QUANDO O CÉU DECLARA: “NÃO HAVERÁ MAIS DEMORA”


 Ricardo André

Texto-base: “E jurou por aquele que vive para todo o sempre, o mesmo que criou o céu, a terra, o mar e tudo o que neles há, dizendo: - Já não haverá demora” (Apocalipse 10:6, NAA)

INTRODUÇÃO

Há momentos na história em que Deus intervém de forma decisiva. Em Apocalipse 10, João observa um anjo poderoso com um pequeno livro aberto, fazendo um juramento solene em nome do Criador. E declara uma verdade solene e definitiva: “Já não haverá mais demora”.

Para o adventismo, esse capítulo não é apenas profecia - é identidade. Ele aponta para um povo levantado após o desapontamento de 1844, com uma missão específica: proclamar as últimas mensagens de Deus ao mundo.

A pergunta é: O que significa quando o Céu diz que não haverá mais demora?

E, mais importante: O que isso exige de nós hoje?

1. O DEUS QUE JURA PELA PRÓPRIA ETERNIDADE

“E jurou… que não haveria mais demora.” (Ap 10:6)

Quem é o Anjo que faz essa proclamação solene? “O poderoso Anjo que instruiu a João não era ninguém menos que Jesus Cristo” (Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia [CPB, 2015], p. 1084).

Quando Jesus declara que “já não haverá demora”, o termo grego usado para a palavra demora é chronos, que é traduzido de diversas maneiras, a exemplo de “demora”, “tempo” e “intervalo de tempo” (Comentário Bíblico Andrews [CPB, 2025], v. 4, p. 689). A Bíblia King James Fiel 1611 traduz o verso dessa forma: “não haverá mais tempo”. O mesmo ocorre com a Bíblia de Jerusalém, ao dizer: “Já não haverá mais tempo” Desse modo, o Anjo Se refere a um período de tempo.

Ellen G. White afirma claramente que “esta mensagem anuncia o fim dos períodos proféticos” (Mensagens Escolhidas [CPB, 1986], p. 108). Que períodos proféticos são esses?  Os adventistas entendem que aqui se refere ao término dos tempos proféticos de Daniel, os 1.260 dias/anos e, especialmente os 2.300 dias/anos descritos em Daniel 7:25; 8:14; Dn 12:6, 7). O profeta Daniel relatou: “Um deles perguntou ao homem vestido de linho, que estava sobre as águas do rio: - Quando se cumprirão estas maravilhas? Então ouvi o homem vestido de linho, que estava sobre as águas do rio. Ele levantou a mão direita e a esquerda ao céu e jurou por aquele que vive eternamente, dizendo: - Passarão um tempo, tempos e metade de um tempo. E, quando tiverem acabado de destruir o poder do povo santo, estas coisas todas se cumprirão” (Dn 12:6,7).

“Apocalipse 10 aponta para Daniel 12 de todas as formas [...]. “Um tempo, tempos e metade de um tempo” é uma referência ao período profético de 1.260 dias/anos (538-1798), durante o qual o povo de Deus foi perseguido pelo cristianismo apóstata. Em apocalipse 10:6, é assegurado ao povo do Senhor que não haverá mais um período profético designado. O tempo profetizado por Daniel expirou, as profecias do livro agora estão desveladas, e a história deste mundo está se aproximando de seu fim” (Comentário Bíblico Andrews [CPB, 2025], v. 4, p. 689). Algum tempo depois desse período profético, viria o fim.

Anteriormente, Deus havia revelado ao profeta Daniel outros prazos proféticos: 2.300 “tardes e manhãs” (Dn 8:14, 26); 70 semanas proféticas (9:24–27), divididas em períodos de “sete semanas” e 62 “semanas” (v. 25) e uma última “semana”, com a unção do Messias no início da semana e Sua morte na metade desta (v. 26, 27).

Comentando a respeito de Ap 10:6, Ellen G, White afirmou: “Esse tempo, que o Anjo mencionou com solene juramento, não é o fim da História deste mundo, nem do tempo da graça, mas do tempo profético, que precederia o advento de nosso Senhor. Ou seja, o povo não terá outra mensagem com tempo definido. Após o fim desse período de tempo, que vai de 1842 a 1844, não pode haver um esboço definido de tempo profético. O mais longo cômputo chega ao outono de 1844” (Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia [CPB, 2015], p. 1085).

 “De modo geral, os adventistas do sétimo dia interpretam que estas palavras se referem à mensagem proclamada entre os anos de 1840 e 1844, por Guilherme Miller e outros, sobre o término da profecia dos 2300 anos. Entendem que “demora” seja um tempo profético, e seu fim significa o encerramento da mais longa profecia de tempo, a dos 2.300 (Dn. 8:14). Depois de 1844, não haveria mais profecia de tempo” (Idem, p. 883).

Portanto, o Anjo - que representa o próprio Cristo ou Sua autoridade suprema - proclama: o tempo profético terminou. Em 1844, começou o juízo investigativo, ao iniciar Cristo o Seu ministério do lugar santíssimo, claramente um significativo evento escatológico.

Ou seja, o Céu está dizendo que o relógio profético chegou ao limite. Não estamos aguardando outro período profético, apenas o cumprimento final dos eventos.

Em resumo, a frase significa o fim de uma era de profecias baseadas em tempo e o começo do tempo do fim, a partir de 1798, onde os eventos finais ocorrerão rapidamente e sem mais “demoras” cronológicas, levando à segunda vinda de Jesus. Portanto, a expressão “já não há mais demora” é um sinal de que o tempo está se esgotando e que a segunda vinda de Cristo está próxima.

Deus é fiel ao Seu tempo. Mesmo que pareça demorado, Ele cumpre o que promete.

2. A MENSAGEM DO ANJO E A IDENTIDADE ADVENTISTA

O contexto de Apocalipse 10 envolve João comendo um “livrinho aberto” (Apocalipse 10:8-11). Este livro representa o livro de Daniel, que, segundo a profecia (Daniel 12:4), estaria “selado até ao tempo do fim”, quando então seria aberto e compreendido. A compreensão das profecias de Daniel no século XIX (pelo movimento liderado por Guilherme Miller) é o cumprimento desse simbolismo.

