Teologia

domingo, 25 de junho de 2017

NOVOS DIÁCONOS E DIACONISAS SÃO ORDENADOS NESTE SÁBADO NA IGREJA ADVENTISTA CENTRAL DE LAGARTO



por Ricardo André

Ocorreu na manhã deste sábado (24), uma cerimônia considerada como consagrada pelas igrejas cristãs chamada de “ordenação” ao ministério, na Igreja Adventista do Sétimo Dia - Central de Lagarto/SE. O sagrado rito da ordenação por imposição de mãos consiste em uma prática com base bíblica e descrita no Manual da Igreja, na qual anciãos, diáconos e diaconisas, eleitos pela Igreja, são separados e abençoados para o serviço na Casa de Deus através da oração e imposição de mãos. Jesus Cristo quando separou os seus discípulos para as responsabilidades que eles estavam investidos, ele impôs as mãos sobre eles. A igreja cristã tem feito isso desde a ordenação dos pequenos diáconos, diaconisas, anciãos e também os pastores.

No 1° século, por conta do crescimento exponencial da igreja cristã primitiva, sete diáconos foram escolhidos e ordenados para ministrar as necessidades das viúvas da igreja em Jerusalém (Atos 6:1-8). Todavia, “o fato de terem sido esses irmãos ordenados para a obra especial de olhar pelas necessidades dos pobres, não os excluía do dever de ensinar a fé. Ao contrário, foram amplamente qualificados para instruir a outros na verdade; e se empenharam na obra com grande fervor e sucesso” (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 90).

Segundo o Manual da Igreja, a cerimônia de ordenação de diáconos e diaconisas é sempre dirigida por um Ministro ordenado e auxiliado por outros pastores ou anciãos já ordenados (p. 80, 81). Neste sábado, na Igreja Central, o Pastor distrital David Nery, antes de proferir o sermão do culto divino reservado para ele, ministrou a cerimônia auxiliado pelos anciãos Anderson Souza, Erivan, Jailton Gregório, Patrício Darvison, Raimundo Nonato Rabelo, Ricardo André de Souza, Ronyclay Genisson de Jesus Santos e Wilton Lima de Andrade.

Fazendo uso da palavra antes do momento da ordenação o pastor David pediu para que os irmãos abrissem suas Bíblias em 1Timóteo 3:8-10; Atos 6:1-8 e Romanos 16:1 e 2, e após ler estes textos fez uma explanação dos mesmos, mostrando como as mulheres foram incluídas nos serviços das igrejas cristãs primitivas, bem como das qualificações dos diáconos e diaconisas para o desempenho do cargo.

Em seguida fez a oração da ordenação. Em um dado momento, o pastor juntamente com os anciãos locais impuseram as mãos sobre os diáconos José Valter Batista D. Júnior, Marcos Honório da Silva e Rômulo Silva, bem como nas diaconisas Ana Claudia de Santana Souza, Liliane Dias do Nascimento, Maria Aparecida de Jesus, Maria José, Rita de Cássia, Rosileide Santos, Rosimeire Batista de Santana e Selma Correia Monteiro. O ancião Ricardo André teve a alegria e o privilégio de ver e participar da ordenação de sua esposa, Ana Claudia.

Após a cerimônia, o Pastor David passou a prestar uma homenagem aos anciãos da igreja pelo seu dia, Dia do Ancião, leu um texto mostrando a importância do ministério dos anciãos para a igreja local, felicitou-os, destacou o preparo espiritual e doutrinário do grupo, e ofereceu presentes para todos os anciãos. Em seguida, proferiu um belo sermão baseado no Evangelho de João 21:15-17. Ao fazer a explanação do texto sacro exortou os anciãos a manifestar amor pelas ovelhas do Senhor, cuidar dos membros da igreja. “Sem amor o ministério evangélico está fadado ao fracasso”, afirmou ele. A celebração desse sábado foi maravilhosa, uma bênção para todos os presentes.

Confira abaixo algumas fotos desse dia:























segunda-feira, 19 de junho de 2017

PODEM OS CRISTÃOS JOGAR NA LOTERIA, ESPORTENET E OUTROS JOGOS DE SORTE?



Ricardo André

Apostas e jogos de sorte são uma realidade no meio social. Cada dia aumenta o número daqueles que fazem apostas na Loteria, Loto, raspadinhas, jogo do bicho, entre outros. Atualmente, há um tipo de jogo que está envolvendo um número cada vez mais crescente de pessoas, inclusive de cristãos professos: O EsporteNet. Esse jogo tem se tornado uma febre entre os jovens de Lagarto. As pessoas apostam em resultados de jogos de campeonatos que ocorrem no Brasil, bem como em outras partes do mundo. Repetidas vezes já me perguntaram se é lícito um cristão jogar na Mega-Sena, no EsporteNet ou em algum outro tipo de jogo de azar. A pergunta de capital importância é: O que a Bíblia Sagrada ensina sobre este assunto? A Bíblia não trata expressamente da questão de jogos e loterias. Por conta disso, para nos orientarmos diante do assunto, precisamos estudar os princípios bíblicos que nos levam a conclusões favoráveis ou contrárias a participação do cristão em jogos e loterias.

