QUE EPITÁFIO ESCOLHERIA PARA VOCÊ?
Ricardo
André
Quando acompanho o enterro
de alguém nem sempre entro no cemitério. Fico sempre à entrada, enquanto o
cortejo entra. Em algumas ocasiões que entrei aproveitei para fazer algumas reflexões
a respeito das coisas da vida e da morte. Com frequência, podemos aprender mais
do silêncio dos mortos do que das palavras dos vivos.
Entrar num cemitério
não é uma atividade agradável, porém quando vou a um gosto de ler os epitáfios.
Inscrito em uma lápide ou placa, o epitáfio é, geralmente, um pequeno texto que
descreve e honra uma pessoa que morreu. Ele resume informações sobre a família,
a carreira e até algumas realizações importantes. Mas nem sempre é assim.
É difícil imaginar que
algo tão sério pode ser engraçado ou curioso, mas algumas pessoas mantêm seu
humor até após a morte.
Há epitáfios de toda
espécie: melancólicos, irônicos, irreverentes, publicitários. No cemitério de
Sargentville, Maine, há um túmulo com os dizeres: “Em honra à memória de Eliseu
Philbrook e sua mulher Sara. Jazemos neste túmulo hebreu, costas com costas,
minha esposa e eu. Quando a última trombeta estiver soando, se ela se levantar,
vou por aqui ficando.”
Epitáfio num túmulo de
Springdale, Ohio: “Aqui jaz Jane Smith, mulher de Thomas Smith, marmorista.
Este monumento foi erigido pelo marido como tributo à memória da esposa, e para
servir de amostra do seu trabalho. Peças neste estilo, 350 dólares.”
Mel Blanc foi um grande
ator norte-americano. Você pode não conhecer o seu rosto, mas sem dúvidas
conhece a sua voz: ele era o responsável por dublar personagens como
Pernalonga, Patolino, Gaguinho, Frangolino, entre outros. Por isso, a frase
escolhida para a sua lápide foi “Isso é tudo, pessoal”.
Outro túmulo
norte-americano diz: “Aqui jaz Lem S. Frame, o qual matou 89 índios durante a
sua vida. Esperava haver matado 100 até o fim do ano, quando adormeceu em
Jesus.”
O famoso comediante
Leslie Nielsen quis manter o clima de humor até após a sua morte. Ele resolveu
fazer um trocadilho com a sigla “RIP” – Rest In Peace, que significa “descanse
em paz” –, e, em seu epitáfio, pode-se ler “let ‘it rip”, que significaria
“solto um peido”.
Frank Sinatra cantor,
ator e produtor, escolheu o nome de sua famosa canção: “O melhor ainda está por
vir”.
Por volta de 1750, John
Newton era o comandante de um navio negreiro inglês. Ele saía da Inglaterra e
ancorava na costa africana. Lá os chefes tribais entregavam aos europeus as
“cargas” compostas de homens e mulheres, capturados nas invasões e nas guerras
entre tribos. John Newton compravam-nos em troca de armas, munições, licor e
tecidos. Ele transportou muitas cargas de escravos africanos trazidos à América
no século XVIII.
Numa das suas viagens,
o navio enfrentou uma tempestade que Newton ofereceu sua vida a Cristo,
pensando que ia morrer. Após ter sobrevivido, ele converteu-se verdadeiramente
ao Senhor Jesus; e começou a estudar para ser pastor. Nos últimos 43 anos de
sua vida ele pregou o evangelho em Olney e em Londres.
Num pequeno cemitério,
pertencente à Igreja de Olney, na Inglaterra, encontra-se uma tumba de granito
que tem a seguinte inscrição: “John Newton, clérigo, antes um infiel e
libertino, servo de traficantes de escravos na África, foi pela graça e riqueza
de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, preservado, restaurado, perdoado e
comissionado para pregar a fé que ele tinha lutado para destruir”.
Estas palavras foram
escritas por John Newton mesmo um pouco antes de sua morte, como um testemunho
verdadeiro de um homem que, depois de transformado pelo evangelho, tornou-se um
dos grandes baluartes da verdade. Através de toda a sua vida John Newton ficava
sempre maravilhado com a graça maravilhosa de Deus em sua vida.
Você gostaria de
receber a redenção e a regeneração efetuada pela graça?