Este versículo está intrinsecamente ligado à experiência do movimento milerita, nos Estados Unidos da América do Norte, no século XIX. Os mileritas, que deram origem ao adventismo, esperavam a volta de Jesus em 22 de outubro de 1844, com base em seus cálculos da profecia das 2.300 tardes e manhãs de Daniel 8:14. A mensagem da “breve volta de Cristo” foi inicialmente “doce” para eles. No entanto, quando Jesus não retornou como esperado, eles experimentaram um amargo desapontamento, e a profecia de Apocalipse 10:6 ganhou um novo significado: o período de expectativa baseada em tempo havia chegado ao fim. A partir de então, a vinda de Cristo é iminente, mas sem uma data específica a ser fixada.

Aqui temos algo muito interessante. Se o livro que deveria permanecer fechado até o “tempo do fim” (Dn 12:4) agora encontra-se aberto - e esse era o caso no século XIX - então é preciso ficar plenamente nítido que estamos vivendo no tempo do fim.

Após o desapontamento, o povo foi levado a examinar as Sagradas Escrituras a fim de obter uma compreensão mais clara das profecias. A experiência amarga na boca e doce ao paladar (Ap 10:9-10) foi entendida como símbolo perfeito do movimento milerita e do nascimento da Igreja Adventista, que recebe a ordem: “É necessário que você ainda profetize a respeito de muitos povos, nações, línguas e reis” (Ap 10:11, NAA). Portanto, João representa aqui a igreja remanescente, comissionada a proclamar o evangelho eterno (Ap 14:6-12), a partir do fim das profecias de tempo de Daniel (Dn 7:25; 8:14).

“João, no papel de representante dos que creem no advento após o desapontamento de 1844, recebe a comissão de anunciar a mensagem. Os adventistas deveriam prosseguir e proclamar a mensagem do terceiro anjo (Ap 14:9-12)” (Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia [CPB, 2015], p. 884).

Do desapontamento de 1844, Deus levantou o movimento adventista, hoje mundial, para restaurar as verdade bíblicas e para completar a tarefa de pregar o evangelho eterno no contexto do tempo do fim. Similarmente, Ele é capaz de transformar nossos desapontamentos pessoais, numa vida de vitória completa. Nosso Senhor Jesus se deleita em transformar tragédia em triunfo. Precisamos confiar em Sua direção providencial para que Ele transforme nossos desapontamentos em algo maravilhoso.

Ellen G. White afirma: “Vi que Deus estava na proclamação do tempo em 1843. [...] Aqueles fieis e desapontados, que não puderam compreender porque seu Senhor não viera, não foram deixados em trevas. De novo foram levados às suas Bíblias, a fim de examinar os períodos proféticos. A mão do Senhor removeu-se dos algarismos, e o erro foi explicado. Viram que o período profético chegava a 1844, e que a mesma prova que haviam apresentado para mostrar que o mesmo terminava em 1843, demonstrava terminar em 1844” (Primeiros Escritos [CPB, 1988], p. 236).

Por isso, Apocalipse 10 é mais que história: é o DNA da missão adventista.

O Anjo diz: “É necessário que profetizes outra vez.” (Ap 10:11)

Nossa missão não terminou. Somos chamados a proclamar novamente e com urgência - o evangelho eterno e as três mensagens angélicas.

3. O SIGNIFICADO ATUAL DE “NÃO HAVERÁ MAIS DEMORA”

Se após 1844 não há mais tempo profético, o que significa essa frase hoje?

Significa que os próximos eventos não seguem cronograma profético marcado por datas, mas acontecem rapidamente, “de repente”, como Jesus advertiu.

Ellen White escreveu: “Vivemos no tempo do fim. Os sinais dos tempos, que se cumprem rapidamente, declaram que a vinda de Cristo está próxima, às portas. [...] Pragas e juízos já estão caindo sobre os que desprezam a graça de Deus. As calamidades em terra e mar, as condições sociais agitadas, os rumores de guerra, são assombrosos. Prenunciam a proximidade de acontecimentos da maior importância. [...] Grandes mudanças estão prestes a ocorrer no mundo, e os acontecimentos finais serão rápidos” (Testemunhos para a Igreja [CPB, 2007], vol. 9, p. 11).

Estamos vivendo o período em que tudo está acelerado:

a) Aumento da violência

Em Seu célebre “Sermão Escatológico”, Jesus profetizou que no tempo do fim aconteceriam muitas coisas, e dentre elas, o amor de muitos se esfriaria. Ele declara expressamente: “Devido ao aumento da maldade, o amor de muitos esfriará” (Mt 24:12, NVI). No meio de uma variedade de sinais astronômicos, cósmicos, sociológicos, políticos e religiosos, Ele mencionou o esfriamento do amor. Um dos sinais que mais deveria preocupar aqueles que são cristãos, uma vez que ela prever o cumprimento na vida de muitos deles. Alguém talvez argumente: Será que isso realmente seria relevante? Afinal, a falta de amor não existe desde o início do mundo?

Na verdade, Jesus estava predizendo uma situação anormal, caracterizada pela maldade. Ele afirmou que os dias que precederiam Sua segunda vinda seriam marcados pelo esfriamento do amor. Tal esfriamento está diretamente relacionado ao crescimento da maldade ou do pecado em suas mais variadas formas. A palavra grega para amor empregada por Jesus nesse texto é ágape, que significa “amor na sua forma mais elevada e verdadeira, amor insuperável, amor que leva alguém a se sacrificar por outros (Jo 15:13). Indica reverência a Deus e respeito pelos semelhantes” (Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, v. 5, p. 352). Isso significa que Jesus profetizou que nos últimos dias esse amor do tipo ágape deixaria de existir em muitas pessoas. Ou seja, de tanto ver a maldade multiplicada em proporções nunca vistas na história, as pessoas se tornariam frias, sem sentimento, sem compaixão e empatia. As pessoas perderiam gradativamente o senso de amor a Deus e ao próximo. A religião seria uma formalidade cultural. Tendo a consciência neutralizada pelo mal e a paixão estimulada pelos desejos sensuais, muitos acabariam tendo uma mente reprovável e um comportamento monstruoso.