Em minha avaliação bíblica sobre o assunto, creio que jogar na loteria, no EsporteNet, no jogo do bicho ou em qualquer outro jogo de sorte é pecado por pelo menos oito motivos que irei delinear a seguir:

1) Os jogos e apostas contrariam o princípio divino sobre a necessidade de trabalhar para comer. Deus nos ensina nas Sagradas Escrituras que a fonte de nosso sustento deve ser o trabalho. Elas são muito claras em dizer que é com o “suor do nosso rosto” que devemos conquistar o sustento diário (Gênesis 3:19). Esse princípio divino dado ao primeiro casal humano, no Éden, após caírem no pecado, continuou até os dias do Novo Testamento, pois o apóstolo Paulo, pelo Espírito Santo, escreveu: “Quando ainda estávamos com vocês, nós lhes ordenamos isto: se alguém não quiser trabalhar, também não coma” (2 Tessalonicenses 3:10, NVI). Portanto, o princípio do trabalho-comer é para nós ainda hoje. A loteria não submete-se à essa necessidade.

Esta ilusão de um enriquecimento fácil e rápido que as loterias e jogos de azar despertam no coração do ser humano (em especial do brasileiro, devido à toda esta conjuntura econômica e política em que vivemos), acabam seduzindo muitos corações, inclusive de alguns que se consideram seguidores de Jesus. As Escrituras afirmam categoricamente que a prosperidade se dá mediante ao trabalho. “A riqueza de precedência vã diminuirá, mas quem a ajunta com o próprio trabalho a aumentará.” (Pv 13:11). Dinheiro nunca deve ser ganho de maneira fácil, senão com o “suor do rosto”. Toda e qualquer atividade que desvie o foco do cristão dos “tesouros do Céu” e o faça focalizar apenas o ganho fácil e rápido, torna-se perigosa e deve ser vista com cautela.

2) O jogo de loteria é um sistema baseado na injustiça. Ou seja, temos milhares de apostadores que perdem para um ou apenas alguns ganharem. A Bíblia nos orienta a não participarmos de injustiças, pois colheremos males: “O que semeia a injustiça segará males; e a vara da sua indignação falhará” (Provérbios 22:8). É fato que o dinheiro que alguém ganha na loteria será aquele mesmo que muitos outros perderam. Ou seja, para uma pessoa  ganhar R$ 50.000.000,00 na Mega-Sena será necessário que milhões de outras pessoas tenham perdido suas apostas. Logo, jogar na loteria é pecado, pois leva as pessoas a participarem de forma objetiva de um sistema injusto, tentando levar alguma vantagem dele.

O cristão não deve ser tolo. Ele deve ouvir a voz de Deus que diz: "Melhor é o pouco com justiça, do que a abundância de bens com injustiça". (Pv 16.8). Prejudicar o próximo é praticar injustiça. Amigo, se isto não pesa para seu cristianismo há um grande problema em seu discernimento. Há coisas que o dinheiro não pode comprar. Para o cristão ganhar dinheiro com indícios de injustiça significa receber dinheiro sujo.

 3) As motivações que levam as pessoas a jogar são erradas. Algumas apresentam muitos e muitos planos cheios de boas intenções caso ganhem o prêmio, mas sabemos que a motivação maior é o enriquecimento rápido e sem trabalho, além, é claro, de colocar sua esperança no jogo. Dentre as motivações erradas que mais vemos em quem coloca a sua esperança nas loterias é a avareza, o egoísmo, o desejo de ganhar sem trabalhar, e outros muitos desejos pecaminosos que não cabem na vida de um servo de Deus. Os totais distribuídos pelos prêmios (somas expressivas) podem despertar a ganância dentro de nós. Decorre disso que o ato de jogar nasce de um desejo ganancioso, o que transforma o ato em algo condenado por Deus, que combate à ganância nos dois últimos mandamentos da Sua santa Lei. Jesus deu uma ordem que cabe muito bem aqui: “Então, lhes recomendou: Tende cuidado e guardai-vos de toda e qualquer avareza; porque a vida de um homem não consiste na abundância dos bens que ele possui” (Lucas 12:15). Jogar na loteria é pecado porque, quase sempre, é motivada por desejos pecaminosos que não agradam a Deus e não estão de acordo com a vontade Dele.

A Bíblia exorta o cristão à prudência, sobriedade, sabedoria, justiça, ao contentamento com a Providência sobre sua vida, a não amar o dinheiro, não se entregar à ambição, cobiça, ao uso do discernimento para não ignorar os desígnios do Inimigo (2 Co  2:11). É importante que entendamos que as Escrituras nos advertem claramente de que não devemos amar ao dinheiro. Ele nos exorta: "Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores". (1 Tm  6:10).

4) Esses jogos e apostas levam as pessoas a depositarem sua confiança na sorte. A Bíblia ensina que o homem abençoado, aquele que é feliz, é aquele que tem a sua esperança em Deus, andando nos caminhos Dele, e tem o seu sustento como fruto de seu trabalho e esforço: “Como é feliz quem teme ao Senhor, quem anda em seus caminhos! Você comerá do fruto do seu trabalho, e será feliz e próspero” (Salmos 128:1,2, NVI). Dinheiro fácil, loterias e outros atalhos para o enriquecimento, são caminhos perigosos para o servo de Deus e, geralmente, são caminhos que não correspondem ao que Deus preparou para nós. Jogar na loteria é pecado, pois não traz ao ganhador um dinheiro que seja fruto de seu trabalho e esforço, mas de uma esperança pautada na facilidade e, como vimos, muitas vezes, também em motivações muito erradas e em um sistema que usa de injustiças para gerar o prêmio.

