos 235 países e territórios do mundo, a mensagem adventista está sendo proclamada em 2013 países e 1002 diferentes idiomas e dialetos. Desde 1990, os pioneiros da Missão Global Adventista já deram início à obra missionária em 2.000 grupos não-penetrados anteriormente. Em 2018, a igreja ultrapassou os 21 milhões de membros em todo o mundo (https://noticias.adventistas.org/pt/noticia/institucional/adventistas-ao-redor-do-mundo-ultrapassam-os-21-milhoes/). O desafio é que ainda existem 900 grupos populacionais de mais de um milhão de habitantes cada um, nos quais a mensagem ainda não foi ouvida. Porém, há pelo menos 24 países sem a presença adventista. Os 10 primeiros são muçulmanos, com 102, 7 milhões de habitantes, e 14 são pequenos territórios, onde vivem apenas 1, 298.000 milhões de habitantes. Dois dos países mais populosos são o Afeganistão e a Arábia Saudita.

O grande desafio da Igreja é o que denominamos a janela 10x40, onde predominam países muçulmanos, religiões orientais ou ateístas. Essa região é um retângulo imaginário no Globo terrestre entre o paralelo 10 e o paralelo 40 ao norte da linha do Equador. São 88 países. Dos 24 onde não há nenhum adventista, 18 estão nessa região (75%). Cerca de 3,5 bilhões de pessoas residem nesta área (60% da população mundial) e só 1% crê em Jesus. Muitos governos na janela 10/40 são oficialmente contrários a qualquer missão cristã dentro de suas fronteiras ou seja não podendo ter nada envolvendo a religião cristã.

Diante desse quadro desafiador surge as seguintes questões: Como pregar o evangelho a pessoas que não querem ouvir? Como anunciar-lhes a mensagem para este tempo? Como a mensagem do evangelho eterno alcançará os países fechados para ele? Como se cumprirá a declaração de Mateus 24:14?

Como Se Cumprirá a Profecia de Mateus 24:14?

Se procurarmos respostas nos esforços humanos, certamente ficaremos desanimados. Há 25 anos, mesmo com os modernos meios de comunicação e transporte, parecia uma tarefa praticamente irrealizável atingir os bilhões de habitantes da Terra. Mas há um aspecto claramente revelado no verso bíblico que lemos, que aquece nosso coração: O evangelho será pregado “por todo o mundo”. Vejamos as estratégias de Deus para alcançar o mundo com Seu evangelho.

A agitação dominical. Em algum instante no futuro, nos EUA, será iniciada uma ampla agitação pela perspectiva da mudança da Constituição daquele país, com o foco na questão dominical. Isso não ocorrerá de forma oculta, restrita, porém receberá atenção singular da mídia do mundo inteiro. Será então o tempo em que os acontecimentos ganharão aceleração e perceberemos visivelmente que o fim se aproxima de forma veloz. Este é o evento profético mais importante que desencadeará os demais. Está justamente diante de nós.

A esse respeito Ellen G. White escreveu: “Mais, ao ser a questão da obrigatoriedade da observância do domingo amplamente agitada, vê-se aproximar o fato há tanto tempo duvidado e descrido, e a terceira mensagem produzirá um efeito que antes não seria possível produzir” (Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 606).

“A polêmica que se levantará em torno da observância obrigatória do domingo dará à mensagem do terceiro anjo uma difusão que antes era impossível ter” (Crise e Vitória, p. 22; GC, p. 587; 3TS, p. 332).

“A luta será decidida no que toca ao assunto do sábado, e agitará o mundo inteiro.” (Eventos Finais, p. 85; Evangelismo, p. 236).

O Alto Clamor. É neste cenário que a Igreja de Deus é convocada pelo Espírito Santo para a última arrancada missionária, para completar a pregação do evangelho com o máximo poder, para atingir todo o mundo, o que chamamos de Chuva Serôdia e Alto Clamor. Precede o Decreto Dominical.

É o Espírito Santo que trará a chuva serôdia – o poder habilitador para que a Igreja possa fazer a proclamação do evangelho eterno. O mundo inteiro será atingido, incluindo as regiões mais remotas e inacessíveis à pregação. Essa chuva dará à proclamação da terceira mensagem angélica um poder que iluminará a terra com a revelação da glória de Cristo. Ela anuncia as boas novas do evangelho eterno em contraste com as falsas reivindicações de Babilônia, simbolizadas por seu vinho intoxicante (Apocalipse 14:8), e coloca a verdade do Salvador ao alcance de todos os que desejam ser libertados da servidão a Satanás.

Diz Ellen G. White: “Proclamarão a verdade com a força do poder do Espírito. Multidões receberão a fé e unir-se-ão aos exércitos do Senhor”. – Ellen G. White, Evangelismo, p. 700).

