É POSSÍVEL UM ATEU SER FELIZ?


 Ricardo André

Felicidade. Ao longo de toda a história homens e mulheres a têm buscado. Não há ser humano que não deseje ser feliz. Os desejos mais intensos do ser humano giram em torno de esbanjar saúde, ter muito dinheiro, trabalhar pouco, ter prazeres ou diversões, viajar, ser sempre jovem e viver bastante. Muitos se iludiram de que seriam felizes se alcançassem essas conquistas. Os que assim pensam procuram a felicidade nos atalhos, e jamais a encontram. A maioria das pessoas chegam ao crepúsculo da vida com a alma vazia. “Felicidade é uma atitude de espírito. Não depende tanto do material como da atitude que adotamos e a valorização que temos das coisas e dos fatos”. Quando uma pessoa se convence de que não pode jamais alcançar a felicidade, perde o desejo de viver. Sim, embora todos desejemos a felicidade, e muitos a procurem durante toda a vida, poucos há que realmente a encontram.

Se a felicidade não depende de riquezas, de posses materiais, de diversões ou prazeres da vida, onde encontrar a verdadeira felicidade? Pode uma pessoa que não acredita em Deus ser feliz?

I - É POSSÍVEL UM ATEU SER FELIZ?

Richard Dawkins, biólogo evolucionista, considerado o ícone do ateísmo moderno, escreveu o livro “Deus: Um Delírio”. Nessa obra, sua dialética consiste em “esclarecer” que Deus não passa de invenção de pessoas desiludidas. Já no prefácio Dawkins afirma categoricamente a intenção de seu livro: “Se este livro funcionar do modo como espero”, diz ele, “os leitores religiosos que o abrirem serão ateus quando o terminarem”. A arrogante previsão pode fazer alguém estremecer um pouco. Mas então, como se ele próprio se apoiasse para um completo nocaute em menor grau, Dawkins joga uma irrisória advertência na mistura: “É claro”, ele diz, “que fiéis radicais são imunes a qualquer argumentação, com a resistência erguida por anos de doutrinação” (Dawkins, Deus, Um Delírio, p. 23).

Segundo ele, “é possível ser um ateu feliz, equilibrado, ético, intelectualmente realizado” (Dawkins, p. 18). Como Dawkins, milhares de ateus acreditam piamente que se pode encontrar felicidade à parte de Deus, pois a felicidade não depende de crenças religiosas, basta ser um ser humano decente, gentil e compassivo para ser feliz. Basta encontrar alegria nas pequenas coisas... Obviamente, a felicidade está nas coisa pequenas da vida, nos pequenos sucessos que tornam feliz uma pessoa, a exemplo de ter bons amigos, a realização profissional, abraçar a pessoa amada, ter uma família que amamos e somos amados, ajudar as pessoas em suas necessidades, apreciar um pôr do Sol... Mas, somente essas pequenas coisas da vida são suficientes para assegurar-nos a felicidade? Não haveria algo a mais e mais fundamental que nos garanta a felicidade? Certamente, um fator fundamental da felicidade é a nossa cosmovisão, ou visão do mundo ou da vida que adotamos.

A visão do mundo ateísta é insuficiente para manter uma vida feliz e consistente. Alguns filósofos ateus mais famosos do mundo descreveram um mundo sem Deus como "absurdo". Os existencialistas, por exemplo, afirmam que a vida humana é limitada por dois nada: o homem teria surgido do nada, não como resultado de uma criação especial por um Deus amoroso, e se dirige lenta e inexoravelmente para outro nada. E o que dá uma nota trágica à existência – para os existencialistas ateus – é que a pessoa tem consciência de estar caminhando para a destruição; isto é terrível. Então, nasce dentro do homem a angústia de que Heidegger falava ou a náusea de Jean Paul Sartre. Nesta mesma linha outros filósofos fizeram muito mal à humanidade, especialmente aos jovens, pois deram à vida uma conotação sombria, sem a esperança da fé cristã.