5) A Bíblia Sagrada exorta-nos a nos contentarmos com o que temos.  A loteria não incita o crescimento nessa virtude, mas contrariamente inflama os excessos das obras da carne (Gal 5:19-21). Quando Jó perdeu tudo o que tinha, a sua piedade com contentamento era louvável (Jó 1:21). Ele não culpou Deus nem correu para a sua “esperteza” para resolver a sua situação desesperadora. Ele confiou no Senhor. É assim o contentamento com piedade é ganho (I Tim 6:6). Preocupar com o dia de amanhã não é louvável, pois evidencia pouca fé (Mat. 6:25-30). Não é fácil de ser contente com o que temos, mas é um alvo de crescimento para o cristão sério. Paulo, o apóstolo, pela experiência na vida cristã, aprendeu a ser contente com o que tinha (Fil. 4:11-13). Viver com o que temos nos ensinará a termos essa virtude. Jogar na loteria nunca nos ensinará contentamento. Muito menos nos levará à piedade.

A escritora cristã Ellen G. White escreveu: “O princípio dos mundanos é tirar o máximo que lhes for possível das perecíveis coisas desta vida. O amor do lucro egoísta, eis o princípio dirigente de sua vida. A mais pura alegria, porém, não se encontra em riquezas, nem na cobiça que sempre deseja ansiosamente mais, mas onde reina contentamento, e onde o abnegado amor é o princípio dominante. Há milhares de criaturas que passam a vida na satisfação de suas inclinações, mas cujo coração vive cheio de pesar. São vítimas do egoísmo e do descontentamento, no vão esforço de satisfazer o espírito pela condescendência com o próprio eu. Em sua fisionomia, no entanto, acha-se estampada a infelicidade, e na sua influência encontra-se um deserto, pela ausência de boas obras que há em sua vida”. (Testemunhos Seletos, v. 1, p. 360).

6) Na Bíblia não encontramos nenhum exemplo de servo de Deus ocupando-se nessa prática de sorte. O cristão é chamado para ser uma testemunha: uma luz nas trevas, um elemento que preserva e conserva boas qualidades na sociedade (Mat. 5:13-16). A ocupação do cristão é de anunciar as virtudes daquele que nos chamou das trevas paras a sua maravilhosa luz (I Pedro 2:9). Nas Escrituras Sagradas achamos louvor para os justos (II Pedro 2:7) e os fieis (I Cor 4:2; Col. 12:2; Ef 6:21; Heb 3:5) mas nunca são louvados por Deus os que confiam na sorte.

7) Jogar na loteria e outros jogos de azar é contrário ao princípio da mordomia cristão. A Bíblia revela que Deus é dono de tudo o que há no   mundo. Nada nos pertence. “Do Senhor é a terra e tudo o que nela existe, o mundo e os que nele vivem” (Salmos 24:1, NVI). A escritora Ellen G. White afirmou: “Quer sejam grandes quer pequenos os seus talentos, lembre-se de que o que possui apenas lhe pertence em depósito. Assim Deus o está provando, dando-lhe oportunidade de se demonstrar fiel. A Ele deve você toda a sua habilidade. A Ele pertencem suas faculdades do corpo, do espírito e da mente e para Ele devem ser empregadas. Seu tempo, influência, inteligência e habilidades — de tudo deve dar contas Àquele que dá todas as coisas. Usa melhor seus talentos quem, mediante fervoroso esforço, procura executar o grande plano do Senhor para o reerguimento da humanidade” (Mensagens aos Jovens, p. 48). Portanto, empregar nossos recursos que Deus nos confiou naquilo que é desnecessário contraria a vontade de Deus, e somos tidos como mordomos infiéis e, consequentemente, seremos condenados a morte eterna.  A respeito desse assunto Ellen G. White escreveu: “Todo homem é um mordomo de Deus. A cada um confiou o Mestre Seus meios; mas os homens pretendem que esses meios são propriedade sua. Diz Cristo: "Negociai até que Eu venha." Luc. 19:13. Vem o tempo em que Cristo exigirá o Seu com os juros. Dirá a cada um de Seus mordomos: "Dá contas da tua mordomia." Luc. 16:2. Os que esconderam o dinheiro de seu Senhor em um lenço na terra, em vez de dá-lo aos banqueiros, e os que esbanjaram o dinheiro de seu Senhor gastando-o em coisas desnecessárias, em vez de pô-lo a render empregando-o em Sua causa, não receberão a aprovação do Mestre, mas decisiva condenação. O servo inútil da parábola levou de volta o único talento a Deus, e disse: "Senhor, eu conhecia-Te, que és um homem duro, que ceifas onde não semeaste e ajuntas onde não espalhaste; e, atemorizado, escondi na terra o Teu talento; aqui tens o que é Teu." O Senhor pega-lhe nas palavras: "Mau e negligente servo; sabes que ceifo onde não semeei e ajunto onde não espalhei; devias então ter dado o Meu dinheiro aos banqueiros, e, quando Eu viesse, receberia o Meu com os juros (Mat. 25:24-27)” (Testemunhos Seletos, v. 1, p. 364, 365).

Levemos em consideração o seguinte: Aplicar dinheiro em loterias, onde as possibilidades de ganho são remotíssimas, enquadra-se dentro de uma administração responsável dos nossos bens? Nossos compromissos com a família, estado, igreja e o próximo poderão ser atendidos a contento, se empregarmos parte do nosso dinheiro em jogos de loteria? Há em alguns desses jogos o risco de perda de vultuosa soma de dinheiro, como é o caso do EsporteNet. Já ouvimos relatos de pessoas que perderam quantia elevada de dinheiro. Caminho que parecia tão fácil para sua esperteza mais tarde tornou-se frustração e prejuízo.

