O CULTO A MARIA: UMA CRIAÇÃO DO PAPADO
José
Miranda Rocha, D.Min.
Professor de Teologia
Pastoral no SALT, Unasp, Campus Engenheiro Coelho, São Paulo
Resumo:
O presente trabalho focaliza a maneira como o culto à pessoa de Maria, mãe de
Jesus, tornou-se uma das características marcantes do catolicismo romano. Além
de investigar as raízes históricas dessa forma de culto, o autor compara-a com
o testemunho das Sagradas Escrituras. O artigo conclui com uma apreciação
bíblica dos dogmas católicos relacionados a Maria: a maternidade divina, a
virgindade perpétua, a imaculada concepção e a assunção corporal.
Introdução
Em matéria publicada no
jornal O Globo, Leneide Duarte observou, em 1998, que “a Santíssima Trindade
pode estar com os dias contados”. Sua afirmação baseava-se em um estudo da
Igreja Católica prestes, então, a proclamar um novo dogma sobre a virgem Maria,
elevando a mãe de Jesus à posição de quarta pessoa da divindade, em “pé de
igualdade com o Pai, o Filho e o Espírito Santo”, com papéis múltiplos, pois
seria venerada como “filha do Pai, mãe do Filho e esposa do Espírito Santo”.1 A
possibilidade de uma decisão como aquela resultava de um pedido formulado pelas
assinaturas de mais de quatro milhões de pessoas, representando católicos de
157 países, dentre os quais figuravam nomes famosos, como o de Madre Teresa de
Calcutá, aproximadamente 500 bispos e 42 cardeais, incluindo o famoso John
O’Connor de Nova Iorque, o polonês Joseph Glemp e 18 cardeais do próprio
Vaticano.2
O líder da petição, o
teólogo Mark Miravalle, professor da Franciscan University em Steubenville,
Ohio, mostrava-se à época muito confiante de que João Paulo II decretasse o
novo dogma, por meio de sua autoridade papal, aceita como infalível e
irrevogável pelos católicos romanos. Tal decreto elevaria essa doutrina ao mais
alto nível de verdade revelada.3 A petição de Miravalle e de mais de quatro
milhões de católicos ao redor do mundo representava o anseio de uma vitória da
teologia católica na comemoração do jubileu do ano 2000, mas provou ser um
obstáculo para as pretensões papais de unir os cristãos de diferentes denominações
sob sua liderança. Houve reação contrária mesmo entre os católicos de outros
segmentos, como os ortodoxos e anglicanos, provocando a formação de uma
comissão de 23 teólogos mariologistas, que, por unanimidade, desaconselharam a
promulgação do novo dogma.4
A expectativa dos
católicos romanos que almejavam ver promulgada por decreto papal a divinização
de Maria convida o mundo cristão não apenas a oferecer oposição a uma tal
investida de natureza teológica, mas, sobretudo, a questionar se existe base
bíblica para o culto à Virgem de Nazaré, visto que a Bíblia é a única regra de
fé e prática para o cristão. O presente artigo tem como objetivo responder a
tal questionamento. Primeiramente, será traçado o perfil bíblico de Maria, de
acordo com o testemunho da igreja apostólica. Em seguida, serão focalizadas
tradições pós-apostólicas referentes a Maria e as implicações que geraram para
o culto à mãe terrena de Jesus. Finalmente, a questão será analisada em termos
teológicos à luz dos postulados bíblicos da doutrina da salvação.
O
perfil bíblico de Maria
Nos
quatro evangelhos
Maria é apresentada
pelos evangelistas Mateus e Lucas como a
“virgem desposada com José” (Mt 1:18; Lc 1:27). O texto bíblico é silente
quanto aos pais da virgem, mas informa que ela habitava em uma cidade da
Galiléia chamada Nazaré, na época com uma pequena população entre 500 a 600
habitantes. Segundo Davis, com base na opinião de eruditos do Novo Testamento,
a genealogia de Cristo como aparece no Evangelho de Lucas mostra a sua linhagem
materna supondo, neste caso, que Heli teria sido o pai de Maria (Lc 3:23-38).5
O Evangelho de Marcos passa por alto a história natalina e apresenta o Messias
como adulto, sem, contudo, desconhecer o fato da encarnação. Ao referir-se à
rejeição de Jesus pelos habitantes de Nazaré, Marcos registra as palavras dos
habitantes daquela vila da Galiléia, como testemunho da historicidade de Maria:
“Não é este o carpinteiro, filho de Maria, irmão de Tiago, José, Judas e Simão?
E não vivem aqui entre nós suas irmãs? E escandalizavam-se nele” (Mc 6:3).