O famoso filósofo alemão Friedrich Nietzsche (1844-1900), que estava determinado a ver Deus morto e sepultado, é uma outra figura típica desta atitude irreligiosa. Foi o filósofo mais satírico em relação a Deus e ao sistema de valores cristãos. Vários de seus textos critica duramente a religião. Ele é amplamente conhecido por sua filosofia niilista e por sua ideia de que “Deus está morto”. Ele despertou para a filosofia através de Schopenhauer. Ele disse que: “Schopenhauer foi, como filósofo, o primeiro ateísta confesso e inflexível que nós alemães tivemos”. Como quase todos os ateus depois de Feuerbach, Nietzsche também considera a religiosidade como uma inconsciente projeção.

Com base na perspectiva de Nietzsche, a vida não tem nenhum significado, propósito ou valor intrínseco. Que quadro desolador!

Para o grande filósofo alemão Karl Marx (1818-1883), cujas ideias revolucionaram o pensamento filosófico, rompendo barreiras e desvelando a forma de organização de nossa sociedade, Deus e a religião não passavam de meras projeções humanas. Afirmou que a religião havia sido inventada como uma forma de reagir contra o sofrimento e a injustiça do mundo, os pobres e oprimidos tinham criado a religião para imaginar que teriam uma vida melhor após a morte. Servindo como uma forma de “ópio”, uma maneira de escapar da realidade. Portanto, para ele, o ateísmo é um postulado evidente. Tanto é assim que ele escreveu: “A miséria religiosa constitui ao mesmo tempo a expressão da miséria real e o protesto contra a miséria real. A religião é o suspiro da criatura oprimida, o ânimo de um mundo sem coração, assim como o espírito de estados de coisas embrutecidos. Ela é o ópio do povo.” (“Crítica da Filosofia do Direito de Hegel”, ed. Boitempo, p. 145). Ele ainda vislumbrava a possibilidade do desaparecimento do sentimento religioso com a eliminação da alienação, numa sociedade despojada da exploração do homem pelo homem e livre do trabalho alienado, ou com a construção do socialismo. Em outras palavras, com o fim da desigualdade social e da exploração capitalista o homem não sentiria mais necessidade da religião no sentido de encontrar nela alento, pois a miséria deixaria de existir. Ela ia desaparecer naturalmente.

Arriscaria dizer que, numa sociedade comunista, livre da exploração capitalista, como idealizada por Marx, as religiões ainda estariam entre nós, o homem continuaria sentido a necessidade de comunicar-se com Deus. Tanto é assim, que a inglória tentativa de suprimir a religião pelos governos socialistas da ex-URSS e dos países do Leste Europeu fracassou. Não obstante as perseguições ao cristianismo e a outras formas de crenças religiosas, milhares de pessoas nesses estados continuaram praticando a religião de forma privada. Na realidade, nenhum sistema socioeconômico tampouco a ciência irá destruir a religião. E isso tem a ver com a natureza essencialmente espiritual do homem. Mesmo hoje, vivendo numa sociedade onde o nível de vida é elevado, com menor exploração capitalista, as pessoas continuam com alguma prática religiosa, e, se o homem consciente e persistentemente, não cultivar esta profunda espiritualidade resultará num vazio do coração humano. Esse vazio é sentido por pessoas que vivem tanto em países ricos como em países pobres. Assim, não há relação consistente entre o elevado padrão de vida, a ausência da miséria, o grau de progresso científico e um nível menor de influência, crença e prática religiosa.

Se não há Deus, e viemos do nada e para o nada iremos, então a vida não tem significado, não tem valor, nem propósito. Se a morte está de braços abertos no final da trilha da vida, então, qual é o objetivo da vida? É tudo por nada? Não há motivo para a vida? E quanto ao universo? É totalmente inútil? Se o destino do ser humano é uma sepultura fria nos recessos do espaço exterior, então a resposta deve ser 'sim, é inútil'. Não há objetivo, não há propósito para o universo. A lixeira de um universo morto continuará se expandindo para sempre. Portanto, é impossível as pessoas viverem verdadeiramente felizes sustentando essa visão de mundo ateísta. Se tentarmos viver de forma consistente no contexto da visão de mundo ateísta, nos encontraremos profundamente infelizes. Se, ao contrário, conseguirmos viver felizes, é apenas por dar a mentira à nossa visão de mundo. O ateísmo, portanto, não pode sustentar uma vida feliz e consistente.