8) O oitavo motivo é que muitas pessoas devido a exagerada frequência nos jogos e apostas, acaba viciando-se nessas práticas e deixa de fazer as coisas realmente necessárias em sua vida, como cuidar da própria saúde, cumprir com responsabilidades familiares e sociais. Essas pessoas tornam-se escravas desses jogos, em que o ganhar se torna uma obsessão, dominando completamente os pensamentos dessas pessoas. Nesse ponto, elas já perderam a sua liberdade de filhos de Deus e dos princípios básicos do Evangelho, tornando-se “escravos da corrupção, pois aquele que é vencido fica escravo do vencedor” (2 Pe 2:19). A Bíblia não recomenda a procura de grandes riquezas e fortunas (Mateus 6.19). O acúmulo delas pode ter efeitos negativos sobre quem as detém (por exemplo, tornar-se um “deus” que destrona a Deus do coração da pessoa ). Essa possibilidade leva-nos a algo que poderá trazer resultados negativos para o nosso relacionamento com Deus.

Esses oito motivos são suficientes para que eu me afaste desse tipo de jogo e paute o meu crescimento financeiro e profissional no trabalho, na disciplina, no empenho, no mérito e em outras virtudes que a palavra de Deus ensina. Por isso, creio que jogar na loteria é pecado e todo cristão deva se afastar desse tipo de jogo.

É oportuno acrescentar que isto não inclui sorteios dos quais participamos involuntariamente. Se compro algo em uma loja e depois de alguns dias ganho um prêmio graças àquela compra, isso não tem o mesmo caráter de uma aposta. Trata-se apenas de um presente que a loja decidiu dar a um cliente. Ainda que a empresa possa utilizar o sorteio da loteria para decidir para quem vai o prêmio, este decorre de uma compra de um produto necessário, e não do gasto em uma aposta.

Querido amigo leitor, desejo que Deus abençoa a sua vida. Se estás passando por dificuldades e estás sendo tentado, o conselho bíblico não é de lançar sortes mas de lançar tudo sobre o Senhor porque Ele tem cuidado de vós (I Pedro 5:7). A promessa de Deus é que Ele nunca nos deixará nem nos desamparará (Heb 13:5). Este Senhor bondoso e poderoso sabe o que necessita o Seu filho comprado pelo sangue de Cristo (Mat. 6:32), e, com amor, suprirá “muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos; segundo o poder que em nós opera” (Efés 3:20). Sem dúvida Deus pode suprir as nossas necessidades de maneiras extraordinárias mas deve ser observado que é Ele que faz tais prodígios. Espere no Senhor e achará alivio em Seu tempo para a glória de Deus (Isa 40:31). Ele exorta-nos a buscarmos em primeiro lugar o Seu reino e Sua justiça. “Busquem, pois, em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas lhes serão acrescentadas” (Mateus 6:33, NVI). O buscar o Senhor sempre tem as suas recompensas. A maioria de nossas preocupações tem sua origem no fato de estarmos, demasiadas vezes, caminhando na direção oposta à indicada por Jesus. Ambicionamos coisas materiais e nos inquietamos por causas delas, e esperamos que Deus de alguma forma nos introduza furtivamente no Seu reino. Por outro lado, Jesus diz que para obtermos genuíno sucesso, temos de pôr as primeiras coisas em primeiro lugar.

Somente quando buscarmos e compreendermos a afeição, a solicitude e a justiça de Deus é que as preocupações se desfarão. Quando virmos a Deus como Ele realmente é, não conseguiremos mais preocupar-nos. Esse é o xis da questão. De fato, Jesus está dizendo que, se devemos preocupar-nos com alguma coisa, que seja como a nossa relação com Deus. Talvez você esteja procurando as coisas erradas da vida. Se puser as coisas mais importantes em primeiro lugar, as coisas secundárias virão como o subproduto natural. Jesus estava convicto de que, quando realmente confiamos em Deus e O amamos e entendemos, a preocupação ansiosa não encontra lugar em nossa vida.












quinta-feira, 15 de junho de 2017

O NOVO ATEÍSMO: COMO VIVER SUA FÉ EM UM MUNDO HOSTIL

Raúl Esperante

Muitas vezes, o melhor testemunho em um mundo hostil, que nega a sua crença, é uma vida coerente com a fé que você professa.

Existe um Deus? “Não!”, dizem os ateus. A maioria dos ateus simplesmente nega a existência de Deus, sem interferir na vida daqueles que acreditam nEle. Este tipo de ateísmo – conhecido como o Velho Ateísmo – tem persistido por milhares de anos e ainda permeia a nossa sociedade. É um movimento passivo, constituído de pessoas que, basicamente, demonstram o seu ateísmo evitando qualquer forma de adesão religiosa ou de culto.

Nas últimas décadas, no entanto, um novo movimento que promove ativamente o ateísmo tem tomado forma. Esse movimento, conhecido como Novo Ateísmo, é muito mais ativo e agressivo. Seus líderes são professores e pesquisadores bem conceituados em universidades de prestígio. Entre os mais proeminentes estão Richard Dawkins, Daniel Dennett, Sam Harris, Christopher Hitchens, Jerry Coyne e outros, cuja especialidade acadêmica abrange uma ampla gama de disciplinas, incluindo história, filosofia, biologia e psicologia. Alguns dos novos ateus são blogueiros ativos. Apesar de suas doutrinas radicais, os novos ateus ganharam grande popularidade por meio de palestras públicas e publicações best-sellers em vários idiomas. Qual é o objetivo desse novo movimento ateísta?