Apocalipse 18 fala da advertência final. No verso 1 João fala que viu “outro anjo” que ilumina a Terra toda com a sua glória. Para reforçar a mensagem do evangelho, esse anjo une a voz à dos três anjos de Apocalipse 14:6-12. “Prediz-se com isto uma obra de extensão mundial e de extraordinário poder. [...] Esta obra será semelhante à do dia de Pentecostes” (Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 616).

“A obra deste anjo vem, no tempo devido, unir-se à última grande obra da mensagem do terceiro anjo, ao tomar esta o volume de um alto clamor” (Primeiros Escritos, p. 277).

Esse anjo, que representa os mensageiros de Deus nos últimos dias, possui "grande autoridade" ou "grande poder" em função da natureza e do alcance de sua obra, e sua "potente voz" deve alcançar a todas as pessoas, em todos os lugares. Ao encarregar Seus discípulos com a Grande Comissão, nosso Redentor declarou: "Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra" (Mateus 28:18). É com base na autoridade e poder de Cristo que a igreja deve cumprir sua missão, e ela o faz mediante o recebimento do Espírito Santo, prometido pelo Salvador aos que Lhe obedecem (Atos 1:8; 5:32).

O apelo de Deus é para que Seu povo que ainda encontra-se em Babilônia fujam de lá e encontre refúgio em Cristo e Seu aprisco. Nos últimos dias, enquanto as pessoas procuram refurgiar-se inutilmente no seio de Babilônia Deus clama por meio das mensagens dos três anjos: “Saiam dela, vocês, povo meu” (Ap 18:4, NVI). Exorta a Palavra de Deus: “Levantem-se, vão embora! Pois este não é o lugar de descanso, porque ele está contaminado, está arruinado, sem que haja remédio” (Miquéias 2:10, NVI). O Alto clamor é Seu último apelo e advertência. Ele desafia o povo de Deus espalhado entre as muitas corporações religiosas a romper com o falso sistema de adoração e unir-se ao remanescente fiel que guarda os mandamentos de Deus e a fé em Jesus (Apocalipse 14:12).

Por que deve ocorrer o Alto Clamor? Porque muitos extraordinários cristãos dos dias de hoje adoram a Deus na Igreja Católica ou nas várias denominações protestantes. São cristãos fieis, mas que não se apercebem de que são membros de “Babilônia”. Até agora eles não se deram conta de que suas igrejas se opõem deliberadamente a um ou mais dos Dez Mandamentos, e que seus pastores ignoram ou obscurecem o novo ministério celestial específico desempenhado por Cristo na atualidade.

É por esta razão que Jesus está proclamando hoje a Sua advertência, a última no tempo do fim. Ele deseja que o seu sincero povo – homens e mulheres, meninos e meninas – que se encontram nas várias comunidades apóstatas, despertem para o sério perigo em que se encontram – o perigo de se envolver com os pecados de Babilônia e assim participar do sofrimento embutido nas pavorosas pragas finais que sobre ela cairão. Cristo deseja que eles saiam de Babilônia imediatamente! Ele ama Seu povo!

Por causa do alto clamor da mensagem do terceiro anjo os pecados de Babilônia serão patenteados. A propósito do alto clamor e da exposição dos crimes de Babilônia, Ellen White escreve:

“Os pecados de Babilônia serão revelados. Os terríveis resultados da imposição da imposição das regras da igreja pela autoridade civil, as incursões do espiritismo, os furtivos mas rápidos progressos do poder papal - tudo será desmascarado. Por meio destes solenes avisos o povo será comovido. Milhares de milhares que nunca ouviram palavras como essas, escutá-las-ão” (O Grande Conflito, p. 606).

Infelizmente, grande parte do mundo e dos professos seguidores de Jesus rejeitará o último apelo e advertência do Céu. Por outro lado, muitos que nunca ouviram semelhante verdade responderão positivamente à obra do Espírito Santo mediante o alto clamor. Ellen White observa:

“Há muitos que sairão das fileiras do mundo e das igrejas – até da Igreja Católica – cujo zelo excederá consideravelmente o dos que têm estado a postos proclamar a verdade até agora. Muitos que vaguearam longe do aprisco retornarão para seguir o grande Pastor” (Ellen White, Eventos Finais, p. 121).

“Milhares da hora undécima, verão e reconhecerão a verdade [...] Essas conversões à verdade se darão com uma rapidez surpreendente para a igreja, e unicamente o nome de Deus será glorificado” (Ibdem, 122).

“No capítulo dezoito do Apocalipse, o povo de Deus é convidado a sair de Babilônia. De acordo com esta passagem, muitos do povo de Deus ainda devam estar em Babilônia. E em que corporações religiosas se encontrará hoje a maior parte dos seguidores de Cristo? Sem dúvida, nas várias igrejas que professam a fé protestante. Apesar das trevas espirituais e afastamento de Deus prevalecentes nas igrejas que constituem Babilônia, a grande massa dos verdadeiros seguidores de Cristo encontra-se ainda em sua comunhão” Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 382 e 389).