Para muitos cientistas o mundo vai morrer um dia no futuro. Eles nos dizem que o universo está se expandindo e que tudo nele está cada vez mais separado e, ao fazê-lo, cresce cada vez mais frio e sua energia é usada. Eventualmente, todas as estrelas são queimadas e toda a matéria entrará em colapso em estrelas mortas e buracos negros. Não haverá luz, não haverá calor, não haverá vida, apenas os cadáveres de estrelas mortas e galáxias se expandindo para a infinita escuridão e os frios recessos do espaço - um universo em ruínas.

Dawkins chama essa previsão escatológica de “o destino final de nosso universo”. “Dependendo dos valores [de certos números], o nosso universo pode estar destinado a se expandir indefinidamente, ou pode se estabilizar num equilíbrio, ou a expansão pode se reverter e virar contração, culminando no chamado ‘big crunch’” (Dawkins, p. 158).

Que quadro desolador! Mais desolador ainda se o pusermos nas palavras de Bertrand Russell, um dos mentores filosóficos de Dawkins. Russell previu que “o trabalho de todas as gerações, toda a devoção, toda a inspiração, todo o meio-dia de brilho do gênio humano estão destinados à extinção na vasta morte do sistema solar” (Disponível em: http://users.drew.edu/~jlenz/brtexts.html).

Por mais 'absurdo' que pareça para o ateísmo, isso acontecerá. Não só a luz de cada pessoa humana está condenada, mas toda a raça humana está destinada à destruição. Não há escapatória, não há esperança. Para muitos cientistas, esses já são fatos científicos incontestáveis. A questão então se torna, qual é a consequência disso? Muitos pensadores ateístas argumentaram que isso implica que a própria vida humana se torna absurda. Isso significaria que a vida que temos é sem finalidade, valor ou significado.

A pergunta que não quer calar: Como viver feliz em um mundo tão absurdo, sem esperança? Confrontado com a situação humana, a única solução que o ateu pode oferecer é que simplesmente enfrentamos o absurdo da vida e vivamos bravamente. O problema fundamental com a solução, no entanto, é que é impossível viver de forma consistente e feliz no quadro de tal visão de mundo. Se você viver consistentemente baseado no ateísmo, você não será feliz. E se você mora feliz, simplesmente não será consistente com sua ideologia ateísta.

É justamente por conta dessa perspectiva ateísta que, recentemente um amigo ateísta disse-me: “Eu preferiria jamais haver nascido! Já pensei várias vezes me suicidar-se. Já não fiz porque penso no meu filho que o amo e que precisa de mim”. Certamente, a vida para esse meu amigo não tem propósito final, e isso está diretamente ligado a sua visão ateísta da vida. Ele sofre de ansiedade, síndrome de pânico e depressão. Para ele, Deus, Bíblia Sagrada e religião não passam de “mitos”. Os que se orgulham de ser ateus, incrédulos e agnósticos é um grupo de pessoas que sofrem muito. Muitas vezes quando a ingratidão do próximo ou luta e revezes parecem subjugar suas pobres alma, eles não têm aonde ir em busca de auxílio.

II – DEUS, A FONTE DA VERDADEIRA FELICIDADE

Se a visão ateísta da vida é incapaz de gerar felicidade nas pessoas, então onde encontrar a autêntica felicidade? Antes de respondermos essa relevante indagação, cabe aqui destacar a interessante argumentação do famoso apologista William Lane Craig: "Se Deus não existe, a vida é inútil. Se Deus existe, a vida é significativa. Somente a segunda dessas duas alternativas nos permite viver de forma consistente e feliz. Parece-me que mesmo que a evidência para essas duas opções fosse absolutamente igual, uma pessoa que se diz 'racional' escolheria o teísmo. Mas parece-me positivamente irracional preferir a morte, a futilidade e o desespero pela vida, em vez do significado e felicidade que ela realmente tem". Agora, vejamos a perspectiva cristã sobre o assunto.