Novo ateísmo: O seu alvo principal

O principal objetivo do Novo Ateísmo é convencer as pessoas de que a religião e a fé são prejudiciais para a sociedade porque envenenam a mente fazendo com que dependam de algo irreal, não verificável, anticientífico; suprimem o pensamento crítico e são responsáveis por grande parte da violência no mundo. Em oposição ao passivo e não invasivo Velho Ateísmo, o Novo Ateísmo é apaixonado em seus argumentos. Não só os novos ateus não acreditam em Deus, mas também são contra qualquer forma de religião ou crença. Por não serem apenas observa- dores neutros, eles trabalham ativamente no mundo acadêmico e nos meios públicos de comunicação tentando persuadir os estudantes e o público em geral de que crer em Deus é prejudicial para a sociedade. Na verdade, os novos ateus chegariam ao ponto de defender a ideia de que os governos devem ter um papel ativo na proibição do ensino religioso e de sua prática, até mesmo nas casas. Eles se esforçam para erradicar a religião em todas as esferas da vida. Nas palavras de Gary Wolf, “os Novos Ateus [...] não condenam apenas a crença em Deus, mas o respeito a Deus. [...] A religião não é apenas errada, ela é nociva”.1

De acordo com os novos ateus, a religião é nociva não só porque gera violência, mas também porque impede o progresso científico. A ciência deve ser resgatada das amarras da religião (especialmente do cristianismo), porque o esforço científico exige um fundamento materialista puro. Eles argumentam que a ciência pertence ao ateísmo porque tem por objetivo obter o conhecimento baseado em fatos e ideias testáveis, e não em fantasias imaginárias, espíritos e superstições.

Diante de tais afirmações do Novo Ateísmo, precisamos nos perguntar: É o pensamento religioso contrário aos métodos da ciência? Deve a ciência ser materialista a fim de ser bem-sucedida? Os cientistas cristãos cometem erros em seu trabalho científico por causa de suas crenças religiosas? Podemos dizer que o ateísmo é em si mesmo mais científico?

A resposta a estas quatro perguntas é não! A ciência pode ser altamente bem-sucedida sem um ponto de vista materialista. Muitos dos grandes cientistas do mundo ocidental eram cristãos que não só acreditavam em Jesus, mas também na criação. Galileu, Blaise Pascal, Robert Boyle, Nicolas Steno, Isaac Newton e James C. Maxwell são apenas alguns que fazem parte de centenas de nomes do passado e do presente que deram ou estão dando grandes contribuições para a investigação científica, e sem rejeitar a crença em Deus. A ideia de que a ciência só pode ser levada a cabo dentro de uma visão materialista é uma imposição dos ateus, não uma realidade histórica; e a ideia de que a investigação científica conduz inevitavelmente ao ateísmo é também contrária. O pensamento crítico é uma habilidade inerente a todos os seres humanos, e não uma exclusividade dos ateus. A ciência pertence a todos nós, religiosos ou não, e não apenas aos ateus ou pesquisadores vinculados a uma visão de mundo materialista.

O famoso ateu Richard Dawkins diz que as pessoas que leem e creem nas Escrituras “sabem que estão certas porque leram a verdade num livro sagrado e sabem, desde o início, que nada as afastará de sua crença [...]. O livro é a verdade e, se as provas parecem contradizê-lo, são as provas que devem ser rejeitadas, não o livro.”2 Dawkins está dizendo que aqueles que acreditam na verdade das Escrituras são de alguma forma cegos com relação a outras evidências, em especial à evidência científica que pode estar em contradição com “o livro”. Dawkins afirma estar em uma posição melhor para si mesmo: “Eu, como cientista, acredito [...] não por causa da leitura de um livro sagrado, mas porque estudei as evidências. Realmente, é uma questão muito diferente [...]. Como cientista, sou hostil à religião fundamentalista porque ela desvirtua o empreendimento científico. Ela nos ensina a não mudar de ideia e a não querer saber de coisas emocionantes que estão aí para serem aprendidas.”3

A alegação de Dawkins de que a religião nos impede de saber sobre coisas emocionantes que estão disponíveis para serem aprendidas é simplesmente inaceitável. Aparentemente, ele nunca se encontrou com um bioquímico ou engenheiro, um geólogo ou médico cristão entusiasmado, e ele não deseja reconhecer a maneira como a ciência se desenvolveu, ao longo de muitos séculos, impulsionada por cientistas que foram cristãos comprometidos.

O cristianismo é anticientífico?

É o cristianismo anticientífico, conforme Dawkins alega? Podemos dar três respostas a essa reivindicação. Em primeiro lugar, todos, incluindo cientistas e pessoas com convicções religiosas, trabalham dentro de um determinado padrão, definido por suas crenças. Esse padrão é conhecido como cosmovisão. Uma cosmovisão é um conjunto de pressupostos e parâmetros básicos que uma pessoa possui sobre as origens, a natureza das coisas, das pessoas e do destino. As cosmovisões moldam o nosso pensamento, as nossas decisões e a nossa moral. Ninguém age fora de uma cosmovisão. Quando falamos sobre as ideologias relacionadas ao marxismo, ateísmo, feminismo, evolucionismo, criacionismo, islamismo, hinduísmo, judaísmo, adventismo, etc., estamos nos referindo às cosmovisões que essas áreas possuem. O naturalismo (materialismo) é a cosmovisão que afirma que não há nada além da matéria e da energia; não há Deus (ou deuses) e não há ações sobrenaturais, e, se a evidência indica o contrário, ela precisa ser reavaliada ou descartada, e não a conclusão naturalista. Essa é uma escolha a priori, não uma conclusão baseada em evidências científicas. Nesse sentido, o naturalismo é mais limitante à ciência e à investigação científica porque exclui explicações que estão fora do alcance humano, por mais plausível que a explicação possa ser.