Sobre isso, Ellen G. White escreveu: “Achamo-nos em um mundo de pecado e corrupção, rodeados de influências que tendem a seduzir ou desanimar os seguidores de Cristo. Disse o Salvador: ‘Por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará’. Mateus 24:12” (Testemunhos Para a Igreja, v. 5, p. 741).

De fato, estamos vivendo num mundo marcado pelo aumento do pecado, da corrupção e da maldade. Lamentavelmente, ouvimos falar quase que diariamente nos noticiários da imprensa de violência doméstica. Mulheres são espancadas e mortas pelos parceiros ou ex-parceiros, deixando inúmeras crianças órfãs. De acordo com o Mapa da Violência, elaborado a partir de dados do Ministério da Saúde, revela que o Brasil ocupa hoje a 5ª posição no ranking de feminicídio, em um grupo de 83 países. São 4,8 assassinatos para cada grupo de 100 mil mulheres. O número de estupros passa de 500 mil por ano em todo o país. No caso dos assassinatos, 55,3% foram cometidos no ambiente doméstico e 33,2% dos assassinos eram parceiros ou ex-parceiros das vítimas.

Ouvimos falar de filhos que matam seus pais; crianças são jogadas no lixo ou em rios, espancadas até a morte. Outras, vítimas de violência sexual por familiares de confiança ou pessoas próximas da família. No Brasil, entre 2011 e 2017, o Disque 100, canal de denúncias oficial do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MDH), registrou 203.275 denúncias de violência sexual contra crianças e adolescentes. No mesmo período, o Ministério da Saúde recebeu 141.160 notificações da mesma violência.

“Devido ao aumento da maldade”.  Estas palavras chamaram minha atenção ao escrever essas linhas, porque me fizeram lembrar do jovem Alexandre Nardone, na cidade de São Paulo, que assassinou sua própria filha Isabella Nardone, de 5 anos, jogando-a do 6º andar do apartamento onde moravam, no Edifício London, no dia 29 de março de 2008. Esse crime chocou o país. O pior de tudo foi seu álibi, procurando convencer o país e a polícia de que sua filha tinha sido assassinada por uma outra pessoa desconhecida que teria entrado no apartamento e praticado o crime. Quase que diariamente ouvimos falar de pais que matam os filhos e de filhos que assassinam seus pais.

As pessoas assassinas estão matando outras sem precisarem de muitos motivos. Mata-se por motivos fúteis, irrelevantes ou banais. São moradores em situação de rua queimados por “brincadeira”, brigas entre vizinhos, discussões no trânsito e desentendimentos familiares que resultam em morte. Um enorme número de adolescentes em conflito com a lei aceitam com entusiasmo a ideias de estourar os miolos de outro ser humano, sem mais nem menos. A vida perdeu o valor.

O crime e a violência são um fenômeno mundial. Ataques terroristas em todos os continentes afligem os habitantes do velho globo. O terror imprevisível gera medo e depressão. Uma bomba pode surpreender tanto uma base militar como uma estação de trem. Além disso, os crimes hoje, são mais violentos. A generalizada ondas de crimes e a crescente população carcerária do mundo mostram que milhões de pessoas têm intenções criminosas e pouca vontade de mudar. Muitos chegam até acreditar que o crime compensa. Assim, o mundo mudou - para pior. Indubitavelmente, ficou mais perigoso.

Nesse clima de pavor, com a ocorrência de tantos atos iníquos, a humanidade está horrorizada consigo mesma. É comum, em serviços fúnebres, pessoas em pranto e revoltadas com o modo bárbaro como familiares e amigos perderam a vida, repetirem: "Gente, onde está o amor?"

“A perversidade e crueldade dos homens alcançarão tal atitude que Deus Se revelará em Sua majestade. Muito em breve a impiedade do mundo terá atingido seu limite e, como nos dias de Noé, Deus derramará os Seus juízos.” (Ellen G. White, Olhando Para o Alto [MM, 1983], p. 328).

b) Avanço do secularismo (Lc 18:8)

Jesus encerra a parábola da viúva persistente com uma pergunta inquietante. Contudo, quando o Filho do homem vier, encontrará fé na terra?”.  Ele não questiona Seu retorno, pois este é certo; questiona, sim, o estado da fé humana no tempo de Sua volta. Essa pergunta ecoa com força especial em nossos dias, marcados pelo avanço acelerado do secularismo no Brasil e no mundo.

Vivemos em uma era pós-moderna que promove a ideia de que Deus é desnecessário. A fé tem sido empurrada para o campo do privado, enquanto a razão humana, a ciência desvinculada de valores espirituais e o individualismo assumem o centro da existência. O ser humano moderno busca organizar a vida, a moral e o futuro sem qualquer referência ao Criador. Esse afastamento não é apenas cultural; é espiritual.

O secularismo não se manifesta somente pela negação explícita de Deus, mas pela indiferença. Muitos não dizem que Deus não existe; vivem como se Ele não existisse. Essa atitude cumpre silenciosamente as advertências bíblicas sobre os últimos dias: uma religião sem poder, uma fé sem perseverança, uma espiritualidade superficial e acomodada.

No Brasil, historicamente conhecido por sua religiosidade, observa-se o crescimento do relativismo moral, da desconfiança em relação às Escrituras e da substituição da fé por ideologias, prazeres e autossuficiência. O coração humano passa a ocupar o lugar de Deus, tornando-se juiz absoluto do bem e do mal. Esse cenário não aponta para o progresso espiritual, mas para o cumprimento profético das palavras de Cristo.

Entretanto, a pergunta de Jesus também carrega um chamado. Ele não foi feito para gerar desespero, mas vigilância. A fé verdadeira não é apenas crença intelectual, mas confiança perseverante em meio à apostasia crescente. Em um mundo que se afasta de Deus, o povo de Deus é chamado a permanecer firme, orando sem cessar, vivendo com fidelidade e testemunhando com coragem.