É preciso que se entenda que a vida não é apenas uma condição biológica e moral; ela também tem dimensão espiritual. De acordo com as Sagradas Escrituras, fomos feitos à imagem de Deus (Gn 1:26, 27). Logo, fomos dotados por Deus de uma faculdade espiritual. Nascemos com o desejo nato de adorar alguém ou a algo. Por isso, que em todas as civilizações antigas que temos conhecimento possuem um traço em comum: a religião. Desde as comunidades mais primitivas até as sociedades mais desenvolvidas, todas tinham religião, (e até hoje as nações e regiões se fundam em princípios religiosos, mesmo que minimamente) sejam elas cultos e divinizações dos elementos da natureza ou religiões organizadas com deuses complexos. Nessa mesma linha de raciocínio, a Nova Enciclopédia Britânica diz que “até onde os peritos conseguiram descobrir, jamais existiu um povo, em qualquer parte, em qualquer tempo, que não fosse de algum modo religioso”.

No nosso entendimento, isso representa uma clara evidência de que o homem é um ser essencialmente espiritual. Temos uma necessidade interna de nos relacionarmos com Deus, implantada nele pelo próprio Deus. Uma vez que o desejo de cultuar a um deus está arraigado no homem, independentemente de sua condição social ou de sistema socioeconômico em que se viva, o homem sempre sentirá no recôndito de seu coração o desejo de se relacionar com Deus. Faz parte da sua natureza, da sua essência humana relacionar-se com Deus. E se ele consciente e persistentemente, não cultivar esta profunda espiritualidade resultará num vazio do coração humano. Se há homens e mulheres, como os ateus, que adotam uma postura de indiferença ou até de contraposição à religião é por causa da cultura materialista em que estão inseridos, à qual lhes leva a ter uma ideia deformada de Deus e da realidade. Porém, as causas últimas disso seria a falta de esforço intelectual e de retidão da vontade, potencialidades humanas que devem estar abertas à verdade e a beleza de Deus, claramente reveladas na criação (Rm 1:20).

Indubitavelmente, uma “insatisfação divina” permeia a experiência humana, o que nos leva a indagar se existe alguma coisa capaz de satisfazer a busca do homem pela satisfação dos desejos do seu coração. O ser humano está numa constante busca pela realização. Há em nós uma sensação de incompletude. Isso é inegável. Esse fenômeno é um fato conhecido e discutido desde o início da história da filosofia. Platão, um dos grandes filósofos gregos da antiguidade, em um de seus diálogos (Górgias, 492b-d) compara os seres humanos a jarros que estão vazando. De algum modo, estamos sempre incompletos. Podemos despejar coisas nos recipientes de nossa vida, mas há algo que impede que o jarro fique cheio. Estamos sempre parcialmente vazios e, por esse motivo, temos uma consciência profunda de falta de completude e de felicidade.

Aristóteles, discípulo de Platão, afirmou que “Todos os homens aspiram à vida feliz e à felicidade, esta é uma coisa manifesta”. O fato a ser observado é que a felicidade e satisfação pessoal é a grande aspiração do ser humano. Porém esse desejo não é o problema, mas o fato dos homens buscarem nos lugares errados.

O avanço científico e tecnológico não resolveu, nem resolverá jamais, o problema existencial do ser humano – essa sensação de que sempre há algo faltando, mesmo depois de termos concretizado nossos sonhos. Sempre queremos mais e queremos coisas diferentes. Parece-nos então que nada que seja finito é capaz de satisfazer o profundo anseio que sentimos dentro de nós. Muitos se matam, e muitos outros estão sofrendo de depressão, stress, insônia, alcoolismo. Hoje há fobias de todos os tipos. A ansiedade é um mal generalizado. Isso tudo claramente aponta para um sentimento de vazio no ser humano.