Por exemplo, nos últimos 20 anos, cada vez mais evidências da astronomia, da astrofísica e de diferentes campos da biologia sugerem fortemente que muitas estruturas complexas no universo físico e biológico devem ter sido projetadas. Mas um ateu não aceitará essa evidência como válida porque ela envolve a aceitação de um Ser sobrenatural. Não é uma opção para um ateu, pois não importa o que a evidência possa sugerir sobre a ideia de um Designer inteligente.

Outra resposta à alegação de que o cristianismo é anticientífico é que não há nenhum conflito real entre a ciência e a fé, quando ambas são praticadas de maneira que traga entendimento. Como dito anteriormente, milhares de cientistas no mundo acadêmico de hoje são cristãos praticantes, mostrando, assim, que a prática de ambas, pesquisa científica rigorosa e fé cristã, não são mutuamente exclusivas, mas de reforço. A ideia de conflito entre ciência e religião é uma invenção de pensadores do século 19, tais como Thomas H. Huxley, John W. Draper e outros que deliberadamente a promoveram com o objetivo de derrubar o domínio cultural do cristianismo no Hemisfério Ocidental.4 Mas a verdade é que a aliança, não o conflito, caracterizou o relacionamento entre a fé e a ciência na maior parte da História. Isso é assim até hoje em alguns ambientes acadêmicos. Rodney Stark, um sociólogo da religião, argumenta que, “não só não há conflito inerente entre religião e ciência, como também a teologia cristã foi fundamental para a ascensão da ciência.”5

A terceira resposta à alegação de que a religião (especialmente o cristianismo) é perigosa para a ciência é o fato de que a história da ciência mostra que a religião cristã incentiva o esforço científico. O sentimento de admiração pela criação de Deus leva os cientistas a estudarem a natureza em profundidade e a buscarem entendimento sobre o intrincado funcionamento dos planetas, organismos e moléculas. Muitos cientistas e historiadores agora acreditam que a ciência moderna não teria avançado até o seu nível atual, se não fosse o espírito de descoberta inerente ao cristianismo.6 Por quê? Porque o cristianismo apresenta um Deus racional, que está ativamente envolvido na Sua criação. A Sua criação é boa, muito boa mesmo (Gênesis 1:31) e, portanto, vale a pena estudá-la. Além disso, se “os céus declaram a glória de Deus e o firmamento proclama a obra das Suas mãos”, como canta o salmista no Salmo 19:1, então o estudo do Céu [no sentido espiritual], dos céus e da natureza, iluminará a nossa compreensão do próprio Deus, de Seu caráter, bondade e poder.

A convicção de que Deus é o Autor da criação e a crença na racionalidade de Deus levaram muitos cientistas em séculos passados – e ainda levam muitos no presente – à cuidadosa observação e experimentação, a fim de compreenderem a estrutura e o funcionamento do mundo criado. As descobertas na natureza levam os ateus a concluírem que o acaso, os longos períodos de tempo e a seleção natural são capazes de produzir qualquer coisa, ao passo que os cristãos podem concluir que a causa final de tudo é o Deus Criador. Não é que os ateus trabalham livres de qualquer contexto religioso; é somente porque eles têm um deus diferente para explicar a origem das coisas.

Lidando com ateus

Como um estudante adventista deve responder às alegações ateístas por parte dos professores e outros alunos? Aqui estão oito sugestões sobre como lidar com as perguntas e até mesmo com o desprezo demonstrado pelos ateus.

1. Não ridicularize. Simplesmente porque os ateus costumam ridicularizar o cristianismo e outras religiões, não significa que temos o direito de fazer o mesmo. Em 1 Pedro 3:15, 16, lemos: “Antes, santifiquem Cristo como Senhor em seu coração. Estejam sempre preparados para responder a qualquer pessoa que pedir a razão da esperança que há em vocês. Contudo, façam isso com mansidão e respeito, conservando boa consciência, de forma que os que falam maldosamente contra o bom procedimento de vocês, porque estão em Cristo, fiquem envergonhados de suas calúnias” (itálico nosso).

Embora devamos estar sempre preparados para explicar o que e por que cremos, devemos fazê-lo com respeito e bondade. Portanto, discuta as questões apresentadas com respeito. Enfatize o fato de que a evolução, o ateísmo, o materialismo e outras ideologias são apenas hipóteses, modelos ou paradigmas que não foram comprovados e que outras explicações são possíveis. Em sua conversa, não seja dogmático, apologético nem ataque. Você não precisa responder com o mesmo espírito de seus atacantes.

2. Assim como o apóstolo Pedro nos exorta, devemos estar prontos para dar uma explicação bem-fundamentada de nossas crenças. Quando formos questionados sobre o que cremos, ou se a nossa fé é questionada, devemos ser capazes de responder de forma coerente, usando argumentos razoáveis para explicar as nossas crenças. Isso requer preparo e estudo cuidadoso das Escrituras. Forneça informações úteis e não apresente evidências fracas. Alguns que demonstram ser cristãos genuínos acreditam que a Bíblia possa ser provada como sendo verdadeira apontando a evidência supostamente irrefutável da alegada ocorrência de pegadas humanas, juntamente com as pegadas de dinossauros7 na região onde estaria localizada a Arca de Noé, no Monte Ararat, etc.8 A pesquisa mostrou que essas “provas” são falhas. Embora desejássemos ter tais provas de forma tangível, a realidade é que mesmo isso não iria, necessariamente, convencer as pessoas da verdade. Jesus, o Filho de Deus, andou pela Terra fazendo milagres por três anos; muito poucos acreditaram nEle e, por fim, o mataram por realizar essas coisas. Então, ter evidência “científica” não é tão importante.