A pergunta de Cristo deve ser trazida para o íntimo do coração: quando Ele voltar, encontrará fé em mim? Em meio ao barulho do secularismo, somos convidados a ser uma minoria fiel, que vive não de vista, mas de fé.

c) Erosão moral (2 Tm 3:1-5)

“Sabe, porém, isto: nos últimos dias sobrevirão tempos difíceis.” (2 Tm 3:1)

O apóstolo Paulo não descreve os últimos dias como um tempo apenas de crises econômicas, guerras ou catástrofes naturais, mas como um período marcado por uma profunda crise moral. A expressão “tempos difíceis” pode ser traduzida como tempos perigosos, cruéis, moralmente opressivos. Ou seja, o perigo maior do tempo do fim não viria de fora, mas do interior do próprio coração humano.

Paulo apresenta uma lista impressionante de características: amantes de si mesmos, amantes do dinheiro, soberbos, arrogantes, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes, sem afeto natural, implacáveis, sem domínio próprio, inimigos do bem. Essa descrição não se encaixa apenas em sociedades antigas; ela retrata com assustadora precisão o espírito do nosso tempo.

Vivemos em uma era em que o mal não apenas é praticado, mas normalizado, justificado e, muitas vezes, celebrado. Valores que antes eram considerados essenciais para a convivência humana — fidelidade, respeito, autocontrole, verdade - estão sendo corroídos lentamente. Essa erosão moral é como um desgaste silencioso: não acontece de um dia para o outro, mas, quando percebemos, os alicerces já estão comprometidos.

As Sagradas Escrituras revelam que essa decadência moral não surge por falta de conhecimento, mas por rejeição deliberada de Deus. O texto afirma que essas pessoas terão “aparência de piedade, mas negarão o seu poder”. É uma religiosidade sem transformação, uma fé de fachada, desconectada da obediência e do caráter de Cristo.

Esse cenário aponta claramente para o cumprimento profético. A Bíblia ensina que, antes da volta de Jesus, o mundo estaria espiritualmente confuso, moralmente fragilizado e cada vez mais distante dos princípios divinos. A erosão moral não é apenas um problema social; é um sinal espiritual que indica que o tempo está avançado.

Contudo, esse texto não foi escrito apenas para nos assustar, mas para nos despertar. Paulo não diz para fugir do mundo, mas para não ser moldado por ele. Em meio à decadência moral, Deus chama Seu povo a refletir um caráter diferente, fundamentado no amor, na verdade e na santidade.

Em um mundo onde o mal se torna comum, como está o meu coração diante de Deus? Estou permitindo que a cultura molde meus valores ou estou permitindo que Cristo transforme meu caráter?

d) Cenário favorável ao decreto dominical

A profecia de Apocalipse 13 prevê a união do catolicismo com as igrejas protestantes ou evangélicas e espíritas no tempo do fim. Essa união envolverá a primeira besta (do mar), a segunda besta (da terra) e o protestantismo apóstata, que se unirá a eles.  A primeira besta representa o papado, que exerceu poder político-religioso opressivo durante a Idade Média (Ap 13:5, 7) e cuja "ferida mortal" (perda de poder temporal) seria curada (Ap 13:3). A segunda besta é identificada como os Estados Unidos, que se levantariam como uma nação de liberdade religiosa, simbolizada pelos seus dois chifres semelhantes aos de cordeiro. No entanto, no tempo do fim, passará a "falar como o dragão" (Satanás), usando de coerção para impor crenças religiosas (v.11). Esse poder no tempo do fim será fundamental para induzir o mundo inteiro a adorar a primeira besta, que recebeu a ferida mortal, em 1798, durante a Revolução Francesa (v. 12-18). Isso espelha a união entre a igreja e o estado que caracterizou o poder papal histórico.

“Apocalipse 13, portanto, indica que os Estados Unidos da América (a besta da terra) terá o papel principal na cura da ferida mortal do sistema papal (a besta do mar). No tempo do fim, a besta da terra estabelecerá uma união com a besta do mar, dando origem a uma instituição semelhante àquela que caracterizou o cristianismo medieval na Europa Ocidental, com o propósito de controlar a consciência e as crenças das pessoas. O impacto da besta da terra será mundial” (Comentário Bíblico Andrews [CPB, 2025], v. 4, p. 706).

O ponto central dessa união de igrejas e do poder civil será a imposição de um decreto dominical, tornando obrigatória a guarda do domingo como dia de descanso e adoração, em oposição ao sábado bíblico (sétimo dia), que resultará em perseguição religiosa para aqueles que se mantiverem leais aos mandamentos de Deus e ao sábado bíblico (Êx 31:12-17; Ez 20:12, 20).

“Apocalipse 13:17 mostra que, no clímax do drama do tempo do fim, as sanções econômicas àqueles que se recusarem a adorar a imagem da besta desempenharão um papel fundamental. A recusa em adorar a besta será tratada como um ato de deslealdade punível com morte. [...] Todo esse cenário culminará com a vinda de Cristo em poder e glória, seguida pela derrota da coalizão triúna satânica e de suas forças (19:11-21), bem como pela libertação do povo fiel (Dn 12:1)” (Idem, p. 706).

Por mais de 160 anos, os adventistas do sétimo dia têm advertido o mundo sobre a reconciliação entre católicos e protestantes que se aproximava – mesmo quando todas as indicações políticas e religiosas faziam parecer impossível essa reconciliação.

Com base nessa profecia apocalíptica, em 1885, a escritora cristã norte-americana, Ellen G. White predisse: “Quando o protestantismo estender os braços através do abismo, a fim de dar uma das mãos ao poder romano e a outra ao espiritismo, quando por influência dessa tríplice aliança os Estados Unidos forem induzidos a repudiar todos os princípios de sua Constituição, que fizeram deles um governo protestante e republicano, e adotar medidas para a propagação dos erros e falsidades do papado, podemos saber que é chegado o tempo das operações maravilhosas de Satanás e que o fim está próximo” (Testemunhos Para a Igreja [CPB, 2007], v. 5, p. 451).

Ellen White ainda predisse: Quando as principais igrejas dos Estados Unidos, ligando-se em pontos de doutrinas que lhes são comuns, influenciarem o Estado para que imponha seus decretos e lhes apoie as instituições, a América do Norte protestante terá então formado uma imagem da hierarquia romana, e a aplicação de penas civis aos dissidentes será o resultado inevitável” (O Grande Conflito [CPB, 2006], p. 445).