Os documentos lucanos,
o Evangelho e Atos, apresentam Maria como uma figura bem presente na história
de Cristo, desde a Sua infância até ao período pós-ressurreição, quando aparece
em oração entre os apóstolos e discípulos: “Todos estes perseveravam unânimes
em oração, com as mulheres, com Maria, mãe de Jesus, e com os irmãos dele” (At
1:14). Não é difícil enxergar Maria como uma das fontes às quais Lucas recorreu
para compor os quadros de “uma narração coordenada dos fatos que entre nós se
realizaram, conforme nos transmitiram os que desde o princípio foram
testemunhas oculares e ministros da palavra”. (Lc 1:1-2). Afinal, quem poderia
contar com tantos detalhes de intimidade acerca da visita de Maria a Isabel e
do diálogo entre as duas mulheres grávidas, senão uma delas ou ambas?
Certamente o
evangelista Lucas foi inspirado por Deus ao registrar as palavras do anjo
dirigidas a Maria: “Alegra-te, muito favorecida! O Senhor é contigo… não temas;
porque achaste graça diante de Deus… Descerá sobre ti o Espírito Santo, e o
poder do Altíssimo te envolverá com a sua sombra; por isso, também o ente santo
que há de nascer será chamado Filho de Deus” (Lc 1:28,30,35). Em casa de Isabel, sua prima, Maria é
destacada novamente como “bendita…entre as mulheres” (Lc 1:42), em vista de ter
o Messias como o fruto do seu ventre. Maior bem-aventurança não poderia haver
para uma virgem de Judá do que o fato de ter sido escolhida para ser a mãe do
Salvador da humanidade. Em Maria se
cumpriam as mais anelantes expectativas proféticas. A promessa pronunciada
junto ao portal do Éden anunciava que no decurso dos séculos o “descendente” da mulher esmagaria a cabeça
da serpente (Gn 3:15). Paulo reconheceu o cumprimento desta profecia no
nascimento do Filho de Maria. O apóstolo
registrou que, ao nascer Jesus, chegara o advento da “plenitude do tempo…para
resgatar os que estavam sob a [condenação da] lei, a fim de que recebêssemos a
adoção de filhos” (Gl 4:4,5). Devemos ainda lembrar que Lucas encerra o seu
evangelho chamando a atenção dos leitores para o perfil de Maria como judia
fiel, obediente aos Dez Mandamentos, com destaque, na ocasião, ao quarto
mandamento e o sábado bíblico. Embora Lucas 23:54-56 não seja explícito em
mencionar o nome de Maria, pode-se supor que ela fazia parte das santas
mulheres, vindas da Galiléia e que acompanharam a crucifixão e o sepultamento
de Jesus.
O apóstolo João abre o
relato dos sinais operados por Cristo na Galiléia dando destaque à presença de
Maria na bodas de Caná (Jo 2:1-5). Passada a festa nupcial, “desceu ele para Cafarnaum, com sua mãe, seus irmãos
e seus discípulos; e ficaram ali não muitos dias” (Jo 2:12). A presença de
Maria na vida do Messias, de acordo com João, estende-se desde o início até ao
final do Seu ministério. Ao pé da cruz, ali se encontra a mulher que trouxera à
luz da vida o Verbo Divino manifestado como ser humano. Para ela são dirigidas
palavras de atenção especial, como se Jesus desejasse circundá-la com a mesma
segurança da qual uma vez fora objeto em Sua vida terrena: “Vendo Jesus sua mãe
e junto a ela o discípulo amado, disse: Mulher, eis aí teu filho. Depois, disse
ao discípulo: Eis aí tua mãe. Desta hora em diante, o discípulo a tomou para
casa” (Jo 19:25-27).
Entre cristãos, não há
discordância acerca destes conceitos sobre a pessoa de Maria. Em todas as denominações cristãs, Maria é
reconhecida como uma pessoa especial, escolhida por Deus pela sua vida santa e
devotada à prática da religião. Segundo
Cáio Fábio D’ Araújo Filho, “a mãe de Jesus é vista nos evangelhos como uma
bem-aventurada, eleita pela graça de Deus para a mais sublime de todas as
missões que um mortal já recebeu”.6
Paulo Pinheiro, editor de Sinais dos Tempos, afirma: “Maria, a mãe de
Jesus, foi uma pessoa formidável”. Ao
escrever o seu Comentário ao Magnificat, Martinho Lutero declarou que “Maria é
a mulher mais sublime da Terra”.7 Ellen G. White apresenta-a como uma fonte de
sabedoria e instrução para Jesus, “sua mãe foi-lhe a primeira professora
humana”.8 Para White, “as próprias palavras por Ele [Jesus] ditas a Moisés para
Israel, eram-lhe agora ensinadas aos joelhos de Sua mãe”.9 Augustin George, professor de Novo Testamento
da Faculté Catholique de Théologie de Lyon, França, declara que, “por sua fé,
seu amor e sua humildade, [Maria] é a bela flor de seu povo e toda a raça
humana”.10
Na
igreja apostólica
Além da unanimidade
quanto à santidade e piedade de Maria enquanto pessoa humana e mãe de Jesus,
quase todas as denominações cristãs, à exceção dos católicos, também concordam
em afirmar que na igreja apostólica não havia nenhuma veneração ou culto a
Maria. A primeira razão pode ser
encontrada na própria religião professada pela Virgem e seu povo. O judaísmo baseava-se nas Escrituras do
Antigo Testamento, cujas prescrições apontavam para Deus Criador como o Único
merecedor de honra e adoração por parte dos homens. Os dois primeiros mandamentos do Decálogo
eram explícitas proibições de idolatria e a constante lembrança de que
unicamente Deus deveria ser adorado ou venerado. (Êx 20:3-6; Dt 6:1-4).