“Nas profundezas da alma humana se acha implantada a inquietação pelo futuro. Essa percepção do infinito no tempo e no espaço produz insatisfação com a natureza transitória das coisas desta vida. É o plano de Deus que o homem perceba que o atual mundo material não constitui o centro de sua existência. Ele se acha ligado a dois mundos: fisicamente a este mundo, mas mental, emocional e psicologicamente ao mundo eterno” (Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, v. 3, 1075).

Certa vez, Santo Agostinho escreveu que cada um de nós tem dentro de si um espaço vazio deixado por Deus. Você pode tentar preencher esse vazio com qualquer coisa que existe no mundo, mas nunca vai conseguir, pois é imenso, infinito como Deus, e só Ele pode preencher. Ele escreveu: “Criaste-nos para Ti, e nosso coração permanece intranquilo até que encontre paz em Ti”.

Os seres humanos têm tentado de tudo, na ânsia de preencher esse vazio cavado por Deus. Diz C. S. Lewis: “O que Satanás pôs na cabeça de nossos primeiros pais foi a ideia de que eles poderiam ser como Deus, como se fossem independentes e tivessem vida em si próprios; que eles poderiam inventar algum tipo de felicidade sem Deus. E dessa tentativa infrutífera surgiu quase tudo na história humana – riqueza, pobreza, ambição, guerras, prostituição, classes, impérios, escravidão – a longa e terrível história do homem tentando achar outra coisa, menos Deus, para fazê-lo feliz. E por que isso nunca deu certo? É porque Deus nos criou, nos inventou, um como um fabricante inventa uma máquina. Se um veículo é fabricado para ser movido a óleo diesel, ele não vai funcionar direito com outro combustível. E Deus criou a máquina humana para se mover nEle. Ele é o combustível que nos faz agir, o alimento do qual precisamos para nos nutrir. Não há outro”.

A resposta para o vazio não é encontrada em nós mesmos tampouco no ateísmo, porque como disse o personagem do escritor russo de pequenas estórias, Fyodor Mikhaylovich Dostoyevsky, Príncipe Mishkin, na obra O Idiota: “O ateísmo não proclama nada”. O preenchimento do vazio existencial não é encontrada no dinheiro. Podemos conquistar fortunas incalculáveis, e ainda que fosse possível conquistar o mundo todo, restaria sempre a ânsia de novas e maiores aquisições, nessa sede insaciável de preencher o vazio infinito do coração. O magnata Rockfeller disse: "Juntei milhões, mas eles não me trouxeram felicidade". Não é encontrada no poder. Alexandre, o Grande chorava após derrubar seus inimigos e dizia desconsolado: "Não há mais mundos para conquistar". Não é encontrada nos prazeres terrenos. O escritor pornográfico Lord Byron disse antes de morrer: "Tudo que me restou agora foram vermes, câncer e ressentimento". Por outro lado, Deus tem preenchido milhões de pessoas no correr da História, entre as quais eu me incluo.

Muitos povos achavam que eram espertos demais para precisar de Deus. Pensavam que poderiam preencher esse vazio infinito com poder, diversão, sexo ou malas cheias de dinheiro. Mas nunca conseguiram.

Amigo, talvez você esteja lutando com dúvidas a respeito da existência de Deus. Suas dúvidas são a fonte de um continuo desejo de conhecer a Deus e estar em harmonia com Ele. Como o homem na narrativa do evangelho clame: "Eu creio; ajuda-me a vencer minha incredulidade!" (Marcos 9:24). Talvez você também sinta dentro de si esse vazio. Não perca tempo e esforço tentando preenchê-lo com trabalho, estudo, consumismo, filosofias, sexo, divertimentos, relacionamentos pessoais, viagens. Você poderá conseguir distrair-se por algum tempo, mas quando a sua máquina começar a engasgar e a tossir, por ter usado combustível errado, você vai ter de parar e pensar que a única solução é nEle viver, se mover e existir (At 17:28).