Quando ela escreveu essas palavras, os protestantes e católicos viviam em “guerra” uns com os outros. Em 1885, o movimento ecumênico ainda estava longe no futuro, mas os tempos mudaram muito. Hoje, evidentemente, o impossível se tornou quase inevitável, pois vez após outra católicos e protestantes estão se unindo em toda uma infinidade de assuntos. Muito interessante ainda, e novamente seguindo o que Ellen White escreveu mais de um século atrás, são os protestantes que estão fazendo as mais incríveis concessões, tudo a fim de causar essa união com Roma.

É perceptível que o movimento ecumênico que promove a união das igrejas ou religiões cresce no mundo. Desde o alvorecer do novo milênio estamos testemunhando o maior impulso rumo à unidade ecumênica que o mundo já viu. E esse fato é, indubitavelmente, uma importante tendência que apontam para o cumprimento da profecia apocalíptica. Os fenômenos espirituais comuns aos evangélicos pentecostais, católicos carismáticos e espíritas, a exemplo das “revelações”, as curas e os êxtase, levou o espírita kardecista José Reis Chaves a fazer a surpreendente declaração: “E percebe-se que é uma questão de tempo para que os espíritas, os carismáticos católicos e os pentecostais, conhecendo "in totum" a verdade libertadora, dar-se-ão as mãos, formando um só rebanho e um só pastor!” (Portal O Tempo).

Em 29 de março de 1994, 39 líderes protestantes evangélicos e católicos romanos assinaram um documento intitulado “Evangélicos e católicos juntos: A Missão Cristã no Terceiro Milênio”.

A igreja Católica Romana está freneticamente construindo pontes para todas as denominações cristãs.  O jornal O Globo de 22/05/1995 estampou uma surpreendente manchete: “Papa quer cristãos unidos no ano 2000”.  Logo em seguida comenta: “... O porta-voz do Vaticano Joaquim Navarro-Valls afirmou que o Papa quer eliminar as distâncias cavadas nas lutas históricas para a união dos cristãos no limiar do terceiro milênio.

O mesmo jornal edição de 31/05/1995, nove dias depois, estampa a manchete: “Em nova Encíclica, Papa defende união de cristãos”, e comenta: “O Vaticano divulgou ontem a 12ª Encíclica do Papa João Paulo II, ‘Que Todos Sejam Um’, dedicada totalmente ao ecumenismo. Nas suas 114 páginas, o Papa afirma que o compromisso da Igreja Católica com a unidade de todos os cristãos é irreversível...

Observe o papa diz que é IRREVERSÍVEL esta união. De fato, com a morte do Papa João Paulo II, o Vaticano não desistiu de seu intento, prosseguiu com seu objetivo com os sucessores do extinto João Paulo II.

O jornal Folha de São Paulo de 30 de junho de 2008 traz a seguinte matéria: “Bento XVI pede unidade de todos os cristãos”. E comenta: “O papa Bento 16 pediu neste domingo a unidade de todos os cristãos durante a tradicional oração do ângelus, à qual assistiu o patriarca ecumênico Bartolomeu 1º, primaz de honra das igrejas ortodoxas. (...) No ângelus, Bento 16 lembrou que no sábado começou o Ano paulino pelo que pediu aos fiéis que rezassem por esse motivo, assim como pela unidade dos cristãos, a evangelização e a comunhão da igreja”.

Desde seu primeiro discurso na Capela Sistina, na manhã seguinte à sua eleição, Bento XVI afirmou claramente que o ecumenismo – a busca da unidade com outras denominações cristãs – é uma das maiores prioridades de seu pontificado.

O pontificado do Papa Francisco não tem ficado atrás dos últimos dois. Ele vem reforçando sua postura ecumênica, tentando aproximar-se das outras correntes do Cristianismo como os ortodoxos e os evangélicos. A Igreja Católica continua firme em seu propósito de reconquistar a supremacia política mundial e o pior de tudo é que as principais igrejas protestantes já venderam sua alma ao bispo de Roma, para desespero do mundo todo. Por trás dessa fala mansa do papa encontra-se o desejo de supremacia através da exaltação do descanso dominical. 

No sábado, 25 de janeiro de 2014 durante o encerramento da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, que ocorreu na Basílica de São Paulo Fora dos Muros, ele fez orações em companhia do representante do Patriarcado ecumênico de Constantinopla, Gennadios Zervos, e o representante do arcebispo de Cantuária e chefe da Comunhão Anglicana, o pastor David Moxon. 

Neste dia, o site da Rádio Vaticano postou a seguinte matéria:

 Papa: Cristo é princípio, causa e motor da unidade dos cristãos

Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco presidiu às vésperas na tarde deste sábado, na Basílica de S. Paulo Fora dos Muros, por ocasião da festa da Conversão do Apóstolo e no encerramento da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos.

Antes de iniciar a celebração, Francisco desceu ao túmulo do Apóstolo Paulo para rezar com o arcebispo metropolita ortodoxo e representante do Patriarcado ecumênico de Constantinopla, Gennadios Zervos, e o representante do arcebispo de Cantuária e chefe da Comunhão Anglicana em Roma, o Pastor David Moxon.

A Basílica estava repleta de fiéis e nos bancos da frente destacavam-se alguns cardeais colaboradores e ex-colaboradores da Cúria Romana, como os dois ex-Secretários de Estado, Angelo Sodano, (atual decano do Colégio Cardinalício) e Tarcisio Bertone, camerlengo da Santa Romana Igreja.

Na presença de representantes ortodoxos, anglicanos e de outras comunidades cristãs, em sua homilia o Papa comentou o tema escolhido para a edição deste ano da Semana: “Estará Cristo dividido?” (1 Cor 1, 13).

Com grande tristeza, comentou o Pontífice, o Apóstolo soube que os cristãos de Corinto estavam divididos em várias facções. Uns afirmavam: "Eu sou de Paulo"; outros diziam: "Eu sou de Apolo"; e outros: “Eu sou de Cefas”; e há ainda quem sustentasse: «Eu sou de Cristo». Até mesmo quem apelava a Cristo o fazia para se distanciar dos irmãos.