Um segundo argumento
assegura que a própria virgem Maria expressa sua fé nos moldes bíblicos, ao
entoar as estrofes de seu cântico de louvor, o “Magnificat”, em Lucas
1:46-47. Para Maria, não havia lugar
para outro Deus a quem ela chama de “Senhor” e “meu Salvador”. Ainda que não compreendesse completamente o
mistério da encarnação de Cristo, ela tinha a certeza de que “o Ente santo”
nascido de seu ventre era o Filho de Deus prometido pelas antigas profecias (Lc
1:35). Com base nessa confiança, ela
“guardava todas estas palavras [ditas pelo anjo], meditando-as no coração” (Lc
2:19). A compreensão de seu papel na história da salvação pode ser entendida
pelo conselho dado por ela aos serventes da festa de Caná: “Fazei tudo o que
ele vos disser” (Jo 2:5). Deus não Se
contradiz. Tomando como ponto de partida
que Jesus é Deus, seria incoerente pensar que Ele ordenaria cultuar um ser
criado, ainda que fosse o mais santo e sublime entre os seres humanos, como era
o caso de Sua mãe.
A despeito dos mais
exaltados conceitos de piedade expressos em sua vida, Maria revela, pelo menos
em duas ocasiões, traços da humanidade pecadora. A primeira, ao perder Jesus durante as
comemorações da Páscoa (Lc 2:48-51); a segunda, ao tentar, com o auxílio dos
irmãos de Jesus, retirá-Lo do ministério público (Mc 3:31-35). Em todo o Novo
Testamento não há nenhuma motivação para que Maria fosse venerada ou
adorada. Pelo contrário, dos lábios de
Jesus saiu uma séria reprovação para uma mulher que parecia insinuar qualquer
atitude nessa direção (Lc 11:27-28). Quase quatro décadas após a morte e
ascensão de Jesus, ao escrever o livro de Atos, Lucas registra que “Todos estes
[os apóstolos] perseveravam unânimes em oração, com as mulheres, estando entre
elas Maria, mãe de Jesus, e com os irmãos dele” (At 1:13-14). Ela era uma
discípula como todos os que perseveram na fé, sem qualquer menção de status
espiritual diferenciado em relação aos demais.
Não havia qualquer indício de reconhecimento da superioridade de Maria
por parte dos outros seguidores de Cristo. O relato é coerente com os quatro
evangelhos, nos quais se percebe que tanto a mãe como o próprio Filho nunca
incentivaram qualquer atitude de veneração ou adoração à sua pessoa. Ela era uma crente em Cristo que demonstrava
tanta necessidade de Deus como todos os outros pecadores. Assim, se não foram
os cristãos primitivos que iniciaram o culto a Maria, quando e como tal prática
começou a ter lugar?
Tradições
pós-apostólicas
É difícil precisar quando
o culto à mãe de Jesus emergiu na igreja cristã. Não há documentos que comprovem atos de
adoração a Maria até o final do quarto século.11 “Se nós nos aproximarmos dos textos marianos
do segundo século com a esperança de que eles possam refletir fontes adicionais
independentes para a questão sobre Maria, o resultado é desapontador.”12 Entre
os Pais da Igreja havia dissensões acerca da pessoa da Virgem. Atanásio a
enaltecia em seus escritos, mas Crisóstomo mostrava-a falível como qualquer
pecador, chegando mesmo a ressaltar seus momentos de descrença e vanglória.13
“Justino Martir, Irineu e Tertuliano sugeriram que, como Eva havia sido a fonte
do pecado e da morte, Maria trouxe a bênção da redenção ao mundo.”14
Mas, apesar de não
haver qualquer evidência bíblica que ofereça suporte ao culto a Maria, em sua
decisão de afirmar e reafirmar a veneração da mãe de Jesus na teologia e
liturgia católica, o papado promulgou e tem sustentado quatro principais
conceitos dogmáticos15:
1.