No cemitério da Bíblia
há muitos personagens. Na sepultura de Jó poderíamos ler as seguintes palavras
de esperança: “Porque eu sei que o meu Redentor vive e por fim se levantará
sobre a Terra” (Jó 19:25). Na galeria dos personagens do Novo Testamento nos
deparamos com um túmulo abandonado, esquecido, onde se lê: “Aqui jaz Judas
Iscariotes, o que O traiu” (Mt 27:3). A seu lado está outro sepulcro em más
condições, com a inscrição: “Aqui jaz Demas, que amou o presente século” (2Tm
4:10).
Amigo, que epitáfio
você escolheria para si?
Em um pequeno cemitério
inglês existe uma tumba na qual se vê um anjo esculpido em mármore. Em uma das
mãos, ele segura uma chave posicionada na direção de um cadeado. Com a outra
mão, ele protege os olhos, enquanto olha para cima. E na base da tumba está
gravada a inscrição” “Até que ele venha”.
A intenção do escultor
era que víssemos, através dos olhos dos anjos, a glória de Deus por ocasião da
vinda de Cristo, quando as sepulturas serão abertas e os crentes ressurgirão
para a vida eterna. Jesus mesmo prometeu: “Não fiquem admirados com isto, pois está
chegando a hora em que todos os que estiverem nos túmulos ouvirão a sua voz e
sairão; os que fizeram o bem ressuscitarão para a vida, e os que fizeram o mal
ressuscitarão para serem condenados” (João 5:28,29, NVI). Portanto, a
morte não é o fim. A tumba não é uma urna eterna. Para os que creem na Bíblia
Sagrada, a morte é um curto descanso que durará até a volta de Jesus em glória
e majestade.
As Escrituras Sagradas
descrevem a morte como um sono. Ao falar da morte de Lázaro para os Seus discípulos,
o Mestre simplesmente declarou: “Nosso amigo Lázaro adormeceu, mas vou para
despertá-lo” (Jo 11:11). Jesus ressuscitou Lázaro milagrosamente para
demonstrar Seu poder sobre a morte. Não precisamos temer a morte. Nosso amado
Salvador põe um sinal na tumba de cada filho Seu.
Um dia, nosso Senhor
Jesus Cristo vai descer a Terra (Jo 14:1-3; I Ts 4:13-18). O céu será iluminado
com Sua glória. Ele vai irromper entre nuvens (Ap 1:7). Assim como chamou
Lázaro pelo nome, séculos atrás, também chamará nosso amados que foram ceifados
pela morte pelo respectivo nome. As sepulturas serão abertas, e eles também
sairão. Mas haverá uma diferença significativa. Quando Lázaro foi ressuscitado,
ele não recebeu um corpo imortal, glorioso. Ressuscitou para testemunhar o
poder do Senhor, mas morreu outra vez. A promessa divina é que, quando nossos
entes queridos forem ressuscitados, eles serão ressuscitados com corpos imortais
e gloriosos, para nunca mais morrerem. É o que nos assegura a Bíblia: “Eis
que eu lhes digo um mistério: nem todos dormiremos, mas todos seremos
transformados, num momento, num abrir e fechar de olhos, ao som da última
trombeta. Pois a trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis e nós
seremos transformados. Pois é necessário que aquilo que é corruptível se
revista de incorruptibilidade, e aquilo que é mortal, se revista de
imortalidade. Quando, porém, o que é corruptível se revestir de incorruptibilidade,
e o que é mortal, de imortalidade, então se cumprirá a palavra que está
escrita: "A morte foi destruída pela vitória" (1 Coríntios 15:51-54,
NVI).
Uma nova vida pulsara
nas veias dos justos ressuscitados. Eles se levantarão com todo o vigor da
juventude. Serão absolutamente perfeitos. Conforme o texto sacro, nós, os que
estivermos vivos, também seremos transformados em um instante para receber os
nossos corpos imortais e gloriosos. Esse
nosso corpo abatido, dilacerado e carcomido pelo pecado, será conforme o corpo
glorioso de nosso Mestre – o Salvador Jesus Cristo A Bíblia afirma: “Pelo
poder que o capacita a colocar todas as coisas debaixo do seu domínio, ele transformará
os nossos corpos humilhados, para serem semelhantes ao seu corpo glorioso” (Filipenses
3:21, NVI). Que grande esperança! Que promessa maravilhosa!
Caro amigo leitor, que
estas promessas confortem, hoje, o nosso coração, que talvez sofremos com a
perda de um ente querido. Muito mais do que pensar num epitáfio para nossa
tumba pensemos nesse dia, como será nossa transformação. Pensemos em nosso
Salvador Jesus e na grande obra que irá realizar quando voltar pela segunda
vez. Voltaremos novamente àquela beleza e perfeição de quando Adão e Eva foram
criados. Será uma nova criação em Cristo Jesus.
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