Diante desta divisão, Paulo exorta os cristãos de Corinto a serem todos unânimes, para que haja perfeita união de pensar e sentir. Mas a comunhão a que chama o Apóstolo, notou Francisco, não poderá ser fruto de estratégias humanas.

“Nesta tarde, encontrando-nos aqui reunidos em oração, sentimos que Cristo - que não pode ser dividido – quer atrair-nos a Si, aos sentimentos do seu coração, ao seu abandono total e íntimo nas mãos do Pai, ao seu esvaziar-se radicalmente por amor da humanidade. Só Ele pode ser o princípio, a causa, o motor da nossa unidade.”

As divisões na Igreja – prosseguiu o Papa – não podem ser consideradas como um fenômeno natural ou inevitável. “As nossas divisões ferem o corpo de Cristo, ferem o testemunho que somos chamados a prestar-Lhe no mundo”, acrescentou.

A seguir, o Pontífice mencionou o Decreto do Concílio Vaticano II sobre o ecumenismo, Unitatis redintegratio, em que se afirma que Cristo “fundou uma só e única Igreja” e acrescentou: “Queridos amigos, Cristo não pode estar dividido! Esta certeza deve incentivar-nos e suster-nos a continuar, com humildade e confiança, o caminho para o restabelecimento da plena unidade visível entre todos os crentes em Cristo.”

Improvisando, o Papa acrescentou que “todos fomos prejudicados pelas divisões entre os cristãos; não queremos ser um escândalo!”, frisou. “Caminhemos fraternamente juntos no caminho da unidade, na unidade ‘reconciliada’, para a qual o Senhor nos acompanha”, exortou, explicando que “a unidade não vai cair do céu como um milagre, mas será o Espírito Santo a propiciá-la, em nosso caminho. Se não caminharmos juntos, uns para os outros, e não trabalharmos juntos, a unidade não virá. É o Espírito Santo que a faz, ao ver a nossa boa-vontade”.

Francisco citou ainda seus predecessores, os Beatos João XXIII e João Paulo II e Paulo VI, para afirmar que a obra desses pontífices fez com que a dimensão do diálogo ecumênico se tornasse um aspecto “essencial do ministério do Bispo de Roma, que hoje não se compreenderia plenamente o serviço petrino sem incluir nele esta abertura ao diálogo com todos os crentes em Cristo”.

Por fim, exortou: “Amados irmãos e irmãs, peçamos ao Senhor Jesus que nos conserve profundamente unidos a Ele, nos ajude a superarmos os nossos conflitos, as nossas divisões, os nossos egoísmos e a vivermos unidos uns aos outros por uma única força, a do amor, que o Espírito Santo derrama nos nossos corações.”

O cardeal Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, Kurt Koch, não pôde participar da cerimônia, devido a um resfriado, e sua saudação foi lida pelo secretário do dicastério, Dom Brian O’Farrell. (BF/CM)

Texto proveniente da página Rádio Vaticano.

Neste dia terminou a semana pela unidade dos cristãos. Os apelos pela unidade foram os mais veementes já vistos. Muitos pronunciamentos importantes. O Ecumenismo agora é mais importante que nos tempos do papa Bento XVI.

Há um século, Ellen White escreveu: “A vasta diversidade de crenças nas igrejas protestantes é por muitos considerada como prova decisiva de que jamais se poderá fazer esforço algum para se conseguir uma uniformidade obrigatória. Há anos, porém, que nas igrejas protestantes se vem manifestando poderoso e crescente sentimento em favor de uma união baseada em pontos comuns de doutrinas. Para conseguir tal união, deve-se necessariamente evitar toda discussão de assuntos em que não estejam todos de acordo, independentemente de sua importância do ponto de vista bíblico” (O Grande Conflito [CPB, 2006], p. 444).

Na eleição presidencial de 2000 dos EUA, o líder evangélico Atira Colson escreveu em um artigo no New York Times (2 de março de 2000): “Na verdade, o abismo entre evangélicos e católicos romanos, aberto pela Reforma, está sendo coberto. Hoje, estamos ombro a ombro como o bloco religioso mais significativo na América”. (Angel Manuel Rodriguez, Grandes Profecias Apocalípticas, Lição da Escola Sabatina, 2º Trim. 2002, ed. de Professor, p. 114). Provavelmente, ele nunca tenha lido as predições de Ellen G. White, mas falou da proximidade dos católicos e evangélicos como alguém que tivesse lido o livro O Grande Conflito, por exemplo.

De todos os movimentos em direção à unidade doutrinária entre católicos e protestantes, a mais dramática foi aa “Declaração Conjunta sobre a Doutrina da Justificação”, assinada em 1999 por dignatários do Vaticano e da Federação Luterana Mundial (que representa 58 milhões dos 61,5 milhões de luteranos no mundo). A declaração afirmou que, a pesar das “diferenças remanescentes”, católicos e luteranos possuem a mesma visão fundamental da justificação pela fé, e que as “diferenças existentes na sua explicação não são mais uma ocasião para condenações doutrinais”. E esse documento foi apenas um precursor de um novo, agora na “apostolicidade da igreja” (entenda-se, na autoridade do papa). (Confira clicando aqui).

No dia 22 de maio de 2008, a chanceler da Alemanha participou do Congresso da Igreja Católica do país, e afirmou: “Temos um Deus, temos Jesus, que nos mostra como podemos viver e isso é algo que a mim me dá forças”. Ela é filha de um pastor protestante e membro da Igreja Evangélica. Ainda assim, Merkel comemorou a ampla participação de protestantes durante o Congresso da Igreja Católica. Isso é algo que dá esperança ao ecumenismo.

Entre os dias 24 e 30 de maio de 2009 ocorreu em todo o mundo a Semana de Oração pela unidade dos cristãos. Para o reverendo Luís Alberto, secretário geral do Conselho Nacional das Igrejas Cristãs (CONIC): “As afinidades das igrejas cristãs em torno de Jesus são mais fortes do que as diferenças” (...) A Semana é fundamental para os cristãos de todo o mundo A celebração visa unir as igrejas no seguimento de Jesus Cristo como um só pastor e nós como um só rebanho”.

Na cidade de Maringá (Paraná) participaram as seguintes igrejas: Igreja Católica Romana, Igreja Episcopal Anglicana, Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, Igreja Presbiteriana Unida (de Marialva).