Precisamos lembrar-nos de que entre os muçulmanos, xintoístas, budistas, hindus, humanistas, animistas, todas as denominações cristãs e as pessoas de todas as outras espécies de religião e ideologia, muitos tem correspondidos fielmente às influências do Espírito Santo. Esses sinceros pesquisadores da verdade sairão dos sistemas de erro em que se encontram, e se unirão à Igreja Remanescente (Rm 8:14;Jo. 1:9; Is. 60:5-11). As mensagens dos três anjos devem ser transmitida a cada nação, tribo, língua e povo. Muitos sairão de Babilônia para unir-se à Igreja Remanescente. Eles farão de Cristo sua segurança e serão completamente purificados do pecado. (Primeiros Escritos, p.271).

Note a espetacular previsão de Ellen G. White: “Na África pagã, nas terras católicas da Europa e da América do Sul, na China, na Índia, nas ilhas do mar e em todos os escuros recantos da Terra, Deus tem em reserva um firmamento de escolhidos que brilharão em meio as trevas, revelando claramente a um mundo apóstata o poder transformador da obediência à Sua lei” (Eventos Finais, p. 182).

O papel relevante das publicações. Neste cenário as publicações terão um papel relevante. Diz Ellen White: “As publicações distribuídos pelos missionários tem exercido sua influência [...]. Agora os raios de luz penetram por toda a parte, a verdade é vista em sua clareza” (O Grande Conflito, p. 612).

“Em breve fará Deus grandes coisas por nós, se nos achegarmos humildes e confiantes aos Seus pés.  [...] Mais de mil se converterão brevemente em um dia, a maioria dos quais reconhecerá haver sido primeiramente convencida através da leitura de nossas publicações” (Ellen G. White, Evangelismo, p. 693).

“Os resultados da circulação deste livro [O Grande Conflito] não devem ser julgados pelo que agora aparece. Por intermédio de sua leitura, algumas almas serão despertadas e encontrarão forças para unir-se de vez com os que guardam os mandamentos de Deus. Número muito maior, porém, que o ler, não tomarão sua posição até que vejam que estão tendo lugar os próprios eventos nele preditos. O cumprimento de algumas das predições inspirará fé que as outras também se cumprirão, e quando a Terra for iluminada com a glória do Senhor, na obra de encerramento, muitas almas tomarão sua posição em relação aos mandamentos de Deus como resultado deste instrumento.” (Ellen G. White, Eventos Finais, 214).

A atenção do mundo é chamada para as instituições de ensino adventista. As instituições da Igreja terão um papel importante durante estes acontecimentos. Destacamos a área educacional, pelo papel que desempenhará no grande esforço final.

Diz Ellen G. White: “É o desígnio de Deus que, mediante a excelência da obra feita em nossas instituições de ensino seja chamada a atenção do povo para o grande e o derradeiro esforço para salvar os que estão a perecer” (Conselho Sobre Educação, p. 112). Esta profecia está no futuro, porém aqui podemos vislumbrar a relação direta das instituições educacionais adventistas e o derradeiro esforço (Chuva Serôdia) que surge da agitação da questão dominical. Cada um integrante da área educacional, professores e alunos, poderá repentinamente chamar a atenção do mundo.

Os judeus convertidos na finalização da Obra. Ao perceber a gravidade da questão provocada pela agitação da questão dominical, muitos judeus aceitarão a verdade e desempenharão um papel importante na grande arrancada final da proclamação do Evangelho, com seu talento e recursos.

Na efervescência da discussão, em que o sábado é pedra de toque, os judeus participarão de maneira significativa, levantando-se para proclamar a importância do dia sagrado.

“Haverá muitos conversos entre os judeus, e esses conversos ajudarão a preparar o Caminho do Senhor, e fazer no deserto caminho direto para o nosso Deus. Judeus conversos hão de ter parte importante a desempenhar nos grandes preparativos a serem feitos no futuro para receber a Cristo, nosso Príncipe. Nascerá uma Nação em um dia. Como? Por homens que designou se converterem à verdade” (Ellen G. White, Evangelismo, p. 579).

“Há entre os judeus alguns que, como Saulo de Tarso, são poderosos nas Escrituras, esses proclamarão com maravilhoso poder a imutabilidade da lei de Deus. O Deus de Israel fará que isto suceda em nossos dias” (Ellen G. White, Obreiros Evangélicos, p. 339).