Para além do “ópio” de Marx, nossa religação com Deus é a chave para o mistério dos mistérios, o significado da vida. Ao longo dos séculos as pessoas se perguntaram: Por que estamos aqui? Para viver só pouco tempo, tirar da vida o máximo proveito que pudermos e depois morrer? Para onde vamos realmente? Podemos esperar mais do que apenas o breve ciclo de nascimento, vida e morte? O livro Religiões do Mundo – Da História Antiga ao Presente afirma: “O estudo da religião revela que um de seus importantes aspectos é o anseio de encontrar valor na vida, uma crença que a vida não é acidental e sem significado. A busca de significado leva à fé num poder superior ao humano, e, por fim, a uma mente universal ou super-humana que tem a intenção e a vontade de preservar os mais elevados valores para a vida humana”.

Portanto, a vida somente fará sentido se aceitarmos a realidade da existência de Deus. Ele é o Criador da vida, por isso é Ele que dá sentido à vida. Deus nos criou para Seu louvor (Isaías 43:20-21). Ele nos formou de maneira especial, para mostrar Sua glória e Seu amor através de nós. Esse é o grande sentido da vida. A satisfação plena é produto da segurança absoluta e da paz interior que só Deus pode dar. Só um Deus infinito pode preencher, com o Seu amor, o espaço infinito do coração humano. E esta conquista espiritual está ao alcance de todos os que, reconhecendo a sua insuficiência, aceitam o presente que o Céu oferece – a vida eterna, através de Jesus Cristo: “Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 6:23).

Quando detectamos o vazio de nossa alma, tentamos preenchê-lo de todas as formas, mas somente somos saciados quando Jesus entra em nosso coração. É Ele que quer saciar a sede de nossa alma. Quando Ele entra em nosso coração nos sentimos supridos, saciados, felizes, prontos para qualquer boa obra.

Ocorre que o Senhor não invade nosso coração, Ele espera um convite para entrar e fazer moradas. Em Apocalipse 3:20 diz: “Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele comigo”.

Quer as pessoas aceitem ou não, todos precisam de Jesus. Jesus está batendo à porta do nosso coração; se abrirmos, Ele entrará e equilibrará nossa alma e a paz que excede todo entendimento invadirá nossa vida para sermos plenos nEle. A felicidade não está limitada aos esforços da humanidade em busca de saúde, riquezas, prazeres, juventude e vida longa. Na realidade, a felicidade só é possível por intermédio de uma pessoa: Jesus, a verdadeira fonte que nos satisfaz! À mulher samaritana, Ele afirmou: “Quem beber da água que Eu lhe der nunca mais terá sede. Ao contrário, a água que Eu lhe der se tornará nele uma fonte de água a jorrar para a vida eterna” (Jo 4:14). Assim, além de nos satisfazer agora, com bênçãos físicas, materiais e espirituais, Cristo nos torna condutos de Sua graça a outras pessoas, até que todos possam participar do cumprimento de Sua promessa. Então viveremos felizes para sempre!

A escritora cristã Ellen G. White, escreveu esse poderoso pensamento: "Os que em todas as coisas consideram a Deus o primeiro, o último e o melhor, são as pessoas mais felizes do mundo. Os sorrisos e o brilho do sol não lhes desaparecem do semblante. A religião não torna quem a pratica grosseiro nem áspero, desasseado ou descortês; ao contrário, eleva-o e enobrece-o, refina-lhe o gosto, santifica-lhe o juízo, e habilita-o para a sociedade dos anjos celestiais e para o lar que Jesus foi preparar" (Mensagens aos Jovens [CPB, 2007], p. 38).

Caro amigo leitor, que tal começar a buscar a Deus hoje? Que tal largarmos dessa vida miserável que o ateísmo e a incredulidade oferecem, vida vazia e eu sei que uma vida longe de Deus é vazia, uma vida de aparência e buscarmos aquilo que é eterno. Que adianta preservar uma vida nessa terra, umas amizades, uns prazeres terrenos e perder a vida eterna? Perder a herança que Deus nos deixou?

Não existe vida sem Deus, não tem, não é viver com Deus ou viver sem Deus, é viver. Com Deus você vive, sem Deus você não vive, simples. Ele é tudo o que você tem e precisa, sem Ele você não tem nada.

Deus abençoe sua vida!

 

 

 

 

 

 

 

 

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