No dia 28 de julho de 2013, o site Último Segundo estampou a seguinte manchete: “Evangélicos se unem a católicos na Jornada Mundial da Juventude”. Grupos de evangélicos estiveram presentes na JMJ.

Sites evangélicos divulgaram opiniões positivas e elogiosas ao papa Francisco, a exemplo do site Gnotícias.com.br. No dia 29 de julho, o mesmo site publicou uma matéria com a seguinte manchete: “Postura do papa Francisco é elogiada por líderes evangélicos: “Passou simplicidade, enquanto ‘apóstolos’ ostentam riquezas” E comenta: “O pastor Renato Vargens, líder da Igreja Cristã da Aliança, também analisou os discursos do papa e o impacto que a postura do líder católico teve entre os fiéis evangélicos. Para Vargens, “a vinda do papa Francisco ao Brasil tem despertado não somente a atenção da população em geral, como também dos evangélicos que não se cansam de elogiar o bispo de Roma”. O pastor citou ainda as redes sociais como amostra da admiração que boa parte do rebanho evangélico tem expressado ao pontífice” (Confira o texto clicando aqui).

Recentemente o bispo anglicano Tony Palmer se une ao papa Francisco num apelo a pentecostais norte-americanos pela união das igrejas. A proposta foi recebida com entusiasmo pelos líderes protestantes. Isso mostra como o movimento ecumênico avança a passos largos. Embora ainda haja muito por acontecer, esses eventos estão levando a um cumprimento surpreendente da profecia apocalíptica.

Importante dizer que essa união da igrejas não será uma união institucional, mas espiritual, dialogal. Não é que as igrejas evangélicas deixaram de existir numa fusão com a Igreja Católica Romana, passando a existir uma única igreja cristã, mas elas estarão unidas para realizarem algumas atividades juntas, a exemplo de forçar os governos do mundo para aprovarem leis tornando a obrigatória a guarda do domingo, erguendo, desse modo, a imagem da besta do Ap 13. A própria Igreja reconhece que ecumenismo não é a fusão das igrejas ao afirmar que ecumenismo não é “misturar Igrejas ou religiões como se fosse tudo a mesma coisa” (O que é e o que não é Ecumenismo, site CNBB, Catequese do Brasil).

Qual é o significado da união das religiões? Ellen G. White diz-nos: “Quando o protestantismo estender os braços através do abismo a fim de dar uma das mãos ao poder romano e a outra ao espiritualismo (...) podemos saber que é chegado o tempo das aparições maravilhosas de Satanás é que O FIM ESTÁ PRÓXIMO” (Ellen G. White, Testemunhos Seletos, vol. 2, p. 151).

 e) Crise climática

A profecia de Apocalipse 11:18 afirma que “chegou o tempo determinado para [...] destruíres os que destroem a Terra”, o que sugere a ideia de que o Senhor Jesus voltará à Terra num tempo em que os homens estariam destruindo o planeta Terra. Estamos vivendo exatamente esse tempo, em que os homens por meio de suas atividades estão, de forma acelerada, emitindo grandes volumes de gases de efeito estufa na atmosfera, principalmente do dióxido de carbono (CO2). Esses gases formam uma espécie de cobertor em torno do planeta, impedindo que a radiação solar, refletida pela superfície na forma de calor, volte para o espaço. Na realidade, esses gases retêm o calor do Sol na Terra e, consequentemente, produzindo o aquecimento global. O processo de aumento da temperatura mundial é comprovado por medições precisas feitas pelos mais modernos satélites e sondas.

Além das emissões de gases de efeito estufa, temos vistos a propagação de crimes ambientais, como desmatamentos e queimadas em todos os biomas no Brasil, que causam mudanças climáticas atingindo toda a população brasileira e inclusive todo continente; crimes relacionados com uso abusivo de agrotóxicos, que matam a biodiversidade do Brasil, contaminam as águas subterrâneas, nascente e rios. E afetam a saúde pública com a comprovada ocorrência de câncer causado pelo Glifosato.

O aquecimento global é um fenômeno preocupante que resulta do aumento significativo da temperatura média da Terra, e tem sido devastadoras para o meio ambiente e a sociedade. Esse processo pode levar à extinção da vida no planeta. As catástrofes causadas pelo aquecimento global apavoram a humanidade e tornam vivas as profecias bíblicas sobre o futuro do mundo.

Os gigantescos blocos de gelo que se desprendem na Antártica e no Ártico impressionam qualquer um. Previsões mais conservadoras dão conta de que a calota gelada no extremo norte da Terra, fundamental para a manutenção da temperatura no planeta, deve desaparecer totalmente durante o verão a partir de 2060. Eles são apenas o efeito mais visível de um fenômeno que também tem provocado tornados e furações devastadores na América do Norte, ondas de forte calor na Europa, secas rigorosas na África, inundações na Ásia e invernos rigorosíssimos no Hemisfério Norte.

Sem falar nas epidemias, catástrofes naturais e extinção de espécies animais e vegetais que têm ocorrido como nunca nas últimas décadas. Aquilo que antes estava restrito a filmes de ficção científica ou às profecias bíblicas de Daniel e do Apocalipse, agora está em todos os noticiários - o mundo parece em convulsão. E cada vez mais as pessoas acreditam que o aquecimento global e suas trágicas consequências se tratam dos “sinais dos tempos”, os acontecimentos preditos por Jesus Cristo nos evangelhos e que antecederiam sua volta.

Percebemos, ao longo da história, que todas as grandes eras proféticas foram cumpridas. Não sabemos quando Cristo virá. Não podemos definir o que é perto nem o que é logo, mas com confiança absoluta podemos exclamar que as profecias cumpridas proclamam que a Sua volta está próxima. Tudo aponta que não há mais demora, não porque Deus apressa, mas porque os acontecimentos se encadeiam rumo ao fechamento da porta da graça.

O tempo da graça não é infinito. Precisamos viver como quem entende que Cristo está às portas.

4. QUANDO DEUS NÃO ADIA MAIS: NOSSO COMPROMISSO

Portanto, a declaração do Anjo “não haverá mais demora” serve como um lembrete para os adventistas de que estão vivendo no tempo do fim e que a maior e mais urgente necessidade é um reavivamento espiritual e a dedicação à missão de pregar o evangelho, pois a volta de Jesus está próxima.