Mundo Interligado Com Sistema Instantâneo de Comunicação Via Satélite (TV, rádio, Redes Sociais, internet, imprensa). A atual rede mundial de comunicação via satélite, instantâneo, em nível mundial, deverá ter papel relevante nos grandes e maravilhosos eventos finais. Note o que diz Ellen G. White: “O conhecimento existente no mundo pode ser adquirido, pois todos os homens são propriedade de Deus e são usados por Ele para cumprir Sua vontade em determinados aspectos, mesmo que rejeitem o homem Cristo Jesus como seu Salvador. A maneira pela qual Deus usa os homens nem sempre é discernida, mas Ele o faz. Deus dotou os homens de talentos e capacidade inventiva, a fim de que seja efetuada a Sua grande obra em nosso mundo. As invenções da mente humana parecem proceder da humanidade, mas Deus está atrás de tudo isso. Ele fez com que fossem inventados os rápidos meios de comunicação para o grande dia de Sua preparação” (Fundamentos da Educação Cristã, p. 409).

Estamos assistindo o cumprimento desta profecia. A tríplice mensagem angélica está agora sendo pregada em comunicação instantânea, via satélite de televisão, rádio, telefone, internet, redes sociais e imprensa. Tudo está disponível como se fosse um só aparelho nos lares do mundo. A formação dessas redes poderosas tornou possível as pessoas do mundo acompanharem ao vivo os temas que Deus tem colocado em pauta para o mundo, utilizando todos os meios possíveis de comunicação.

Nos últimos anos a Igreja Adventista consolidou as bases de uma televisão capaz de cobrir todo o mundo via satélite. Foram implantados quatro pontos, para produzir, receber e enviar programas a todo mundo: na Alemanha, EUA, Brasil e Austrália. Através da Rede Novo Tempo de Televisão e das emissoras de rádio e da Internet, têm feito a cobertura mundial da Igreja, 24 horas por dia. E nossas 62 Casas-editoras ao redor do mundo, rodam a todo o vapor, oferecendo folhetos, revistas e livros também com presença mundial. Deus operará para informar ao mundo através destes meios, de forma instantânea.

Caro amigo leitor, cumpre-nos fazer duas coisas: 1) Permitir que Deus nos use poderosamente em nosso testemunho; 2) Crer que Ele realizará Sua parte nessa grande empreitada final.

No dia 11 de setembro de 2001, as torres gêmeas do World Trade Center caíram em poucos segundos. Na proclamação final do evangelho, Deus fragmentará, em pouco tempo, as torres da moderna Babilônia. Então virá o fim. Eu creio nisso, e quero fazer parte dessa empreitada divina. E você?

Gostaria de dizer as pessoas: Babilônia caiu, mas ainda é tempo para sair do meio dela?








terça-feira, 21 de janeiro de 2020

E AGORA, COMO FICAM OS EVANGÉLICOS DIANTE DO NAZISMO ESCANCARADO DO GOVERNO?


Ricardo André

Já há muitos anos não se falava tanto sobre o fascismo como em dias atuais.  A última campanha eleitoral para presidente da República no Brasil, em 2018, reacendeu o debate sobre esse regime de governo ultranacionalista e autoritário classificado como de extrema direita e marcado por governos ditatoriais e militarizados. Durante o período eleitoral inúmeros cristãos progressistas e democratas alertavam o povo evangélico, de que o então candidato da extrema-direita, Jair Messias Bolsonaro, tinha ideias esdrúxulas e posições que o aproximava do nazi-fascismo, ideias estas contrárias aos valores do evangelho e pregados por Jesus Cristo. Logo, para esse grupo, ele não era o candidato adequado para os cristãos votarem, ainda que se apresentasse como cristão.

De fato, ao longo de sua trajetória política até hoje, Bolsonaro, lamentavelmente, sempre preconizou o ódio, a intolerância, o desrespeito ao outro que pensa ou vive de modo diferente daquele que julga ser o correto, contrariando o que Cristo sempre pregou, que foi o amor ao próximo, amar o outro como a si mesmo. Ele disse: “Ame o seu próximo como a si mesmo” (Mateus 22:39, NVI). Enquanto Cristo abominou tanto a violência a ponto de aconselhar que alguém uma vez agredido na face, deveria oferecer a outra a seu algoz, Bolsonaro que se diz cristão incentiva a violência como panaceia para todos os males, a agressão, e sugere que se deve matar seus adversários. Jesus afirmou: "Vocês ouviram o que foi dito: ‘Olho por olho e dente por dente’. Mas eu lhes digo: Não resistam ao perverso. Se alguém o ferir na face direita, ofereça-lhe também a outra” (Mateus 5:38, 39, NVI). Bolsonaro já defendeu abertamente a tortura e outras barbaridades do período mais tenebroso da história republicana brasileira, a ditadura militar. O autor de seu livro de cabeceira é o torturador da ditadura militar, o maníaco Coronel Ustra.