O dogma da maternidade divina
Em 431 d.C., no
Concílio Geral de Éfeso, a controvérsia sobre as naturezas divina e humana de
Jesus levou a Igreja Católica a dar os primeiros passos para o estabelecimento
do dogma de Maria como “Mãe de Deus”. O argumento para se chegar a tal consenso
encontrava sua força na filosofia grega, que postulava a impossibilidade de
Deus entrar em contato com o universo material e ainda permanecer como
Deus. Assim, para que o nascimento do
Deus-homem, Cristo Jesus, se tornasse logicamente viável, haveria de ser
imprescindível que Maria fosse divina tanto quanto o seu Filho. Através deste
dogma, Cristo é uma pessoa divina e Maria é sua mãe. Argumentam os defensores
do culto mariano que “Maria é mãe de Jesus Cristo; ora, Jesus Cristo é Deus. Logo, Maria é mãe de Deus”.16
As circunstâncias que
implicaram na promulgação desse dogma lembram a acirrada discussão teológica na
qual a igreja de Alexandria e seu bispo Cirilo se empenharam para defender a
divindade de Cristo contra o nestorianismo. Nestório, Patriarca de Constantinopla
em 428 d.C., representando a escola antioquiana de Cristologia, defendia a tese
de que “a criatura não deu à luz o incriável”, “o Verbo saiu dela, mas não
nasceu dela”. Em seus sermões, Nestório fazia declarações do tipo: “Não digo
que Deus tem dois ou três meses de idade”.17
Certamente nessa época,
a polêmica nestoriana causou grande abalo na Igreja. Em agosto de 430, o papa
Celestino condenou Nestório e deixou que Cirilo pronunciasse doze anátemas
sobre ele em novembro do mesmo ano. Infelizmente, na tentativa de superar a
polêmica gerada pelos nestorianos, a decisão do Concílio de Éfeso foi depor
Nestório do bispado, enviando-o à reclusão da vida monástica em Antioquia, de
onde cinco anos mais tarde viu-se banido para o norte do Egito. Provavelmente morreu
ali em 451. O Concílio de Éfeso, cujas decisões foram oficializadas pelo
Concílio de Calcedônia, não somente livrou-se de Nestório como líder em
oposição a Cirilo de Alexandria e ao bispo de Roma, mas também dogmatizou a
posição cristã sobre as duas naturezas de Cristo pela declaração de que ambas
coexistem nEle por meio de uma união hipostática, isto é, distinguíveis entre
si, mas unidas numa só pessoa. Éfeso aplicou a Maria o termo grego Theótokos
(“Mãe de Deus”), com a intenção de reafirmar a plena deidade de Cristo,
procurando anular a tese nestoriana que se difundia pelo título de Christótokos
(“Mãe de Cristo”). Com a aplicação do termo Theótokos a Maria, a Igreja alegava
não declará-la como mãe da natureza divina de Cristo. Mas, por força da filosofia grega, a Igreja
dizia que a única maneira de dar à luz o imaculado Cristo seria através da
perfeição de sua própria natureza feminina.
Pelo século nono da era
cristã, a influência grega tornou-se marcante na mariologia ocidental, como se
conhece do hino Ave Maris Stella, o qual enaltece Maria como a “Estrela do
Mar”.18 Na teologia Católica Romana, é
como a “mãe de Deus” que Maria assume a função de mediadora, não para tomar o
lugar de Cristo como o único mediador entre Deus e os seres humanos (1Tm 2:5),
mas para intermediar entre Cristo e a humanidade, como fez nas bodas de Caná
(Jo 2:3).19 Concernentemente a esta
declaração teológica acerca do status de Maria, todo cristão deve lembrar,
porém, que a humanidade de Jesus tinha de vir da mulher em cujo seio foi
gerado. Mas a Sua divindade não podia proceder da mulher que não é divina. O
efeito se prende à causa. Humano gera Humano. Jesus Cristo é Deus com todos os
atributos que O caracterizam. Como Deus, não teve princípio nem fim, pois é
co-eterno com a mesma Divindade. Maria, porém, era somente humana porque a
divindade é atributo imanente da Trindade. Divindade só entra no sagrado
patrimônio de cada uma das três pessoas divinas.20
O dogma da maternidade
divina vem sendo defendido através dos séculos por católicos orientais
(coptas), ortodoxos e gregos, mas principalmente pelos teólogos católicos
romanos. Um desses renomados teólogos da Igreja Católica Apostólica Romana, o
brasileiro Clodovis Boff, referindo-se ao culto de Maria entre os ortodoxos, afirma:
“Em vez de crucifixo, os bispos ortodoxos carregam consigo um retrato de Maria.
Isso significa que eles trazem a sua igreja junto do coração”. Boff ainda
informa que, entre os cristãos coptas (Etiópia e sul do Egito), um meio de
saber se um viajante desconhecido pertence à fé católica é perceber como ele ou
ela se comporta diante das imagens da Virgem. “Se não mostra afeição, é
considerado inimigo do povo”, afirma Boff.21 O dogma de Maria como mãe de Deus
é reafirmado pela Igreja Católica Romana nos seguintes termos: Denominada nos
Evangelhos ‘a Mãe de Jesus’ (João 2,1; 19:25), Maria é aclamada, sob o impulso
do Espírito, desde antes do nascimento de seu Filho, como ‘a Mãe de meu Senhor’
(Lucas 1:43). Com efeito, Aquele que ela concebeu do Espírito Santo como homem
e que se tornou verdadeiramente seu Filho segundo a carne não é outro que o
Filho eterno do Pai, a segunda Pessoa da Santíssima Trindade. A Igreja confessa
que Maria é verdadeiramente Mãe de Deus (Theótokos).22
2.