3. Tenha cuidado em como usa as provas. Evite conversas em que você apresenta uma contra evidência, a menos que seu depoimento seja sólido e possa ser sustentado. A evidência é, de fato, a interpretação feita dentro de um paradigma ou pressuposição. Quando os ateístas falarem sobre fatos, tente encontrar os pressupostos implícitos em suas afirmações. Não entre em pânico quando as reivindicações dos professores ateus parecerem extremamente fortes. Muitas vezes, o que parece ser uma explicação é simplesmente uma especulação. Em suas respostas, não empregue a mesma retórica. Pense sempre logicamente quando tiver uma conversa sobre questões de fé e ciência, sobre o ateísmo, a evolução e as origens. Ao falar com ateus, peça que apresentem os seus argumentos com clareza. Muitas vezes, você vai achar que é fácil fazerem afirmações ousadas de incredulidade, mas, para eles, é difícil explicar por que não acreditam em Deus ou na Bíblia e, quando apresentam razões para a sua incredulidade, eles vão sofrer para sustentar seus argumentos dentro da lógica.

Pratique a técnica do debate utilizada por Jesus: faça perguntas significativas. David Horner, um professor de filosofia e estudos bíblicos da Universidade Biola, na Califórnia, sugere três tipos de questões que são particularmente importantes ao discutir com os ateus: O que você quer dizer? Como você sabe disso? E daí? Com a primeira pergunta, você está pedindo que esclareçam as questões em debate; com a segunda, irá testar a verdade ou a racionalidade das declarações que eles fazem; e, com a terceira, você pede que forneçam a validação e relevância dos argumentos que apresentam. Uma pergunta bastante útil que pode ser acrescentada é: Como o seu ateísmo melhoraria a sociedade (ou as famílias, ou as universidades, ou o mundo, etc.)?9 Pergunte a eles: Como o mundo poderia se tornar melhor sem a figura de um Deus soberano, que está no controle e nos mantém responsáveis por nossas ações?

4. Para se manter dentro da lógica, evite dizer que acredita em Deus porque crê na Bíblia. Esse argumento é irracional. Parece um raciocínio circular (uma tautologia) que está associado a uma fé cega. Esse não é um conceito bíblico, de maneira nenhuma. Deus não espera que acreditemos sem provas e com o uso da nossa razão. Seus amigos e professores não cristãos não serão incentivados a acompanhá-lo à igreja ou em um estudo bíblico se acham que os cristãos não usam a razão. Além disso, não mantenha a atitude de que não tem disposição para considerar outras ideias ou de que você não tem nada de novo para aprender. Deixe a porta aberta a ideias e explicações que demonstrem que você pode aprender com os outros, caso contrário, vão pensar que você passou por uma lavagem cerebral.

5. Evite ter uma discussão sobre termos emocionais. Você vai parecer irracional, e as pessoas podem concluir que você não está usando o seu intelecto ou sendo educado, e que a Bíblia seria prejudicial porque iria impedi-los de pensar. Tanto quanto possível, procure se expressar de maneira concisa e intelectual, quanto àquilo em que você acredita e por que acredita. Por exemplo, poderá dizer que a crença em um Deus criador é mais razoável, tendo em vista a complexidade biológica, que não pode ser explicada pelas forças materialistas (matéria e energia por si só, a seleção natural) ou o fino ajuste do Universo (o que torna o nosso mundo adequado para a vida) que aponta para um Designer Supremo, ou que os valores morais que regem a nossa sociedade não podem ter surgido como consequência da seleção natural aleatória, a partir da matéria e da energia. Use ilustrações. Chame a atenção para a necessidade de um Criador inteligente. Diga que, no mundo real, complexo e cercado de informações, a estrutura exige um designer, um arquiteto, um engenheiro, etc.

6. Você pode enfrentar ataques contra o cristianismo e contra a sua fé por causa de falhas das igrejas cristãs no passado ou no presente. São situações que incluem a perseguição a Galileu, as Cruzadas na Idade Média, os escândalos de abuso sexual envolvendo pastores e sacerdotes cristãos, e etc. As pessoas podem até mencionar textos bíblicos em apologia à escravidão, ao genocídio, ou ao apedrejamento de pessoas adúlteras. Esses argumentos têm como objetivo desviar a mente do ponto principal. Qual deve ser a sua resposta? Além de explicar a correta compreensão desses fatos (o que demanda preparo e estudo de sua parte), é necessário salientar que esses argumentos não têm nada a ver com a existência de Deus. Eles são exemplos de erros cometidos por cristãos, assim como há exemplos de erros cometidos dentro da prática de uma boa medicina ou na contabilidade de uma empresa. As más ações não desqualificam os princípios da fé cristã, quanto a serem verdadeiros. Além disso, você pode perguntar ainda: Como é que estes problemas dentro do Cristianismo mostram que Deus não existe? A qualquer argumento que os ateístas apresentarem, sempre peça que se aprofundem e sustentem suas afirmações; você vai ver que, na maioria das vezes, as alegações que eles apresentam são dificilmente sustentáveis e não estão fundamentadas em razões sólidas.