Num dos momentos mais tristes para a democracia brasileira, no dia da votação do impeachment da ex-presidente Dilma, 17 de abril de 2016, ao justificar seu voto favorável, ele disse: “Em memória do coronel Ulstra, pavor de Dilma Roussef, eu digo sim”. Fez apologia à tortura, ao homenagear um maníaco da ditadura militar, que prendeu, torturou e matou dezenas de jovens que faziam oposição ao regime ditatorial. Neste gesto abjeto também reuniu machismo, misoginia e crueldade sádica.

Não obstante possuir esse perfil abjeto, Bolsonaro recebeu apoio de milhares de pastores de todas as igrejas pentecostais, neopentecostais e tradicionais de todos os rincões desse país, o que foi determinante para a sua vitória nas eleições de 2018. Esses pastores de forma esdrúxula resolveram orientar seus fiéis a votarem na candidatura de extrema-direita e que apresentava-se bastante distante dos valores pregados por Cristo. Muitas igrejas tornaram-se verdadeiros palanques eleitorais. Durante a campanha eleitoral viu-se imagens deprimentes de alguns pastores considerados ícones de igrejas evangélicas e fiéis fazerem ‘arminhas’ com as mãos para demonstrar apoio ao candidato Bolsonaro. Grande parte dos evangélicos o vê como um “predestinado” e o segue fielmente.

Muitos pastores julgavam (e ainda julgam) que Bolsonaro chegou ao mais alto posto da República pelas mãos divinas, o qual desempenhará papel relevante no cumprimento do propósito de Deus no Brasil, a exemplo da preservação da família e a implementação da moral cristã na sociedade. Mas, equivocadamente os militantes evangélicos querem imprimir essa moral de forma impositiva. Ora, um presidente que implementa políticas que jogam milhões de lares na miséria, no desemprego, no desespero, na falta de esperança, na violência, na criminalidade, pode ser tudo, menos favorável as famílias.

Ainda é preciso que se diga que Bolsonaro defende ideias racistas e misóginas, que trata as mulheres com desprezo, naturalizando a pretensa inferioridade delas. Diversas vezes fez apologia do estupro, e considerou uma fraqueza ter posto no mundo uma filha. Disse que não empregaria uma mulher, já que esta engravida, e que por isso, deveria ganhar menos que os homens. Defende, talvez por lobby da indústria armamentista, armar a população civil como solução para o problema da criminalidade, e um sistema carcerário mais punitivista. Ele fez das armas seu estandarte sagrado. Tal postura não se coaduna com o princípio cristão, uma vez que incita o ódio. Ademais, Cristo Jesus veio para estabelecer a paz (Lc 2:14, 29; 19:42), Ele ensinou a necessidade de paz (Mt 5.9). “Deixo-lhes a paz; a minha paz lhes dou” (Jo 14:27). Pensando nessa carência de harmonia e união entre os cristãos, Paulo escreveu aos colossenses: “Seja a paz de Cristo o árbitro em vosso coração, à qual, também, fostes chamados em um só corpo; e sede agradecidos” (3.15).

Bolsonaro defende ainda a ideologia do “bandido bom é bandido morto”. Como subscrever tal ideia, quando Jesus não hesitou em impedir o apedrejamento da mulher adúltera (Jo 8:7) e ainda salvou o malfeitor pregado na cruz ao lado da sua (Lc 23:39)? Bandido bom é aquele que é ressocializado e transformado. Com que cara visitaremos os presídios para pregar o evangelho eterno depois de apoiar que tem como slogan “bandido bom é bandido morto”? Cristãos que o apoiam deveriam ler o texto em que Jesus censura Pedro que, mesmo agindo em legítima defesa, lançaria mão de uma arma, o que apenas reproduz a violência (Mt 26:52). Lembremo-nos de que “bem aventurados os pacificadores porque serão chamados filhos de Deus” (Mt 5:9). Bolsonaro defende o trabalho infantil, que condena crianças pobres e negras a reproduzir a situação de pobreza e analfabetismo de seus pais; disse que em seu governo os índios não receberiam nem mais um centímetro de terra, entre outras bizarrices. O fascismo não combina conosco. Seu discurso dá voz aos ódios internalizados: ódio de classe, de gênero, de gays, das minorias. Ele congrega vários ódios.