O dogma da perpétua virgindade
Maria é celebrada na
liturgia da Igreja Católica Romana como a “Aeiparthenos”, isto é, a “sempre
virgem”. A declaração oficial da Igreja sobre este pilar do culto mariano reza
que o aprofundamento de sua [da Igreja] fé na maternidade virginal levou a
Igreja a confessar a virgindade real e perpétua de Maria, mesmo no parto do
Filho de Deus feito homem. Com efeito, o nascimento de Cristo ‘não lhe
diminuiu, mas sagrou a integridade virginal’ de sua mãe.23
Esta posição vem sendo
sustentada oficialmente pelos católicos desde o Segundo Concílio de
Constantinopla, em 553 d.C. O documento de Constantinopla declarou que Maria
foi virgem antes, durante e depois do parto. Este concílio, tido como o 5º
Concílio Ecumênico, considerou como anátema quem confessasse posição contrária
à decisão oficial: Se alguém não
confessa que há dois nascimentos de Deus Verbo, um, do Pai, antes de todos os
séculos, sem tempo e incorporalmente; outro nos últimos dias, quando Ele mesmo
baixou dos céus, se encarnou da santa gloriosa mãe de Deus e sempre Virgem
Maria, e nasceu dela; esse tal seja anátema.24
Contudo, um estudo das
declarações dos Pais da Igreja, no segundo século de nossa era, mostra que
havia muita polêmica sobre a “virgindade pós-parto”, o que deixa espaço apenas
para se pensar no fato de que Maria foi vista pelos primeiros cristãos como
virgem antes de conhecer José, como seu marido. Um exemplo disso é a posição de
Tertuliano (160-220 d.C.), que em seu tempo rejeitava o ensino da perpétua
virgindade. Na esperança de combater o erro doutrinário, Tertuliano cunhou a
frase: Virgo quantum a viro, non virgo quantum a partu (Virgem em termos de um
marido, não-virgem em termos de dar à luz).25
Mas o dogma encontrou em Jerônimo (345-420 d.C.) um ardoroso advogado.
Ele passou a defender a perpétua virgindade de Maria com tal erudição e poder
que logo este conceito não poderia ser mais desafiado.26 Os defensores do dogma afirmam que “nascido
da Virgem Maria”, declaração usada no Credo Apostólico, indicava doravante que
Maria não apenas era virgem quando concebeu, mas que permaneceu virgem após o
nascimento de Jesus. Ensina-se que suas
palavras endereçadas ao anjo Gabriel –
“Como será isto, pois não tenho relação com homem algum?” (Lc 1:34) –
eram a expressão de um voto de perpétua virgindade. A dificuldade em explicar este voto acha-se
no fato de que Maria desposou José, conforme os Evangelhos, com todos os
privilégios de conjunção carnal que tinham direito os casais judeus.
3.
O dogma da imaculada concepção
Agostinho foi o primeiro
notável teólogo a declarar que Maria viveu livre da prática do pecado. Mais tarde surgiu a discussão sobre se ela
teria sido também livre do pecado original, como Eva em sua inocência. Tomás de Aquino (c. 1225-1274 d.C.)
argumentava veementemente contra a afirmação de que a popular “Nossa Senhora”
houvesse sido concebida sem a mancha do pecado original, porém admitia que
entre a concepção e o nascimento de Cristo a contaminação fora completamente
removida por milagre divino para dar ocasião ao nascimento do Ente Santo.
Durante o século 12
d.C. as influências começaram a dar suporte a mariolatria, dentre as quais
podem ser identificados o escolasticismo, as cruzadas, o feudalismo e o
conceito espiritual de amor. Anselmo de Cantuária (1033-1109), conhecido como o
pai do escolasticismo, exerceu grande influência em benefício do culto a Maria,
insistindo que ela partilhava na redenção. Eadmer (c.1060-1124), um monge e
historiador inglês, discípulo de Anselmo, produziu a primeira detalhada
exposição da doutrina da imaculada concepção de Maria. Ele advogava a tese da
imaculada concepção passiva de Maria, ou seja, sua concepção teria sido isenta
do pecado original, isto é sem a sua participação como ser moral livre. Ele
ligou a liberação de Maria do pecado original não apenas com sua dignidade como
a mãe do Redentor, mas também com a exaltada posição de regente e imperatriz do
universo.27 Dentre os que discordavam da tese defendida por Eadmer, Bernard de
Clairvaux destacou-se ao advertir aos católicos de Lyon, na França, em 1140
d.C., que a doutrina não passava de um erro, visto que Maria foi santificada
apenas depois de sua concepção no útero de Ana. Clairvaux influenciou grandes
teólogos, como Petrus Lombardus, Alexandre Hales e Tomás de Aquino, os quais rejeitaram
a tese da imaculada concepção. O ponto em questão para esses lumens da teologia
católica era a dificuldade de isentar Maria do pecado original em comparação
com a consequente necessidade que toda a humanidade tem de redenção.
O crédito da solução do
impasse teológico tem sido atribuído ao teólogo franciscano William de Ware,
posição que foi aperfeiçoada pelo seu brilhante aluno John Duns Scotus (1308).
