O EPISÓDIO CHARLIE KIRK E A LEI DA “SEMEADURA E COLHEITA”



 

Ricardo André

Na quarta-feira passada (10), Charlie Kirk, jovem ativista conservador e figura proeminente do movimento da direita radical norte-americana MAGA (Make America Great Again), foi assassinado aos 31 anos, com um tiro de fuzil no pescoço, durante evento público no Campus da Universidade do Vale de Utah. O suspeito de matar o influencer é o jovem Tyler Robinson, de família republicana.

A morte de Charlie Kirk gerou comoção entre parcela considerável da população estadunidense, entre muitos políticos da direita no Brasil, e também entre muitos evangélicos brasileiros. A explicação para isso está no fato de Kirk ter sido um cristão evangélico, citava a família e a fé com frequência em seus discursos. No entanto, depois da repercussão na mídia desse triste episódio, pesquisei sobre a vida de Charlie Kirk e pude constatar algo horroroso, uma lista imensa de posicionamentos públicos deletérios, antiéticos e anticristãos. Descobri, entre outras coisas, que ele construiu sua carreira com ataques a negros e a outras minorias. Era contra as políticas de cotas nas universidades para negros. Criticou publicamente a Lei dos Direitos Civis de 1964, que proibiu a segregação e discriminação racial nos EUA. Além disso, teceu elogios a um pastor conhecido por ter afirmado que a população negra foi amaldiçoado por Deus para serem "pessoas servis" e "condenadas à escravidão perpétua”.  Defendia também a liberação de porte de armas para cidadãos comuns. Já chegou a dizer: “Vale a pena ter o custo de, infelizmente, algumas mortes por armas todos os anos para que possamos manter a 2ª Emenda.” Infelizmente, foi morto por arma de fogo desferida por um jovem comum que Charlei Kirk defendeu o direito de possuí-la.

Li num site de notícias que boa parte da sua vida passou disseminando discurso de ódio. Como disse o pastor americano Howard John Wesley sobre Kirk, um “racista sem remorso” que apenas “semeou divisão e ódio”, “o modo como você morre não redime como você viveu”. Para não pensarem que estou com isso justificando sua morte, afirmo com veemência que nenhum assassinato é justificável e as comemorações à morte do extremista americano não são aceitáveis. Quando a rivalidade de ideias se transfigura em violência letal é, fundamentalmente, deixar de ver o adversário político como um ser humano. Como cristão, jamais vou chancelar tal prática criminosa. Nada justifica o crime. Ponto.

Mas a morte brutal de Kirk nos remete a uma importante reflexão. As Sagradas Escrituras afirmam: “Não se deixem enganar: de Deus não se zomba. Pois o que o homem semear, isso também colherá” (Gl 6:7, NVI). O texto sacro trata claramente do princípio da semeadura e colheita, lembrando-nos de que nossos atos e escolhas resultam em consequências, sejam positivas ou negativas. Este verso bíblico é bem semelhante ao ditado popular que diz “Quem semeia vento colhe tempestades”, ou aquele outro texto bíblico que diz: “Aquele que semeia pouco, também colherá pouco, e aquele que semeia com fartura, também colherá fartamente” (1 Co 9:6, NVI).

Vocês já perceberam que sempre há uma estreita ligação entre o que se semeia e o que se colhe? Na vida, ninguém escapa da lei da semeadura e colheita. Aquilo que plantamos, cedo ou tarde colheremos os frutos, sejam eles bons ou ruins. Ou seja, se hoje eu semeio o amor, a bondade, a generosidade, vou colher bons frutos dessa semeadura. Por outro lado, se semeio o ódio, a inveja, intriga e violência, cedo ou tarde vou colher os maus frutos.

Amigo, as palavras, ações e escolhas que fazemos são como sementes que lançamos no solo da vida. O que você está semeando hoje? Lembre-se de que colherá amanhã!

 

 

 

 

 

 

 

 


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