A escritora cristã Ellen G. White afirmou que, quando uma pessoa desenvolve “o espírito de ódio e vingança” por outra, viola o sexto mandamento da santa Lei de Deus, que proíbe não matar (Êx 20:13). Ela escreveu: “Todos os atos de injustiça que tendem a abreviar a vida; o espírito de ódio e vingança, ou a condescendência de qualquer paixão que leve a atos ofensivos a outrem, ou nos faça mesmo desejar-lhes mal (pois "todo aquele que odeia a seu irmão é assassino" I João 3:15) ... são, em maior ou menor grau, violação do sexto mandamento” (Mente, Caráter e Personalidade, v. 2, p. 527). E, ainda diz que “aquele que dá ao ódio um lugar no coração, está pondo o pé no caminho do assassínio, e suas ofertas são aborrecíveis a Deus” (Ibdem). Portanto, os discursos de ódio e de violência de Bolsonaro e de seus seguidores contra os mais vulneráveis é profundamente anticristão, porque nega os princípios bíblicos.

Na sexta-feira passada (17), o secretário especial da cultura do Governo Bolsonaro, Roberto Alvim, publicou um vídeo polêmico para anunciar o Prêmio Nacional de Cultura e o “renascimento da cultura nacionalista”, evidenciando o desejo desse governo de controlar a cultura em nosso país. Na sua fala ele plagiou o discurso do ministro e gênio do mal da Propaganda de Adolf Hitler, Joseph Goebbels, escancarando de uma vez por toda o caráter nazifascista do Governo Bolsonaro. A marca fascista desse governo está mais do que nunca desmascarada. Alvim não somente tomou emprestado o discurso de Joseph Goebbels, mas também copia a aparência física e o tom grandiloquente do nazista. Como escreveu o jornal francês Le Monde, "muita gente suspeitava que o governo de extrema-direita brasileiro tinha simpatia pelo 3° Reich e, agora, tiveram a prova". O episódio gerou repercussão negativa no Brasil e no Mundo, levando a queda do secretário neonazista.

Nas redes sociais, o secretário Alvim e o próprio Bolsonaro sofreram muitas críticas e intensos protestos. Curiosamente, o Pastor Adventista Odailson Fonseca, postou em seu Instagram um texto reportando-se a “demissão incendiária” (é assim que intitula seu texto) do secretário Alvim, bem como ao método nefasto de Goebbels para enganar e controlar a mente dos alemães. Em seguida arremata: “Somos metralhados por erros frequentes que, na continuidade do mal, perigamos baixar a guarda”. Pena que o referido pastor, em sua reflexão, ao elencar alguns desses “erros frequentes” se furtou em dizer que a adesão de forma acrítica e incondicional dos pastores e leigos a Bolsonaro, o qual defende ideias esdrúxulas que se aproximam do nazi-fascismo, é igualmente perigoso, uma vez que suas atitudes e falas deseducam, são uma ameaça para nossas futuras gerações, e representam um passo também para um regime de força, para um regime antidemocrático e assassino. Naturalizar ou aceitar sem contestar isso é, indubitavelmente, uma forma de “baixar a guarda”.

O Pastor Odailson ignorou o fato de que o ex-secretário Alvim, que representava o governo Bolsonaro, não era o único a pensar como Goebells. O conteúdo da fala que custou o seu cargo é essencialmente o que Bolsonaro já disse e repetiu inúmeras vezes, mesmo antes da eleição. Ainda que tenha negado após esse episódio, a fim de acalmar a comunidade judaica, Bolsonaro é Nazifascista (sempre teve simpatia por Hitler), e seu governo segue sendo de autocratas, de tendência fascista. Portanto, não importa se o neonazista Roberto Alvim tenha sido demitido, porque outros delirantes seguem nesse governo, notadamente os “olavistas” que insistem em negar e querer revisar a história da Ditadura civil-militar no Brasil. No seu texto, o Pastor Odailson ignorou também o fato de que a instalação desse governo nefasto no Brasil ocorreu com o apoio dos evangélicos, inclusive, com algumas exceções, com o apoio ostensivo dos pastores adventistas e de milhares de fiéis adventistas. O pastor bem que poderia na sua reflexão fazer uma autocrítica. Infelizmente, não fez.

Já escrevi em outro momento e volto a dizer: Quando pastores apoiam um governante com o perfil de Bolsonaro, agem como o profeta Natan que encorajou a Davi a construir o templo, afirmando-lhe categoricamente que Deus o havia escolhido para aquela empreitada. Porém, o Senhor não o tinha autorizado a fazer tal coisa, de modo que, mesmo constrangido, teve que retornar ao rei e dizer-lhe a verdade. Por causa do sangue que havia em suas mãos, Deus não o designou para edificar Sua casa, ainda que já houvesse levantado todos os recursos para tal, e recebido do Senhor a planta, caberia ao seu sucessor tocar a obra (1 Crônicas 17). Quem somos nós para abençoar o que Deus não abençoou? Quem somos nós para encorajar o que contraria frontalmente a Sua vontade? Pensemos nisso!