Scotus ensinou que Maria foi redimida pelo Seu Filho antes de seu próprio
nascimento (dela), e, portanto, não esteve sob o efeito do pecado original,
tendo sido preservada deste pelo mais perfeito tipo de redenção. Em 1476,
motivado pelos ensinos do franciscano Scotus, o Papa Sixto IV (1471-1484),
aprovou a festa da “imaculada concepção”, defendida e amplamente difundida
pelos padres da Ordem de São Francisco.
No dia 8 de dezembro de
1854, o Papa Pio IX, através da Bula “Ineffabilis”, promulgou esta última
posição como dogma.28 A proclamação foi assim redigida: A beatíssima Virgem
Maria, no primeiro instante de sua Conceição, por singular graça e privilégio
de Deus onipotente, em vista dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero
humano, foi preservada imune de toda mancha do pecado original.29
Na verdade, Pio IX, por
meio da Bula “Ineffabilis”, aprovava a interpretação messiânica-mariana que
busca base na distorcida interpretação de Gênesis 3:15, Lucas 1:28 e 1:41. Os
construtores dessa interpretação teológica veem Maria como “a semente” da
primeira mulher (Eva) em luta contra a semente da serpente. Nesse caso, como
afirmam, “a vitória de Maria sobre Satanás não poderia ser completa e perfeita,
se por algum momento ela tivesse estado sob seu domínio”. Tal argumento abre
espaço para deduzir que Maria, em consequência de sua íntima associação com Cristo,
“com Ele e por Ele manteve uma eterna inimizade pela venenosa serpente,
triunfou do mais admirável modo sobre ela [a serpente], esmagando-lhe a cabeça
com seu pé imaculado [de Maria]”. A Bula dogmatizou essa interpretação sem
levar em consideração o real significado da passagem bíblica como um anúncio do
protoevangelho destinado a antecipar aos nossos primeiros pais e a seus
descendentes de todas as eras, a vitória de Deus sobre Satanás por intermédio
do Messias, o Único Ser em condições de vencer o grande conflito.30 Em Lucas
1:28, os mariólatras forçam as palavras do anjo Gabriel dirigidas a Maria –
“Ave Cheia de Graça” – como se graça fosse a declaração de uma qualidade
intrínseca que caracterizava a Virgem de Nazaré em sua perfeição ímpar. Tratando-se
de Lucas 1:41, os defensores da interpretação messiânica-mariana afirmam que a
bênção de Deus, declarada na saudação inspirada de Isabel à sua bendita prima,
é um paralelo sugestivo da equiparação de Maria ao próprio Filho, pois ambos
teriam sido, assim, isentos de todo pecado.31
4.
O dogma da assunção corporal
As mais primitivas
versões desta lenda vêm do final do quarto século de nossa era e retratam Maria
sendo transportada, em corpo e alma, para estar no céu com Jesus. A lenda não tem evidência histórica e é
estranha às Escrituras Sagradas, bem como contrária a todos os escritos dos
três primeiros séculos. A “festa da
assunção” tem sido comemorada desde há muito tempo no dia 15 de agosto, dentro
do calendário cristão, mas somente foi proclamada como dogma do catolicismo
romano pelo Papa Pio XII, em 1950, nos seguintes termos: “Finalmente, a
Imaculada Virgem, preservada imune de toda mancha da culpa original, terminado
o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celeste. E para
que mais plenamente estivesse conforme a seu Filho, Senhor dos senhores e
vencedor do pecado e da morte, foi exaltada pelo Senhor como Rainha do
universo.”32
Alexander Hislop, em
sua obra The Two Babylons, publicada em 1917, rastreia o significado do título
de “Rainha do Universo” aplicado a Maria pelo papa Pio XII, em comparação com a
mesma designação à “Rainha dos Céus”, adorada pelos babilônios. Este culto, mais
copiado pelos habitantes de Judá, é denunciado em Jeremias 7:18 como uma das
causas da decadência moral do povo de Deus e sua consequente queda diante dos
Babilônios. No caso, há estreita semelhança entre o pensamento babilônio e o
católico. Para os babilônios, Semírames, mãe de Ninrode, divinizado após sua
morte, torna-se a Rainha dos Céus, retendo o poder e as riquezas do filho. “No
longo prazo”, porém, “a adoração à mãe praticamente ofuscou a adoração ao
filho.”33
Embora o Concílio
Vaticano II houvesse se posicionado com muita cautela em relação ao culto à
“virgem de Nazaré”, na tentativa de motivar e apressar o diálogo para a unidade
dos cristãos, a figura de Maria assumiu o papel de ícone escatológico da Igreja
sob o primado do Papa João Paulo II. A mais recente edição do catecismo romano
assim expressa essa posição:
Depois de termos falado
da Igreja, de sua origem, de sua missão e de seu destino, a melhor maneira de
concluir é voltar a olhar para Maria, a fim de contemplar nela (Maria) o que é