7. Esteja pronto a admitir que você não tem uma resposta para cada pergunta ou argumento. Não se sinta pressionado ou obrigado a dar uma resposta naquele momento. Solicite algum tempo para pensar. Depois, você pode estudar e orar para dar a melhor resposta possível. O fato de você precisar de algum tempo para pensar não necessariamente sinaliza fraqueza, mas sim, o contrário: você está indicando que leva o assunto a sério, que não é um fanático cego, que respeita suficientemente o questionador e deseja usar a razão para continuar a conversa. Busque apoio na comunidade de fé. Trabalhe junto com pessoas em quem confia e que também acreditam em Deus. Elas podem ter encontrado os mesmos problemas e, talvez, possam ter chegado a uma boa resposta. Forme um grupo de estudo para estudar a Bíblia diligentemente, a fim de poderem responder às questões controversas.

8. Ao entrar em discussões com ateus, lembre-se de que eles são pessoas, não ideias. Trate-os como Jesus os trataria. Ele veio “cheio de graça e de verdade” (João 1:14), e Sua verdade foi ensinada com graça, compaixão, “mansidão e respeito” (1 Pedro 3:15). Frequentemente, trabalho com outros pesquisadores e vários deles são ateus, agnósticos ou simplesmente não dão importância ao fato da existência ou não de Deus. Eu não tento evangelizá-los ou aponto seus erros. Realizo minha pesquisa e vivo a minha vida diária de tal maneira que vejam e saibam que podem confiar em mim como um cientista e um colega. No processo, eles veem que eu e outros de minha equipe de pesquisa somos diferentes dos demais pesquisadores porque nosso estilo de vida, linguagem e atitudes diferem dos pesquisadores seculares e ateus. A demonstração de um espírito semelhante ao de Cristo vai levá-los a se perguntarem por que somos diferentes.

O que dizem as Escrituras vem a seguir. Lembre-se das palavras de Jesus: “Amem os seus inimigos e orem por aqueles que os perseguem, para que vocês venham a ser filhos de seu Pai que está nos Céus. Porque ele faz raiar o Seu Sol sobre maus e bons e derrama chuva sobre justos e injustos” (Mateus 5:44, 45). Nesse contexto, não diga aos ateus que você vai orar por eles. A resposta deles provavelmente venha a ser o oposto do que você pretende. Poderão considerá-lo arrogante e ofensivo, e talvez esteja levantando um muro de separação que impeça um diálogo futuro. Jesus não disse a Seus seguidores que ia orar com eles, mas que ia orar por eles. Se você orar com eles ou por eles é uma decisão que você tem que tomar de acordo com as circunstâncias, mas seja sábio e não crie tensões desnecessárias.

Qual é a sua posição?

Em conclusão, qual é o seu fundamento? O seu fundamento é a ciência materialista e de raciocínio? Ou seu fundamento é um Deus amoroso, que deu a vida de Seu Filho para salvá-lo, apesar de suas imperfeições? Permita que os ateus vejam você praticar a fé que afirma professar. Muitas vezes, o melhor testemunho é a fé que não vem de palavras, mas de suas mãos ajudadoras e de seu estilo de vida saudável. Frei Agostinho declarou: “Pregue o Evangelho em todos os momentos e, quando necessário, use as palavras.”

Devemos ter a confiança de que a igreja sobreviverá aos ataques dos ateus, assim como sobreviveu a semelhantes ataques ao longo da História. Jesus disse a Pedro que as portas do inferno não prevalecerão contra a igreja (Mateus 16:18). Paulo declarou que nenhuma força, pessoa ou entidade de qualquer espécie, natural ou sobrenatural, poderia nos separar do amor de Deus (Romanos 8:38, 39). Temos o Deus onipotente do nosso lado, e Ele vai fazer as coisas acontecerem quando as considerar adequadas. Enquanto isso, devemos estar preparados para explicar aquilo em que nós acreditamos, sabendo que “ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo” (1 Coríntios 3:11 –ARA).

Raúl Esperante, PhD pela Universidade de Loma Linda, é cientista e pesquisador no Geoscience Research Institute, em Loma Linda, Califórnia, EUA. E-mail: resperante@llu.edu

REFERÊNCIAS

1. G. Wolf, The church of the non-believers (2006). www.wired.com.

2. R. Dawkins, Deus, um Delírio (Boston, Massachusetts: Houghton Mifflin, 2008), p. 290.

3. Ibid., p. 290.

4. C.A. Russel, Cross-Currents: Interactions Between Science & Faith (Grand Rapids, Michigan: W.B. Eerdmans, 1985).

5. R. Stark, For the Glory of God: How Monotheism Led to Reformations, Science, Witch-Hunts, and the End of Slavery (Princeton, New Jersey: Princeton University Press, 2004), p. 124.

6.  Ibid.

7. Referência às pegadas de dinossauros e de outros animais encontradas no leito do rio Paluxy, no Texas. Apesar das reivindicações de entusiastas criacionistas, uma investigação pormenorizada, feita por outros criacionistas, demonstrou que as alegadas pegadas humanas na área não são autênticas. Algumas das “pegadas” foram feitas pelo homem e outras foram o resultado da erosão natural por correntes de água. Para revisão, ver A.V. Chadwick, “Of dinosaurs and men”, Origins, 14(1987)1: p. 33-40. http://grisda.org/resources/origins/origins-1980-1989/.

8. Para revisão, ver W.H. Shea, “Ark-shaped formation in the Tendurek Mountains of Eastern Turkey”, Origins, 8(1981) 2: p. 77-92. http://grisda.org/resources/origins/ origins-1980-1989/.

9. Ver D.A. Horner, Mind Your Faith: A Student’s Guide to Thinking & Living Well (Downers Grove, Illinois: InterVarsity Press, 2011).