Diante dessa conjuntura uma pergunta se impõe: Como ficam os evangélicos e os cristãos em geral que apoiaram Bolsonaro? Continuarão a apoiá-lo, mesmo sabendo que ele não mudará seu ideário defendido ao longo de sua vida, e que ele e seu governo se inspiram no nazismo, regime de extrema-direita responsável pela morte de mais de 6 milhões de judeus, outras centenas de comunistas, ciganos, deficientes físicos e homossexuais?

Se a comunidade evangélica decidir ficar do lado dos opressores dos fracos e daqueles que desejam fazer da violência o centro de gravidade de um país, ela estará dando uma clara demonstração de que o cristianismo não tem valor. Para isso, não existe perdão.

No cristianismo, a neutralidade quando a vida e os direitos das pessoas estão em jogo é um pecado. O Deus cristão exige a coragem de saber se posicionar contra os violentos, no pelotão dos indefesos condenados ao esquecimento e principal alvo da violência.

Com a palavra os evangélicos!








domingo, 19 de janeiro de 2020

“VÓS SOIS A CARTA DE CRISTO”


Ricardo André

“Vós sois a nossa carta, escrita em nossos corações, conhecida e lida por todos os homens, sendo manifestos como carta de Cristo, ministrada por nós, e escrita, não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne do coração” (2 Coríntios 3:2, 3).  

I – Introdução

Quando deixei a casa de meus pais no Cabo de Santo Agostinho/PE, e viajei para Lagarto, em fevereiro de 1993, escrevi muitas cartas para minha mãe. Naqueles tempos não era possível falar ao telefone como fazemos hoje. Tanto os namorados como os pais e filhos escreviam com muita frequência. Tenho uma caixa onde coleciono cartas que recebi na minha adolescência e juventude. Ao ler cada uma consigo sentir novamente o carinho e atenção dedicados a mim. Quem me escreveu parou, assentou-se, separou o melhor papel (mulheres escolhem sempre com impressões decorativas), caneta, pensou quais palavras usar e imprimiu em suas letras o sentimento que nutria por mim. Milhões de pessoas enviavam cartas umas para outras. Cartas de amor, de esperança, de gozo e de alegria. Cartas de apreciação, de felicitação e de pêsames. Hoje, não se escreve mais cartas com a mesma frequência que há alguns anos, pois temos o celular, as Redes Sociais, o e-mail.

No dia 23 de janeiro de 1994, minha mãe escreveu uma pequena carta para mim. Nesta linda carta ela expressa muita preocupação e tristeza por eu, à época, está só em Lagarto. Num trecho da Carta ela diz: “(...) Naquele dia que você me telefonou entrei em depressão só em lembrar que estava sozinho sem família. Espero que tenha encontrado alguém que [lhe dê] palavras de conforto. [...] Termino aqui estas poucas linhas com o coração cheio de saudades. A próxima te dou mais notícias. Eu te abençoo”.  Esta carta da minha mãe causou-me uma impressão tão grande que a guardo com muito carinho. Essa carta tornou-se muito mais significativa e especial para principalmente após o falecimento dela, na madrugado do dia 25 de junho de 2004.

II – O poder de uma Carta

Cartas são escritas para expressar conforto, alegria e agradecimento. No texto de 2 Coríntios 3: 2 e 3, o apóstolo Paulo disse aos coríntios que deviam ser uma carta aberta, lida e relida em todo o mundo. Suas vidas deveriam ser uma mensagem de alegria e esperança àqueles que sofrem no pecado. Paulo vai mais além: Afirma que somos a carta de Cristo. Nestes versos encontramos uma grande verdade, uma verdade que é ao mesmo tempo uma inspiração e uma terrível advertência – todo cristão é uma carta aberta para Jesus Cristo. Cada cristão, goste ou não, é uma propaganda para Cristo e a Sua Igreja. A honra da Igreja, a honra de Cristo descansa nas mãos dos que o seguem. Julgamos um comerciante pelo tipo de produtos que vende; a uma costureira pela roupa que produz, a uma igreja pelo tipo de home e mulher que cria; e portanto os homens julgam a Cristo por Seus seguidores.

Que privilégio para meros seres humanos, fracos e mortais, de serem os representantes de Cristo, de serem os transmissores de Sua mensagem, os veículos, aos instrumentos para levar ao coração de homens e mulheres uma mensagem de alento e esperança! Cartas que podem ser um bálsamo, um gozo, uma alegria às almas perdidas que jazem no pecado.

O apóstolo Paulo também disse aos membros da igreja de Corinto que além de serem cartas eles deveriam ser textos possíveis de serem lidos. “Vós sois a nossa carta, escrita em nossos corações, conhecida e lida por todos os homens.” (2 Co 3:2). O mundo precisa conhecer o Deus que nos salvou e libertou, o mundo deve conseguir ler o evangelho que nós carregamos e ver em cada passo, expressão e palavra que sai de nossos lábios o Senhor Jesus.