a Igreja em seu mistério, em sua ‘peregrinação da fé’, e o que ela (Igreja)
será na pátria ao termo final de sua caminhada, onde a espera na ‘glória da
Santíssima e indivisível Trindade’, na ‘comunhão de todos os santos’, aquela
que a Igreja venera como a Mãe de seu Senhor e como sua própria Mãe.34
Em sua luta para
dirigir-se ao mundo contemporâneo, marcado pelo individualismo e pluralismo,
João Paulo II fez de cada viagem, encontro e discurso um esforço para restaurar
o culto da Virgem. Como exemplo motivador do mundo católico, o falecido
pontífice visitou os grandes centros de adoração a Maria, tais como Guadalupe
no México, o santuário da Black Madonna, na Polônia, Knock, na Irlanda, entre
outros. A estratégia seria fortalecer a família, a castidade, o papel da mulher
na igreja e, em contrapartida, reforçar o domínio masculino. Esta ideia é
explicada pela historiadora Claudete Araújo, ao afirmar: na medida que Nossa
Senhora é a representante da mulher que se submete a Deus… Maria é encarada
como divina, e o feminino divino está abaixo do masculino divino… É o Deus
masculino que concede poder a essa mulher-deusa. Isso é representativo da
hierarquia eclesiástica, bem como de uma certa ‘ordem natural’ das coisas na
sociedade”.35
Escolhendo
a verdade
Qualquer estudante
consciencioso das Escrituras Sagradas terá de admitir que tanto o Antigo como o
Novo Testamento rejeitam a idéia de que haja um outro mediador entre Deus e os
homens que não seja Jesus Cristo (1Tm 2:5).
Até os santos e imaculados anjos recusaram assumir esta posição ao
rejeitarem a adoração de homens (Ap 19:9-10). Evidências bíblicas e históricas
apontam para o fato de que Maria nunca aceitou este papel, o qual também foi
explicitamente reprovado por Cristo. Por
outro lado, Jesus não necessita, como querem os defensores do culto mariano, de
intermediários entre Ele e os homens, pois o próprio Deus Pai O constituiu
nosso único intercessor. Cristo “pode
salvar totalmente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para
interceder por eles” (Hb 7:26).
Conhecendo Sua natureza divina igual à do Pai e à do Espírito Santo,
Jesus nunca rejeitou a adoração dos seres humanos (Mt 2:11; Mc 5:32; Jo 9:37;
20:28).
Como Paulo, Maria sabia
perfeitamente que “todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Rm 3:23). Ela
entendeu que apesar da “humildade de sua serva” (Lc 1:48), Deus a escolhera
para por meio dela operar a salvação da humanidade com o advento do Redentor.
Para os filósofos gregos era impossível Deus entrar em contato com a humanidade
pecadora e continuar sendo Deus. Mas o anjo assegurou a Maria que até esta e
todas as outras impossibilidades diante da lógica humana seriam vencidas,
“porque para Deus não haverá impossíveis em todas as suas promessas” (Lc 1:38).
Na mentalidade da Grécia, somente é possível aquilo que pode ser compreendido e
explicado pela mente humana. Mas o Senhor, assim como seus planos, embora
esteja ao alcance da lógica humana, transcende em muito todo o conhecimento de
nossa mente. Por isso, podemos, baseados na Bíblia, afirmar Maria semelhante a
nós pecadores, mas eleita por Deus para ser a mãe do exaltado Salvador.
Mistério? Sim, mas que o Senhor nos revelará na eternidade. O perigo de
idolatrar pessoas, ainda que santos pela graça divina, reside em dois pontos,
sendo o primeiro o risco de contrariarmos a Palavra de Deus que estabelece nos
dois primeiros mandamentos do Decálogo a adoração como devida unicamente a
Deus. Em segundo lugar, vem o risco de removermos de Jesus Cristo a glória da
salvação, transferindo-a parcial ou totalmente a seres humanos pecadores. Em
nossos dias, há notícia de que não somente os católicos cometem esse erro
fatal, mas até evangélicos se sentem atraídos pela nova moda de cultuar os
santos, revitalizada pela cruzada mariana de João Paulo II, o pontífice que
canonizou 482 santos durante o seu primado. Ivan Padilla e Frederico Mengozzi
dão notícia de que “determinados setores do protestantismo revalorizam a imagem
de Nossa Senhora; seguidores de outros credos [a umbanda, por exemplo] também
cultuam os mártires da igreja”. A antropóloga Renata Menezes reconhece o
fenômeno dizendo: “Os santos estão na moda, viraram fashion.”36
Em conclusão, podemos
declarar que não há base bíblica para o culto a Maria. Se tal prática surgiu
entre os cristãos, a razão principal deve ser encontrada primeiramente no
racionalismo grego que afetou negativamente a interpretação da Palavra de Deus
e, em segundo lugar, nas declarações dogmáticas dos papas, em sua arrogância de
infalibilidade presumida ao se pronunciarem sobre os assuntos da fé cristã.