O anjo proclama “não haverá mais demora” - mas muitos ainda vivem como se houvesse “muito tempo”. Deus não deseja que Seu povo fique adormecido.

As forças espirituais malignas trabalham ativamente para distrair os crentes e fazê-los esquecer a iminência do retorno de Jesus Cristo e dos eventos finais descritos na profecia bíblica, incentivando a complacência e o foco exclusivo nos assuntos materiais do mundo presente.

Se o inimigo quer criar sensação de demora, Deus diz: “Não haverá demora!”

O que fazer à luz dessa verdade?

1. Reavivamento pessoal - oração, estudo da Bíblia, reforma de vida.

Ellen G. White escreveu: “Um reavivamento da verdadeira piedade entre nós, eis a maior e a mais urgente de todas as nossas necessidades. [...] Cumpre-nos, porém, mediante confissão, humilhação, arrependimento e fervorosa oração, cumprir as condições estipuladas por Deus em Sua promessa para conceder-nos Sua bênção. Só podemos esperar um reavivamento em resposta à oração” (Mensagens Escolhidas [CPB, 1985], v. 1, p. 121).

2. Compromisso com a missão - trabalhar por almas, dar estudos bíblicos, testemunhar.

3. Pureza de vida - abandonar práticas que nos afastam de Deus.

4. Urgência santa - entender que cada dia é oportunidade de salvação.

APLICAÇÃO FINAL: O CÉU ESTÁ PRONTO. NÓS ESTAMOS?

Cristo não tardará. A demora não é dEle; é da graça aguardando nossa decisão.

Ellen White assegura: “Cristo aguarda com fremente desejo a manifestação de Si mesmo em Sua igreja. Quando o caráter de Cristo se reproduzir perfeitamente em Seu povo, então virá para reclamá-los como Seus.” (Parábolas de Jesus [CPB, 2018], p. 69).

Ou seja: Deus não está atrasado - Ele está sendo misericordioso. Mas chegará o momento em que o Céu dirá novamente: “Já não haverá mais demora.”

Por todos os lados os acontecimentos proclamam, em voz retumbante, a iminência de Sua vinda, a fim de buscar os Seus. Com efeito, Ele já poderia ter vindo!

Os planos e preparativos do Senhor, para a grande reunião familiar, por ocasião de Seu segundo advento, poderiam ter terminado há dezenas de anos! Seu ministério, no santuário celestial, como nosso mediador e juiz, poderia ter-se concluído já. A advertência a um mundo de pecado poderia já ter sido dada. Esta verdade, Ellen G. White torna bem clara.

Mas aqui estamos ainda. A obra de pregação do evangelho eterno ainda não terminou. Jesus continua Sua obra do juízo, no Santuário celestial. Ele não voltou ainda, em poder e glória, como prometeu. Seus escolhidos estão ainda presos à Terra.

Que há de errado? O povo de Deus - você e eu - ainda retardamos a volta do Senhor! Escute estas palavras de nosso Salvador: “Logo que o grão fica maduro, o homem lhe passa a foice, porque chegou a colheita” (Mc 4:29, NVI). “Logo que o grão fica maduro”, diz Jesus, não haverá mais demora. A foice será usada. Virá a colheita. “A colheita é o fim do mundo” (Mt 13:39), diz o próprio Jesus. Diz-nos o Mestre: “Logo que o grão fica maduro” - quando nosso caráter estiver aperfeiçoado, quando a igreja tiver feito o preparo devido, virá a colheita. Cristo cumprirá a promessa de Seu segundo advento.

É evidente que isto não quer dizer que Deus vai esperar até que cada um de Seus filhos esteja pronto. Na parábola das dez virgens, o esposo não esperou que as cinco virgens néscias despertassem e reabastecessem seu suprimento de óleo. À meia-noite ele chegou, e as virgens insensatas, despreparadas, ficaram de fora. Como advertência aos que contam presumivelmente com a longanimidade de Deus, Jesus acrescentou: “Portanto, vigiem, porque vocês não sabem o dia nem a hora” (Mt 25:13).

CONCLUSÃO

Embora não queiramos ser rotulados como alarmistas, é óbvio que estamos vivendo nos últimos dias da história da Terra. Portanto, que Deus nos guie como Seu movimento profético, ao proclamarmos as três mensagens angélica (Ap 14:6-12), cujo centro é Cristo e Sua justiça; e a advertência do quarto anjo (Ap 18:1-4), que convida as pessoas a abandonar a confusão religiosa atual e a retornar ao verdadeiro culto a Deus. O mundo já está preparado para a sua destruição final. Estamos nós preparados para a salvação eterna?

A promessa registrada em Hebreus 10:37 é: “pois em breve, muito em breve Aquele que vem virá, e não demorará” (NVI).

Caro amigo leitor, demos glória a Deus por Seu reino estar se aproximando. Entreguemos nossa vida a Ele hoje mesmo e assim possamos ser cidadãos do novo mundo que Deus irá criar! Os sinais anunciados na Bíblia a milhares de anos atrás estão se cumprindo dramaticamente em nossos dias. Isto indica “os passos de um Deus que se aproxima” (Ellen G. White, Evangelismo. p. 219), que a agonizante noite de dor e morte está para terminar, já se vislumbram os alvores radiantes do Novo Mundo oferecido por Jesus a todos os que amam a Sua vinda.

Preparemos nossa vida e nossa família para aquele grande encontro com o Senhor. Preparemos um povo para estar com Jesus! Levemos esta mensagem a todo mundo nesta geração: “CRISTO ESTÁ VOLTANDO!”

APELO

Hoje, Deus nos chama a despertar. Se não haverá mais demora no plano divino, não pode haver mais demora em nossa entrega.

Faça esta pergunta ao seu coração: “Se Jesus voltasse hoje, eu estaria preparado?”

Se você deseja dizer: “Senhor, quero viver com urgência, fidelidade e missão”, então se coloque diante de Deus neste momento.

Vamos orar pedindo: um coração vigilante e poder para anunciar as últimas mensagens ao mundo.

 

 

 

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