III – Qual mensagem que Transmitiremos Hoje?

Você já prestou atenção na profundidade desse versículo? O apóstolo Paulo afirma que somos uma carta escrita pelo Espírito Santo? Toda carta tem uma mensagem a ser transmitida. Qual é a mensagem que transmitiremos hoje? Que estarão lendo nossos amigos e irmãos em nossa vida? Esta carta não deve ser enunciada e escrita com tinta, em corações de pedra, mas escrita pelo Espírito Santo, em corações transformados pelo poder de Sua Palavra. Corações que amam, que sofrem com aqueles que sofrem, que tem sempre uma palavra de conforto e esperança a um mundo sacudido pelos vendavais da corrupção, morte, terrorismo e sofrimento.

A irmã Ellen G. White afirma: “É manifesto que vós sois a carta de Cristo, conhecida e lida por todos os homens. Em cada um de Seus filhos Jesus envia uma carta ao mundo, se sois seguidores de Cristo, Ele mandará por vosso intermédio uma carta à família, à cidade, à rua em que mora” (Caminho a Cristo, p. 115).

Se somos a carta do Espírito Santo devemos levar a mensagem do evangelho em nossa vida. Quando saímos ao mundo temos a responsabilidade que nos atemoriza e nos inspira de ser cartas abertas, propaganda de Cristo e de Sua Igreja.

IV – Como as pessoas tem olhado para os Cristãos?

As pessoas têm que olhar para nós e associar as palavras que dissermos e escrevermos com o nosso viver. Jesus tem que ser conhecido pelas pessoas por meio das nossas atitudes, do nosso exemplo. Todos devem olhar para nós e ver novas criaturas transformadas pelo poder de Deus. “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.” (2 Co 5.17).

"Vós sois a nossa carta, escrita em nossos corações, conhecida e lida por todos os homens." 2 Coríntios 3:2, então cabe fazer a seguinte pergunta:

O que as pessoas, sejam elas mundanas ou não, estão lendo quando olham para você? Quais são os valores, os princípios e as virtudes que você mantêm estampados em sua vida para que os outros vejam?

Quais são as palavras e notícias que você tem carregado diariamente consigo para entregar aos outros, mesmo que eles não sejam cristãos como você? São boas notícias e palavras de bênçãos ou não? Saiba que todas estas coisas contam muito e quando juntas tornam-se algo poderosamente inspirador. O exemplo.

Então, que exemplo você manifesta em sua vida para inspirar o seu próximo? Não estou tratando aqui apenas do que você fala, mas principalmente daquilo que você vive. Não sei se você já se deu conta de que nossas palavras, muitas vezes, encontram resistências e oposições nos ouvidos e nos corações de outras pessoas, não importa o quão bem intencionada nossa fala seja; mas o fato é que o exemplo rompe todas estas barreiras.

A irmão Ellen G. White, escreveu: “Nossa influência sobre os outros não depende tanto do que dizemos, mas do que somos. Os homens podem combater ou desafiar a nossa lógica, podem resistir a nosso apelos, mas a vida de amor desinteressado é um argumento que não pode ser contradito. A vida coerente, caracterizada pela mansidão de Cristo, é uma força no mendo” (O Desejado de Todas as nações, p. 142).

Portanto, se você é um exemplo de indiferença não espere que as pessoas ouçam quando você falar do amor; Se você é um exemplo de impaciência, não pense que as pessoas vão lhe ouvir quando falar sobre a paciência; Se você é desleal, não tenha qualquer expectativa de que as pessoas o escutem quando você pregar sobre a lealdade; Se você mente, nem se dê ao trabalho de falar sobre a verdade.

Como as pessoas têm olhado pra mim? Com inveja, querendo ter riquezas e poder? Com pena, não querendo ser sofredor e triste? Com desprezo por sermos fofoqueiros briguentos, encrenqueiros, invejoso e egoísta? Ou com admiração e arrependimento, por sermos homens e mulheres de Deus, santos, obedientes, amorosos, pacientes, alegres, mansos, bondosos, fiéis e equilibrados? Querendo conhecer um Deus diferente de qualquer outro, que leva alguém a perder a sua própria vida (Mt 16:25), a entrar por uma porta estreita (Mt 7:14), a amar os inimigos (Mt 5:44) e a reconhecer que nunca chegará a Deus por suas próprias forças, que sozinho não é nada, mas que em Cristo pode alcançar o coração do Pai. (Rm 11:36). Só isso é o verdadeiro evangelho! Só isso transmite a mensagem que Ele queria! Esta é a verdadeira carta que o Espírito deseja escrever, outra coisa se tornará mero bilhete copiado e mal interpretado.

A nossa oração hoje deve ser: “Ajuda-me, Senhor, a ser a carta de Cristo não somente neste dia, mas enquanto eu viver”!