Contudo, pode-se ainda perceber que, apesar de tanto conhecimento advindo da
difusão e estudo das Sagradas Escrituras, o culto a Maria continua a sobreviver
no mundo católico em virtude do apego e defesa dos dogmas sustentadores desse erro
doutrinário e blasfema prática litúrgica defendida e amplamente incentivada
pelo Papa João Paulo II.37O risco agora ameaça a salvação de todos (sejam
cristãos católicos ou não) que vivem, por força de variadas circunstâncias no
ambiente de idolatria.
Referências
1 Leneide Duarte, “A
mulher na Igreja, de Eva à Virgem Maria”, O Globo, 28 de agosto de 1998, 7. ↑
2 Kenneth L. Woodward, “Hail Mary”, Newsweek, 25 de
agosto de 1997, 41. ↑
3 Ibid. ↑
4 Ibid. ↑
5 John D. Davis, Dicionário da Bíblia, 2ª ed. (Rio de Janeiro:
Casa Publicadora Batista, 1960), 379. A tradição identifica os pais de Maria
com o nome de Joaquim e Ana. Ver “Concepção da Santa Mãe de Deus, por Sant’Ana,
a Avó do Senhor”, disponível no site:
www.eclesia.com.br/sinaxe/concepcao_sant_ana.htm ↑
6 Rev. Cáio Fábio D’
Araújo Filho, “Maria, Maria! Uma espada fere o teu coração”, Vinde, outubro de
1997, 58. ↑
7 Camila Artoni e Pablo
Nogueira, “A face feminina de Deus”, Galileu, dezembro de 2003, 20. ↑
8 Ellen G. White,
Orientação da Criança (Santo André, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1962), 19.
↑
9 Idem, Desejado de
Todas as Nações, 23ª ed. (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2003), 70. ↑
10 Augustin George,
“Maria”, em Enciclopedia de la Bíblia, (Barcelona: Ediciones Garriga, 1963),
4:1134. ↑
11 D. G. Stewart, “Mary, Mother of Jesus”, em The
Zondervan Pictorial Encyclopedia of the Bible, (Grand Rapids, MI: Zondervan,
1975), 4: 111. ↑
12 Raymond E. Brown, Karl P. Donfried, Joseph A.
Fitzmeyer e John Reumann, eds. Mary in the New Testament (Philadelphia, PA:
Fortress Press, 1978), p. 257. Esta
é uma obra publicada com a colaboração de eruditos protestantes e católicos,
tendo em vista o diálogo ecumênico. ↑
13 Thomas Bokenkotter, Essential Catholicism: Dynamics
of Faith and Belief (Nova York: Doublebay, 1986), 127. ↑
14 Alberto R. Timm,
“Veneração de Maria: Como surgiu o dogma católico da veneração de Maria?”
Sinais dos Tempos, setembro-outubro de 2003, 30. ↑
15 Ibid. ↑
16 Rosalino da Costa
Lima, O Culto da Virgem Maria (Rio de Janeiro: Casa Publicadora Batista, 1954),
30. ↑
17 H. Grifftith,
“Nestório, Nestorianismo”, em Walter A. Elwell, Enciclopédia
Histórico-Teológica da Igreja Cristã (São Paulo: Vida Nova, 1990), 3:18. ↑
18 Ibid. ↑
19 Stewart, 111. ↑
20 Lima, 30. ↑
21 Camila Artoni e
Paulo Nogueira, “A face feminina de Deus: o Culto a Maria muda o perfil da
espiritualidade cristã e reforça o misticismo”, Galileu, dezembro de 2003, 20.
↑
22 Catecismo da Igreja
Católica, ed. rev. (Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 1998), 140. ↑
23 Ibid, 141. ↑
24 www.mercaba.org,
“Segundo Concílio de Constantinopla”, ano 553, canon 2, (grifo acrescentado). ↑
25 Brown, ed. Mary in the New Testament, 271. ↑
26 Bokenkotter, 127. ↑
27 Ibid, 128. ↑
28 Stewart, 111. ↑
29 Catecismo da Igreja
Católica, 139. ↑
30 Atos 4:12;
Apocalipse 12:7-12. ↑
31 Gercione Lima, “A
imaculada conceição da Virgem Maria”, artigo baseado no livro do Dr. Ludwig
Ott, Fundamentos do Dogma Católico, disponível no site
www.milicia.org.br/index.asp?=imac/dogma2.asp ↑
32 Catecismo da Igreja
Católica, 273. ↑
33 David Bay, “Adoração
à Virgem Maria e às Deusas Pagãs”, artigo sem autor, disponível no site:
http://www.espada.eti.br/ce1008.asp ↑
34 Catecismo da Igreja
Católica, 275. ↑
35 Camila Artoni e
Paulo Nogueira, “A face feminina de Deus”, Galileu, 26. ↑
36 Ivan Padilla e
Frederico Mengozzi, “A força dos santos”, Época, 28 de março de 2005, 61-67. ↑
37 Winthrop S. Hudson, Religion in America, 4ª edição (Nova York: MacMillan
Publishing Company, 1988), 397. ↑
Fonte: Revista
Parousia, 1° Semestre de 2005, UNASPRESS
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